Em um país fortemente influenciado pelo cristianismo como o Brasil, realmente a marcha tem que ser percorrida por uma rota indireta, por trás das linhas inimigas e camuflando os nossos interesses, porque há trincheiras por toda parte bloqueando o avanço. O uso medicinal é o carro chefe que blinda a infantaria, que vem logo atrás... se o uso medicinal entrar no terreno, a infantaria recreacional e religiosa logo atrás não terão dificuldade em passar também. Eu faço parte da infantaria, mas por ora, estou observando tudo de longe e de binóculos... estou em uma posição melhor de observação porque me retirei da sociedade em um processo lento de mudanças e por isso sou invisível à Matrix social.
Afirmei em alguns dos meus posts anteriores sobre este mesmo tema de como seria a reação dos conservadores a ideia da legalização recreacional direta. A rota terá de ser traçada dando uma volta bem longa ao redor da montanha até podermos atingir o outro lado e entrar na estrada que leva ao nosso objetivo. No entanto, eu sou contra o Estado ainda ter o poder de decidir quem pode ou não pode ter o acesso, seja qual for a modalidade de uso... a burocracia criará uma máfia de licenças e privilégios. A medicina é uma máfia que movimenta rios de dinheiro. Somos o país das castas e dos privilegiados. Ganha mais quem tem mais a pagar. O Estado lutará para manter o seu status de controlador, mas não podemos compactuar com isso e o Direito não pode permitir que o Estado faça juízo moral da liberdade de escolha de um indivíduo.