Márcia Brasil e Mahomed Saigg
Fonte: O Dia
Rio – O Rio de Janeiro consome, anualmente, 103 toneladas de drogas — 90 de maconha, 8,8 de cocaína, e 4,2 de crack — segundo a pesquisa ‘A Economia do Tráfico na Cidade do Rio de Janeiro: uma tentativa de calcular o valor do negócio’, produzida pela Subsecretaria de Estudos Econômicos do governo do estado.
O trabalho, com base em informações da ONU, do Instituto de Segurança Pública (ISP) e dados do governo federal, aponta que são movimentados, por ano, cerca de R$ 320 milhões — dinheiro que inclui a venda nas bocas-de-fumo das favelas, a compra de arma e o pagamento dos diversos níveis hierárquicos das quadrilhas.
Os pesquisadores alertam que, como parte dos dados é feito com base em informações dos próprios consumidores, eles podem estar subestimados e um faturamento de R$ 630 milhões por ano seria alcançado.
Para movimentar essa cifra milionária e conseguir fazer com que a droga chegue às mãos dos usuários, cerca de 1,5% do total dos moradores das favelas e morros da cidade, ou seja, aproximadamente 16 mil e 500 pessoas, integram o exército que serve às quadrilhas de traficantes. O número de pessoas envolvidas no tráfico foi estimado com base em dados da Polícia Civil.
O estudo ressalta que não são apenas os moradores das favelas e morros que participam e trabalham para o tráfico. Mas, em razão de os traficantes terem o controle territorial dessas localidades, é lá que se concentra o maior número de pessoas diretamente envolvidas. Para alimentar este ciclo, são gastos R$ 158,7 milhões por ano com pessoal.