Hollywood costumava ser o recanto da hipocrisia, com a ausência de opinião de atores e diretores com relação a assuntos polêmicos que, sabemos, fazem parte de suas vidas – como é o caso das drogas. Falando especificamente de maconha, manifestações contrárias à proibição têm surgido aos poucos nos noticiários, como os casos dos atores Zach Galifianakis, maconheiro de classe, que fumou um baseado no programa de Bill Maher; Elijah Wood, que afirmou que a proibição já passou do ridículo; e Eric Roberts, que defendeu a legalização e comparou os danos da cannabis e do álcool. O grupo de defensores parece ter ganhado mais uma adepta de peso: a renomada atriz americana Susan Sarandon.
Em entrevista à agência de notícias Reuters, a atriz, de 65 anos, deu um show de sensatez e mostrou sua predileção pela maconha, ao invés do álcool, quando foi perguntada sobre a relação de seus filhos com as drogas. “Prefiro que eles fumem maconha do que bebam. Mas eu fui muito clara com meus filhos de que algumas drogas podem matá-los na primeira vez que experimentarem. São todas ilegais. Pelo menos algo que pode ser plantado e é uma folha não é o mesmo que metanfetamina. Você só não pode misturá-las. Mas o que eu disse aos meus filhos foi que beber ou fumar para ter uma pausa da sua vida e relaxar é uma coisa. Se você está fumando desde o momento em que acorda, você não tem uma vida para fazer uma pausa. O importante é falar sobre isso”, pontuou.
Sarandon, que venceu o Oscar por “Os Últimos Passos de um Homem”, agora interpreta uma viúva decepcionada com seus filhos e infeliz com a vida na comédia “Jeff Who Lives at Home”, que tem estreia prevista para esta sexta-feira, 16 de março, nos Estados Unidos. O assunto pintou na entrevista após a inevitável comparação entre os filhos do filme e da vida real. “Meus filhos na vida real também estão em suas próprias jornadas, tentando encontrar uma filosofia que tire deles a sensação de que precisam ter sucesso. Eles têm dúvidas porque são filhos de famosos, o que pode ser chato. E os dois são artistas, então estão tentando entender aquele antigo dilema entre arte e comércio. Eu não ligo se eles morarem no porão, terem um emprego estúpido ou fumarem um pouco de maconha enquanto estão tentando descobrir”, pontuou.