Rio – A ONU já admite que falhou. É impossível “um mundo sem drogas”. Depois de dez anos de equivocada atuação de repressão comandada pelos super-heróis do planeta, os Estados Unidos, uma reunião foi feita e o bloco europeu decidiu partir para uma linha de “diminuição de danos”, que o Brasil já adotou de certa forma bem antes, enquanto a parte que cabe ao comando dos americanos continuará com essa política estúpida e falida de “acabar com as drogas”. Isso é tão possível quanto alguém comprovar cientificamente a existência de Deus.
Enquanto os cartolas mundiais fingem pensar numa solução por caminhos que não os levarão a lugar nenhum, o tráfico cresce, o consumo não diminui e o poder de fogo das gangues aumenta e vai deixando o Estado no chinelo.
Não há como analisar o tema sem considerar o contexto mundial. Continuo afirmando que interessa a todos que se alimentam desse rico mercado informal a manutenção da ignorância dos que acreditam que com guerras acabaremos com o desejo humano de usar substâncias psicoativas, principalmente as que a natureza nos oferece.
Em nosso País, o retrato desse fracasso está todos os dias no noticiário. Conflitos eternos entre policiais e traficantes. A última foi a exibição de bandidos dançando com armas em punho. É claro que nossas autoridades responderam imediatamente com a promessa de ação. Mas, por mais boa vontade que exista, não há chance real de conseguir extirpar este problema de nosso convívio com essa política atual. Enquanto ficarmos fingindo que queremos soluções de forma hipócrita, continuaremos nas mãos não só de bandidos, mas de autoridades falidas.”