Ir para conteúdo

G.L.

Usuário Growroom
  • Total de itens

    219
  • Registro em

  • Última visita

Tudo que G.L. postou

  1. LEI Nº 13.541, DE 7 DE MAIO DE 2009 Proíbe o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, na forma que especifica O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei: Artigo 1º - Esta lei estabelece normas de proteção à saúde e de responsabilidade por dano ao consumidor, nos termos do artigo 24, incisos V, VIII e XII, da Constituição Federal, para criação de ambientes de uso coletivo livres de produtos fumígenos. Artigo 2º - Fica proibido no território do Estado de São Paulo, em ambientes de uso coletivo, públicos ou privados, o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos ou de qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco. § 1º - Aplica-se o disposto no “caput” deste artigo aos recintos de uso coletivo, total ou parcialmente fechados em qualquer dos seus lados por parede, divisória, teto ou telhado, ainda que provisórios, onde haja permanência ou circulação de pessoas. § 2º - Para os fins desta lei, a expressão “recintos de uso coletivo” compreende, dentre outros, os ambientes de trabalho, de estudo, de cultura, de culto religioso, de lazer, de esporte ou de entretenimento, áreas comuns de condomínios, casas de espetáculos, teatros, cinemas, bares, lanchonetes, boates, restaurantes, praças de alimentação, hotéis, pousadas, centros comerciais, bancos e similares, supermercados, açougues, padarias, farmácias e drogarias, repartições públicas, instituições de saúde, escolas, museus, bibliotecas, espaços de exposições, veículos públicos ou privados de transporte coletivo, viaturas oficiais de qualquer espécie e táxis. § 3º - Nos locais previstos nos parágrafos 1º e 2º deste artigo deverá ser afixado aviso da proibição, em pontos de ampla visibilidade, com indicação de telefone e endereço dos órgãos estaduais responsáveis pela vigilância sanitária e pela defesa do consumidor. Artigo 3º - O responsável pelos recintos de que trata esta lei deverá advertir os eventuais infratores sobre a proibição nela contida, bem como sobre a obrigatoriedade, caso persista na conduta coibida, de imediata retirada do local, se necessário mediante o auxílio de força policial. Artigo 4º - Tratando-se de fornecimento de produtos e serviços, o empresário deverá cuidar, proteger e vigiar para que no local de funcionamento de sua empresa não seja praticada infração ao disposto nesta lei. Parágrafo único - O empresário omisso ficará sujeito às sanções previstas no artigo 56 da Lei federal n.º 8.078, de 11 de setembro de 1990 - Código de Defesa do Consumidor, aplicáveis na forma de seus artigos 57 a 60, sem prejuízo das sanções previstas na legislação sanitária. Artigo 5º - Qualquer pessoa poderá relatar ao órgão de vigilância sanitária ou de defesa do consumidor da respectiva área de atuação, fato que tenha presenciado em desacordo com o disposto nesta lei. § 1º - O relato de que trata o “caput” deste artigo conterá: 1 - a exposição do fato e suas circunstâncias; 2 - a declaração, sob as penas da lei, de que o relato corresponde à verdade; 3 - a identificação do autor, com nome, prenome, número da cédula de identidade, seu endereço e assinatura. § 2º - A critério do interessado, o relato poderá ser apresentado por meio eletrônico, no sítio de rede mundial de computadores - “internet” dos órgãos referidos no “caput” deste artigo, devendo ser ratificado, para atendimento de todos os requisitos previstos nesta lei. § 3º - O relato feito nos termos deste artigo constitui prova idônea para o procedimento sancionatório. Artigo 6º - Esta lei não se aplica: I - aos locais de culto religioso em que o uso de produto fumígeno faça parte do ritual; II - às instituições de tratamento da saúde que tenham pacientes autorizados a fumar pelo médico que os assista; III - às vias públicas e aos espaços ao ar livre; IV - às residências; V - aos estabelecimentos específica e exclusivamente destinados ao consumo no próprio local de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, desde que essa condição esteja anunciada, de forma clara, na respectiva entrada. Parágrafo único - Nos locais indicados nos incisos I, II e V deste artigo deverão ser adotadas condições de isolamento, ventilação ou exaustão do ar que impeçam a contaminação de ambientes protegidos por esta lei. Artigo 7º - As penalidades decorrentes de infrações às disposições desta lei serão impostas, nos respectivos âmbitos de atribuições, pelos órgãos estaduais de vigilância sanitária ou de defesa do consumidor. Parágrafo único - O início da aplicação das penalidades será precedido de ampla campanha educativa, realizada pelo Governo do Estado nos meios de comunicação, como jornais, revistas, rádio e televisão, para esclarecimento sobre os deveres, proibições e sanções impostos por esta lei, além da nocividade do fumo à saúde. Artigo 8º - Caberá ao Poder Executivo disponibilizar em toda a rede de saúde pública do Estado, assistência terapêutica e medicamentos antitabagismo para os fumantes que queiram parar de fumar. Artigo 9º - Esta lei entra em vigor no prazo de 90 (noventa) dias após a data de sua publicação. Palácio dos Bandeirantes, 7 de maio de 2009. JOSÉ SERRA Luiz Antônio Guimarães Marrey Secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania Luiz Roberto Barradas Barata Secretário da Saúde Guilherme Afif Domingos Secretário do Emprego e Relações do Trabalho Aloysio Nunes Ferreira Filho Secretário-Chefe da Casa Civil Publicada na Assessoria Técnico-Legislativa, aos 7 de maio de 2009.
  2. a lei também impede qualquer possibilidade de que os fumantes fumem onde NÃO há não fumantes.
  3. fala moon bay! concordo com a tua opinião só acho que a frase do amigo Adrian Rogers é meio escorregadia. olha só quem eh o personagem: (fonte: wikipedia) Adrian Pierce Rogers (September 12, 1931 – November 15, 2005), was an American pastor, conservative, author, and a three-term president of the Southern Baptist Convention (1979-1980 and 1986-1988). é isso! paz!
  4. "A imprensa tem que ser livre. A liberdade de imprensa é um dos instrumentos mais importantes para o fortalecimento da democracia. Não pode haver democracia sem a imprensa livre. Você não pode cercear o direito à liberdade de imprensa." o importante pra entender esse trecho é sempre substituir a palavra "imprensa" por "empresas que vendem informação". Eles defendem que suas empresas, seus capitais monstruosos, são e serão sempre o bastião da democracia... eu também queria ter um Negócio pra ganhar muito dinheiro que eu pudesse vincular com a defesa da democracia... imagina só do que eu poderia chamar aqueles que não gostassem de mim. A lei do cigarro é absurda porque 1) ela é intransigente com os espaço privados. não permite que estabelecimentos privados possam optar por alternativas, como um alvará especial para estabelecimento de fumantes. 2) destaca um efetivo de fiscais absurdo (tem até VIATURA de fiscais anti-tabaco em são paulo, com direito a carro todo adesivado e coletinho especial). 3) obriga todos os comércios a botarem o símbolo tosco dessa lei cretina nas dependências das lojas, MESMO DENTRO DE SHOPPING CENTERS, onde já é proibido pela lei, com o intuito OBVIAMENTE eleitoreiro de disseminar esse símbolo glorioso da luta anti-tabagista. 4) Essa lei tem por trás um discurso ideológico de saúde que reflete a contemporaneidade: o Estado não garante a saúde dos cidadãos, ele IMPÕE a saúde para os cidadãos. E ainda vem com slogans risíveis, como um painel na Av. Dr. Arnaldo dizendo "São Paulo respira melhor há XXX dias" (n de dias desde d q alei entrou em vigor), essa porra escrita no meio duma puta avenida cheia de carros soltando infinitos gases poluentes.
  5. Oh loko, moon bay... essa citação aê é altamente reacionária!! "O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém." Então quer dizer que dar atenção básica de saúde e saneamento básico pra pobre significa tirar saúde e saneamento básico dos ricos... que crime! "É impossível multiplicar riqueza dividindo-a." Quem quer multiplicar riqueza são os próprios ricos! O que se quer é condições básicas de vida e menos desigualdade social, não uma sociedade de multimilionários. comentários a esse texto à parte, como isso se relaciona ao assunto?
  6. acho que o mote de um evento como esse seria chamar a atenção para o fato de que EXISTEM growers, e eles (ou alguns deles) não sentem que devem se esconder por isso. A idéia de chamar a atenção da população com uma ação dessas seria para 1) manifestar contra as injustas prisões recentes de cultivadores para uso próprio, mostrando como a polícia, na atual legislação, continua gastando tempo com o usuário de forma burra, e 2) aproveitar a atenção para expor a crítica à guerra às drogas. Acho que para uma ação como essa, óbvio que se teria que fazer contatos FORTES e bem estabelecidos com a imprensa, mas além disso, a motivação política teria que estar muito clara e bem montada, para não parecer que é coisa de moleques chamando atenção à toa. Teríamos que imprimir panfletos, conversar com a imprensa sobre o que acreditamos e o porque estarmos nos manifestando dessa forma! Seria algo para ser feito por pessoas dispostas a passar um tempo na DP e a perder uma plantinha. Para os que tem conhecimento jurídico, quão fácil se enquadraria um ato desses como apologia? Não sei se da fato é uma ação factível assim solta... acho que é algo para agente ir discutindo aqui e quem sabe na Marcha de 2011 não rola um "Plantaço"? ehehe eu pessoalmente acredito que a "ala grower" da marcha pode e deve pensar em atitudes como essa pro futuro!
  7. Fala BC, tou curtindo muito a conversa desse post, acho que estamos tratando dos temas mais vanguardistas do movimento! então, no nosso Coletivo, tivemos discussões sobre modelos de legalização. Nos pareceu que 3 modelos eram os mais evidentes, embora não auto-excludentes: modelo Liberal, onde as drogas poderiam ser vendidas por empresas como são hoje vendidos o álcool e o tabaco; o modelo Estatal, onde o Estado teria o monopólio da produção e possivelmente da venda (seria criado algo como uma "Narcobrás" hehe); e por fim o modelo libertário, onde as leis deixariam de reger o âmbito da produção, do uso e do comércio, deixando que os indivíduos livremente comerciem e produzam suas próprias substâncias de interesse. Sou contrário à necessidade de prescrição médica para drogas, pois esse modelo JÁ EXISTENTE se encaixa no discurso do poder médico e psiquiátrico, e acho que os cidadãos não devem ter suas vida limitadas ou regradas por uma ciência questionável e que não tem que prestar contas políticas a ninguém. Sou sim favorável à um certo controle e regulamentação das vendas. Dentro dos modelos acima citados, eu pessoalmente estou mais inclinado a achar que um "mix" entre o modelo Estatal e o libertário seria o mais ético e ideal. O Estado não deveria impor leis para a produção de drogas "simples", ou seja, que não demandam um processamento químico passível de erros letais e/ou perigosos para a saúde. No entanto, acho muito dificil que, por exemplo, a demanda por certas drogas de dificil produção, como a cocaína e heroína, seriam sanadas por produções próprias ou de pequeno porte. Acho que o Estado poderia produzir essas drogas e vendê-las de forma regulada para os usuários, como forma de redução de danos, assim como é feita com os usuários de heroína na Inglaterra, que tem suas doses gratuitas garantidas pelo governo como tratamento de saúde. Também acho interessante a idéia de se possibilitar que farmacólogos e químicos tenham farol verde para a pesquisa de produção de drogas como o Ecstasy, que tem um alto apelo recreativo e um nivel próximo do seguro de uso. De uma forma regulada, essas pesquisas poderiam resultar nesse tipo de droga, mas em versões menos danosas ao organismo e com efeitos diversos. Hoje em dia temos o Cinema 3D, onde o telespectador usa um óculos para aproveitar uma experiência diversa e muito interessante de se assitir um filme. Quem sabe no futuro não poderiam existir sessões onde os telespectadores, ao invés de usarem um óculos, tomariam uma droga especial com curta duração para aproveitarem também uma experiência diversa e interessante de algum tipo de filme? heheh confesso que isso já começa a ser meio viagem, mas acho que são perspectivas a serem pensadas num mundo em que a droga não é mais vista como um flagelo, e sim parte integrante da vida social. Por fim, BC, eu não tenho dúvidas de que você tenha uma noção muito melhor dos riscos que a cocaína trás para seus usuários do que eu. Eu nunca tive a menor vontade de usar, não apenas por não me sentir muito atraído pela "proposta" da droga, mas também por saber que ela pode ser muito danosa à vida social. Não tenho dúvidas de que existem drogas bem mais perigosas que outras e que num cenário de legalização o acesso à umas e a outras pode inclusive ser diferenciado (maconha, na minha opinião, não precisaria ser vendida em farmácias, como no modelo americano, acho que poderia ser vendida na feira!, já cocaína e cia com certeza precisariam de um lugar mais especializado). Acho que minha implicação com esse ponto é só para insistir que essas drogas não devem ser proscritas por oferecerem riscos aos usuários, da mesma forma que a maconha oferece riscos à uma parte pequena de usuários. O Estado não pode (ou melhor, não deveria...) impor um modelo de saúde aos indivíduos, criminalizando ou impedindo de qualquer forma que eles tenham acesso à uma substância que queiram fazer uso sem lesar terceiros. Então, já que existe a demanda de parte de alguns, temos que pensar na melhor maneira de lidar com isso, e penso eu que entre as melhores, a legalização reguladora para essas drogas mais pesadas é a mais ética e interessante.
  8. eu uso maconha há aprox 7 anos, bebo álcool faz uns 8. tomo bala e doce esporadicamente. já experimentei alguns inalantes (dos quais não me orgulho da qualidade hehe) e recentemente sementes de LSA (morning glory). Pó eu nunca usei, mas tenho amigos que usam, alguns bem esporadicamente e outros, especialmente um que trabalha na "night" paulistana, que cheiram bem... eu acho que a descriminalização não basta, pois essa resolve apenas o problema dos usuários, enquanto que a gente, especialmente aqui no Brasil, sabe que a questão da proibição das drogas é muito mais ampla do que apenas o caso do usuário. Quanto à questão da saúde, sabemos muito bem que a proibição nunca teve nada a ver com ela, já que a famosa Aspirina é vendida para qualquer criança e maconha pode te levar pra cadeia, sendo que em doses altas a primeira pode te matar e a segunda no máximo vai fazer você passar mal e dormir muito. Também nada tem a ver com dependência, já que é sabido que a cafeína e a nicotina causam mais dependência que a maconha e até que a cocaína. A proibição também nada tem a ver com a tentativa do Estado de garantir a saúde dos usuários, visto que os serviços de atendimento à usuários de drogas são extremamente escassos, e na sua enorme maioria não lidam com a saúde deles, mas na verdade tentam é "convertê-lo" para que não seja mais um usuário. Nesse sentido, a proibição anda de mãos dadas com a demonização das drogas, ou seja, com a propaganda terrorista de espalhar o medo, e usa isso como estratégia para que ninguém use drogas: "Crack Mata"... o crack tem índices de morte por alta dosagem muito menor do que a cocaína. Quem tem contato com a área da saúde sabe dos danos irreversíveis do crack, mas também sabe como o usuário de crack é tratado nos postos de saúde. São vistos como pessoas irresponsáveis, vagabundos que não venceram essa tentação pecaminosa de se drogar... http://coletivodar.wordpress.com/2009/12/20/um-crack-no-senso-comum/#more-772 Com a legalização, provavelmente o crack seria extinguido, e mesmo se não, não há duvidas de que os tratamentos alternativos ganhariam muito maior destaque e importância (como a substituição por outra droga, como a própria maconha), assim como a atenção à saúde desses usuários, que deixariam de ter uma vida tão miserável (não tanto simplesmente porque são usuários, mas sim pois mesmo antes de começarem o uso são individuos totalmente marginalizados da sociedade). É indubitável que a demanda por cocaína seguiria existindo. Sim, há pessoas que não lidam bem com ela, mas não é motivo para extingui-la do meio social, assim como exitem pessoas que não dirigem bem seus carros e isso não é motivo para proibir todos de dirigirem os seus carros. Com a legalização e o controle, seria muito mais fácil dar auxílio e assistência àqueles usuários que vierem a apresentar problemas de uso. A informação e educação sobre drogas tem que ser a nova prioridade, junto com a saúde. No entanto, a informação e a educação não podem se basear no preconceito e na moral. BC, por mais que você tenha experimentado tudo isso na pele, não podemos basear políticas públicas em experiências individuais. Não se pode generalizar experiências pessoais para se formar uma regra geral. Por mais que muitas pessoas tenham tido experiência ruins com cocaína, enquanto houver demanda e a oferta não for regulada e oficializada, continuaremos a ter inúmeras mortes por overdose, problemas de saúde associados à má qualidade da substância, crime organizado lucrando em cima disso e a polícia continuando a oprimir as populações carentes que moram em áreas de tráfico de drogas. Demonizar as drogas pode parecer uma boa estratégia para evitar o uso daquelas que você considera muito danosas... mas isso trás consequencias, e a proibição da maconha foi e ainda é uma delas. Por isso acho que legalizar a maconha e continuar a demonizar cocaína, crack e etc não é um passo adiante, é manter o status quo, é manter vigente o mesmo tipo de pensamento que proibiu a maconha, e por isso também acho que seguindo essa hipótese, a legalização da maconha juntamente com a contínua demonização e proibição das outras drogas constituiria uma política Populista, feita para agradar uma parcela da população interessada apenas em sí própria. O que falta ser mais discutido são as formas de se legalizar as drogas... estamos na atividade para isso! Coletivo D.A.R
  9. agora imagine que esse trecho se refere à maconha. isso não te soa como algum "especialista" falando sobre maconha na televisão?
  10. eu pessoalmente acho que a legalização da maconha costuma de superestimada pelos frequentadores do GR. não acho que vai mudar muita coisa não... claro, para a "classe" dos maconheiros, vai mudar muito! sem contar que é um avanço básico e necessário para a relação minimamente ética entre Estado e indivíduo. Mas é fato que o tráfico ainda existirá (embora enfraquecido, o que é muito bom). Mas achar que devemos legalizar a maconha porque ela é "da paz" e blablabla enquanto que cocaina e crack "fazem neguinho sair matando", isso pra mim é o tipo de pensamento ignorante que não só representa um tiro no próprio pé, como também no fundo acaba mostrando o mesmo tipo de pensamento proibicionista que é usado contra o usuário de maconha hoje; ou por acaso ninguém percebe a relação entre "Reefer Madness" e o senso comum atual sobre cocaína e crack? Legalizar a maconha e manter a proibição das drogas é para mim o típico movimento populista contemporâneo: finge que muda algo, pra agradar um público, mas no fundo está tudo igual. É só mais um remédio na prateleira da farmácia.
  11. concordo que ter como único horizonte político a legalização da maconha é uma lástima, algo que eu associo com a mentalidade adolescente que quer "poder fumar sem ninguém me incomodar". mas não acho que a Marcha seja desnecessária por esse motivo. Inclusive, acho que o ideal da marcha é justamente expor não apenas para a sociedade as mazelas da proibição, mas também expor aos usuários a necessidade de se pensar a política num sentido muito mais amplo do velho mote liberal em que "cada um luta por seus interesses", mostrar que maconha está associada ao tráfico, que por sua vez se associa com miséria, que se associa com opressão, e assim vai... Conseguir colocar mil pessoas na rua aqui em SP, a cidade que nunca para de trabalhar, pra mim já é vitória quase que independentemente da causa! as pessoas tem que se mexer politicamente, não basta ficar reclamando que o país é assim e ser crítico no sofá. Pessoalmente acho que a Marcha é um movimento interessante no nosso contexto político brasileiro, conservador até os dedos do pé. E não é por acaso que encontramos muitas pessoas conservadoras dentro da própria movimentação pela legalização, isso sim é uma marca brasileira. De que adianta legalizar a maconha e não as outras drogas? de que adianta descriminalizar a maconha e considerar os usuários como doentes? de que adianta legalizar a maconha para ela ser vendida pela Souza Cruz? É nesses pontos em que você percebe as linhas que dividem as motivações políticas para a luta pela legalização.
  12. Vedo, ninguém vai te impedir (a não ser que a poliça te pare antes hehe), mas será aconselhado que eles sejam usados num contexto fora da reunião (depois ou em outro ambiente). Vamo bombar essas reuniões pessoal! espero que todos que estão demonstrando interesse aqui apareçam mesmo! quanto mais pessoas involvidas, mas certo vai dar a parada!!
  13. Gente, sou estudante de Psicologia e posso afirmar o seguinte: Médicos falando em "Surto psicótico" como se fosse uma doença ou algo "comprovável" é pura abstração. A psicose não é algo que possa ser medido ou constatado. Ela é um conceito brando para "loucura", que na sintomatologia psiquiátrica tradicional inclui coisas como alucinações, delírios, perda da noção de realidade, etcetcetc, não se trata de algo como FEBRE (onde basta medir a temperatura do corpo). Em teoria, o uso de praticamente qualquer droga que altere a consciência produz estados psicóticos. Se você tomar chá de cogumelos e for para um hospital por motivo qualquer, se um psiquiátra for te examinar, certamente dira que você se encontra em um estado de psicose induzido por uso de drogas. Logo, se você comeu um belo pedaço de bolo de maconha e ficou doidão ao ponto de ver coisas que lá não estavam, achou que não precisava usar tal e tal peças de roupa, se machucou por não conseguir manejar um objeto, não tinha a MINIMA idéia do que você estava fazendo naquele quarto àquela hora... PARABENS! você se encontrou num estado de psicose induzida por drogas! eu pessoalmente adoro.
  14. pô Bas, em que sentido discutir polícia, mídia e essas coisas é desvirtuar o post?! O assunto não é a prisão de growers? O pessoal tá justamente discutindo as conjecturas que levam à essa realidade que estamos vendo se repetir pela atuação da polícia e pela divulgação da mídia! Se estivéssemos discutindo sobre partidos políticos eu até entenderia a distância dos assuntos, ou se os postos começarem a virar ofensas gratuitas (espero que não virem!).
  15. quem prende é a lei... isso é mais supersticioso e ideológico que acreditar em papai noel. A lei nada é sem a imposição da lei, e a imposição da lei são pessoas com forte poder coersitivo que se propõe a coagir os indivíduos que não se comportam dentro dessas leis. Como já citado antes, a lei que criminalizava o adultério existia até muito pouco tempo, no entanto ninguém era preso por isso e se alguém usasse isso como argumento jurídico com certeza seria ignorado. A sociedade simplesmente ignorava tal lei, e ninguém, graças a deus, acusava ninguém de prevaricação ou sei lá como chama quando algum agente da lei não faz sua função. LOGO, a polícia NÃO prender, NÃO coagir, NÃO confiscar, NÃO oprimir os cidadãos que transgridem uma lei socialmente vista como inapta a lidar com nosso contexto atual seria algo a ser esperado e louvado da nossa polícia. No entanto isso não acontece, e o que vemos são esses casos de humilhação pública e de opressão ao consumidor de drogas, que a lei diz protejer e diferenciar do traficante... o que falta é a sociedade (e mais especificamente a polícia) perceberem e diferenciarem o cultivador/produtor para consumo do traficante que pertence ao crime organizado. A mídia tem um papel bruto nisso, divulgando coisas absurdas, com todo o apoio da polícia, como nesse caso esdrúxulo da "Arma de brinquedo", que os políciais fizeram questão de confiscar como prova e colocaram junto com os pés de maconha, como se fosse algo que estivesse ligado ao "fato criminoso". Também sempre falando de "materiais de preparo para a comercialização" e outros ABSURDOS que alguem jornalista FDP adicionou pra convencer a redação a publicar a matéria.
  16. eu gostaria de sugerir que quem tah lidando aê com os pedidos feitos e não atendidos mandasse algum e-mail ou notificação, só pra dar um oizinho mesmo. Eu me encontro na situação dos que pediram e ainda não receberam, tou tranquilo esperando e botando fé nos irmãos do Growroom.net, mas ainda sim eu acho que eu ficaria muito feliz em receber no minimo um sinal de que meu pagamento de fato chegou e que eu estou na lista de espera...
  17. Eu acho isso uma iniciativa excelente... ainda mais porque com esses boatos de projetos de lei e afins, acho que agente deveria promover o debate interno a respeito de como seria uma lei que regulamentasse o auto-cultivo, afinal a lei provavelmente vai traçar limites para diferenciar o cultivo para consumo e para tráfico também por proporções, e todos nós sabemos que as noções das pessoas leigas são bem longínquas da realidade, não fazem idéia de quanto rende, processo de cultivo, sexuação das plantas e afins, que são detalhes muito importantes pra se calcular a produção de um cultivo. Agora, para a proposta específica do Pintolico: temos algum estudante ou Estatístico profissional aqui na comunidade? Qualquer um que tenha as manhas de organizar dados e quem sabe até tirar aquelas conclusões loucas dessa área do saber tão misteriosa... ia ser uma mão na roda uma ajuda profissa! Mas será que scannear os posts seria a melhor opção? Tou pensando agora que talvez fosse mais prático e interessante organizar um tipo de formulário de pesquisa geral pra responder quem quiser. Aí dava pra colocar vááárias informações legais, faixa etária, renda familiar, distribuição por Estados, tempo de prática de auto-cultivo, consumo aprox. de maconha por mês (semana?dia?), estado civil, gastos com material, tipo de cultivo, quantidade de plantas, gastos com energia, idade com que experimentou maconha, motivos para começar o plantio, etcccccc....... questões todas opcionais, né, cada um responde as perguntas que conseguir/quiser responder.
  18. o growroom é excelente pra divulgar a cultura cannábica e a militância cannábica e/ou a militância antiproibicionista como um todo (todas as drogas). A marcha é um coletivo de militantes cannábicos e antiproibicionistas, que ajuda a divulgar a cultura cannábica, mas que não tem como FOCO a divulgação da cultura de cada droga especificamente. se o growroom mudasse para ser apenas um espaço de militância, deixaria de agregar muitos usuários que (infelizmente) não se interessam tanto pela militância, mas que desfrutam e se interessam muito da cultura cannabica (auto-cultivo, redução de danos, musica, etc). Da mesma forma, se a Marcha se tornasse um movimento apenas de usuários e de divulgação de cultura cannábica, ela também deixaria de aglutinar muitas pessoas que não são usuárias ou que não se identificam com a cultura cannábica, mas que são contrários à proibição da maconha ou das drogas em geral. São coisas diferentes e no meu ver tem de se manter diferentes com ganhos para todos. Agora, pra mim uma coisa q sempre me intrigou e nunca ficou claro para mim é: o Growroom se considera uma "instituição" ativista? Como os próprios usuários de site ou seus administradores pensam a respeito de uma postura pública do site? Existem pessoas que "bancam" a responsabilidade pelo site e que se posicionam publicamente?
  19. cabelo, eu discordo profundamente da sua visão, juntar um monte de gente na Marcha com o intuiro de mostrar que legislar pela maconha pode dar voto pra político, pra mim isso é uma linha de pensamento altamente vergonhosa, se enquadra numa concepção política de REBANHO eleitoral. e eu não sou ovelha de político. Política quem faz é o cidadão livre, a arma é a nossa voz, e não o nosso voto. Pintolico, a marcha definitivamente não é um movimento estritamente de usuários, mas uma de suas peculiaridades é justamente dar voz também a esses proscritos sociais, que a 5 anos atrás eram criminosos em nosso país, e como podemos ver com as notícias diárias, continua sendo enquadrado criminosamente na sua tentativa de se desvincular do crime organizado. Não sou favorável a tornar a Marcha um evento DE usuários, mas acho que essa expressão pode e deve ser aproveitada também. e punheta intelectual, por mais irônica que seja a expressão, se não é necessária, no mínimo é uma arma para a causa, já que quem questiona a história da proibição são os historiadores, quem questiona a dependência psicológica são os psicólogos, quem questiona as doutrinas jurídicas são os juristas. Não de forma excludente e exclusivista, afinal eu posso questionar todos esses pontos também, mas quem trás o embasamento para essas coisas são as pessoas que estudam elas. O cidadão livre pode sim questionar as leis (conservadoras) e a forma como elas são impostas (autoriatiamente), mas sempre aparecerão especialistas com mil argumentos contrários para convencer a população da razão das leis. Precisamos então dos nossos próprios argumentos, e eles precisam ser bons e bem embasados, e isso não se faz num fim de tarde com uns amigos.
  20. meu preconceito é contra o usuário de maconha (maconheiro) que se sente confortável em fumar seu baseado e não mexe a bunda pra mudar nada... pra mim essa pessoa é tão conservadora quanto um careta qualquer contrário à legalização. Achar que fumar maconha em sí é um grande ato de libertação contra o sistema é a mais pífia ideologia adolescente e acho que esse tipo de mentalidade só nos leva ao conformismo e ao status quo. A Marcha da Maconha tem que se constituir como movimento social não só por se tratar de um movimento que dá voz à um grupo social bem definido, os usuários, como também por reinvindicar algo que tem grandes repercursões sociais (saúde, segurança pública, leis), o que trás também o caráter extra-usuário para a questão. Qual seria o valor da Marcha se ela se retirasse do âmbito da movimentação social?
  21. e essas limitações são de quem? a marcha da maconha eh um movimento que visa a legalização da maconha e o reconhecimento da cultura cannábica, e não um fim de tarde de domingo pra uma cambada de maconheiros ficarem queimando unzinho enquanto a proibição assola as comunidades carentes e geram danos pra nossa sociedade. Isso pode ser feito por qualquer um a qualquer hora...
  22. a palavra mata a coisa. No entanto, não há linguagem sem palavra. A palavra "limita", mas é só nesse limite que nós podemos usar a linguagem e criar cultura. Sem cultura não há se quer a idéia de "planta", "maconha", "homem", não há nada de humano sem cultura. É nesse sentido que eu insisto que tudo o que é humano é antes de tudo palavra. "No início, era o Verbo". As palavras criam nossa realidade, não o contrário.
  23. pois é, se você se interessar por ciências humanas, eu posso te apresentar um autor que morreu faz pouco tempo, ele chama Levi-Strauss. Com ele e com os autores que ele influenciou eu aprendi um bocado de coisas. Antes de qualquer cultura, não há nomes, não há palavras, não há linguagem. Sem linguagem, não há conhecimento. Sem conhecimento, não há designação. Logo, a maconha só existe a partir do momento em que há cultura e linguagem para nomeá-la. Sendo assim, a maconha não existe fora de uma cultura, de uma linguagem, sem uma palavra para nomeá-la, e essa palavra é na verdade o que vai identificá-la e atribuir um sentido para ela. Sendo assim, a palavra tem uma importância bruta. O pensamento que vê a maconha simplesmente como "ja era uma planta orabolas" tem o nome de realismo ingênuo: uma rosa é uma rosa é uma rosa. As coisas são porque são e pronto. Exercitar o pensamento faz bem para o movimento. Se ficarmos sempre no óbvio, não mereceremos atenção de ninguém.
  24. Cannabis é exatamente a apropriação que o homem branco europeu fez da planta da maconha. Espécie, família. Catalogação, conhecimento científico, isento de interferências culturais e históricas, neutro e verdadeiro. Esse lance de "não fumo mais maconha, fumo cannabis" é um exemplo gritante de ideologia que é absorvida pelos próprios usuários. A idéia então é sucumbir ao preconceito? Vocês realmente foram convencidos pelo senso comum a tal ponto que vocês mesmos identificam "maconha" com coisa ruim? Como se a coisa plantada em casa fosse algo natural, divina e verdadeira, enquanto que a cultura do tráfico deturpa e corrompe as coisas. Isso é uma interpretação que bebe completamente o discurso do senso comum. Como se fumar prensado e fumar maconha plantada fosse algo ontologicamente diferente. Larguem de hipocrisia! É claro que plantar a própria maconha é algo ideal, tanto do ponto de vista da qualidade quanto do ponto de vista ético, mas isso está longe de resolver a questão da maconha e das drogas em geral. Antes de ser uma planta, a maconha faz parte de uma cultura (e por tanto, é uma palavra). Usar diferentes nomes para designá-la faz SIM muita diferença, independente se para vocês aparentemente isso dê no mesmo. A questão é que usar especificamente o nome CANNABIS como um substituto de MACONHA expressa justamente a sobreposição de um nome popular (que eu suponho que seja o que a maioria de nós defende aqui, o uso POPULAR, recreativo, LIVRE, da maconha) por um nome científico. E pior que isso, no intuito de apaziguar um preconceito externo (que desta maneira se torna interno). Isso me soa justamente como a despolitização da causa. Pessoas que simplesmente querem poder fumar seu baseado em paz, com argumentos de que não faz mal, é um remédio e blablabla. Essa ideologia é perigosa para as práticas populares, que não precisam de retificação científica para se explicarem. A maconha deve ser descriminalizada não por que não faz mal, ou porque na verdade é um remédio, ou blablabla, as drogas devem ser descriminalizadas pois ninguém pode nos OBRIGAR a só fazer o que faz bem. Se eu gosto de fumar crack, me deixa fumar crack! Maconha não é a mesma coisa que Cannabis. Designam o mesmo vegetal, mas os sentidos por detrás de cada termo está gritantemente expresso em cada uma. É claro que existe preconceito contra palavras, e nesse caso, tentar trocar a palavra é ceder à pressão. A diferença entre essa discussão e "viado x homossexual", "negro x preto", "aidético x soro positivo" etc, é justamente pelo resto de sentido imbutido em cada expressão. Quem cunhou o termo? Em que contexto? Qual é a história das palavras? Mais uma vez, maconha é uma expressão popular, cannabis é um termo científico. Cada um prefere se expressar da maneira que lhe convir, mas acho dificil defender o argumento de que usar um termo do discurso da ciência seria um avanço para um movimento polular em defesa de uma cultura popular, que é o consumo da maconha.
  25. o problema específico de se usar o significante (palavra) CANNABIS ou cannabista ou qq coisa do tipo é, ao meu ver, a incorporação do discurso científico. O uso de um termo científico no lugar de uma palavra de origem popular não deveria passar desapercebido. No meu ver, preferir o termo CANNABIS à MACONHA é uma tentativa, consciente ou não, de trazer as qualidades da ciência positivista (neutralidade, imparcialidade, verdade, e bobagens afins) para o campo do significado (conceito, idéia). Para mim, isso é a incorportação de um discurso muito perigoso para a nossa causa, e também para a sociedade como um todo (na minha opinião). Não que a ciência nada tenha a acrescentar ao tema MACONHA, mas considero ideológica a troca de MACONHA por CANNABIS no âmbito da cultura popular e de uso.
×
×
  • Criar Novo...