" Em razão do policiamento e da repressão agressivos exercidos por uma Igreja que a condenava, menções explícitas à cannabis na Europa são raras desde a Idade Média até meados do século XIX. No entanto ocultistas e alquimistas de tempos remotos provavelmente sabiam dos atributos espirituais da cannabis e deles se beneficiavam, como muitos de seus descendentes espirituais fizeram. Em 'Ouro Verde, a árvore da vida' os autores sugerem que os primeiros rosa-cruz e maços tomaram conhecimento dos poderes da cannabis através de seu contato com os árabes. Textos medievais esotéricos e alquímicos contêm profusas referências ao sufismo e ao zoroatrismo, duas tradições intimamente ligadas a plantas psicoativas, entre as quais a cannabis. E, é claro, os escritos de François Rabelais trouxeram à tona a associação antes encoberta entre cannabis e conhecimento esotérico. Entre os ocultistas posteriores, Aleister Crowley (1875/1947) escreveu com enlevo sobre a cannabis em seu ensaio de 1907, 'A psicologia do haxixe', afirmando: 'o ato de me exaltar misticamente e continuar minhas invocações enquanto a droga dissolvia a matriz de minha Alma diamantina' constituía 'o supremo ritual de todas as religiões'. Entre seus discípulos e iniciados do haxixe estava o escritor de ficção científica H.G.Wells. O poeta W.B.Yates também freqüentava círculos esotéricos, nos quais conheceu Crowley e os companheiros ocultistas Dion Fortune e A.E. Waite." ( texto do "Grande livro da Cannabis", de Rowan Robinson, da Zahar Editor, págs.58/59 - imagem da pág.58)