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Pesquisa Para Os Participantes/ Ativistas Da Marcha Da Maconha
topic respondeu ao patricia2f de Jeca Tatu em Ativismo - Cannabis Livre
Taí suas respostas... Qual sua idade? 33 Desfruta da maconha há quanto tempo? Sou usuário há 17 anos. Quais as reinvindicações da Marcha da Maconha? Por uma política menos hipócrita, mais racional e menos baseada em moralismos de fundo religioso. Creio que o ser humano deve ser respeitado em sua individualidade seja qual for. Qual sua participação na organização da Marcha? Marchar e demonstrar que podemos ser pequenos mais somos muitos. Mesmo assim vou continuar com a ladainha...pesquisa de campo não se faz assim, ainda mais com um grupo que AINDA está na ilegalidade... Tem que chegar com calma, ganhar confiança do grupo alvo da pesquisa, conhecer seus hábitos e comportamentos e, se obter o aval, começar a recolher os dados para sua pesquisa...ninguém em sã consciência vai sair clicando em link externo e colocando dados...conhece o ditado: gato escaldado tem medo até de água fria... abs. -
Pesquisa Para Os Participantes/ Ativistas Da Marcha Da Maconha
topic respondeu ao patricia2f de Jeca Tatu em Ativismo - Cannabis Livre
Se vc é pesquisadora sabe muito bem que trabalho de campo não se faz assim...não é só chegar chegando ... ....tente outra vez...abraços... -
Foi mal...me exalto um pouco com política...além disto devemos lembrar que a Soninha foi para o Twitter defender a barbárie da desocupação de Pinheirinho... Mas continuo achando que além dos nomes devemos pensar em partidos que que estão abertos ao debate e, principalmente, quais são os partidos comprometidos ou não com o status quo...se determinado político(a) estiver vinculado a um partido do esquemão não adianta as boas intenções pois o trabalho legislativo é feito sobre base partidária e o parlamentar mas cedo ou mais tarde vai ter que se adequar... Outra parada que acho importante é a distinção entre a esfera municipal e a disputa política nos outro entes federativos...ex: talvez um plebiscito sobre legalização fosse aprovado no Rio de Janeiro/RJ ou São Paulo/SP e provavelmente o mesmo plebiscito não passaria se fosse levado para votação na esfera estadual a qual pertence estas cidades...bom, como não temos o modelo legislativo federativo do tipo Estados Unidos isto não é tão importante...mas abre espaço para certos políticos que nunca se declarariam a favor da legalização em uma eleição estadual ou federal, declararem-se a favor em uma eleição municipal, onde não poderiam tomar nenhuma medida prática pela legalização exceto pedir para a Guarda Municipal fazer vista grossa, mas garantiria alguns bons votos em cidades mais progressistas (neste sentido...) Enfim, já viu alguns políticos se declararem a favor e não realizarem absolutamente nada quando se elegem, então acho que vale olhar com certo cuidado os arrivistas da legalização desta eleição municipal... Abraços cordiais a todos
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bem...pra começar meu título é do Rio e votarei no Marcelo Freixo...mas moro no estado de São Paulo há seis anos então acho que acompanho a política local o suficiente para opinar ... além disto tenho vínculo profissional com o estado de SP o que me faz parte interessada...e posso dizer que a política do PSDB no estado é uma catástrofe com todas as letras...e não votaria em ninguém que apoiou ou fez parte da política deste partido. Na minha opinião a Soninha muda o discurso como quem muda de roupa e portanto não é político confiável para causa nenhuma...ninguém garante que se eleita ela vai realmente lutar em favor de algo ou entrar no esquemão assim que eleita (basta ver o lixo do Gabeira), por isto que para mim, a história de um político conta sim e não apenas se ele é a favor ou contra uma bandeira em um determinado período...basta ver que ela participou de todas as facções no poder em São Paulo desde que se tornou política (...Marta Suplicy, Kassab e Serra...precisa dizer algo mais...). Mas na boa...isto é minha opinião...neguinho vota em quem quiser e discutir política ou ter opinião divergente das demais não faz ninguém "dono da verdade"...e achar a Soninha um lixo não é desmerecer a opinião de ninguém é apenas ter a sua própria, então Togo, aprende vc a trocar idéia...
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Sou só eu que acho a Soninha uma bosta ou é impressão minha???? Ela é a figura mais oportunista que apareceu na política nos últimos anos...além de ser parte do governo Serra e do PSDB.... Na boa, achar que Soninha é uma boa opção é saber muito pouco das atitudes e posições recentes dela na política...vamos abrir o olho galera.... Essa mulher vai para onde o vento assopra... abs.
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como planto outdoor vou correr risco de falar merda...mas vai lá: porque vc não coloca uma tela entre as plantas e a lâmpada (mais afastada da lâmpada) e força um scrog? Talvez seja uma boa opção... abraços.
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2x !!! ...e o babaca do Marcelo Taz estava fazendo o contraponto sutilmente...eu pessoalmente acho o humor do CQC um desserviço, mas sei que sou minoria... abraços.
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Marcha Da Maconha 2012 - Campinas
topic respondeu ao gabrielhlima de Jeca Tatu em Marcha da Maconha 2012
Sabadão !!! Seria bom da galera das cidades da redondeza virem fortalecer a marcha em Campinas... -
Porra Tô aprendendo a tocar contrabaixo...a maior viagem, fumo um e entro em transe com os graves...rsrs
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Essa história de "a discussão tem que ser em nível mundial" pra mim é se fingir de progressista e alienar a discussão para outra esfera...ou como diria o Brizola: "costear o alambrado"....não dá pra esperar nada do clã Cabral...na boa...
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A Maconha Atrapalha Na Vida De Um Atleta?
topic respondeu ao Victor_Karate de Jeca Tatu em Cannabis e a Saúde
Ahhahahah...também tô nessa... -
Legalizar? Mas Como Assim? Por Que Legalizar?
topic respondeu ao ch4nd0rr4 de Jeca Tatu em Ativismo - Cannabis Livre
?!?!?!?!...meu Deus, é cada um que aparece...eu não vou ficar batendo palma pra maluco dançar...pra mim isso beira a trollagem... -
Aposto que ela cola velcro e cheira igual aspirador...
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Estudante De Agronomia É Preso Por Cultivo De Maconha
topic respondeu ao liambamaster de Jeca Tatu em Notícias
Porque que o cara pegou associação ao tráfico, a PC acha que ele era do PCC e fazia faculdade de agronomia????? -
Vai me desculpar irmão, mas direita e esquerda existem sim! Me considero de esquerda e, sinceramente, me sinto ofendido em ser classificado como hipócrita ditatorial por alguém que sequer me conhece... Mas vai lá, como toda corrente política a esquerda recruta seus membros dentro da sociedade e, portanto, herda da sociedade seus problemas. Isto vale para a esquerda e para todo movimento social: MST, Marcha da Maconha, etc... Achar que algum movimento está livre de constar entre seus quadros gente que está ali somente por interesse próprio é romantismo, mas classificar todo um movimento social com um simples rótulo é o que demonstra um perfil ditatorial. Estou longe de achar que a esquerda é pura e correta, até porque convivo com muitos de seus quadros...e por isto que digo que existe muita diferença entre o que alguns acham e o que outros acham...essa história da maconha ser alienante vem lá do pessoal da luta armada e ainda está presente principalmente entre alguns daquela época...mas posso te falar que também já queimei vários com muito tiozinho de esquerda, então como disse, tem de tudo... Abraços cordiais.
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Não conheço o livro que é citado, mas conheço bem o comportamento de parte da velha-guarda da esquerda em relação ao tema e geralmente é esse mesmo. Aliás não só com as drogas em particular mas com temas relacionados a certas liberdades individuais de modo geral, como homossexualidade, etc. Nos países socialistas a questão das drogas sempre foi tratada com repressão brutal, já fui em Cuba e lá tem cachorro cheirando mala pra todo lado...embora o consumo de álcool e tabaco seja amplamente encorajado. Na minha opinião isso está relacionado com um ranço antigo de considerar drogas como parte da alienação da sociedade burguesa, aliás como quase tudo que é considerado perversão. Acho que cabe a garotada lutar por uma esquerda menos moralista, no Brasil temos que ter cuidado porque boa parte da esquerda surgiu ou foi doutrinada dentro da Teologia da Libertação, então tem um forte ranço religioso, o que acaba resultando muitas vezes em uma esquerda moralista. O ponto positivo é que com a queda do muro, o centralismo sobre as diretrizes das esquerdas locais diminuiu, então tem espaço para agendas mais locais, e cabe, como eu disse, a geração mais nova levar o assunto ao debate...a propósito, excelente artigo e triste o moralismo por parte do pessoal da Consulta Popular. Abraços e Keep Growing...
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Quando era molecão e trampava que nem gente convencional mandava meu primeiro às 07:30...e era sensacional...baseadão logo quando vc sai da cama cedo é o melhor que tem, mantém a mente no shape até o fim do dia...ahahaha
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Alguém já organizou os dados socio-econômicos da galera que cai e é enquadrada como usuário e da galera que cai e é enquadrada como traficante? Sou capaz de apostar como além de tudo essa lei (como quase todas) é socialmente injusta...mais um trabalhador em cana...
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Marcha Da Maconha 2012 - Campinas
topic respondeu ao gabrielhlima de Jeca Tatu em Marcha da Maconha 2012
Ôpa!! Tamos aí tb!!! -
Jesus 'healed using cannabis' Duncan Campbell in Los Angeles The Guardian, Monday 6 January 2003 10.19 GMT Article history Jesus was almost certainly a cannabis user and an early proponent of the medicinal properties of the drug, according to a study of scriptural texts published this month. The study suggests that Jesus and his disciples used the drug to carry out miraculous healings. The anointing oil used by Jesus and his disciples contained an ingredient called kaneh-bosem which has since been identified as cannabis extract, according to an article by Chris Bennett in the drugs magazine, High Times, entitled Was Jesus a Stoner? The incense used by Jesus in ceremonies also contained a cannabis extract, suggests Mr Bennett, who quotes scholars to back his claims. "There can be little doubt about a role for cannabis in Judaic religion," Carl Ruck, professor of classical mythology at Boston University said. Referring to the existence of cannabis in anointing oils used in ceremonies, he added: "Obviously the easy availability and long-established tradition of cannabis in early Judaism _ would inevitably have included it in the [Christian] mixtures." Mr Bennett suggests those anointed with the oils used by Jesus were "literally drenched in this potent mixture _ Although most modern people choose to smoke or eat pot, when its active ingredients are transferred into an oil-based carrier, it can also be absorbed through the skin". Quoting the New Testament, Mr Bennett argues that Jesus anointed his disciples with the oil and encouraged them to do the same with other followers. This could have been responsible for healing eye and skin diseases referred to in the Gospels. "If cannabis was one of the main ingredients of the ancient anointing oil _ and receiving this oil is what made Jesus the Christ and his followers Christians, then persecuting those who use cannabis could be considered anti-Christ," Mr Bennett concludes. http://www.guardian....other_multiline ...sempre soube...rsrs....
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Occupy Wall Street Já Dura 1 Mês E Atinge 64 Cidades Dos Eua
topic respondeu ao green.label de Jeca Tatu em Sociedade
...Babylon, your queendom is falling...será??? -
Cara, fumar em um bong ou algo que filtre pela água alivia tb, a fumaça vem menos quente e a garganta agradece. Outra parada é se vc fuma prensado, o prensado geralmente é colhido antes da hora e não passa por um processo de cura, resultado é que vc fuma um fumo muito verde e ainda com muita clorofila, isto também fode a garganta. Depois que eu parei de fumar prensado minha garganta nunca mais reclamou. Abs.
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Esta senhora merece o troféu Mandou Bem... A polícia do Rio é a que mais mata no mundo Vera Malaguti Batista é secretária geral do Instituto Carioca de Criminologia, embora esclareça que tem uma formação "mais social que judicial". Esteve na Argentina para encerrar a 9ª Conferência sobre Política de Drogas, organizada pela associação Intercambios en Congreso. Ali analisou os fenômenos midiáticos vinculados ao narcotráfico, à intromissão militar nas favelas cariocas e à situação carcerária. Este último tema a motivou, junto com Pedro Viera Abramovay, a editar um livro chamado Depois do grande encarceramento (Ed. Revan, 2010), baseado nas colocações de um seminário realizado em 2008 no Rio de Janeiro, quando de 110.000 presos no Brasil, em 1994, se passou para 500.000 14 anos depois. Além de socióloga, Vera Malaguti Batista fez seu mestrado em História Social na Universidade Federal Fluminense e é doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tornou-se conhecida no ambiente acadêmico do Brasil depois da publicação de uma pesquisa intitulada O medo na cidade do Rio de Janeiro. Dois tempos de uma história (Ed. Revan). Ali analisa as diferentes formas de controlar e disciplinar as massas empobrecidas, comparando o que ocorria em 1800 e em 1900. Deste estudo se desprende não apenas a influência dos meios de comunicação de massa, mas também da Igreja brasileira, que orientou os medos para consolidar seus interesses, e a utilização do racismo para intensificar o medo do outro. A autora também assinala a importância do medo coletivo na construção das sociedades urbanas no Brasil. Atualmente, Vera Malaguti Batista é professora de criminologia da Universidade Cândido Mendes e impulsiona uma mudança na legislação sobre as drogas no Brasil, num momento em que os crimes relacionados ao narcotráfico estão ficando sempre mais abundantes, como o da juíza Patrícia Ascioli, morta após condenar policiais que integravam "esquadrões da morte" no Rio. A desinformação e a contra-informação, diz, são essenciais para entender o retrocesso e os obstáculos para implementar políticas de drogas mais humanas e eficazes. A entrevista é de Emilio Ruchansky e está publicada no jornal argentino Página/12, 05-09-2011. A tradução é do Cepat. Eis a entrevista. O que é o Instituto de Criminologia? É um instituto de pesquisas. Temos uma revista que se chama Discursos Sediciosos. Crimes, direito e sociedade, onde trabalhamos temas relacionados com o direito, mas também com a arte. Vocês têm alguma relação com o Estado? Nenhuma, somos totalmente independentes. Como monitoram a incursão do governo carioca nas favelas? Temos uma avaliação totalmente negativa de uma ocupação bélica das favelas. É uma estratégia para fazer uma higienização da cidade para os grandes negócios transnacionais olímpicos e futebolísticos. Não é uma "pacificação", como se propala a partir do governo? Essa palavra no Brasil tem uma história. Eu investiguei o que aconteceu em torno de 1830, quando o Brasil se tornou independente e houve um monte de rebeliões, histórias muito lindas, de indígenas, de escravos. Fiz um livro sobre a chamada Revolta dos Malês, dos escravos muçulmanos. "Pacificação" é uma expressão militar. Depois desta época de revoluções republicanas, no sentido radical do termo, as forças armadas do império brasileiro "pacificaram". Isso quer dizer que em lugares como o Estado do Grande Amazonas, que hoje é Amazonas e Pará, matou-se metade da população. "Pacificação", para quem conhece a história do Brasil, equivale a "dominação de território". Ou a extermínio... Sim. Neste momento a polícia do Rio é a que mais mata no mundo. Este mês estão "comemorando" que houve apenas 800 mortos no ano; há três anos se chegou a 1.500. Essa é a "pacificação", uma espécie de Pax Romana. Neste momento o Rio é governado pelo PMDB, partido aliado do PT. Qual é a sua opinião sobre essa gestão no Rio? O PMDB já existiu durante a ditadura militar. Está onde estão os negócios. Agora são centro-esquerda, mas em suas fileiras há gente de centro-direita, é uma mistura. O governo do Rio tem uma agenda politicamente correta, mas em segurança as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) têm uma camuflagem, que é a guerra contra as drogas, contra o crime, libertar as comunidades dessas máfias... mas por trás, se pode ver no mapa das comunidades pacificadoras que todas estão ao redor do Estádio do Maracanã, na zona Sul (Ipanema, Leblon), porque o Rio ainda tem favelas em áreas ricas; o belo é que é uma cidade misturada. Na verdade mora mais gente nas favelas que no perímetro histórico da cidade. Isso se vê claramente antes de aterrissar no aeroporto internacional. Justamente, o caminho desde o aeroporto, ao redor dos grandes estádios, nas zonas turísticas, tudo foi "pacificado". Na semana passada entraram na Mangueira, que é um bairro lindo. O que fizeram? Entraram com tanques da Marinha e destruíram casas e pequenos negócios que são a economia local pobre. O município chama estas incursões de "choque de ordem", é a política de higienização e o fim da verdadeira economia desses bairros. Há alguns anos, os comerciantes pagavam esquadrões para matar os meninos pobres que andavam pelo centro. Isso voltou a acontecer? Não, porque agora a polícia mata oficialmente em nome da pacificação e da guerra contra o narcotráfico. Além disso, os comerciantes estão tranquilos porque nas favelas pacificadas a polícia militar está permanecendo. Se você quiser fazer a festa de batizado de seu filho tem que pedir permissão à polícia militar, é um controle territorial, intenso e militarizado. Qual é a situação do baile funk neste contexto? Está proibido nas comunidades. Mas é a música mais popular e não só nas favelas. E nem sempre é violenta, mas às vezes é. Proibi-la faz parte da demonização das atividades das favelas. Agora há funk oficial, do governo. Estão cooptando artistas famosos para "o funk do bem". Como é uma manifestação cultural de massas no Rio, é um dos objetivos militares. O funk carioca nos anos 1970 impulsionava o orgulho negro e também foi perseguido pela ditadura. O próprio samba foi criminalizado no começo do século 20! Se você ouvir os artistas negros perseguidos, como Bezerra da Silva, já falecido, vai perceber os mesmos olhares sobre as áreas populares, as mesmas estratégias, só que muda o leitmotiv; antes era o samba ou a capoeira e agora é o baile funk. Também há a questão sexual. O baile funk é muito misógino. Sim... mas há uma questão de certo puritanismo branco brasileiro. Além disso, esta música fala do orgulho do usuário de drogas. É a crônica dessa vida oprimida. O proibidão (variante do baile funk) inclusive é um desafio às investiduras policiais e à política proibicionista. O controle da política militar reconfigurou a venda de drogas? Houve mudanças na venda miúda, mas todos sabemos que o proibicionismo não acaba coma venda de drogas. Os países mais rígidos são os que apresentam maior crescimento na produção: Colômbia ou Peru, antes de (Ollanta) Humala. O Brasil quadruplicou, segundo o último relatório da ONU, o tráfico de cocaína para fora do continente, como corredor. No Brasil temos 40 anos de fracasso coma proibição: aumentou a produção, a comercialização, o consumo, a corrupção da polícia, a violência, de uma forma tremenda. Para que serve a política de drogas? Os objetivos que propõe não existem. Ao mesmo tempo é discriminatória... Notou-se na última marcha mundial da maconha no Rio e em São Paulo. Estava proibida. Meu marido, que é advogado, apresentou um habeas corpus e conseguimos realizar a marcha no Rio, mas em São Paulo foi proibida, e com tiros! Mas agora o Supremo Tribunal Federal disse que não é apologia e legalizou as marchas. Estamos muito atrasados também devido ao monopólio dos meios de comunicação; não temos jornais como o Página/12, que é um contraponto ao La Nación e ao Clarín. Creio que a Argentina, em todos os assuntos, tem uma agenda política vanguardista; conjuga movimentos políticos populares com causas como o matrimônio igualitário ou a despenalização da posse de drogas. Mas no Rio há mais tolerância em certas zonas: fuma-se baseado na praia, nas ruas. Por que isso não chega à política? Rosa del Olmo, que foi uma grande professora venezuelana que morreu há 10 anos e desconstruiu nos anos 1970 essa real política norte-americana, dizia em relação às drogas que houve uma mistura de desinformação e contra-informação, que produziu uma saturação que é funcional à ocultação do problema. Você tem uma espécie de massacre midiático sobre o problema, mas as pessoas não têm informação sobre indicadores de saúde ou propostas internacionais sobre o tema. Como isto impacta sobre os usuários de drogas? No Brasil, o problema não é tanto a criminalização do consumo, que é questão de classe média e está naturalmente descriminalizado. Quando jovem, eu vivia no bairro Santa Teresa e agora moro em Ipanema. Em Ipanema, se alguém fuma, a polícia não faz nada, mas se vem um vendedor ambulante fumando um baseado vai preso. Atualmente, no Supremo Tribunal Federal existe uma discussão muito qualificada, tanto que no voto da sentença pela marcha o juiz Celso de Melo, que é um jurista liberal, abriu a discussão para o uso terapêutico da maconha. Mas a opinião pública é monopolizada pelos jornais, pela Rede Globo e por um contraponto evangélico que é pior ainda: tem sua rede de rádio e televisão. Eles obstruem a discussão. O Supremo não diz nada sobre a despenalização do porte de drogas? Esse assunto não chegou ao Supremo, tem que ser provocado. As pessoas vão presas, assim que deveria haver expedientes em trâmite. Sim, mas o problema principal, onde se sangra literalmente, é no ponto da venda que envolve os pobres. No Brasil, não existe uma especificação na quantidade de maconha, por exemplo. É uma questão de interpretação. Eu investiguei mais de mil processos, quando começou esta política repressiva, entre 1968 e 1978. Se há dois rapazes com a mesma quantidade de drogas e um é branco de classe média é induzido a ir a um psicólogo ou ao médico, mas se é pobre e negro e mora na favela é considerado traficante. Creio que o problema é a demonização do tráfico, do comerciante minorista. Então, penso que descriminalizar apenas a posse vai produzir a mesma violência. Também existem as internações obrigatórias pelo Código Penal, como na Argentina. Existem e são inconstitucionais. Na guerra contra as drogas tudo é permitido: torturas, assassinatos... Criou-se um senso comum tão forte que quando a polícia entra nas favelas e mata 10 pessoas, eles dizem: "São 10 traficantes". E está tudo bem. Insisto em que o nosso problema é a comercialização, assim como nos países andinos é a produção. Este tema vai de par com a discussão pela despenalização, que é totalmente correta e legítima. Para além do Supremo, que postura tem o governo federal? O governo da Dilma tem uma Secretaria de Política de Drogas no Ministério da Justiça. A titular, Paulina do Carmo Arruda, deu uma entrevista e disse que o crack, que é uma questão terrível, estatisticamente em saúde pública é um problema irrisório. Quase a mataram. Como avalia neste sentido a experiência de Portugal? Bom, Portugal descriminalizou o consumo. Há dois anos veio de lá a antropóloga Manuela Ivonne da Cunha, que fez um estudo sobre as prisões em Portugal e demonstrou que a descriminalização produziu um aumento na prisão dos africanos que vendem pequenas quantidades. Nunca um grande narcotraficante... O mesmo acontece no Brasil, onde não existe um grande negócio de drogas, é apenas uma categoria fantasmática. É diferente na Colômbia. O proibicionismo provocou os cartéis, como a máfia durante a lei seca. Então, você acredita que se deve legalizar as drogas. É o que dizia Rosa del Olmo: controlar pela legalidade. Até o crack pode ser controlado legalmente, como acontece com a heroína na Suíça ou a maconha na Holanda. O nosso modelo deve ser soberano, nosso, de acordo com os nossos problemas. Outra coisa que diz Del Olmo é que a agenda da guerra contra as drogas entrou na América Latina antes que tivéssemos um problema efetivo, estatístico, de saúde, com o uso de drogas. Será que a guerra produziu o consumo? Até a ditadura militar, no Brasil existia uma legislação sanitária sobre drogas ilícitas. Na ditadura entrou o modelo bélico, policial, norte-americano. E também se massificou o consumo de cocaína. Atualmente, o Brasil é um porto de saída de cocaína para a Europa. Poderíamos considerar que esse é o verdadeiro negócio narco. Um negócio institucionalizado, caso contrário, não aconteceria. É gracioso, no Brasil sempre dizem "foi preso um grande traficante" e, no final das contas, é um menino favelado. A realidade é que no comércio ilícito as pessoas se brutalizam, não apenas elas, a polícia também se brutaliza, vão se convertendo em matadores de pobres: eles falam de "autorresistência", que é uma metáfora para encobrir uma execução policial. Além disso, se abriu um precedente perigoso: o uso das forças armadas em funções policiais no caso da pacificação. E o governo de Lula aprovou isto por lei... resultado: aumentou em 40% o número de presos por tráfico entre 2003 e agora. No Rio há grupos que vendem drogas e não negociaram com a polícia, como o Comando Vermelho, e todas as UPPs vão para áreas do Comando Vermelho. A polícia fica com o negócio. Há alguns anos, Fernando Meirelles e José Padilha, diretores de Cidade de Deus ou Tropa de Elite, garantiram que o usuário é cúmplice do narcotráfico, deslocando o foco da discussão que deveria ser a reforma da lei. O filme Tropa de Elite é uma apologia de uma tortura e a parte dois é mais perversa ainda. Creio que eles acentuam a culpabilização do consumidor; discordo deles nesse ponto. Dilma chamou Pedro Abramovay para trabalhar na Secretaria de Políticas de Drogas e numa entrevista disse que além de despenalizar a posse, talvez faltava pensar os traficantes presos sem armas como vítimas do tráfico. Caiu. Dilma o tirou. Influíram a opinião pública e o medo. Conhece a Paulo Teixeira? É um deputado federal que propõe a reforma da lei de drogas em seu país. Sim, claro. Sofreu um massacre midiático por suas propostas. Tratam-no de protetor, de narco. Meu marido diz que o discurso sobre os traficantes é parecido com o religioso, ao de um herege: "Toma a alma de nossos jovens". O traficante aparece como alguém que vai à escola e não como alguém que traz uma mercadoria que outro quer, como no capitalismo. Eu gosto do capitalismo, mas bom... Reconhecer o uso é reconhecer o mercado... Mas aí entra o discurso que você mencionava antes: "Então, a culpa é do consumidor que produz o mercado". E começa a demonização do usuário. É um círculo vicioso, sem objetividade. A guerra contra as drogas só serviu para aumentar o poder discrecional da polícia, a venda de armas e a legitimação da truculência contra os pobres, que é algo histórico da polícia brasileira. Mas quando se pensa em mudar, as pessoas entram em pânico: "Vão liberar". "Como vai ser?" E como é agora? Sabe quantos desaparecidos temos agora no Rio? 5.000 no ano passado. Parte reaparece vivo... mas parte desses desaparecidos foram mortos pela guerra contra as drogas. Quem os faz desaparecer? A polícia brutalizada que produziu a guerra. Quantos aparecem? Não sei, são dados classificados. Temos um observador que diz que os números da segurança no Rio são torturados. Além disso, quem dirige a parte de estatística é um coronel do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais). Na semana passada tivemos um caso chocante no Rio. A polícia entrou numa favela e disparou contra dois meninos: um foi ferido, o outro morreu e sumiram com o corpo. Esse menino estava indo à escola. Nas áreas pobres é uma tragédia este modelo de segurança máxima da UPP. Tenho entendido que também há paramilitares. Sim, as chamamos de "milícias". São policiais que vivem dentro das favelas, são esquadrões da morte. No começo, os prefeitos do Rio disseram que eram uma "autodefesa contra o narcotráfico", e as permitiram. Depois se expandiram e agora é polícia... contra polícia, porque as milícias querem ficar com parte do negócio das drogas. Antes controlavam a venda de gás, os telefonemas ilegais, internet, a economia informal. São máfia. As autoridades demoraram para se dar conta disso, até agora que matam policiais. "Fazem hora extra, é autodefesa contra o narco", diziam. Quem financia as milícias? Elas se autofinanciam. Obrigam a pagar uma taxa de segurança e proteção. E não se pode denunciá-las porque são policiais. É o segundo emprego da polícia! Essa é a mistura louca que estamos vivendo no Rio. Esta semana também mataram um rapaz no morro. Disseram: "Era traficante". A família corre para provar que era trabalhador. Se fosse traficante estaria tudo bem... esse é o problema. Para a família também? Às vezes, sim. Essa é a questão perversa. Claro que há lugares onde o traficante é alguém da favela que mantém uma boa relação, outros são de outras favelas e dominam o bairro pela força. O traficante não existe como categoria fixa. Existe um comércio louco, pulverizado, violento. Mas a polícia militar brutaliza muito os traficantes. Têm muitos policiais militares presos? Sim, muitos. Em geral, por assassinatos, e cada dia mais. Por isso, nem os Estados Unidos deixam que suas forças armadas se metam em problemas internos. Fonte: Instituto Humanitas Unisinos
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Achei foda o seguinte: a postura do Capitão Nascimento no texto reconhece que estamos claramente ditando a agenda do debate...os proibicionistas estão começando a ter que responder nossos argumento e não o contrário. Avante!!!