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Votação de liberação do canabidiol é adiada por tempo indeterminado Substância presente na maconha é capaz de diminuir convulsões de crianças que sofrem com graves crises epiléticas
O canabidiol vem na forma de pasta, dentro de seringa plástica (Foto: Alexandre Rezende)
O drama de pais que lutam pela liberação do canabidiol continua. Segundo a assessoria de imprensa da Anvisa, Jaime Oliveira (um dos diretores da agência com poder de voto) pediu nova ampliação do prazo de votação na semana passada. Pelo regimento, quando isso acontece, a votação fica adiada por tempo indeterminado, até que o diretor se sinta apto a tomar sua decisão.
O primeiro encontro para discutir a liberação do canabidiol aconteceu em 29 de maio e reuniu 5 diretores com poder de voto. Um deles, Renato Porto, o relator do processo, foi o primeiro e único a votar. Ele se manifestou contrário à liberação. O segundo seria Jaime Oliveira, mas ele pediu vistas do processo. A nova reunião deveria acontecer três meses depois, em agosto. Porém, com o novo pedido de ampliação de prazo, não existe mais uma data limite para a decisão final.
A polêmica em torno do canabidiol gira em torno da maconha, a planta de origem da substância. No entanto, o produto não causa as alucinações típicas da droga fumada. Ele não se encontra listado na Convenção de Substâncias Psicotrópicas da ONU e já se sabe que o que causa os efeitos da maconha é o THC, outra substância.
O canabidiol vem na forma de pasta e é liberado em diversos países, como Alemanha, Uruguai, Israel, Espanha, Holanda e em 22 estados norte-americanos. Ele é a esperança de muitas crianças com doenças raras, que sofrem com dezenas de crises epiléticas por dia.
“É vergonhoso. Uma tristeza, decepção. Todo mundo estava esperando que seria em agosto. Essa é a triste realidade do Brasil, um país que anda para trás. Estamos tentando, pedindo, mostrando os resultados positivos, e eles estão fechando os olhos para isso. Há rumores de que isso tudo seja jogada política, pois os conservadores podem ser contra”, diz a dona de casa Aline Barbosa, que importa ilegalmente o medicamento para sua filha Maria Fernanda, de 2 anos.