Desde que o Uruguai inciou o processo de legalização da maconha em setembro de 2014, vários clubes já conseguiram o direito de começar a cultivar legalmente, assim como o autocultivo que foi regulamentado e várias pessoas puderam começar a plantar em casa, após um simples registro nos postos de correios.
Quando foi anunciado que o Uruguai iria regulamentar a maconha, também foi divulgado que farmácias passariam a vender cannabis medicinal, e assim, toda população teria acesso ao medicamento.
Nesta semana, as duas empresas licenciadas responsáveis pelo plantio de cannabis em terrenos do governo fizeram a primeira colheita regulamentada, e suas produções serão vendidas em 50 farmácias que cobrem as capitais dos 19 estados do país.
Nas próximas semanas, essa maconha passará por processos de secagem, manicure e embalagem para chegar aos pontos de venda. É provável que em agosto os uruguaios já possam comprar pacotes de 5 a 10 gramas e o preço será de aproximadamente 4 reais por grama, o mesmo valor praticado no mercado negro brasileiro, por exemplo, mas com uma qualidade incomparavelmente superior ao prensado paraguaio (que abastece boa parte do tráfico na América do Sul).
Segundo Milton Romani, secretário geral da Junta Nacional de Drogas (JND), há uma previsão para abrir registros de usuários interessados na cannabis medicinal. “Em poucos dias vamos anunciar quando vai começar. Isso depende do Ircca (Instituto de Regulação e Controle de Cannabis) mas já estamos prontos para lançar os registros dos usuários”, ele afirma.
A venda em farmácias ainda é um projeto piloto, e as autoridades não descartam outro tipo de distruibuição posteriormente. Segundo informações do El Observador, em caso de fracasso, por falta de farmácias ou postos de venda, se avaliarão outras possibilidades alternativas para se vender a maconha.
“Seguimos pensando que para cumprir a lei, o melhor é a distribuição em farmácias, mas também devemos dizer que não nos negamos a outros tipos de distribuição quando avançar a situação”, disse Romani. “Este é o melhor sistema para controlar e fiscalizar que já conhecemos em todo o mundo, de um ponto de vista proibicionista, repressivo, que gerou mais danos que as próprias drogas”, ele completa.
O modelo regulamentado no Uruguai é completamente diferente do livre mercado que acontece no estado do Colorado, nos Estados Unidos. As leis uruguaias proíbem marcas de cannabis e publicidade de qualquer produto, além disso, as vendas também são restritas aos cidadãos do país, sendo proibidas para os turistas. O oposto do que ocorre no Colorado, onde o mercado capitalista da maconha decolou e virou praticamente a corrida do ouro, gerando bilhões de dólares anualmente.