O mercado da Cannabis Medicinal tem se profissionalizado mais a cada dia em diversos estados dos EUA. Na Califórnia o movimento tem buscado o apoio de sindicatos profissionais para dar maior seriedade e integração social à esses trabalhadores.
Por Leonardo Dias,
No último dia 28 de maio, após uma votação, cerca de 100 funcionários do mercado de maconha medicinal na Califórnia, relacionados com as empresas em Oakland foram escolhidos para se filiarem ao United Food and Commercial Workers Local 5 (www.ufcw5.org). Os dirigentes sindicais disseram ser a primeira vez que trabalhadores do mercado da maconha medicinal eram representados numa reunião. Essa parceria foi saudada pelos líderes sindicais locais, que chamaram os novos integrantes de “grandes trabalhadores” (Great Workers).
“Isso é algo natural para nós”, disse Ron Lind, o presidente do Local 5, cujos 26 mil trabalhadores filiados atuam principalmente na indústria alimentícia e da carne. “A nossa competência principal é a união de varejo.” O movimento também foi bem recebido por Richard Lee, fundador da Oaksterdam University, uma escola ligada ao mercado da maconha medicinal, cujo campus Oakland emprega cerca de 60 novos membros sindicalizados em suas instalações, que incluem uma farmácia, loja de presentes e estufa para plantas. Lee disse que já oferece a seus funcionários benefícios como plano de saúde e férias pagas, mas que a parceria com Local 5 foi um marco importante para legitimar a maconha medicinal.
“É mais um passo para acabar com as restrições federais”, disse Lee, um dos principais proponentes de um Projeto de Lei que pretende regulamentar a maconha na Califórnia, com fiscalização e taxação. Apesar de ser permitido por leis estaduais, o uso medicinal da maconha na Califórnia e mais de uma dúzia de outros estados, ainda é proibido por lei federal.
Os trabalhadores de Oakland, que tem uma taxa de desemprego de mais de 17%, também aplaudiram a iniciativa como um benefício potencial para a cidade. Porém, para os trabalhadores já envolvidos com o mercado da Cannabis que foram escolhidos para o projeto inicial, sua nova condição de membros do sindicato foi uma espécie de triunfo pessoal.
“Agora posso ir para casa dos meus pais e eles verão que o que faço é uma coisa boa e normal”, disse Leone Cassie, uma garota de 24 anos que trabalha em um dispensário de maconha na região. Essa iniciativa me fez sentir como um “ser humano que trabalha duro”, disse ela. “Que, de fato, é o que eu sou”, completou.
FONTE: JESSE McKINLEY, do NY Times
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