Dificil resolver esse problema. O crack em si, a substancia, nao é o problema, o problema é a combinação crack e miseria. Fazendo fronteira (fronteiras vastas e remotas) com os maiores produtores mundiais de cocaina e com indices de miseria enormes junta-se a fome com a vontade de comer, no caso a noia com a vontade de pipar. A solucao paliativa é discriminalizar o usuario e pequeno traficante que faz uso, investir pesado em assistencia social e tartamento e fazer campanhas serias (nao moralistas ou demonizantes) sobre o uso. Mas a solucao definitiva é regulamentar a cocaina e garantir um preco acessivel. No entanto, como ja disse varias vezes o movimento cannabico como um todo assumir a postura a favor da descriminalizacao total das drogas, no atual momento, é muito perigoso, essa argumentacao so pode ser usada em debates "fechados", para publicos mais educados e com nocao da problematica, senão é dar a espingarda na mao dos proibicionistas e pintar um alvo no peito. tudo que a reaçaiada quer é associar maconha com crack nas cabeças ocas dos zé-povinho...
Como alguns aqui sabem convivi fotografando com um grande numero de usuarios de crack, fiz reportagens e entrevistas com traficantes e agentes de saude, com familiares de usuarios e moro proximo a uma famosa cracolandia da capital. Nao da pra traçar um perfil especifico do usuario e nem um padrao comportamental, se todo usuario fosse uma maquina de se prostituir, roubar e fumar crack, eu jamais teria conseguido passar 3 anos fotografando sozinho na Baixada do Glicerio com uma camara de 3 mil reais no pescoço com essa minha cara de bobo...A demonizacao do crack é uma estrategia (nao sei ate que ponto pensada) para apavorar a populacao, segregar ainda mais o usuario em situacao de miseria e legitimar a repressao bruta (que movimenta somas astronomicas!)...Nao podemos cair na besteira de fazer o mesmo que fazem com a gente, despersonalizando e demonizando o usuario de crack...