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oi! estou postando um texto do Marcelo, escrito por volta de 2002-2003 aqui no grow que permaneceu perdido na noite dos tempos e que recentemente eu resgatei e é parte integante do post de minha autoria: QUANDO COLHER (al gusto) http://www.growroom....fectcloseupjpg/ =================================================================================== Beleza galera?? Andei vendo uns posts a respeito da cura do fumo.. como faço às vezes gostaria de passar minha experiência a respeito deste assunto..portanto acendi um e vou escrevendo... Quando começei a plantar eu simplesmente colhia no momento certo ( para quem não sabe qual o melhor momento de colher eu sugiro dar uma olhada nos outros posts específicos deste tema..) esperava secar (ou às vezes nem esperava ) e fumava..... mais tarde isso se revelou um grande erro.. percebi q meu fumo estava bom mais ainda faltava algo.. começei a consultar um monte de fóruns e mais tarde comprei um pequeno livro específico sobre o assunto (la importancia del curado - Urtigueras - LCC) , que me forneceu todas as respostas para que eu iniciasse minhas experiências com a cura (nesse lance de plantar maconha só se aprende lendo bastante e experimentando mais ainda... ) .. espero com esse tutorial convence-los da importância da cura e passar o método que costatei ser mais eficaz para mim. A cura é fundamental para conseguirmos uma maconha de melhor sabor, potência e menos agressiva para nosso pulmões.. além disso com um processo adequado de cura poderíamos, ao menos em teoria, variar certos aspectos das características psicotrópicas do fumo... Os cubanos têm os melhores charutos em parte pelo apurado processo de cura que promovem em seu tabaco... o correto envelhecimento do vinho é um processo parecido com a cura... mas vamos lá.. Na etapa final do desenvolvimento da planta ela incrementa muito sua produção de resina.. nessa resina se econtram - entre muitos outros componentes - os psicotrópicos cannabinóides... os principais cannabinóides encontrados nesta etapa são: o ácido tetrahidrocannabinóico (THCA) o famoso THC o cannabidiol (CDB) e o cannabinol (CBN)... existem outros componetes variantes, e suas versões ácidas mas eles são em pequena quantidade e portanto irrelevantes para nós.. Seus efeitos aproximandos (considerando-se q cada pessoa tem uma reação diferente...) são: THCA > não é muito ativo psicotropicamente falando.. têm 10% do poder psicotrópica do THC. THC > é o componente mais conhecido e responsável pela onda euforizante q sentimos em alguns tipos de maconha.. do tipo querer ir fazer as coisas... ( apesar de estarmos bem loucos e não conseguirmos fazer nada... ) CDB > proporciona um sentimento euforizante pesado porém de curta duração... mais ou menos como quem não fuma (tabaco) e fuma um cigarro, tragando bem fundo... vc vai ficar tonto, talvez enjoado mais por pouco tempo.... os papas do assunto dizem q este é o psicotrópico que nosso sistema nervoso mais rapidamente cria resistência... tb se diz q as experiências desagradáveis com a maconha (tipo pânico e enjoo) são devidas geralmente ao CDB, por isso estas sensações são mais comuns em fumantes novatos...para os fumantes experientes no entanto este componente pode ser prazeroso.. CBN > Têm as características relaxantes da maconha (leia-se chapadonas...) Bom o THCA é o que está mais abundante neste momento (antes de colher, na etapa final de seu desenvolvimento..) um fumo com muito CBN é geralmente aquele q te dá vontade de não fazer nada.. o CBN tb acaba por se decompor em outros componentes não psicoativos, porém depois dos outros componentes acima citados.. e daí é q vem aquele fumo velho, um pouco chapante e nada euforizante.. No momento da colheita a planta têm mais THCA (pouco ativo) do que THC (muito ativo) têm tb uma parte de CDB (legal pois é bem psicoativo) e uma pequena parte de CBN ( q deixa chapadão) .. quem quizer comprovar isso basta fumar um bud ( de boa qualidade..) recem colhido... provavelmente ele não carburará mas experimentem colocar um um bong ou cachimbo.. vcs irão, provavelmente, ficar levamente euforizados (pela ação do THC) e nada chapados (pois ainda têm pouco CBN).. depois curem corretamente o fumo e tentem comparar as ondas ( se vcs se lembrarem.. ) Bom aí é q entra a primenra parte de processo de cura que é a Secagem 1. SECAGEM secagem é o processo de deshidratação da maconha (secagem mesmo.. q tira a agua e deixa ele "carburável").. e pricipalmente de transformação do THCA em THC.... isso se faz deixando o fumo em contato irrestrito com o oxigênio do ambiente.. o problema é q parte do THC se transforma em CBN e portanto o que conseguimos realmnte é aumentar o THC e o CBN ou seja nesta etapa o fumo fica mais euforizante e mais sedante ... A secagem ideal é obtida da seguinte maneira: a) corte o caule da planta e a pendure de cabeça para baixo, sem cortar as folhas... isso é util pois as folhas acabaram por cubrir os buds delicadamente, os protegendo de qualquer manipulação externa... lembrem-se q os cristais e as resinas são bastante frágeis e quanto menos as manipularmos melhor... mantenha sua planta no escuro, em um ambiente ventilado (mas sem ventanias...) e seco.. na temperatura ideal entre 18 e 22 C ( é importante não ter uma temperatura cima de 30 C pois isso acelera muito a conversão de THC em CBN e aí teremos um fumo muito chapante e pouco euforizante..) C) a secagem se dá lentamente... não tenha pressa.. caso esteja na seca compre uma paranga, mais não apresse o processo... NUNCA use fornos ou secadores de cabelo.. sei por experiência própria, q isso é nada mais do q disperdiçar o fumo... D) o processo está completo quanto o peso de tudo chegou a 25% do inicial... mas têm uma maneira mais prática de verificar.. basta tentar entortar o galho.. se ele quebrar e dentro estiver seco, beleza... E) não deixe secar demais.. pois um mínimo de humidade (cerca de 10% do peso em água) é necessário para o processo seguinte (cura) mas não deixe húmido demais pois senão vai mofar.. é galera só com o a experiência... Bom findo este processo manicurem a planta (tirem tudo q não for buds.. fohals e galhos desnecessários.. eu tiro até as folhinhas pequenas..) e passemos para a cura propriamente dita. 2. CURA Na etapa da cura queremos q a clorofila (q dá um péssimo gosto a maconha e "pega na garganta") e outros componentes se decomponham.. a correta cuar melhora muito o sabor e o aroma do fumo.. A decomposição da clorofila se dá em aproximadamente em 60 dias e a transformação de outros óleos essenciais ( q dão o aroma) se dão em 90 dias.. assim q o processo ótimo de cura leva 3 meses.. mais em uns 50 dias já temos um excelente fumo.. Lamentavelmente neste processo parte do THC oxida tranformando-se em CBN.. com a maconha perdendo assim parte de sua psicoatividade eufórica embora ganhe muito em matéria de sabor... o processo ideal de cura é uma combinação de gosto pessoal, condições ambientais e genética da planta... Uma boa maneira é ir curando e experimentando um pouquinho, até q se chege ao ponto ou se acabe a paciência... Durante a cura ocorrem nos buds inúmeras reações químicas o alguma atividade de biosintese.. basta lembrar de como amadurece e depois apodrece uma maçã, mesmo depois de colhida.. Depois de tentar algumas técnicas de cura eu faço assim: A) Guardo os buds em um recipiente hermeticamente fechado e opaco, preferencialmente aqueles vidros com tampas vedadas com borracha.. como os vidros são translúcidos eu os guardo em uma caixa de papelão ou armário fechado, sem luz... É importante q o vidro fique cheio até a metade, somente e com os buds sotinhos.. poius assim teremos um pouco de O2 necessário para a cura... Buds q pegam luz poderão acabar por desenvolver microorganismos anairóbicos q acabarão por estragar o produto final... se vcs deixarem eles com oxig6enio a vontade eles acabarão por envelhecer, oxidando todos os componentes legais... se bem q um pouco de oxigênio é necessário para a cura... a temperatua ideal é de 25 C uma vez por semana abro o vidro dou uma "mexidinha nos buds" e fecho de novo.. isso é importante para renovar o O2 e contribuir p/ quebra da clorofila... C) caixas de papelão não são indicadas pois elas renovam o ar muito... caixas de madeira, desde q bem fechadas e q a tampa feche bem são boas, mas neste caso encha a caixa de buds (assim teremos menos espaço para o O2, para compensar a renovação pela porosidade da madeira..) e a abra a cada 10 dias... eu experimentei e gostei.. Quando chegar ao ponto, geralmente após umas 6 ou 7 semanas guarde o fumo em pequenos vidros herméticamente fechados e opacos e não os abra mas... e como fumar? já q esles não podem ser abertos bom abram os vidros somente das quantidades de fumo q vcs vão consumir na próxima semana de guardem os outros sem abrir e sem renovação de O2.. outra opção é guardar pequenas quantidades de fumo em embalagens de filme preto... (sem abrir..) este é, sem dúvida, o melhor jeito de conservar a maconha.. se vcs o expuserem ao O2 depois de chegarem no ponto exato da cura a processo vai continuar, oxidando todo o THC e cagando tudo... Congelar não é uma boa opção - apesar de diminuir a velocidade da degradação dos canabinóides - pois acaba por deshidratar o fumo, danificando as moléculas que dão o aroma e sabor... O fumo velho é aquele q o THC já virou CDB e o CDB já se decompos... embora mais lentamente q o THC (note q a essa altura o THCA já foi para o caralho..) Bom e o CBD, aquele q dá pânico, e junto com o THC é o psicotrópico mais legal?? ele se decompõe lentamente... com muito pouco O2 e portanto quase q independente da armazenagem... portanto sentiremos mais os efeitos do CBD em fumos mais novinhos... mesmo se o acondicionarmos corretamente.. Reitero q tudo isso depende de ínumeros fatoras tais como gosto pessoal, e genética das plantas.. mas em linhas gerais é isso... Espero poder ter ajudado... Um abraço, marcelo ========================================================================================== em linhas gerais.. esse post é um desdobramento de um post muito interessante escrito pelo Delta, vale a pena ser lido! http://www.growroom.net/board/topic/43855-a-importancia-da-maturacao-da-cannabis/ good buds!1 point
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OOOOOOOOOOOOOOOO... Gabis rsrs Quantos anos vc tem?1 point
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Salve irmão, como vc está!!! Pow faz muitos anos que não vou num show de metal...1 point
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Ah mano vou te falar, Eu antes de qualquer coisa vim no forum li topicos, vi que tinha um topico sobre seedsbank, e troquei ideia com o pessoal que respondeu ai de cima @Resinaldo, @Rasthael e assim cannabiorganicgen ninguem recomenda, tem essa pira de ser falcatrua dos caras, mesmo vendo varios relatos eu quis pagar pra ver e assim as sementes chegaram, foram 2, apenas 1 germinou e outro problema, comprei automatica e veio fotoperiodo, ta lá no grow vegetando enquanto era pra ter terminado o ciclo dela já e quem me garante agora que aquilo nao é uma semente de pren, eu ainda quero botar fé que é a dwarf que eu queira, mas assim mano eu paguei pra ver e já to resolvido esses caras nunca mais, dica que eu te dou é buscar algo no instagram, lá tem uma galera ponta firme que faz cruzas de geneticas boas tipo fastbuds.. Pior pra mim que eu tava com seed de cruza da fastbuds automaticas, mas quis levar a dwarf que era pra ser automatica nesse ciclo pra ter 2 strains diferentes pra degustar, pro meu auto sustento, finalizar tudo junto saca e me fodi, podia ter plantado outra da fastbud pra garantir minha colheita agora fim de ano e nao precisar ter um novo ciclo em sequencia desse que ta terminando, agora to lá vou colher 1 planta, é meu primeiro cultivo ta ligado e nao rendeu tao bem, mas eu queria dar um tempo antes de começar o proximo, enfim segue a dica ai man abandona os caras. Desculpa pelo desabafo ai é que ta sendo bem dificil manter esse ciclo, sucesso pra ti e bons cultivos.1 point
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salve salve galera do growroom!!! estou aqui pra trocar experiencias com os muitos usuarios presentes. pretendo no proximo cultivo melhorar nas tecnicas e sementes usadas para obter melhor resultado. fiquei apaixonado pelo cultivo da cannabis, o resultado final foi satisfatorio. FUMO PRENSADO NUNCA MAIS! sem mais conversa, vamos ao cultivo: meu primeiro cultivo foi de sementes de prensado, colocadas pra germinar direto na terra. substrato feito com terra adubada, humus de minhoca e fibra de coco. no inicio as plantas ficavam indoor, mais por problemas pessoais fui obrigado a colocalas outdoor e posteriormente em guerrilha! tudo começou com uma brincadeira, achei q nao nasceria a semente q coloquei na terra.. mais ai... a felicidade começando a surgir 3 bebezinhos a mocinha crescendo! o primeiro grow, improvisado com tabuas de mateira e maderite a situação começando a melhorar, apos algumas pesquisas aq no forum.. refletor 400w !!! depois de alguns meses...as 3 FLORINDO, um sacudo! 2 femeas! problemas tecnicosss... meninas outdoor! percebi uma mudança nas folhas, ficaram mais "cavadas" apontando pra cima. elas adoram a natureza. a luz da lua influencia bastante tbmm... algumas amarras... ACIDENTES ACONTECEMMM... agora depois q as meninas foram pra guerrilhaa... alguns intrusos (q por sinal levaram quase metade de uma planta) e apos mto trabalho ... A COLHEITA! secando curando e por fim, o test driveee!! haha1 point
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ai meu deulssss...... tu chegou ontem, e quer cagar regra??? mermão, cultivador fala de preço sim; cultivando maconha, ou uva, ou cana, ou laranja etc... agora quer censurar falar de preços??? por que seria estimular a pessoas??? pooorra, ninguem ta apontando arma pra ninguem pra vender maconha (que seria bom)... apenas debatemos preços na atual conjectura. se vc foi seduzido pelo dinheiro sinto muito.... engraçado isso devido ao seu avatar1 point
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Para todos q querem ententer um pouco o funcionamento do "x" e do q é o proceder na cadeia... coisas d "'sujeito homem"' q se eu não soubesse... tinha virado presunto rapidinho.... muito boa a tese do mano Adalton... Adalton Marques Apesar de inscrever-se na tradição kantiana para pensar o conhecimento, Durkheim considera preciso ultrapassa-la, evitando assim a alternativa do apriorismo e do empirismo. Para tanto, lança os fundamentos de uma sociologia do conhecimento, identificando as categorias do conhecimento com as representações coletivas, dando, portanto, uma resposta positiva (transpõem as velhas questões epistemológicas para a ciência positiva dos fatos sociais) e empírica (coloca as categorias no âmbito dos fenômenos sociais, recuperando seu vínculo empírico) a este problema. Deste modo, no projeto durkheimiano as formas de classificação não são mais universais, mas, além de arbitrárias, são objetivações das determinações próprias da sociedade (Pinheiro, 2004; Bourdieu, 2000; Durkheim, 2003). Embasados por esta teoria, tentaremos demonstrar como um complexo conjunto de regras existente no interior do mundo prisional e denominado pelos próprios presos de “proceder”, pode ser entendido nos termos de um sistema classificatório, pois faz, entre outras coisas, ordenar hierarquicamente o mundo prisional em diferentes espaços, tempos, grupos etc, separados nitidamente por linhas demarcatórias que são do conhecimento de todos aqueles pertencentes a esta população (Durkheim & Mauss, 1981). Veremos que seu conteúdo alterou-se ao longo do tempo, ou seja, enquanto alguns acordos e regras que estavam diretamente ligados a ele perderam sua validade outros entraram em vigência recentemente. No entanto, veremos também que estas mudanças históricas não alteraram sua capacidade de organizar a experiência cotidiana da população carcerária e a divisão espacial do espaço prisional. A partir de nosso material coletado – três entrevistas com ex-presidiários em outubro de 2004; conversas com sete ex-presidiários, com dois filhos e um irmão de ex-presidiários e com a mãe de um preso ao longo do ano de 2005; entrevistas acompanhadas de relatos etnográficos com o diretor do núcleo de educação, dois funcionários e dois presos da Penitenciária José Parada Neto em fevereiro de 2006; e, por fim, análises de letras de rap – verificamos a existência de um complexo conjunto de regras que perpassa parte da experiência cotidiana no interior do mundo prisional, balizando a forma de se pedir licença para ficar em uma determinada cela, a forma de se despedir no dia em que for concedida a liberdade, o modo de se portar durante os dias de visita, os esportes, as formas adequadas de utilização do banheiro e de conservação da higiene nas celas, o modo específico da conduta dos evangélicos, a escolha das vestimentas, os acordos econômicos, as trocas materiais, a distinção entre presos de acordo com os motivos que os levaram à prisão e de acordo com a história destes antes mesmo do cárcere, as resoluções de litígios entre presos, enfim, as decisões sobre quem deve ser punido por não cumprir tais regras e como deve ser punido segundo sua falta. Verificamos também que todas estas distintas regras estão compactadas, pela população carcerária, numa única categoria nativa: o “proceder”. Até onde nossa pesquisa nos permitiu aferir, o verbo proceder não é tomado pelos indivíduos que habitam o mundo prisional para indicar uma ação, mas, sobretudo, para indicar um atributo do indivíduo. De tal forma que não é dito “ele procede”, mas sim, “ele tem proceder”. Assim sendo, são acusados de “não ter proceder” aquele que não pagou uma dívida de drogas, aquele enquadrado no artigo 213 do código penal (estuprador), aquele que olhou para o familiar de um preso no dia de visita, aquele que não mantém a higiene dentro da cela, aquele que permanece sem camisa durante as refeições, aquele que delata seus companheiros à administração prisional etc . Esta dicotomia “ter proceder” vs “não ter proceder” produz uma divisão espacial do ambiente prisional entre “convívio” e “seguro” (ou “amarelo”)(ou seguro de cú..n.t). A seguir descreveremos as características de cada um destes espaços e inseriremos uma reprodução gráfica da Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado (Tremembé II) elaborada por um de nossos entrevistados que por lá passou, considerada válida para a Penitenciária José Parada Neto (Guarulhos I) segundo um funcionário da mesma. Cremos que esta ilustração nos ajuda na compreensão da divisão espacial no mundo prisional: O “Convívio” é o espaço habitado pelos indivíduos que se reconhecem como cumpridores do conjunto de regras do “proceder”, cujo não cumprimento implica em exclusão deste espaço; ou seja, é lá o lugar dos indivíduos que “tem proceder”. É o espaço daqueles que mantém a honra, pautada no cumprimento de suas regras severas, seja pelo próprio senso de honra ou pelo medo da reprovação diante da opinião pública e conseqüentemente das punições cabíveis (Bourdieu, 2002b). É o espaço daqueles que são “ladrões” ou “bandidos”, daqueles que honram seus nomes e, portanto, são “homens” – adjetivos dados aos indivíduos que tem “proceder”. Trata-se, portanto, de um espaço investido de sacralidade, onde a honra de cada indivíduo que ali habita é constantemente provada, ou, dito de outra forma, onde a opinião pública está, a todo instante, julgando as ações de cada individuo. A honra destes indivíduos está no cumprimento dos compromissos, na conduta digna no cotidiano da cadeia e na preservação do próprio nome. Por sua vez o “seguro” (ou “amarelo”) é o espaço que abriga aqueles presidiários que jamais conseguiriam manter suas vidas habitando o “convívio”. Trata-se de uma criação institucional, um mecanismo criado para salvaguardar os presos ameaçados por outros. É o lugar daqueles que, certamente seriam punidos com a morte por não se adequarem às regras do “proceder”. Cabe aqui enfatizar uma pequena diferença na trajetória dos habitantes deste espaço, a fim de mostrar um pouco da lógica desta composição. Este espaço é composto por indivíduos que quando presos vão direto para o “seguro” sem poder ao menos pisar no “convívio”, tais como, estupradores, “pé de pato” (justiceiros), indivíduos que tem “inimigos” no “convívio” e querem evitar o confronto etc; e, por indivíduos que, habitando o “convívio”, acabam por quebrar as regras do “proceder” e não restando outra opção, fora a morte, pedem proteção institucional e se abrigam no “seguro”. Entre estes últimos estão indivíduos que devem droga para traficantes do “convívio”, indivíduos que se envolvem em “quiaca” (briga) e não estão dispostos a matar ou morrer, enfim, indivíduos infratores de alguma regra do “proceder” que não pode ser relevada pelos demais detentos. Este é, portanto, o espaço daqueles que perderam a liberdade de estar entre os presos “comuns”, daqueles que além de punidos pela sociedade, foram punidos pelos detentos. Trata-se, portanto, de uma espécie de esconderijo criado pela administração carcerária para os indivíduos que estão com suas vidas ameaçadas no “convívio”. Desta forma, podemos dizer que a distinção da população carcerária passa por mecanismos institucionais, no entanto, o cerne da distinção, permanece na moral proposta pelo “proceder”. Desta breve exposição sobre o “proceder” podemos tirar uma primeira conclusão, segundo a qual, ele cumpre a função de associação e dissociação, ou melhor, de distinção entre a população carcerária. O que queremos dizer é que os habitantes do “convívio” se reconhecem como os portadores legítimos do “proceder” e é isso que os distinguem dos demais (Bourdieu, 2003). No entanto, apesar do cumprimento deste conjunto de regras ser considerado por todos os nossos entrevistados uma condição sine qua non para um indivíduo ser reconhecido como um “homem de proceder”, verificamos que alguns acordos e regras perderam sua validade ao longo do tempo enquanto outros surgiram mais recentemente, mas que durante seus períodos de vigência todos trouxeram ou trazem em seu âmago a classificação e hierarquização da população carcerária entre os que “tem” e os que “não tem proceder”. Nossa tarefa final, portanto, consiste em descrever e analisar dois relatos de parentes de (ex) presidiários que ilustram o surgimento de um trato entre presos na segunda metade da década de 1970 e a imposição política do PCC no século XXI dentro das unidades prisionais do Estado de São Paulo e, por conseguinte, elucidar como em ambas as configurações o que se arvora é determinar o que é estar de acordo com o “proceder”. O primeiro destes relatos foi feito pelo filho de um ex-presidiário que permaneceu no cárcere de 1976 a 1992, sendo a maior parte deste período na Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru). Entre as histórias de quando visitava seu pai na prisão que nos relatou e as que lhe foram contadas pelo próprio pai, a que mais interessa para este artigo é a do surgimento da gíria “bola de meia”, exatamente por estar profundamente ligada à categoria nativa de “proceder” e de “convívio”. De acordo com este relato, os primeiros anos de prisão de seu pai foram vividos na carceragem de um distrito policial (DP), local onde aguardava o julgamento que o transferiria para Casa de Detenção. Na carceragem deste DP havia apenas o espaço da cela que era dividido pelos presos e um pequeno banheiro com apenas uma privada. Portanto, no interior daquele espaço havia somente os corpos destes homens, seus trajes e uma latrina. Somada a esta situação, a administração carcerária não permitia que nenhum artefato que pudesse ser transformado em arma chegasse à cela. A radicalidade desta política impedia até a entrada de recipientes de água no interior da cela, restando aos presos, portanto, apenas a água da privada. No entanto, um carcereiro que terminava seu turno de trabalho às seis horas da manhã passou a oferecer aos presos um balde de água potável, sob a condição de ser mantido o sigilo sobre aquele ato e de ser devolvido o balde em segundos. Diante de tal circunstância, os presos realizaram um trato que consistia em lavar a privada todos os dias às cinco e meia da manhã, antes da oferta de água, tapando seu fundo com uma bola feita de meias para despejar e conservar a água potável recebida e devolver rapidamente o balde ao carcereiro. A partir de então, os presos deveriam permanecer sem urinar ou defecar até o momento em que a água tivesse sido totalmente consumida ou ao anoitecer, pois neste instante retirava-se a bola de meias e autorizava-se a utilização da privada para saciar as necessidades fisiológicas de cada um. Às cinco e meia da manhã do dia posterior iniciava-se o ciclo novamente. Neste rígido trato o bem estar coletivo estava antes do individual; pouco importava se um indivíduo estivesse no limite de suas necessidades fisiológicas, pois a água deveria ser conservada até o final. Não havia a possibilidade de todos sentirem sede para que um não sentisse vontade de urinar ou defecar. Aqueles que não conseguiram conter suas vontades fisiológicas durante a vigência destas regras foram assassinados ou mandados para o “seguro”. Portanto, uma das condições para permanecer no “convívio” era conseguir adaptar-se ao ritmo da coletividade, anulando, deste modo, o ritmo das próprias vontades fisiológicas. Vemos, assim, como este trato produzia um sistema classificatório capaz de organizar a temporalidade da vida social, a divisão espacial da carceragem e a distinção e hierarquização daquela população entre os capazes e os não capazes de “ficar na bola de meia”, ou seja, entre os aptos a permanecer no “convívio” e os condenados a morte ou a viver no “seguro”. Segundo aquele rapaz, seu pai dizia que uma das condições para se “ter proceder” é a disposição para “ficar na bola de meia”. O mais impressionante é que meus entrevistados mais jovens (que permaneceram presos de 1995 em diante) também consideram que “ficar na bola de meia” é uma qualidade de quem “tem proceder”, sem, no entanto, saberem de histórias parecidas à que aqui foi contada, ou seja, sobre o surgimento desta gíria. Basicamente, dizem que “ficar na bola de meia” é saber aguardar o momento certo para tomar alguma atitude, é saber se conter para não produzir uma contenda com outros, enfim, é dominar a si próprio para não cair em alguma enrascada. Apesar destes presos mais jovens não terem precisado se organizar para fundar um trato idêntico ao que foi descrito acima, veremos a partir do outro relato que eles fundaram um novo trato, também ancorado na dicotomia “ter proceder” ou “não ter proceder”, capaz de organizar a experiência cotidiana do mundo prisional. O segundo relato foi-nos contado pela mãe de dois ex-presidiários e de um presidiário encarcerado desde 2004, ao qual esta história se refere. Inicialmente ela contou-nos sobre a prisão do filho no ano de 2004, junto com um amigo, por cometerem um assalto a mão armada, quando foram encaminhados para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Santo André onde permaneceram alguns meses. Segundo ela, esta cadeia estava sob o domínio do Primeiro Comando da Capital (PCC) e nela todos os presos solicitavam à administração prisional para não serem transferidos para cadeias que não estivessem sob o controle da mesma facção, pois isto certamente os levaria a confrontos mortais com os líderes de outras facções. Pelo menos estes dois rapazes tiveram seus pedidos atendidos, sendo transferidos para o CDP Joaquim Fonseca Lopes (Parelheiros). Numa das visitas feita a seu filho, já em Parelheiros, esta mãe ficou perplexa ao verificar uma grande bandeira feita em lençol branco, hasteada no pátio da prisão, com a menção “Paz, Justiça e Liberdade” no ponto mais alto, um grande revolver desenhado no meio, quatro dígitos seguido da sigla PCC mais abaixo e ainda mais abaixo (e em letras menores) três dígitos seguido da sigla CV (Comando Vermelho). Ao indagar a seu filho sobre o significado daquela bandeira, ele respondeu que enquanto ela estivesse estendida não poderia haver qualquer acerto de contas no interior da prisão, e que, portanto, nos dias de visita impreterivelmente ela estaria hasteada. Explicou que isso fazia parte da proposta política do “Partido” (PCC) e da “Cevera” (CV), pois, em todas as cadeias dominadas por eles estavam decretadas duas ordens centrais: 1) a conservação da paz entre os presos do “convívio”, não podendo, portanto, haver acerto de contas e assassinatos entre presos sem a prévia consulta dos “irmãos”, indivíduos pertencentes ao “Partido”; e, 2) a obrigação de todos no propósito comum de “quebrar cadeia” (tentar constantemente fugir) e “bater de frente com a polícia” (decretar guerra contra o corpo policial). Ainda no regime anterior ao predomínio do PCC os litígios entre presos eram levados ao pátio da prisão e debatidos entre os “faxinas” – presos altamente considerados pelo seu histórico no mundo do crime e por terem “proceder” e, portanto, elevados à condição de detentores do monopólio para administração das contendas entre presos – para que assim se chegasse a decisão sobre quem se mantinha como “homem de proceder” e qual a sentença para o outro. No entanto, havia um grande número de facções convivendo no interior das unidades prisionais, produzindo e resolvendo litígios que não passavam pela opinião dos “faxinas”. Este foi o ponto de inflexão que caracterizou o declínio dos antigos “faxinas” da posição que ocupavam e a ascensão dos “irmãos” aos cargos de “faxinas”, por pertencerem a facção que se firmava como dominante no interior da maioria das prisões do Estado de São Paulo. A pesquisa realizada até aqui nos permite aferir uma relação de variáveis na qual, a ascensão do PCC ao domínio da maioria das cadeias do Estado de São Paulo é acompanhada pelo crescimento da população carcerária instalada em “seguros”. Para conter tal situação a administração prisional reservou algumas de suas penitenciárias para acomodação destes presos ameaçados de morte em cadeias do PCC. Vemos, portanto, que se por um lado o PCC decretou a paz entre os presos que permaneceram no “convívio” das unidades prisionais sob seu domínio, por outro exilou no “seguro” ou matou um grande número de presos que não se adaptaram a nova política instalada ali. No período anterior, nada impedia que um indivíduo que pretendesse cumprir completamente sua pena, não se envolvendo, portanto, nas tentativas de fuga dos demais, fosse considerado como um “homem de proceder”. Nos dias atuais os presos que se portam assim são execrados pelos pertencentes do PCC e considerados “coisas”, “lagartos” ou indivíduos que “gostam de cadeia”, ou seja, indivíduos que não estão em conformidade com a política do PCC, e, que, portanto, não “têm proceder”. Enfim, apesar das regras que caracterizam o “proceder” terem sido alteradas ao longo do tempo, suas diferentes configurações continuaram a produzir um sistema classificatório, de acordo com o sentido que esta noção tem para a concepção durkheimiana. Do mesmo autor é a asserção segundo a qual a sociedade supõe uma organização consciente de si que não é outra coisa que uma classificação. Deste modo, cremos que o “proceder”, em suas mais variadas configurações, corresponde à maneira pela qual a sociedade prisional pensa as coisas de sua experiência própria. Graduando do 8o semestre em Sociologia e Política da Escola de Sociologia e Política de São Paulo (ESP-SP) e bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), sob orientação do Dr. Marcos Rufino. Para outras constatações sobre as regras no mundo prisional ver Dias (2005a e 2005b), Bicca (2005) e Sá (1996). Há outros espaços como a “cela dos evangélicos”, o “pátio”, o “pote” (castigo, solitária, pra onde eu fui por 30 dias trancado sem banho d sol, num espaço de 2x2 m ...por acharem um celular no barraco, mais sai d lá como heroi, por ter segurado a bronca sozinho...n.t.), a “cozinha”, a “escola”, as “oficinas”, a “inclusão” etc, imprescindíveis para compreensão do mundo prisional que, no entanto, são secundários para a discussão travada aqui. Para obter dados sobre as Penitenciárias do Estado de São Paulo ver http://www.admpenitenciaria.sp.gov.br/. O espaço “seguro” é a prova concreta da permanente ação julgadora da opinião pública do “convívio”. Em nosso Trabalho de Conclusão de Curso aprofundamos a análise valendo-nos das noções de campo e habitus para demonstrar que, o “respeito” diante das regras do “proceder” é o capital específico em jogo nas lutas que tem lugar no mundo prisional. Ou seja, afirmamos que a crença ali sustentada é o conhecimento e a disposição (o poder sobre um uso particular) para manter-se de acordo com um sistema simbólico particular, qual seja, o “proceder” (Bourdieu: 2003, 2002a e 2000). Um exemplo de cadeia assim é a Penitenciaria José Parada Neto (Guarulhos I) dominada pelo Comando Revolucionário Brasileiro do Crime (CRBC) e adjetivada pelos presos de cadeias sob o domínio do PCC de “cadeia de coisa” ou “cadeia de lagarto”. Um salve pros manos do barraco.... Paz1 point
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Oi gente... Já tinha fumado antes uma duas vezes Mas fazia cerca de 5 anos atrás e nestas duas já tinha tido uma experiência péssima, onde me sentia fora do corpo e como se tudo fosse um sonho e o mundo não existisse de verdade. Fora das noções do tempo (para mim se passavam horas e não havia passado nem 5 minutos no relógio). Decidi novamente tentar dar uma chance para a maconha, fumei foi no final de novembro e novamente voltou a mesma bad trip. Eu gritava, chorava e não me sentia no corpo.. como se tudo não passasse de um sonho e por horas como se não significasse nada. Me esquecendo de quem sou e da vida que levo. Pois bem, este sábado sem fumar, sem consumir e sequer cheirar a maconha... novamente tive o efeito da mesma. Comecei a me sentir fora do corpo, como se estivesse sonhando, como se nada daquilo que estava vivendo no momento, fosse real e comecei a chorar sem sentir minhas lágrimas. Mas não usei, sequer pensei em maconha neste dia. Alguém sabe dizer se é normal? Ou já passou por isso?0 points