Seamus67
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Vejam ai uma prévia da capa da revista Galileu que estará nas bancas nos próximos dias!!! EDIT: Agora com a matéria completa. Obrigado ao user Lesbian PotHeads! Maconha: a ciência da legalização Os cientistas estão saindo de seus laboratórios para discutir se a droga deve ser legalizada. Do uso medicinal ao recreativo, saiba o que eles dizem por Priscilla Santos e Felipe Pontes PEDRO CAETANO > Saiu de casa numa quinta-feira de manhã e passou 14 dias na cadeia. Foi o estopim para o novo debate sobre a legalização da maconha. Dessa vez, entre cientistas Na véspera do jogo Brasil x Holanda na Copa do Mundo deste ano, o neurocientista carioca Stevens Rehen, um dos mais respeitados pesquisadores brasileiros de células-tronco, recebeu um telefonema do irmão. Do outro lado da linha estava o músico e antropólogo Lucas Kastrup Rehen, baterista da banda de reggae carioca Ponto de Equilíbrio. Contava que o guitarrista do grupo, Pedro Caetano, 29 anos, havia sido preso por cultivar dez pés de maconha em casa. Adepto da religião rastafári, seita de origem jamaicana que faz uso da droga em seus rituais, Pedro fora enquadrado como traficante por causa da ambiguidade da lei 11.343, de 2006, que não determina a quantidade exata de droga que separa usuários e fornecedores. E por isso ficou 14 dias na cadeia. A história teria sido mais uma nas páginas de jornal se não tivesse esquentado uma discussão que começava no meio científico, sobre a legalização da maconha no Brasil. O tema veio à baila diversas vezes desde que a Organização das Nações Unidas (ONU), em 1961, aconselhou todos os países signatários a proibi-la. A diferença é que, desta vez, os debatedores foram inéditos. Em vez de políticos ou artistas com ideais liberais, quem levantou a bandeira da legalização foram quatro dos cientistas mais respeitados do Brasil: Stevens Rehen é diretor adjunto de pesquisa do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); João Menezes, neurocientista com Ph.D. no Massachusetts General Hospital e na Harvard Medical School, nos Estados Unidos, além de professor da UFRJ; Cecília Hedin, neurocientista e doutora em biofísica, divide com Menezes a direção do Laboratório de Neuroanatomia Celular do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ; e Sidarta Ribeiro, Ph.D. em neurociências pela Universidade Duke, nos Estados Unidos, é chefe do laboratório do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A questão levantada pelos cientistas se resume em três pontos. No primeiro, argumentam que o que é proibido não pode ser regulamentado. A maconha vendida no mercado ilegal é mais nociva para a saúde de quem consome, uma vez que a erva pode ser misturada com outras substâncias mais pesadas, como o crack. O segundo ponto é o de que a Cannabis sativa (nome científico da maconha) pode ser usada como remédio no tratamento de diversas doenças. O terceiro, e principal ponto da argumentação, diz que a droga faz mal ao corpo - mas não tanto quanto já se pensou - e que esse problema é bem menor quando comparado aos males que seu comércio ilegal causa à sociedade. "Precisamos discutir o que é 'menos prejudicial': os efeitos da maconha no indivíduo ou a violência associada ao tráfico", diz Rehen. Com esses argumentos na cabeça, os quatro neurocientistas publicaram no jornal Folha de S. Paulo, em julho, uma carta que criticava a prisão de Pedro Caetano. Diziam que a política de proibição da maconha é mais danosa do que seu consumo. Causaram polêmica. E inauguraram um debate incitado pela troca de artigos (ao todo quatro, dois a favor e dois contra, até o fechamento desta edição) a respeito da legalização da maconha, publicados no mesmo jornal. A discussão foi adiante e chegou-se ao ponto de questionar se esses profissionais deveriam marcar posição em questões sociais. "É comum o cientista achar que não é seu papel participar desses debates, sem perceber que sua disciplina é, muitas vezes, utilizada para justificar políticas públicas", afirma Menezes. "Muitos se julgam neutros, mas raramente um de nós de fato é." Do lado de quem é contra a legalização, as principais preocupações passam pelo aumento do consumo da droga, pela descrença de que a legalização diminuiria o tráfico e pela falta de preparo do sistema de saúde pública para atender os usuários. "Sou contra qualquer mudança de política que tenha a chance de aumentar o consumo da maconha", diz o psiquiatra e pesquisador Ronaldo Laranjeira, que assinou as cartas-réplicas publicadas na Folha com sua colega no Instituto Nacional de Políticas do Álcool e Drogas, a psiquiatra Ana Cecília Roselli Marques, doutora em ciências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Laranjeira, que tem no currículo um Ph.D. em psiquiatria pela Universidade de Londres, na Inglaterra, é professor da Unifesp. CANTEIRO DE ERVAS | Como uma plantação no quintal rendeu 14 dias de cadeia Era uma quinta-feira, por volta das nove da manhã. Pedro Caetano saiu de casa, caminhou pela rua sem asfalto do bairro Engenho Mato, próximo à praia de Itacoatiara, em Niterói (RJ). O guitarrista da banda de reggae Ponto de Equilíbrio escolheu esse lugar afastado na cidade para viver com sossego. Comprou um terreno, construiu uma casa. "Aqui não chega água encanada, mas a polícia chegou", diz. Naquela manhã de 1º de julho de 2010, Pedro cruzou com duas viaturas policiais no final da rua. Uma delas parou para revistá-lo. "Tomei a dura. Aí, um policial recebeu um chamado no rádio e me falou: 'vamos para sua casa, temos uma denúncia'. Na hora eu já sabia o que era", afirma Pedro. Há cinco anos, o músico plantava maconha para consumo próprio. Quando morava em apartamento, fazia o cultivo em estufas. Depois que construiu sua casa, passou a usar o quintal. Foi lá que os policiais apreenderam dez pés da planta Cannabis sativa já adulta e cerca de oito mudas. "Levaram até os vasos", diz. Na delegacia, o músico não foi interrogado. O delegado o enquadrou como traficante. Durante as duas semanas que passou encarcerado, Pedro chegou a ficar em uma cela com 70 pessoas. Foi solto quando o caso chegou à promotoria, que considerou o enquadramento de tráfico descabido e o mandou de volta para casa. "Na prisão, quando eu conseguia dormir, sonhava com minha vida lá fora." Entre o Bem e o Mal A mais recente compilação de estudos sobre a maconha é um relatório da Beckley Foundation, instituição inglesa que desde 2000 estuda práticas de alterações de consciência e as políticas para regularizá-las, publicado em livro este ano. Em Cannabis Policy - Moving Beyond Stalemate (Política da cannabis - movendo-se além do impasse, ainda sem edição no Brasil), especialistas em saúde pública e criminologia analisaram a relação de custo-benefício da proibição das drogas. A frase inicial de um dos capítulos deixa claro que os autores não negam os riscos médicos da substância, mas questionam se isso justificaria proibi-la. "Nas sociedades modernas, uma descoberta de efeitos adversos não determina o status de legalidade ou não de um produto. Se fosse assim, álcool, automóveis e escadas seriam proibidos." E as justificativas seriam ainda mais contundentes. O risco de um usuário se viciar em maconha está em torno de 9% (sobe para 16% no caso de adolescentes). O de nicotina é 32% e o de álcool, 15%. Em uma avaliação publicada em 2007 no periódico médico britânico The Lancet, os riscos de 20 drogas foram hierarquizados considerando-se: 1) dano físico; 2) potencial de vício; 3) impacto na sociedade. A maconha ficou em 11º lugar, o tabaco em 9º, o álcool em 5º e a heroína em 1º. Não há registros de morte por overdose de maconha. Também tornou-se obsoleta a ideia de que a erva poderia destruir neurônios. Um estudo holandês de 2007 demonstrou não haver perda detectável de tecido nervoso no cérebro de usuários crônicos de maconha, como acontece com outras drogas. Os quatro neurocientistas que se manifestaram publicamente sobre a política de repressão à maconha no Brasil. "O que precisamos discutir são quais os tipos de malefícios "menos prejudiciais" à sociedade: os efeitos da maconha no indivíduo ou a violência associada ao tráfico?", diz Rehen Causar menos mal que outras substâncias, inclusive legalizadas, não significa não fazer mal algum. E o livro Cannabis Policy reconhece os danos. Entre os principais riscos físicos e psicológicos do uso de maconha, está o aumento da probabilidade de sofrer acidentes de carro, problemas cardíacos e respiratórios e, entre adolescentes, a chance de desenvolvimento de doenças psíquicas e déficit de aprendizado. Os problemas respiratórios, como bronquite, estão associados principalmente à maconha fumada (uma alternativa seria a vaporização). Já adultos mais velhos e com pressão alta correm o risco de piorar a situação quando usam a erva. Mas o grupo de maior risco é mesmo o de adolescentes, mais vulneráveis a problemas cognitivos e psicológicos que poderiam ser provocados pela droga. A maconha prejudica a chamada memória curta, ou seja, a capacidade de lembrar de algo que se acabou de ver ou aprender. Como seu efeito agudo dura cerca de três horas, mas continua ativo no organismo por mais nove, o desempenho escolar tenderia a cair. A erva também faz subir os riscos de psicose e ataques de esquizofrenia nessa faixa etária. Em um estudo sobre a relação entre cannabis e esquizofrenia, pesquisadores acompanharam mais de 50 mil suecos durante 15 anos. Revelaram que aqueles que experimentaram maconha por volta dos 18 tiveram uma propensão 2,4 vezes maior à doença. De todos os efeitos indesejáveis apresentados pelo relatório, o único que o neurocientista Renato Malcher, co-autor, junto com Sidarta Ribeiro, do livro Maconha, Cérebro e Saúde, relativiza é a esquizofrenia. O argumento é que não se sabe o que vem antes, o ovo ou a galinha. Ou seja, se pessoas fumaram maconha e ficaram esquizofrênicas, ou se já eram esquizofrênicas antes da primeira tragada. "Muitos portadores da doença usam a droga para aliviar os sintomas", afirma Malcher. Afinal, os efeitos calmantes e sedativos são apenas um dos benefícios da erva já comprovados cientificamente. NÃO À LEGALIZAÇÃO | Os argumentos de quem é contra RONALDO LARANJEIRA Por que você é contra a legalização? Sou contra qualquer mudança de política em relação à maconha que possa aumentar o consumo. No Brasil, de 2% a 3% da população fuma regularmente maconha. Em alguns países europeus, nos Estados Unidos e Austrália, a média é de 20%. Mas, ao contrário deles, nós não temos uma rede de proteção para as pessoas que desenvolvem transtornos mentais ou problemas sociais por causa da droga. É errado simplesmente discutirmos modelos que funcionam em outras nações, outras culturas. Eles podem servir de inspiração, mas nós precisamos estudar um pouco mais o impacto da nossa lei e, a partir daí, fazermos experiências em algumas cidades ou estados para ver qual seria o melhor modelo para o Brasil. O problema seria de saúde pública? A legalização aumentaria o consumo e facilitaria o acesso à maconha. Se fosse permitido que todo mundo plantasse maconha em casa, não só as pessoas que consomem plantariam. Os grandes traficantes também, para fornecer a droga. O afrouxamento dos controles sociais em relação à maconha seria exatamente o oposto do que tem sido feito com o tabaco e o álcool, e não resolveria o problema. Estamos frente a um contrassenso. Para mim, o argumento de que as pessoas têm o direito sobre o próprio corpo é muito mais sério do que falar que a legalização da maconha não vai ter consequências sociais e de saúde pública. O tráfico não diminuiria? Essa é uma grande ilusão, porque o tráfico é mais sofisticado do que pensamos. Para competir com ele, seria preciso ter uma maconha mais barata e concentrada. Porque se você vender um cigarro de maconha por R$ 5, o tráfico estará vendendo a R$ 1. Com a legalização, a oferta de maconha vai aumentar, além de o tráfico continuar a vender ilegalmente. E se colocarmos no mercado uma maconha mais pura e forte, do ponto de vista de saúde pública, seria uma temeridade. Não há uma solução simples, não basta apenas legalizarmos a maconha. Essa justificativa de combate ao tráfico é uma ilusão quase que pueril. SIM À LEGALIZAÇÃO | Os argumentos de quem é a favor SIDARTA RIBEIRO Por que você defende a legalização? Todo o conhecimento científico que temos sobre a maconha não justifica nada diferente disso. A maconha faz mal, mas não tanto. O argumento da proibição era: faz a pessoa virar assassina, depois, causa câncer (hoje se sabe que o que causa câncer é a fumaça), mata neurônio. Depois não faz tão mal assim, mas variedades que venham a ser feitas em laboratório podem fazer. Sempre tem um argumento apocalíptico. Não é dizer que maconha não faz mal, café faz mal, cigarro, álcool, e as drogas que nós receitamos? Mas tudo isso pode ser controlado. Porém só a legalização permite regulamentar e controlar uma droga. Quando se legaliza, a qualidade sobe. Tem que haver campanha de controle e informação, não de repressão. O mal causado pela maconha é menor do que o provocado pela proibição, que só impulsiona o tráfico. Defendo que os usuários plantem maconha em casa como forma de não alimentar o narcotráfico. Cresceria o número de usuários? Isso é uma falsa questão. Em primeiro lugar, em países com políticas mais liberais, como a Holanda, não houve um aumento vertiginoso. Mas suponhamos que houvesse crescimento: vai ter mais gente pedindo ajuda no hospital? Se for ter, são mais ou menos pessoas do que as que estão morrendo na guerra contra o tráfico? Acredito que muito menos. Esta guerra está nos dizimando, precisa ser transformada em uma questão de saúde pública. Há pessoas viciadas em açúcar, que é um problema sério de saúde. Mas quantas pessoas são suscetíveis a isso? Uma minoria. Então, o ideal seria tratar as pessoas que têm problema com uma determinada substância e deixar os demais fazerem uso recreativo dela. É mais fácil tratar o indivíduo do que acabar com o tráfico. Não aumentariam outros tipos de crimes? Se for legalizado rapidamente, a sociedade vai engasgar. As pessoas vão mudar de crime. Quando legalizar tem que dar emprego, informação. Outros tipos de crime, como assalto a banco, sequestro, podem aumentar. Mas são mais controláveis do que o comércio pulverizado da maconha. Um cara assalta um banco uma, duas, na terceira vez ele é pego. Quanto mais famoso fica, pior. Por que ex-presidentes da América Latina, como Fernando Henrique Cardoso, estão defendendo a legalização? Por que são jovens maconheiros hippies? Não. Porque entenderam que o combate ao narcotráfico não funciona. É tentar apagar fogo com gasolina. A única maneira de ganhar essa guerra é cortar o mal pela raiz: acabar com o mercado ilegal. Como? Legalizando-o. Remédio natural Em maio deste ano, o psicofarmacologista do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da Unifesp, Elisaldo Carlini, realizou um simpósio para discutir a criação de uma agência brasileira de cannabis medicinal, proposta ao governo. Carlini estuda o assunto desde a década de 50, quando ainda era aluno de medicina da Unifesp, mas o tema é bem anterior a isso. A mais antiga enciclopédia de medicamentos do mundo, o Shen-nung Pen-ts' ao Ching, escrita na China no século 1, indicava a maconha para tratamentos de doenças como dor reumática, constipação e malária. Desde então, a erva foi usada como remédio, inclusive vendida em boticas no interior do Brasil. Dos anos 30 em diante passou a ser considerada uma droga maldita para, nos anos 60, ser colocada pela ONU no mesmo balaio da cocaína e do ópio. Os estudos minguaram. Afinal, como conseguir recursos para investigar uma substância proibida? Foi em Israel, que sempre adotou uma política mais liberal em relação à droga que, em 1964, o pesquisador Raphael Mechoulam isolou seu principal composto, o tetrahidrocanabinol, ou THC, um dos 70 canabinoides (substâncias químicas com estruturas semelhantes presentes na maconha), para estudar seu efeito. A experiência foi bastante empírica: Raphael preparou um bolo recheado com THC e o serviu a dez amigos. Alguns ficaram falando sem parar, outros sonharam acordados e outros disseram não sentir nada - e de repente disparavam a rir. Provou-se aí que o THC em si era o responsável por produzir os principais efeitos da maconha. Foi o primeiro passo para se entender sua atuação em nosso cérebro. E abriram-se as portas para uma guinada científica na história da droga, em 1988: a identificação dos endocanabinoides. Trata-se de um sistema de substâncias produzidas por nosso organismo, semelhantes às encontradas na maconha - e capazes de desencadear os mesmos efeitos. "Até então, não se sabia ao certo como era o funcionamento da erva em nosso corpo", diz Malcher. Com a descoberta dos endocanabinoides foi possível avançar nos estudos desses efeitos e, como resultado, produzir os primeiros medicamentos à base de substâncias presentes na maconha. O THC, por exemplo, possui mais de dez propriedades médicas, entre elas a de analgésico, antináusea, sedativo e anticonvulsivo. Virou princípio ativo do Sativex, um dos pelo menos quatro medicamentos fabricados atualmente com substâncias da cannabis, comercializados em países onde o uso medicinal é permitido. O remédio é usado contra dores crônicas em portadores de esclerose múltipla. Para minimizar náuseas e vômitos provocados pela quimioterapia em pacientes com câncer e tratar caquexia, magreza extrema provocada por doenças como a Aids, está no mercado o Marinol. À base de THC, é aprovado pelo FDA, agência americana de controle de alimentos e medicamentos. Remédios fabricados com canabinoides também poderiam ser administrados em pacientes com Alzheimer. Em alguns casos, o uso da própria erva, vaporizada, seria recomendado. "Existe o lado bom de ter um pacote de efeitos que inclui a sensação de bem-estar", diz Malcher. "Não tem que olhar isso como um pecado do remédio, mas como vantagem." Com tantos potenciais, é pouco comum encontrar especialistas que sejam contra o seu uso medicinal. Ainda que alguns façam ressalvas e acreditem que é necessário realizar mais testes. Nem de longe, porém, o tema gera tanta polêmica quanto o chamado uso recreativo, ou seja, consumir apenas para se divertir. Nesse caso, a questão não é somente médica, mas política e social. O X da questão Os neurocientistas não carregam sozinhos a bandeira da legalização da maconha. No ano passado, foi criada a Comissão Brasileira Sobre Drogas e Democracia, dirigida por Fernando Henrique Cardoso. O sociólogo e ex-presidente do Brasil segue os passos de outros dois ex-chefes de estado: César Gaviria, da Colômbia, e Ernesto Zedillo, do México. Esses líderes estudam uma política de diminuição dos danos das drogas, já que a guerra a seu combate demonstrou-se falida. O mercado mundial de drogas ilícitas fatura por ano cerca de US$ 320 bilhões. Nem um centavo é revertido para o governo. Pelo contrário. Somente nos Estados Unidos, são gastos US$ 35 bilhões por ano em repressão ao tráfico. "Se investissem isso em campanhas de educação para as drogas, o resultado seria muito melhor", afirma Julita Lemgruber, diretora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro. A socióloga defende a legalização de todas as drogas, com regulamentação e taxação sobre elas e investimentos dos recursos recolhidos no tratamento de dependência química. Apesar de todo o aparato de repressão, no mundo cerca de 160 milhões de pessoas fumam maconha. ANA CECÍLIA ROSELLI MARQUES > Para a psiquiatra da Unifesp, o Brasil não deve legalizar a cannabis. "Aqui qualquer um enche a cara e dirige. O mesmo impacto teria a maconha." No Brasil, o número de usuários está entre 2% e 3% dos 192 milhões de habitantes. Na Austrália, esse porcentual fica em torno dos 20%. Mas a América Latina segue como a maior exportadora mundial de maconha e de cocaína. Para manter esse mercado gigantesco por baixo dos panos, os traficantes se armam - assim como o Estado no intuito de combatê-los. Em suas orientações sobre políticas públicas, o livro Cannabis Policy defende que a tentativa de conter o mal causado por alguma coisa nunca pode gerar um mal maior do que a própria coisa. "Nos últimos anos, a polícia do Rio de Janeiro matou cerca de 10 mil pessoas por suspeita de narcotráfico. O número de mortos por efeitos adversos do uso de drogas ilícitas nesse período não chega a 1% disso", afirma o sociólogo Michel Misse, coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da UFRJ. "A única maneira de ganhar a guerra contra o tráfico é cortar o mal pela raiz: acabar com o mercado ilegal. Como? Legalizando-o", diz o neurocientista Sidarta Ribeiro. Nesse momento, o que é justificativa para proibição pode se transformar em argumento de defesa da legalização. Para o neurocientista João Menezes, se o jovem é o maior alvo dos efeitos maléficos da planta, só a legalização poderia protegê-lo. "Seria possível regulamentar a venda da droga, proibi-la para menores de 21 anos e criar campanhas educativas sobre seus riscos", diz. Além disso, se passaria a cobrar impostos sobre a venda e multas no caso de comércio irregular. "Aí a fiscalização não seria mais realizada pela polícia, mas por agentes de vigilância sanitária e da receita federal. Não é o revólver, é a caneta", afirma. Para Sidarta, a regulamentação também seria uma forma de controlar a qualidade da droga. "Com ela, as impurezas caem. Quando o álcool era proibido, certamente se faziam bebidas com metanol em casa." Foi assim durante a Lei Seca que vigorou nos Estados Unidos entre 1920 e 1933 e que, em vez de diminuir os índices de violência, acabou por fortalecer as máfias locais. "A campanha deve ser de controle e informação, não de repressão", diz Sidarta. O RISCO DAS DROGAS *Publicado em 2007 por David Nutt, da Universidade de Bristol, na revista médica britânica The Lancet O principal contra-argumento de quem se opõe à legalização é que a medida não diminuiria o narcotráfico. Segundo o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, para competir com o tráfico a maconha legal teria que ser mais barata e com maior concentração de THC. Pois, se um baseado custar R$ 5, o traficante vai vender por R$ 1. "Com a legalização, o tráfico vai continuar. Vai-se aumentar a oferta de maconha com o sistema legal e o ilegal em paralelo", diz. O medo aí é uma sobrecarga na saúde pública. Apesar disso não ter sido uma grande questão em países em que o regime de drogas se tornou mais liberal, a exemplo de Portugal e Holanda, a psiquiatra Ana Cecília Roselli Marques não acredita que o Brasil esteja preparado para essa mudança. "Não damos conta sequer dos problemas gerados pelas drogas lícitas, como o álcool e o tabaco." Ela não acredita que os impostos arrecadados com a maconha legalizada seriam reinvestidos em saúde pública. "Pode procurar: onde se encontra tratamento gratuito para tabagistas?" Por mais que os estudos científicos tenham avançado e que comissões tenham sido criadas para pesquisar formas de diminuir os males sociais causados pela droga, a discussão está longe de um resultado concreto. Pelos neurocientistas que colocaram sua opinião abertamente para a sociedade, isso não é problema. Já que a intenção não é que se criem políticas públicas de imediato, mas incitar a discussão para uma transformação verdadeira. "O cientista é cidadão e tem o dever de informar. Não adianta só publicar artigos, se seu impacto na sociedade também pode vir da forma com que ele se expressa e como contribui para o debate", diz Stevens Rehen. Se conseguirem despertar essa mudança de perspectiva, por ora, os autores da carta que inaugurou essa nova polêmica já se darão por satisfeitos. GLOSSÁRIO DA LEI DESPENALIZAÇÃO: A posse, uso e comércio é crime. O usuário não pode ser preso, mas , em alguns casos, fica o registro em sua ficha criminal. São aplicadas medidas alternativas, como prestação de serviços à comunidade. DESCRIMINALIZAÇÃO: A posse e uso deixam de ser crime, mas o comércio segue proibido. O consumo é considerado uma infração passível de multa. LEGALIZAÇÃO: É permitido o uso e posse e o comércio é regulamentado. Não existe em nenhum país. Consultoria: Luciana Boiteux, professora adjunta de Direito Penal da UFRJ A LEI PELO MUNDO | Como alguns países julgam o consumo, comércio e uso medicinal da maconha HOLANDA | (ILEGAL / DESPENALIZADO) Ao contrário do que se pensa, não legalizou a maconha. Mas é pioneira em políticas liberais para a droga. Pode-se plantar ou portar até 30 gramas. Mais que isso, pode dar um mês de cadeia, com direito a fiança. A venda nos chamados coffee shops é descriminalizada para até cinco gramas por transação, até 500 gramas por dia. O país aprova o uso medicinal de algumas substâncias da maconha, sob prescrição controlada. ESTADOS UNIDOS | (ILEGAL / DESCRIMINALIZADO EM ALGUNS ESTADOS) A posse e consumo de quantidades pequenas de maconha é descriminalizada em 13 dos 50 estados do país. O uso medicinal da droga é autorizado em 14 deles e no Distrito de Colúmbia. Em novembro, a Califórnia realizará um plebiscito para decidir a legalização do cultivo, consumo e venda de maconha para maiores de 21 anos - o país ignora as convenções da ONU, contrária à ideia. BRASIL | (ILEGAL / DESPENALIZADO) A posse e consumo de pouca quantidade de maconha é despenalizada desde agosto de 2006. Usuários não podem ser presos. Sofrem advertências sobre os efeitos da droga. Podem ser obrigados a prestar serviços comunitários (por cinco a dez meses) e a comparecer a cursos educativos. Não autoriza uso medicinal. SUÉCIA | (ILEGAL / O USUÁRIO PODE PEGAR TRÊS ANOS DE CADEIA) Não diferencia a maconha de outras drogas, como cocaína. O usuário está sujeito à prisão de seis meses a três anos. Pode-se pagar fiança em casos considerados não graves. Há ocorrências de casos raros em que aceitou o uso medicinal de substâncias da maconha em doentes terminais. CHINA | (ILEGAL / PENA DE MORTE PARA O TRAFICANTE) Ditadura total. É proibida a posse, consumo e comércio de qualquer narcótico, inclusive a maconha. O usuário é coagido por lei a seguir um programa de desintoxicação. Sua reabilitação é acompanhada por cerca de quatro anos. Se for enquadrado como traficante, pode pegar pena de morte. Fotos e imagens da matéria no post:
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Do álbum Misc
capa revista galileu 10.2010 -
O Brasil foi excluído de uma lista de países considerados grandes produtores ou plataformas de tráfico de drogas, elaborada periodicamente pelos Estados Unidos, embora ainda tenha recebido a recomendação de priorizar a luta contra o narcotráfico. A lista foi enviada em um memorando à Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e conta com o anúncio do presidente Barack Obama, que afirma que Bolívia e Venezuela são países que descumprem "de maneira demonstrável" seus compromissos internacionais de luta contra as drogas, mas, apesar disso os americanos manterão seus programas de ajuda no combate ao tráfico. Como prevê a Lei de Autorização de Relações Exteriores, o presidente dos EUA deve notificar a cada ano os países que considera que são grandes produtores de drogas ou de passagem de entorpecentes no mundo. Nesta ocasião, foram listados Afeganistão, Bahamas, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, Guatemala, Haiti, Honduras, Índia, Jamaica, Laos, México, Mianmar, Nicarágua, Paquistão, Panamá, Peru e Venezuela. Costa Rica, Honduras e Nicarágua entraram este ano na lista, enquanto o Paraguai, assim como o Brasil, foi retirado. O memorando destaca que a presença de um país na lista de grandes produtores de droga "não é necessariamente um reflexo adverso dos esforços de seus Governos contra os entorpecentes ou seu nível de cooperação com os Estados Unidos". A presença na listagem se deve à combinação de fatores geográficos, comerciais e econômicos que permitem que as drogas sejam produzidas ou transmitidas, apesar dos esforços dos Governos. Por outro lado, a consideração de que o país que descumpre "de maneira demonstrável" seus compromissos contra as drogas, como os casos de Bolívia, Venezuela e Mianmar, pode dar espaço para a aplicação de sanções, segundo a lei. No entanto, explica o memorando, Obama decidiu que "continuar o apoio a programas bilaterais na Bolívia e programas limitados na Venezuela é vital para os interesses nacionais dos Estados Unidos". Embora o Brasil não esteja incluído na lista, o memorando menciona que "o controle dos narcóticos no país, que ocupa um terreno tão amplo na região, é algo muito importante", e pede ao Governo que coloque a luta contra o narcotráfico no alto de suas prioridades de segurança. Fonte: Folha Orginal: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/800203-eua-retiram-brasil-de-lista-de-paises-com-grande-producao-e-trafico-de-drogas.shtml
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Pois é, como o Bas, numa entrevista mesmo falou (http://www.oesquema.com.br/trabalhosujo/2007/06/26/ira-growroom.htm), boa parte desta comunidade é formada por profissionais de TI. Sou designer grafico freelancer, e como trabalho em casa, o bong tá sempre a mão aqui!! hehehe...
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Deputado Federal Apoia Legalizacao Da Cannabis
topic respondeu ao 4 SEASONS - MEDICAL de Seamus67 em Galeria de Vídeos
Já temos esta lista aqui no GR. Acho que está em na seção ATIVISMO. -
PM apreende adolescente por cultivar maconha em casa 31/08/2010 Na terça-feira (31), por volta da 1h da madrugada, após denúncia de consumo de drogas, Policiais Militares da cidade Bela Vista faziam rondas de rotina. Chegando em um bar, realizaram busca pessoal nos frequentadores, nada sendo encontrado, mas ao fazerem busca no terreno, anexo ao bar, foi encontrado um vaso com 3 (três) pés de planta, com aproximadamente 15 cm, análoga à maconha. Perguntado de quem era a planta, a dona do bar disse que era de seu filho adolescente, que possui 16 anos de idade, acrescentando que ele cultivava o entorpecente para o próprio consumo. Diante dos fatos, os policiais militares, acionaram o Conselho Tutelar e o adolescente foi conduzido até a Delegacia de Polícia, onde foi entregue, aos policiais de plantão juntamente com o vaso. Fonte: MS Noticias Original: http://www.msnoticias.com.br/?p=ler&id=47260
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Cara, tem que falar a verdade, ser sincero, com disse o aqua acima. Assumir que vc é um maconheiro para os próprios pais é o primeiro passo para viver uma vida sem paranoia. Quando contei pros meus pais, procurei auxilio na vasta literatura que existe sobre o assunto. Peguei e mostrei pro meu pai o livro "Hemp - O Uso Medicinal E Nutricional Da Maconha" do Chris Conrad. Mostrei pra eles a lista - ENORME - de doenças em que a cannabis é indicada como forma de tratamento. Usei a lógica e assumi que fumava há 10 anos e perguntei para eles se já tinha sumido algo de casa, se já tinham me visto sendo agressivo ou agindo de forma demente. Pq vc sabe, o medo de todos os pais é o cara cair na coca, e assumir que vc fuma há anos e, no meu caso, nunca ter cheirado serve como uma defesa perfeita. Depois de mostrar o livro, falei praticamente tudo que está nessa cartilha: Hj eles sabem que eu fumo, sabem que eu planto e se preocupam, claro, afinal são pais, mas nunca me encheram o saco. O assunto morreu ali. E hj não to nem ai se alguem descobrir que sou maconheiro... pra quem vão contar? Pros meus pais?! Conta outra!
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Maconha alivia dores causadas por neuropatias Seg, 30 Ago, 04h30 MONTREAL (AFP) - Fumar maconha alivia as dores provocadas por neuropatias crônicas e ajuda a dormir, concluíram cientistas canadenses, autores de um estudo publicado no jornal da Associação Médica Canadense (CMAJ). PUBLICIDADE A equipe de cientistas, chefiada pelo doutor Mark A. Ware, dos departamentos de anestesia e medicina da família da Universidade McGill de Montreal, concluiu que a canabis é bem tolerada pelos pacientes e melhora sua moral, acrescentou o estudo. A pesquisa foi realizada com 21 adultos que sofriam de dores causadas por neuropatias crônicas depois de um traumatismo ou de uma intervenção cirúrgica. Cada um fumou, com intervalos de nove dias, três doses diferentes de maconha, bem como um placebo. Observou-se que a dose mais forte do princípio ativo da canabis - 25 mg de tetrahidrocanabinol a 9,4% -, fumada três vezes ao dia durante cinco dias produziu efeitos benéficos mais notáveis. Os cientistas recomendaram realizar um estudo sobre a eficácia e eventuais efeitos colaterais de um tratamento com maconha a mais longo prazo. As doses usadas no trabalho atual são muito menores das que em geral consomem aqueles que fumam maconha recreativamente. Fonte: Yahoo Original: http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/100830/saude/canad___ci__ncia_medicina_drogas
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Tá aqui a matéria completa: Drogas: Governo quer esclarecer na lei diferença entre usuário e traficante Secretário de Políticas sobre Drogas, destacou que é preciso aprimorar a legislação de 2006. Rio de Janeiro - O governo brasileiro pretende deixar clara a diferença entre o usuário de drogas e o traficante na proposta de revisão da lei de drogas. O novo texto está sendo elaborado por um grupo coordenado pelo Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad) e depois será encaminhado para a apreciação do Congresso Nacional. O secretário nacional de Políticas sobre Drogas, general Paulo Roberto Uchoa, disse nesta quinta-feira que a lei de drogas, de 2006, foi um avanço, mas é preciso aprimorá-la em alguns aspectos, como a distinção entre usuários e traficantes. Para ele, usar a quantidade de droga apreendida para fazer essa distinção não é o melhor caminho. "Há uma área cinzenta que está sendo difícil de interpretar, que é a diferença entre o uso e o tráfico para pequenas quantidades. Há informações de que muitas pessoas presas como traficantes talvez não sejam. Mas é muito difícil estipular que carregar dois cigarros de maconha é uso ou tráfico", disse Uchoa. O secretário nacional de Justiça, Pedro Abramovay, assinalou que hoje os casos duvidosos acabam resultando em prisão do acusado. Ele também acredita que possa haver uma mudança de abordagem para esses casos. Abramovay e Uchoa participaram hoje (26), no Rio de Janeiro, da abertura da 2ª Conferência Latino-americana sobre Políticas de Drogas. Na abertura do evento, Abramovay defendeu um debate sem preconceitos sobre os rumos da política de drogas no Brasil e na América Latina. De acordo com Abramovay , o Brasil não pode fazer essa discussão sem integrar os países vizinhos, dos quais três são os maiores produtores de cocaína do mundo (Colômbia, Peru e Bolívia) e um é importante produtor de maconha (Paraguai). Já Uchoa disse que o Sistema de Nacional de Políticas sobre Drogas está deixando a desejar, porque alguns estados e municípios não mantêm conselhos estaduais e municipais para tratar a questão das drogas, como é o caso do estado do Rio de Janeiro. Segundo ele, sem o conselho, estados e municípios não conseguem montar uma estratégia de prevenção eficaz para evitar que jovens que hoje não usam drogas passem a usá-las. Sobre o Plano Nacional de Combate ao Crack, Uchoa disse que o governo federal deve lançar no próximo mês os editais para municípios que queiram ampliar sua rede de atendimento a dependentes da droga. LINK: http://www.diariodecanoas.com.br/site/noticias/geral,canal-8,ed-60,ct-506,cd-278899.htm
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Gabeira diz que liberação da maconha hoje não seria viável no Rio Para defensor histórico da descriminalização de drogas, medida exige controle do consumo por ‘polícia avançada’ O candidato do PV ao governo do Rio, Fernando Gabeira, que teve como bandeira histórica a legalização da maconha, afirmou que, no Rio e no país, a medida não seria positiva. Trata-se de uma mudança de posição em relação ao passado. A declaração foi no “Teatro dos 4”, na Gávea, durante sabatina promovida pelo jornal "Folha de S.Paulo" e o "UOL". Para Gabeira, seria impossível ter um controle eficiente do uso de drogas no Rio, com as dificuldades estruturais da polícia, que seria responsável por esse papel no caso de uma eventual liberação. “Só com uma polícia muito avançada se pode legalizar [a maconha]. [A liberação]Não é ‘liberou geral’, é controle mais sofisticado. O coffee shop na Holanda [onde é permitido o consumo de maconha] é televisionado, controlam mais. Do ponto de vista filosófico, o Estado precisa estar preparado para as conseqüências.” O verde citou o exemplo de experiência piloto adotada pela polícia de Londres em um bairro com grande população jamaicana, onde foi liberado o consumo de maconha.“A polícia chegou a conclusão de que perdia 4h com inquérito, e precisava usar a energia em lugares mais importantes. O jornal ‘The Independent’ considerou que foi bem aceito. Mas é uma polícia avançada. Com as dificuldades que temos hoje na polícia do Rio não seria viável”, afirmou. O candidato defendeu a qualificação da polícia, a ênfase na inteligência – “O número de mortes é proporcional à qualidade de inteligência policial – e o aumento do salário dos policiais, com a eventual aprovação da PEC 300, projeto de emenda constitucional que iguala o salário de policiais aos de Brasília. Segundo ele, o governo federal arcaria com parte do reajuste. “A PEC 300 prevê participação do governo federal. A polícia do Rio precisa ganhar mais, não é possível manter os salários assim. A realidade vai ser cotejada com o orçamento, podemos negociar. Todo o peso não ficará sobre o estado. Outro elemento é certa sensibilidade dos empresários para contribuir com segurança pública - já fizeram um fundo para isso. O aumento é possível com recursos do Estado, do governo federal e de contribuição da iniciativa privada”, afirmou. Gabeira diz que UPPs só chegam a 1% das favelas Gabeira, afirmou que o programa das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadoras) só atinge 1% das favelas ocupadas pelo tráfico no Rio e que não trouxe a “paz” para o Rio, como afirma o governador e seu adversário nas eleições, Sérgio Cabral (PMDB). De acordo com ele, não é possível implantar as UPPs em todas as comunidades do Rio. “O governador diz que existe paz, eu digo que não. Por onde ando, vejo gente com fuzil, metralhadoras. Quando se diz que o Rio está em paz e as pessoas têm metralhadoras ao redor, sabem que não é assim. Ele está falando a verdade sobre 1% das comunidades; 99%, a maioria esmagadora ainda não está pacificada. As demais foram pacificadas num contexto de bastante visibilidade. O governador diz que vai levar para cada comunidade. Eu que gostaria, sou obrigado a dizer: não é possível”, afirmou. Na opinião de Gabeira, “não se pode ter um plano de segurança voltado apenas para 1% das comunidade”. “Precisa de projeto para o Estado em conjunto, que Minas Gerais e São Paulo têm, um projeto estadual de segurança. Não significa que terá UPP em todo lugar, nem que terá apenas UPP. O que proponho é política de segurança total”, disse. Para Gabeira, as UPPs deveriam ser coordenadas com “obras infraestruturais”, aproveitando as obras do PAC para se entrar em favelas, como a Rocinha, o Alemão e Manguinhos. Na manhã de sábado, traficantes da Rocinha entraram em confronto armado por cerca de meia hora em São Conrado com policiais militares. O candidato verde defendeu o uso de inteligência para prevenir incidentes como este. “Antes de chegar ao tiroteio, nenhuma grande cidade do mundo permitiria que um comboio armado de 80 homens se deslocasse sem ser detectado. Menciono o trabalho de inteligência. Acho que a polícia deva dar o combate na hora certa e no lugar certo”, disse. Segundo ele, a prisão de dez traficantes armados que mantinham 35 pessoas reféns no Hotel Intercontinental, em seguida ao tiroteio foi por intervenção do próprio chefe do tráfico, “Nem”, que teria enviado um intermediário, membro da associação de moradores ao local. “Vamos falar sério. A operação no hotel foi negociada por Feijão, um dos representantes da associação de moradores, acusado de ser ligado ao tráfico. ‘Nem’ mandou que Feijão fosse e determinasse que se depusessem as armas. A dominação territorial da Rocinha deve acabar. Devemos fazer coisas com inteligência”, afirmou. Fonte: IG Original: http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/gabeira+diz+que+liberacao+da+maconha+hoje+nao+seria+viavel+no+rio/n1237760374536.html
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Vou comentar isso com o Alma e o Bas, mas acho que a cartilha já foi pra gráfica... Acho uma boa sugestão, mas não vejo muito problema em dizer para eliminar os machos. Afinal é um material pra super-principiante, assim que o cara tiver intenção real de plantar vai acabar vindo aqui e descobrir pq falamos em eliminar o macho (para aumentar a potencia), mas q pode deixar o macho e a femea juntos para fazer sementes... isso sem mencionar a alternativa de clones. abs
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Audiência Publica: Mudança Na Lei De Drogas - 13/8 - Rio De Janeiro
topic respondeu ao Picax de Seamus67 em Eventos e Competições
Valeu Verde Livre. Estar presente e mostrar um pouco da nossa visão já é muito imporante para a causa. -
Audiência Publica: Mudança Na Lei De Drogas - 13/8 - Rio De Janeiro
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Meus parabéns ao Sano, Mandacaru, e Verde Livre! É disso que o movimento precisa: de ativistas que querem mesmo expor suas ideias. Um abração galera!!! Nosso ano está muito bom e 2011 promete ser ducá!!! Ótima noticia para começar o final de semana!!! -
Auto-Cultivo, Cresce As Apreensões
topic respondeu ao Zumbi dos Palmares de Seamus67 em Ativismo - Cannabis Livre
É mesmo, tem q corrigir. -
Pesquisador busca solução terapêutica na maconha Estudo analisa efeito da erva no cérebro, que produz substância similar à da planta 11/8/2010 Euforia, indisposição, sedação, alteração da percepção do tempo, das funções sensoriais, além de boca seca e taquicardia, são alguns dos sintomas que podem sentir os usuários de maconha, alerta o professor do Departamento de Farmacologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Fabrício de Araújo Moreira, que desenvolve pesquisa sobre os efeitos da erva no cérebro. Produzida pelo cérebro humano e descoberta em 1992, a anandamida, também conhecida como "substância da felicidade", segundo o professor, pode ter efeitos analgésicos, ansiolíticos e antidepressivos semelhantes aos do THC (Tetra Hidro Carboneto), componente da espécie vegetal cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha. No dia 4 de setembro será realizado, no Campus Pampulha, o 4º simpósio de Neurociências da UFMG, onde pesquisadores abordarão os avanços nos estudos sobre cannabis, canabinoides e endocanabinoides. O professor revela que o estudo busca entender os efeitos da maconha no cérebro, já que ele produz substâncias que geram efeitos similares aos da planta. Até recentemente muito pouco se sabia sobre os mecanismos de ação da maconha no cérebro e no corpo. "A descoberta que o cérebro produz ele mesmo substâncias semelhantes aos princípios ativos da maconha, há 20 anos, impulsionou enormes avanços científicos". Para ele, após essa descoberta foi possível não somente a compreensão da ação biológica da planta, mas também o entendimento do próprio funcionamento do cérebro e da fisiologia animal. Assim, explica ele, com a colaboração do Instituto Max Planck de Psiquiatria de Munique, Alemanha, e com os departamentos de Neurociências e de Farmacologia da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, pode-se afirmar que o conjunto de informações atualmente disponíveis estimula um novo olhar sobre os efeitos psicológicos e comportamentais da maconha, permitindo também analisar, com bases mais sólidas, os riscos do uso abusivo e os benefícios do potencial terapêutico da droga. Segundo Moreira, o principal desafio, e ao mesmo tempo a abordagem mais promissora, talvez seja aumentar os níveis da anandamida no cérebro, de modo a potencializar os efeitos benéficos da substância, que funcionaria como medicamento, e assim evitaria a administração de THC que ainda tem seus pontos negativos. "Desde as décadas de 1980 e 1990, começamos a entender como a maconha interfere em sítios específicos do cérebro, mas ainda não se sabe como evitar completamente seus efeitos deletérios". Ele diz que as pesquisas procuram entender melhor as funções dessa substância endógena no cérebro, já que a maconha é uma droga perturbadora do sistema nervoso, ou seja, ela altera o funcionamento normal do cérebro, provocando fenômenos psíquicos do tipo delírios e alucinações. "O pior efeito da droga é tornar o usuário um dependente químico. Esse é o maior obstáculo a ser vencido pela ciência para fins medicinais", afirma. Há substâncias medicinais na maconha O pesquisador acredita que, ao entender melhor os efeitos no cérebro das substâncias químicas contidas na maconha, possam utilizar apenas os aspectos medicinais da droga, evitando os efeitos eventualmente danosos. Para Moreira, existe um ingrediente ativo da maconha que poderia ajudar a combater, por exemplo, a depressão quando administrado em pequenas doses. No entanto, ele alerta que o aumento da dose poderia provocar um efeito contrário, aumentando a depressão e até causando transtornos psíquicos, entre eles, a psicose. "Uma dose maior poderia transformar o paciente em dependente da droga. Como a intenção do estudo é descobrir fórmulas medicinais com substâncias encontradas na erva, precisamos descobrir a quantidade ideal para o tratamento. As possíveis descobertas poderiam ajudar a curar várias doenças, mas isso não implica que fumar um cigarro de maconha seria a solução. Não fazemos apologia do consumo da maconha", ressalta. No laboratório de Neuropsicofarmacologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Moreira e a professora Daniele Aguiar testam em animais experimentais os efeitos da anandamida e do THC. Além disso, estudam outras substâncias da maconha, a exemplo do canabidiol, com o intuito de contornar os problemas advindos do uso do THC. "Já identificamos diversas propriedades farmacológicas do canabidiol" , diz Moreira. Desenvolver drogas com capacidade analgésica por meio da substância da maconha, mas sem seus efeitos colaterais, faz parte desse estudo, destaca o professor. Ele afirma que se sabe que o uso da erva produz perda de memória por sua ação sobre o hipocampo, a zona do cérebro que governa a maioria das funções cognitivas, mas até o momento não era conhecido o percurso molecular da droga. Ele acredita que o principal componente psicoativo da maconha, o THC, age sobre receptores canabinóides que se encontram em vários lugares do cérebro, mas aparecem concentrados em duas zonas do hipocampo. Com isso, garante o professor, o estudo pretende apenas entender os efeitos que a maconha provoca no cérebro. O THC, explica ele, é uma substância química bastante potente quando comparado às outras drogas psicoativas. Uma dose intravenosa, de apenas um miligrama, poderia produzir sérios efeitos mentais e psicológicos. Uma vez na corrente sanguínea, alerta o professor, o THC alcança o cérebro em poucos segundos após ser inalado e começa a agir imediatamente. Segundo Moreira, no cérebro, existem grupos de receptores canabinóides concentrados em diferentes lugares. Estes receptores possuem efeitos em diversas atividades mentais e físicas, incluindo: memória de curto prazo, coordenação, aprendizado e soluções de problemas. Ele assegura que os receptores canabinóides são ativados por um neurotransmissor chamado anandamida que pertence ao grupo das substâncias químicas chamadas de canabinóides. "O THC também é uma substância desse grupo e copia as ações da anandamida, o que significa que a substância encontrada na maconha se liga aos receptores canabinóides ativando os neurônios, com efeitos adversos sobre o próprio cérebro e o restante do corpo. Queremos entender melhor as funções dessa substância endógena e outras propriedades da cannabis sativa nesse estudo", prevê. Mais informações sobre o 4º Simpósio de Neurociências da UFMG: www.ufmg.br/4simposioneurociencias Fonte:Portal MS Original: http://www.portalms.com.br/noticias/detalhe.asp?cod=959587258
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Maconha era plantada em quintal de casa em Campinas, SP 10/08/2010 às 16h07m SÃO PAULO - A Polícia Civil de Campinas, a 94 quilômetros de São Paulo, prendeu um homem em flagrante por plantio e venda de maconha na própria casa no início da tarde desta terça-feira. Foram encontrados cinco pés da droga, cultivados no quintal da residência no bairro Bonfim. Além disso, a polícia encontrou porções de maconha prontas para comercialização. A perícia está no local. A ocorrência será apresentada na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Campinas. Fonte: O Globo Original: http://oglobo.globo.com/cidades/sp/mat/2010/08/10/maconha-era-plantada-em-quintal-de-casa-em-campinas-sp-917364479.asp Alguem tem mais info? Será estas porções eram para trafico ou eram só buds curando?