Vou falar sobre a dos testículos. Minha crítica vale pra qualquer estudo correlativo e assenta-se basicamente na dificuldade de se estabelecer relações de causa e efeito nesse tipo de estudo. Princípio básico do método científico: correlação não implica causalidade. Se uma coisa tende a acontecer junto com outra (cancer e uso de ganja por exemplo), pode ser que ambas sejam influenciadas por uma terceira, sem que as duas primeiras tenham uma relação de causa e efeito entre si - por exemplo, se pessoas com propensão a ter cancer também tivessem propensão a fumar mais maconha por causa de uma característica genética (exemplo hipótetico). Supondo que este cenário fosse o correto, seria errôneo afirmar que ganja aumenta as chances de cancer, porém um estudo correlativo não seria capaz de distinguir esta situação da situação onde maconha causa cancer. Ambos cenários seriam idênticos pela lente de um estudo correlativo. Ou seja, é necessário mais para concluir.
Além do mais, a amostra do estudo é muito pequena. Apesar de, como disse o Mr. Branco, poucos estudos com cannabis terem usado 360 e tantas pessoas, é uma amostra pequena pra ser representativa de todos os tipos de cannabis que existem e todos os tipos de homens.
Para chegar a conclusões robustas sobre causa e efeito são necessários mais do que estudos correlativos. Estes podem apenas fornecer evidências de hipóteses que devem ser testadas com outros tipos de estudos, como os experimentais, por exemplo.
Abs,