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Mr. Grower

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Tudo que Mr. Grower postou

  1. BLOG SONIA RACY Na quarta que vem, Gilmar Mendes apresenta no STF seu aguardado voto – como relator – em um processo no qual um cidadão recorre contra punição por consumir drogas. Por tudo que se sabe de seus discursos e seus votos, o ministro aceitará o recurso. Como é um caso de repercussão geral, o parecer, se aprovado pela Corte, passará a valer para tribunais inferiores. Droga 2 A decisão – que na prática liberaria o consumo da maconha – nada tem a ver com a produção ou venda de drogas. E faltará definir quais delas, e em que quantidade, configuram o “uso pessoal”. fonte: estadao
  2. 2 de Abril de 2015 08h40 Justiça decide que médico que plantava maconha em casa não é traficante Em mais um caso envolvendo cultivadores de maconha, a Justiça de São Paulo decidiu que um jovem médico flagrado plantando Cannabis não cometeu crime de tráfico e que a erva apreendida era para o seu consumo. Na decisão, a juíza Silvana Amneris Rôlo Pereira Borges, da 6ª Vara Criminal de Santos, afirma que “não há prova a indicar que a droga produzida pelo acusado fosse destinada ao consumo de terceiros”. Em janeiro do ano passado, policiais chegaram à república estudantil onde o jovem morava, em Santos, depois de um denúncia. Lá, foram encontrados cinco vasos da planta e artefatos para cultivo, além de um recipiente de vidro contendo 14 gramas de maconha e uma sacola com 70 gramas. O médico chegou a ficar preso durante dois dias, mas sua defesa conseguiu a revogação da prisão preventiva. No último dia 12 de março, saiu decisão em favor da desclassificação do crime. "Em uma análise preliminar, tanto o delegado como o Ministério Público de São Paulo entenderam que era tráfico. Inicialmente, a nossa medida foi conseguir a revogação da prisão preventiva para que ele aguardasse o julgamento em liberdade. Depois da denúncia por tráfico, demonstramos que ele não passava de um mero usuário", afirma o advogado de defesa, Marcelo José Cruz. Um dos argumentos do jovem é que ele decidiu cultivar a erva para não financiar o tráfico de drogas. Segundo a decisão, o médico “explicou que sempre entrava em um conflito psicológico, porque tinha que comprar do traficante, ter contato com o criminoso, e não aceitava isso”. Com a desclassificação do crime, ao jovem foi imposta pena de prestação de serviços à comunidade, pelo período de um mês Fonte: FátimaNews
  3. Maconha. Marijuana. Erva. Você pode escolher como quer chamar a droga ilícita mais popular do mundo. Tão popular, na verdade, que não falta quem apoie a sua legalização, tanto para fins medicinais quanto recreativos. Mas o que ela realmente faz conosco? Veja um apanhado dos seus efeitos sobre a saúde e as preocupações potenciais sobre o seu uso. Maconha: uma substância controlada que carece de pesquisa científica controlada Antes de começar, devemos notar que muito mais pesquisas precisam ser feitas nesta área. Embora a maconha tenha sido usada por séculos como um medicamento e como inebriante (é até mesmo mencionada no Antigo Testamento várias vezes como “kaneh-bosem”), nós não sabemos muito sobre seu efeitos na saúde. Isso é porque não existem muitos estudos controlados a respeito dela, devido à forma como a maconha é classificada por governos do mundo todo. A Administração de Drogas e Alimentos (FDA, na sigla em inglês) estadunidense classifica a maconha como uma droga de Classe I, a mais perigosa de todas as classes de drogas, com a definição de “nenhum uso médico atualmente aceito e um elevado potencial para o abuso”. (Fato curioso: heroína, ecstasy e LSD também são drogas Classe I, mas a cocaína e metanfetamina são consideradas menos perigosas, entrando na Classe II.) Maconha: aumento do uso da erva diminui o consumo de outras drogas? Como tal, para fazer pesquisas clínicas com a maconha, nos EUA é necessária uma licença da Divisão Estadual de Narcóticos e da aprovação do estudo pela FDA. Além disso, para obter a matéria-prima, é necessário passar pelo Instituto Nacional de Abuso de Drogas. Caso contrário, uma vez que é ilegal a nível nacional ter maconha (mesmo em estados que legalizaram a maconha), os cientistas que trabalham em hospitais, faculdades ou outras instituições que recebem financiamento federal correm o risco de perder seus fundos para esta pesquisa. “Não é uma novidade que a maconha tenha poderes medicinais, mas todo embargo que foi feito sobre a ciência gerou uma represa, em escala mundial, que está vazando por todos os lados”, explica o neurocientista da Universidade de Brasília (UnB) Renato Malcher. O que a maconha faz para nossos cérebros no primeiro par de horas Mesmo com tais restrições, há quem consiga enfrentá-las para que saibamos o que acontece conosco ao consumir maconha. A cannabis contém pelo menos 60 tipos de canabinóides, compostos químicos que agem sobre os receptores em todo o nosso cérebro. O THC, ou tetrahidrocanabinol, é o produto químico responsável pela maior parte dos efeitos da erva, incluindo a euforia intensa. Ele se assemelha a outro canabinóide produzido naturalmente em nosso cérebro, a anandamida, que regula o nosso humor, sono, memória e apetite. Essencialmente, o efeito dos canabinóides em nosso cérebro é manter nossos neurônios disparando, ampliando nossos pensamentos e percepção e nos mantendo fixos neles (até que outro pensamento nos leve a uma tangente diferente). É por isso que quando você está chapado não é uma boa hora para dirigir, estudar para um teste ou praticar esportes que exigem coordenação, como o tênis. Como o álcool, a cafeína e o açúcar, canabinóides também afetam os níveis de dopamina no nosso cérebro, muitas vezes resultando em uma sensação de relaxamento e euforia. Há, ainda, outras maneiras de como maconha interage com os nossos cérebros, por exemplo, prejudicando nossa capacidade de formar novas memórias e causando a clássica “larica” – a fome avassaladora que vem depois de um “baseado”. Os efeitos dependem da dose utilizada, bem como de quão potente é a preparação (a maconha comum contém de 2 a 5% de THC, enquanto a ganja pode conter até 15% de THC e o óleo de haxixe entre 15 e 60% de THC). Em altas doses – e se você não tomar cuidados ao consumi-la por via oral, como em bolos ou no brigadeiro -, a maconha pode produzir estados alucinatórios assustadores. Tal como acontece com outras drogas, os efeitos da maconha variam de acordo com o indivíduo. Nem todas as pessoas podem achar a experiência agradável ou relaxante; para aqueles que têm ansiedade ou são propensos a ataques de pânico, a maconha poderia agravar seus sintomas ao invés de trazer uma sensação de calma. Maconha não parece ter um efeito de longo prazo sobre a memória e concentração Os efeitos de curto prazo da maconha são geralmente sentidos dentro de alguns minutos. O pico ocorre em 30 minutos e se desgasta após cerca de duas ou três horas. A grande questão é: o que acontece se usarmos a maconha com mais regularidade, ou se fomos usuários ocasionais, mas em grandes quantidades? Existem mudanças permanentes de saúde cognitiva? Será que todos nós nos transformaríamos no Dude, de “O Grande Lebowski”? Mais uma vez, nós não temos muitos estudos científicos rigorosos sobre isso, muito menos muitos estudos longitudinais. Em 2012, no entanto, foi feita uma revisão de pesquisas disponíveis, publicada no “Journal of Addiction Medicine”, que conclui que as deficiências imediatas sobre a memória e a concentração, pelo menos, não são provavelmente permanentes. Atenção e concentração A maconha prejudica a atenção e concentração dos usuários leves, mas não parece afetar os usuários regulares ou pesados seis horas após fumá-la ou ingeri-la. No longo prazo, os pesquisadores descobriram que, depois de 3 semanas ou mais desde a última “dose”, a atenção e concentração voltava ao normal. “Em cinco dos sete estudos, nenhuma deficiência de atenção ou concentração foi encontrada em indivíduos que tinham permanecido abstinentes de 28 dias a um ano”, garante os autores da revisão de bibliografia. Outros dois estudos encontraram diferenças na atenção e concentração entre não usuários e usuários pesados depois de 28 dias, mas os pesquisadores observam que as conclusões díspares podem se dever a medir diferentes tipos de habilidades de processamento. A memória funcional Do mesmo modo, vários estudos não encontraram nenhum efeito residual ou a longo prazo na memória funcional. Um estudo de 2002, por exemplo, testou 77 fumantes pesados ​​por dia após a abstenção de fumar maconha. O comprometimento da memória estava presente em usuários pesados ​​até 7 dias após o uso da maconha, mas no dia 28, seus resultados de teste de memória não diferiram significativamente do grupo de controle. Em outras palavras, mesmo que sua memória seja afetada quando você fuma, depois de parar ela provavelmente vai voltar ao normal com o tempo. Por que fumar maconha dá fome? A Administração de Serviços de Abuso de Substância e de Saúde Mental (SAMHSA, do inglês Substance Abuse and Mental Health Services Administration) tem um flyer sobre as possíveis consequências de curto e longo prazo do uso de maconha. Ele relata que não há nenhuma ligação forte entre a frequência do uso da maconha e da violência ou crime, nenhuma ligação clara ou distinta entre depressão e uso de maconha, e nenhuma ligação clara entre o uso de maconha e defeitos de nascimento. O uso pesado de maconha, no entanto, tem sido associado a um aumento da probabilidade de problemas respiratórios, desenvolvimento de esquizofrenia (alguns estudos sugerem que uma predisposição genética pode estar envolvida nestes casos) e, para os adolescentes que estão aumentando o uso de maconha, mais dificuldade de se ajustar à sociedade. Nós vamos tratar algumas dessas questões abaixo. Em comparação com outras drogas, a maconha é menos viciante e prejudicial O vício é um tema muito complexo. É possível que as pessoas fiquem viciadas em qualquer coisa que nos dá prazer. Enquanto a dependência da maconha é real, é um vício mais raro do que a outras substâncias (legais ou ilegais). As estatísticas dizem que 9% das pessoas que usam maconha tornam-se dependentes dela, em comparação com 32% dos usuários de tabaco, 20% dos usuários de cocaína, e 15% dos consumidores de álcool. Quando se trata de maconha e outras substâncias, alguns dizem que o mais importante pode não ser o quão viciante a substância é, mas quão prejudicial poderia ser. A ex-cirurgiã geral Jocelyn Elders disse que apoia a legalização da maconha, sustentando-se no argumento de que ela “não é fisicamente viciante”. Além disso, ela afirma que esta substância não é tóxica – ao contrário do álcool, heroína ou cocaína, a única forma de você ter uma overdose fatal de maconha é se um fardo gigante dela cair na sua cabeça. De um modo geral, a maconha tem se mostrado muito menos perigosa e viciante do que outras substâncias – mais de 100 vezes mais segura do que o álcool -, mas isso não quer dizer que ela é completamente inofensiva. Como a maconha é consumida e preparada pode fazer uma grande diferença em seus efeitos sobre a saúde, para melhor ou pior. A maconha é mais perigosa para os adolescentes As chances de se viciar em maconha aumentam se você é um usuário diário ou se o hábito começou quando você era adolescente. De acordo com o Instituto Nacional de Abuso de Drogas dos EUA, o vício da maconha sobe cerca de 17% em quem começar a usar nesta época e cerca de 25 a 50% entre os usuários diários. “A maconha pode causar mudanças no cérebro que atrapalham o aprendizado, especialmente em adolescentes, já que seus cérebros ainda não terminaram de se desenvolver”, explica Damon Raskin, médico internista e diplomata do Conselho Americano de Medicina do Vício. “Os cérebros não estão totalmente desenvolvidos até a idade de 25 ou 26 anos. O uso crônico da maconha pode levar a alterações nas habilidades de personalidade, julgamento e raciocínio”. Ainda de acordo com ele, a maconha nessa fase causa danos no coração e pulmões, aumenta a incidência de ansiedade, depressão e esquizofrenia, e pode desencadear episódios psicóticos agudos. “Grande parte da maconha disponível hoje é mais potente do que era no passado, de modo que existe potencial para que ela tenha efeitos deletérios mais intensos sobre o usuário”, conta Raskin. Fumar é mais arriscado do que outros métodos de utilização O mais comum é que a maconha seja fumada, mas ela também pode ser usada em vaporizadores, transformada em chá ou consumida como um ingrediente em quitutes. Óleos e tinturas são muitas vezes feitos a partir da planta cannabis, bem como alguns medicamentos. Das muitas maneiras de usar maconha, fumar parece ter os efeitos colaterais mais prejudiciais. “O fumo é prejudicial à saúde do pulmão”, aponta a Associação Americana do Pulmão. “Seja a partir da queima de madeira, tabaco ou maconha, toxinas e substâncias cancerígenas são liberadas na combustão de materiais. Foi mostrado que a fumaça da combustão da maconha tem muitas das mesmas toxinas, substâncias irritantes e cancerígenas que o fumo do tabaco”. Além daquilo que está na fumaça, a maconha é normalmente fumada de maneira diferente do tabaco. Fumantes de maconha tendem a inalar mais profundamente e prender sua respiração por mais tempo do que os fumantes de cigarros, o que leva a uma maior exposição por respiração ao alcatrão. Da mesma forma, fumantes passivos de maconha absorvem muitas das mesmas toxinas e substâncias cancerígenas presentes na fumaça diretamente inalada da maconha, em quantidades semelhantes – se não maiores. Uma revisão de estudos de 2013, no entanto, encontrou evidências mistas ligando o uso pesado da maconha a longo prazo com doença pulmonar ou câncer de pulmão e concluiu que há definitivamente um maior risco para essas condições se a pessoa usa tabaco. Ainda assim, os usuários regulares podem considerar outras opções além de fumar, como usar vaporizadores ou consumir como alimento. Fumar não é tão eficiente A CEO dos laboratórios G FarmaLabs, Ata Gonzalez, explica que os métodos tradicionais não são os mais eficientes e nem os mais “limpos”. Isso porque métodos baseados em papel podem ser prejudiciais para o tecido da garganta e do pulmão ao longo do tempo, podendo introduzir a possibilidade de inalação de esporos de mofo e ser cancerígenos, dependendo do material no qual a cannabis é enrolada. “Vaporizadores são uma opção muito melhor se você quiser fumá-la, não só porque é muito mais discreto, mas porque introduz canabinóides na corrente sanguínea na forma de gás através do calor, em vez da fumaça devido à combustão”, garante a presidente. O método também reduz qualquer possível exposição a toxinas prejudiciais ou subprodutos, porque a maconha nunca é queimada. No caso dos comestíveis, a eficiência é a mais alta possível, pois os canabinóides entram no sistema pelo trato gastrointestinal, em vez dos pulmões – o que também significa que a absorção é mais lenta e os efeitos parecem estar atrasados, porque o corpo tem de processar o THC através do fígado. Como resultado, o efeito é muito mais focado no corpo, sendo eficiente para o alívio da dor. Maconha e sua saúde: o que 20 anos de pesquisa revelam Tinturas e tônicos às vezes são classificados nesta categoria de consumo. Finalmente, temos soluções tópicas feitas com óleo de cannabis (por exemplo, pomadas, loções, pomadas) que são mais usadas ​​como anti-inflamatórios e analgésicos. Conhecer as origens Além disso, também valeria, num mundo ideal, tentar saber de onde a maconha que você está consumindo – quem a cultivou, como ela foi cultivada, como foi a colheita e assim por diante. (Em breve será possível comprar maconha da própria marca do músico Willie Nelson em suas lojas!). Se você não sabe, porém, leve em consideração essa dica do editor do portal Global Healing Center Ben Nettleton, que sugere hidratar seu produto, lavando-o várias vezes, para eliminar impurezas que sejam solúveis em água. “Assim, [será eliminada] qualquer sobra de fertilizantes, pesticidas, fungos e até mesmo compostos desnecessários inócuos como sais e clorofila”, explica Nettleton. “Basicamente apenas dê uma boa lavada [na erva]. O THC não é solúvel em água, então você não vai perder nada do que está procurando”. Nós tendemos a pensar na maconha como um movimento hippie e todo natural, mas hoje a maconha legal é a indústria que mais cresce nos EUA – uma indústria de bilhões de dólares – e a pureza e a qualidade da maconha pode significar muito para a sua saúde e o efeito dela sobre você. Há muitos usos médicos possíveis para a maconha Finalmente, há os potenciais usos médicos da marijuana para uma ampla variedade de condições. 23 estados norte-americanos e o Distrito Federal já legalizaram o uso medicinal da maconha para tratar sintomas de câncer, AIDS, artrite, esclerose múltipla, enxaqueca, epilepsia, náuseas e outras condições. Nosso vizinho Uruguai também está fazendo a sua parte para a descriminalização da maconha. Nos Estados Unidos, 76% dos médicos disseram que iriam prescrever maconha para fins medicinais. E uma análise de 60 estudos revisados ​​por especialistas sobre a maconha medicinal descobriu que 68% das pesquisas demonstravam que os tratamentos concluídos foram positivos para as condições tratadas. Tal como no caso dos efeitos adversos de marijuana, no entanto, nesta área também faltam pesquisas satisfatórias. Segundo Sanjay Gupta, médico que trabalha em parceira com a rede de televisão CNN, que questiona a categorização da maconha como uma droga de Classe I, diz que a maioria esmagadora dos trabalhos recentes sobre tema – cerca de 94% – são projetados para investigar os danos, enquanto apenas 6% investigam os benefícios da maconha medicinal. Então, ficamos com evidências anedóticas. Segundo Greta Carter, ativista pró-maconha, empresária e fundadora de uma cadeia de clínicas, já foram vistos benefícios claros de tratamentos com maconha sobre a síndrome de estresse pós-traumático. “Sabemos também que os pais que têm lutado diariamente com crianças que sofrem de convulsões e distúrbios do movimento vão a extremos para mudar suas famílias para os estados que permitem o acesso ao medicamento”, conta. Ela ainda relata casos de pacientes com AIDS e câncer que encontram benefícios na cannabis. Além destes casos extremos, Greta acha que a cannabis é uma parte do bem-estar geral para muitos. Ela já atendeu 40 mil pacientes em suas clínicas especializadas e pôde concluir que a idade média dos pacientes aumenta cada vez mais. “A população mais idosa que vem aqui relata que toma mais de 14 tipos de medicamentos (e alguns deles são remédios para compensar os efeitos colaterais dos outros remédios). Em um ano após a incorporação da cannabis, eles voltam e estão em 2 ou 3 medicamentos, desfrutando de uma melhor qualidade de vida. Aqueles que têm sofrido com o vício em analgésicos usam cannabis para gerir a sua dor e param de tomar seus remédios. As histórias não acabam mais”, relata. Os opositores da maconha medicinal argumentam que ela é muito perigosa para se utilizada (embora os argumentos pareçam estar mais associados aos efeitos do tabagismo em vez da maconha em geral ou de administrá-la de outras formas), que a maconha é viciante e que as drogas legais tornam a maconha desnecessária. Os profissionais de saúde, pesquisadores e legisladores em ambos os lados do debate continuam a discutir os prós e contras do uso da droga. Como sempre, “mais pesquisas são recomendadas”. No caso da maconha, contudo, nós realmente precisamos de mais pesquisas – e mais pesquisas de qualidade – para que essa discussão possa ser sustentada com mais do que dogmas. [Agência Brasil, Life Hacker] Fonte: hypescience
  4. RAFAEL GARCIA DE SÃO PAULO 02/04/2015 02h05 Inicialmente, a maconha era coisa dos negros e levava ao marasmo. A partir dos anos 1960, uma reviravolta: a droga se torna subversiva, símbolo da contracultura. Hoje, passa a ser vista de um pragmático ponto de vista: um mercado bilionário. O historiador Jean Marcel Carvalho França, da Unesp em Franca, conta em "História da Maconha no Brasil", lançado agora pelo selo Três Estrelas, do Grupo Folha, como se deu essa transição. Leia a crítica. O professor de históra Jean Marcel Caravalho de França, em sua casa, no interior de São Paulo Em entrevista à Folha, ele ressalta que a maconha sempre esteve muito mais ligada à cultura brasileira do que à americana ou à europeia e lembra que o país teve um papel importante na sua proibição global. Leia também: Médicos alertam para os riscos do consumo da droga * Folha - Quem trouxe a maconha até o Brasil? Jean Marcel Carvalho França - O mais provável é que tenham sido os negros. Nós optamos pela prática subsaariana, que é fumar. No início, inclusive em cachimbos. Pode ser que os marinheiros portugueses também tenham trazido. Eles eram todos consumidores de haxixe porque tinham sido iniciados na Índia. Eles tinham isso como um facilitador de viagem; fumavam haxixe para ter uma certa paz no oceano. Hoje, isso pouco importa, porque o que se consolidou na nossa cultura é que os negros trouxeram a maconha. Como foi isso nos Estados Unidos e em outros países? Nós temos aquela paranoia contra os americanos, achamos que tudo de ruim e de repressivo foram eles que inventaram. Nesse caso, não foi. A questão foi levantada primeiro numa comissão da ONU para o ópio, e quem menciona a maconha não são os EUA, mas os egípcios. Eles dizem: "Não temos problema com ópio. Temos é uma epidemia de canabismo". E o representante brasileiro embarca e diz: "Nós também". Em 1934, então, a ONU resolve incluir a maconha na lista de drogas. Maconha nunca foi hábito na Europa. Mesmo no clube dos haxixeiros de Paris –Baudelaire e aquela gente toda–, era secundária. Balzac achava chatíssimo fumar aquilo. A tradição maior de consumo de cannabis é nossa, mas a gente perdeu essa ideia. Quando surgiu esse debate? Na década de 1910, o Brasil é pioneiro. Os primeiros artigos partem de observações empíricas: "Eu tenho um ex-escravo que consome maconha e tem tal comportamento". Eles não são capazes de dizer que a maconha torna o sujeito propenso à violência, mas apontam que fica avesso ao trabalho, não se interessa por práticas produtivas. Esse argumento foi construído nas cinco primeiras décadas do século 20. Foi muito bem-sucedido. Pense no que ficou no imaginário de nossas mães (minha mãe é de 1928). O maconheiro, para essa geração, é preguiçoso, marginal. A geração nascida na ditadura não vê assim. É algo mais associado a hippies e artistas. Entre 1910 e 1960, a luta dos higienistas foi vitoriosa. A maconha retornou como contracultura nos anos 1960. Aí a maconha abria as portas da sensibilidade e era antiburguesa. A esquerda dizia: a maconha é subversiva porque cria mundos novos. A direita dizia que ela criava subversivos. Ambos acreditavam nesse potencial da maconha. É bonitinho, né? Eu sou pós-punk, quando olho para os hippies, acho bonitinho. Aí surge a guerra contra as drogas, então. Sim, tanto os líderes da contracultura quanto o FBI associavam a maconha à subversão, é curioso. Mas também já existia o argumento de que a maconha era alienante, na direita e também na esquerda. Marx não gosta do "lúmpen". Ele gostava do proletário higienizado –gente limpa que tem família, não vai a puteiro e não anda bêbado. Gente bêbada que frequenta puta é "lúmpen", se vende por salsicha e cerveja. Essa tradição dentro do marxismo sempre condenou o uso. A droga não é subversiva, é alienante. A demonização da maconha está se esvaindo? Você começa a associar a maconha com coisas positivas. Você faz o indivíduo se lembrar dos remédios para crianças que sofrem, calmantes para quem dorme mal. No Uruguai, profissionais liberais foram à televisão dizer que fumavam. Isso derruba a ideia de "maconheiro", indivíduo desocupado que fica parado na esquina, tendendo ao pequeno crime. Aqui tivemos o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso assumindo essa bandeira. Ele –e já digo, sou fã dele, sou "viúva do FHC" –captou essa tendência. Veja, eu não estou defendendo a maconha como libertária. É "business". No Colorado, o tamanho da indústria da maconha é gigantesco. Isso vai ser três vezes a indústria do tabaco. E é um negócio que tem baixo impacto sobre a saúde pública. E tira o custo da guerra contra as drogas, de polícia rondando para pegar menino fumando maconha em esquina. Vivi muito tempo em Portugal. A polícia encontrava gente fumando haxixe, olhava e ia embora. Muitos policiais já não adotam essa atitude no Brasil? Sim. Eu tinha um aluno do comando da PM, ele me convidou para dar uma palestra lá. Fiquei impressionado com a quantidade de policiais a favor da legalização das drogas porque aquilo dava um trabalho enorme para eles e era de uma inutilidade imensa. Você vê perspectiva de a maré virar a favor da descriminalização em uma década? Até menos, uns cinco anos. O mundo não é um convento; está mais para um prostíbulo. Quando se constatar o tamanho do negócio da maconha, isso vai correr rapidamente. Fonte: folha
  5. DENIS RUSSO BURGIERMAN ESPECIAL PARA A FOLHA 02/04/2015 02h03 De todos os poderes da maconha, um dos menos conhecidos é sua capacidade mais-que-camaleônica de mudar de forma, de aparência e de significado. É essa a revelação mais impressionante do livro agradável e preciso de Jean Marcel Carvalho França, que resgata cinco séculos sobre a Cannabis sativa. Leia a entrevista com Jean Marcel Carvalho França. A mesma maconha que no século 19 nos transformava em assassinos enlouquecidos induzia, cem anos depois, a um pacifismo boçal e perigoso. Num dia ela era a droga dos pobres, culpada pela degeneração da raça brasileira, no outro de playboys inconsequentes. Vista pela direita, era subversiva, uma estratégia comunista contra a liberdade. Pela esquerda, alienante, inimiga da luta dos trabalhadores. O livro é fascinante porque mostra como o discurso que justificou a estigmatização da planta foi se metamorfoseando ao sabor do medo do momento. Apesar de trazer na capa uma folha de Cannabis sativa, a obra é muito mais reveladora sobre outra espécie: o Homo sapiens. Ela revela nossa tendência de comprar qualquer discurso com ares científicos que confirme nossas inseguranças e preconceitos. Os primeiros registros do uso psicoativo de maconha são em ocorrências policiais. O mais antigo que França encontrou é de 1749: um músico acusado de encher a cabeça de cachaça e pito e depois se deitar com vários rapazes. "Foi no pecado de sodomia agente e paciente", acusa o documento, registrado pelo Santo Ofício. Relatos assim dão a entender que maconha era usada havia muito tempo nas classes mais baixas, mas que, se não era vista com bons olhos, tampouco gerava maiores preocupações. A história muda no século 19, quando os ditos especialistas criam um padrão que perdura até hoje: textos de tom científico, alarmistas, enxergando logo adiante um pandemônio. Isso abre caminho para a proibição violenta do século 20. O padrão só começa a ser quebrado ao fim dos anos 1980, com uma narrativa cada vez mais tolerante. Nas primeiras décadas do século 21, a maconha sofre sua última metamorfose: uma substância com riscos, sim, mas que pode ser inofensiva para alguns usuários e até salvar a vida de outros. DENIS RUSSO BURGIERMAN é diretor de Redação da revista "Superinteressante". Escreveu "O Fim da Guerra" (Leya), sobre políticas para as drogas * Fonte: Folha
  6. Leia o editorial publicado pelo Grupo RBS Lícita ou ilícita, toda droga com poder viciante faz mal à saúde e deve ter seu uso questionado e combatido por meios de comunicação com consciência de sua responsabilidade social, como os veículos do Grupo RBS. Esta é uma posição que não vai mudar neste momento em que, depois de muita reflexão interna e externa, o grupo passa a propugnar que a maconha — e tão somente esta droga, responsável por grande parte do tráfico no Brasil — deixe seu circuito clandestino e seja legalizada, com produção e venda regulamentadas. Assumir a defesa da legalização é também assumir o completo fracasso da atual política de combate às drogas no Brasil. Hoje, se compra e se fuma maconha praticamente sem restrições no país. Milhões de brasileiros que a consomem regular ou eventualmente convivem assim com uma atividade criminosa, numa cumplicidade que alenta o tráfico e dificulta o combate a drogas mais pesadas. A legalização não eliminaria os traficantes e o comércio clandestino, mas permitiria que uma grande parte do dinheiro das drogas fosse transferida de mãos, reduzindo o poder de fogo do narcotráfico. O consumo até poderia não cair, mas as ruas do Brasil seriam mais seguras, dezenas de milhares de jovens não precisariam morrer em disputas por bocas de fumo e os presídios seriam reservados aos criminosos que têm de ficar encarcerados — e não o estão por falta de polícia, Justiça e vagas no sistema. Legalizar a maconha não significaria tratá-la com leveza. Ao contrário. Na clandestinidade, a droga guarda o glamour de contravenção que apela a muitos jovens. Regulamentada, seria possível combater publicamente seus malefícios, como ocorreu com o cigarro, hoje com o consumo em queda acentuada. Pelos riscos implícitos à liberação, as restrições à maconha também deveriam ser maiores do que as em relação ao álcool. A publicidade deveria ser proibida, por exemplo, e os pontos de venda credenciados, contar com um controle rigoroso. Vender maconha a crianças e adolescentes deveria causar a imediata perda de licença. E os impostos arrecadados com a maconha deveriam ser integralmente destinados a campanhas de combate ao consumo de drogas. Apoiar a legalização das drogas não é uma decisão fácil para nenhum governo, parlamento ou meio de comunicação. Mas, diante do dilema que vive o Brasil devastado pelo crime com origem no tráfico, é preciso uma guinada no curso desastroso atual e escolher o caminho menos ruim. Hoje, infelizmente, este caminho é legalizar pela autoridade oficial o que, na prática, já está legalizado pela autoridade criminosa. Fonte: DiarioCatarinense
  7. Maconha: baseado eletrônico tem o mesmo gosto e cheiro que a droga por conter um de seus compostos orgânicos São Paulo - Vem da Holanda uma novidade que promete dar o que falar. Trata-se de um cigarro eletrônico de maconha que, segundo seus criadores, proporciona aos usuários uma sensação de bem-estar. O gadget foi criado pela empresa E-njoint. Especializada em cigarros eletrônicos, a companhia criou um produto com gosto e cheiro de maconha em parceria com laboratórios americanos e europeus. O segredo do baseado eletrônico está nos terpenos. Presentes na maconha, esses compostos orgânicos são responsáveis pelo aroma e sabor da droga. No novo gadget, eles cumprem essa função e ainda colaboram para aumentar as diferentes sensações asssociadas à maconha. "Os terpenos usados para criar o sabor de maconha do E-njoint foram personalizados para oferecer uma variedade de efeitos no usuário, tais como relaxamento muscular, melhoria do humor, promoção do estado de alerta e mais", afirma a E-njoint em nota divulgada na internet. Porém, os criadores da novidade garantem que ela é totalmente legal. Eles destacam que o produto não usa alcatrão, canabidiol (CBD), nicotina ou tetraidrocanabinol (THC). Segundo eles, os ingredientes do baseado eletrônico são naturais e amplamente usados na indústria culinária e de bebidas. No site da E-njoint, o produto está à venda por cerca de 10 euros. "O cigarro eletrônico de maconha vai certamente fazer com que muitas autoridades e governos puritanos acordem" , afirma a E-njoint na nota divulgada à imprensa. E você, o que acha? Deixe seu comentário. Fonte: Exame
  8. Peter Thiel já é conhecido por apostar em ideias inovadoras em seus investimentos SÃO PAULO – Peter Thiel, fundador do serviço de pagamento online PayPal, nunca temeu investir em companhias que fossem tão experimentais a ponto de nem fazerem parte de uma indústria. Assim, não chega a ser surpreendente que o fundo de Thiel seja o primeiro investidor institucional a investir na nascente indústria de maconha, de acordo com dados do site britânico The Guardian. No mês passado, o Founders Fund, fundo de Thiel, confirmou que estava fazendo um esforço para ter uma participação minoritária na companhia de Seattle Privateer Holdings, que é dona do Leafly.com. Para quem não conhece, o site fornece informações para compradores de maconha, como críticas e informações de preço. A Privateer Holdings também controla uma operação de maconha medicinal canadense, Tilray, e outros negóciosrelacionados à erva. A Founders Funding não vai liberar os termos do negócio, mas o Guardian afirma que, de acordo com os dados da SEC (Securities Exchange Comission) de julho de 2014, a Privateer ainda esperava levantar mais US$ 56 milhões de um total de US$ 75 milhões que buscava em sua mais recente rodada de captação. FONTE: InfoMoney
  9. A legalização da maconha no Estado americano do Colorado está dando uma nova dor de cabeça aos políticos locais. Não, a violência não aumentou, tampouco problemas envolvendo o abuso do entorpecente. O problema é a possibilidade do Estado ter de devolver dinheiro arrecadado com o imposto sobre a maconha à população. E não é pouca coisa. Originalmente, o imposto sobre a maconha foi instituído para as escolas estaduais (15%) e para outros gastos do poder público (mais 10%). Com base na legislação do Colorado, há um limite de arrecadação de impostos, o qual, se for excedido, deve resultar na devolução de dinheiro para os moradores. Entretanto, a disputa deve aquecer o debate sobre o tema, mais uma vez. Apenas no primeiro ano do imposto sobre a maconha legalizada, o Colorado arrecadou US$ 50 milhões (R$ 135,7 milhões). Entre a população, há quem não discorde de ver o dinheiro excedente ir para escolas, mas há quem queira receber o valor, nem que seja em forma de “um baseado gratuito”, conforme noticiou a agência Associated Press. “Os impostos são muito altos, e eles deveriam nos devolver”, comentou David Huff, um carpinteiro de 50 anos. A lei que estabelece um teto de arrecadação no Colorado é de 1992 e prevê que qualquer novo imposto deva passar pelo voto popular. Foi assim com o atual imposto sobre a maconha. Quando o Estado obtém mais do que o permitido, baseado em uma fórmula que leva em conta a inflação e o crescimento da população, ele deve devolver o dinheiro. No passado, foram seis pagamentos retornados aos moradores, em um total de US$ 3,3 bilhões (R$ 9 bilhões). Tanto democratas quanto republicanos querem evitar a devolução do excedente do imposto da maconha. Eles apenas não sabem ainda como farão isso. É possível que uma nova votação popular seja convocada em breve para que a população decida o que será feito com o valor, estimado em US$ 30,5 milhões (R$ 82,7 milhões), o que corresponderia a US$ 7,63 (R$ 20,71) por adulto. Os parlamentares terão até o fim de março para definir o que farão, e não são poucas as questões. Toda a população teria direito a receber o reembolso da maconha, ou só quem consome a droga? Por enquanto, a expectativa da classe política é manter a arrecadação com a ‘marijuana’ em alta, aproveitando os bons ventos em outros setores da economia. E, se possível, sem ter de devolver dinheiro. Fonte: BrasilPost
  10. Pesquisadores poderão comprar cannabis de produtores autorizados. Ainda não está definido quais empresas plantarão a droga. O governo uruguaio publicou, nesta quarta-feira (4), a regulamentação para o mercado de maconha para uso medicinal e para pesquisa científica, uma nova fase na implementação da lei que legalizou a droga e que se completará com a venda de maconha para uso recreativo em farmácias. "Encontra-se permitida a plantação, o cultivo, a colheita, o armazenamento e a comercialização de maconha psicoativa e não psicoativa para ser destinada, de forma exclusiva, à pesquisa científica, ou à elaboração de Especialidades Vegetais, ou Especialidades Farmacêuticas para uso medicinal", informa o decreto da Presidência. Os pesquisadores poderão comprar cannabis dos produtores autorizados pelo Instituto de Regulação e Controle de Cannabis (IRCCA), ou poderão solicitar ao órgão autorização para produzirem eles mesmos e destinar o produto 'exclusivamente à atividade científica'. O instituto ainda não definiu quais empresas plantarão a droga. O Ministério de Saúde Pública será o encarregado de habilitar a elaboração e a distribuição de especialidades farmacêuticas, o que será feito por intermédio de 'drogarias e farmácias'. A maconha medicinal deverá ser prescrita por um médico para usuários maiores de 18 anos, que ficarão registrados e não poderão comprar a substância por 30 dias. Está proibida qualquer publicidade de produtos derivados do cannabis. A lei aprovada em dezembro de 2013 e regulamentada em maio de 2014 obriga os consumidores a se inscreverem em um cadastro de usuários e a escolherem a forma de ter acesso à substância - todas elas com limites: mediante o cultivo doméstico, pertencendo a clubes de cultivo, ou comprando em farmácias. Em dezembro, o governo regulamentou o cultivo de cânhamo não psicoativo, transformando oUruguai no primeiro país sul-americano a autorizar a cultura dessa planta para uso industrial. Também em 2014 o governo abriu o registro de 'autocultivadores' e de clubes. Fonte: G1
  11. A legalização da maconha no Uruguai está a caminho de se tornar uma descriminalização do cultivo particular que já é praticado em todo o país, a maioria das vezes desrespeitando o registro legal exigido pelas autoridades. A venda em farmácia da droga produzida em campos controlados pelo Estado – o capítulo mais ambicioso da reforma legislativa – está demorando para ser implementada e corre o risco de nem chegar a acontecer. Em Ciudad de la Costa, uma área residencial próxima a Montevidéu, são muitos os moradores que decidiram começar a cultivar maconha para consumo próprio. Isabel, uma fotógrafa de 48 anos e mãe de dois filhos, sempre teve uma planta. “Agora tenho duas. Desde que a maconha foi legalizada, tudo ficou mais fácil. É possível conseguir mais sementes e mais informações sobre o cultivo”, afirma. A lei uruguaia prevê um trâmite simples para que os cidadãos que queiram ter suas plantas possam se registrar. Caso contrário, o cultivo é ilegal. Mas Isabel não pensa em se registrar. “Estou em minha casa e esse é um assunto que só diz respeito a mim. Além disso, [o presidente eleito] Tabaré Vázquez disse que vai usar o registro para reabilitar os consumidores”, acrescenta a fotógrafa. Vázquez, que assumirá o poder em 1o de março, afirmou que não vai derrogar a lei, mas fez alusões ambíguas sobre a utilização dos dados do registro para elaborar uma política de prevenção ao vício. Essas declarações deixaram em alerta muitos dos cultivadores, acostumados a viver de maneira clandestina há décadas. MAIS INFORMAÇÕES Uruguai cadastra os primeiros cultivadores de maconha legal “Montevidéu não será como Amsterdã” Uruguay aprova uma lei inédita para regular o comércio de marijuana O homem que sabia mandar Segundo dados oficiais, 1.200 pessoas se inscreveram no registro para o cultivo particular, mas em 2014 a Associação de Estudos da Cannabis realizou uma sondagem pela Internet e, em poucos dias, contabilizou 10.000 pessoas que declararam ter a planta em casa para consumo próprio. Em um Grow Center de Montevidéu – uma loja especializada na venda de produtos para o cultivo particular – os clientes chegam a conta-gotas, mas de maneira constante. Três sócios abriram o estabelecimento há seis meses e, apesar de ainda não estarem lucrando, sentem que têm boas perspectivas. As prateleiras estão abarrotadas de fertilizantes, medidores de umidade e estufas. As estufas são pequenas estruturas do tamanho de um armário, dotadas de luz artificial e ventilação. Mesmo custando cerca de 2.400 reais, pelo menos uma é vendida a cada semana. Um dos donos do negócio é Juan Vaz, um conhecido ativista favorável à legalização da maconha. Ele reconhece que a maioria dos cultivadores não está se registrando, mas acredita se tratar de uma questão de tempo. “Dentro de alguns anos, o registro será tão automático como tirar a carteira de motorista, um processo simples que servirá para evitar problemas`”, afirma. Nesta semana a polícia prendeu um homem que tinha mais de 200 plantas em sua casa, e outros casos semelhantes foram registrados nos últimos meses. Segundo a lei, o limite máximo é de seis plantas em floração. Juan Vaz atribui esses problemas ao desconhecimento por parte das autoridades. “Eu tenho 100 plantas em casa. É a minha biblioteca genética. Mas todas estão em estado vegetativo, só tenho duas em floração, o que é perfeitamente legal”. Segundo especialistas, a floração da cannabis depende da luz. A planta necessita das mesmas quantidades de sol e de sombra, e a floração pode ser provocada mediante o controle dessa variável. O presidente da Federação de Cannabicultores, Julio Rey, confirma a necessidade de alguns ajustes. Sua organização, aliás, participa atualmente de reuniões periódicas com o Ministério do Interior para elaborar um “manual de conduta policial” relacionado com o cultivo da maconha. “Acabou-se o tempo em que uma denúncia anônima poderia levar à prisão. Agora todo o mundo tem que entender as únicas coisas ilegais são a venda e o tráfico”, diz Rey. Tabaré Vázquez se manifestou claramente contra a venda de maconha em farmácias, um dos capítulos mais ambiciosos da lei uruguaia. Atualmente, as autoridades selecionam as empresas privadas que plantarão essa maconha em terrenos controlados pelo Estado. O processo poderia demorar alguns meses mais, e algumas pessoas temem que o Governo acabe impedindo que a maconha chegue às farmácias. “A venda em farmácia nunca foi o objetivo das associações, mas este capítulo é fundamental porque está ligado à luta contra o narcotráfico. O mercado negro vai continuar existindo se não for criado um circuito de venda legal”, afirma Julio Rey. O presidente José Mujica apresentou a legalização como uma experiência única de controle estatal das drogas e de luta contra o narcotráfico. Mas esta parte da experiência uruguaia ainda está brotando. FONTE: ElPais
  12. Tão absurdo quanto a rejeição de 80% da população quanto a legalização da cannabis e aborto, é o absurdo de 85% da população não ter acesso ao ensino superior. Não digo que há relação, mas digo que com porcentagem tão próximas, percebemos que apenas avançando a educação teremos mais pessoas qualificadas para discutir assuntos complexos. (não que eu seja a favor do modelo educacional). E como disse um determinado governador: “Outra questão é de insubordinação, uma pessoa com curso superior muitas vezes não aceita cumprir ordens de um oficial ou um superior, uma patente maior” sobre a necessidade da PM exigir curso superior. É tudo carneirinho!
  13. Se juntar isso: http://youtu.be/7PDeK6rprA4 com isso: http://youtu.be/jkuEWR2m-xU acho que rola uma leve economia de energia.

    1. pren-no-more

      pren-no-more

      O primeiro ja mata o segundo, mas muito interessante.

    2. chpt

      chpt

      orra mano dahora heim sera que rola fazer com vertilador tbm ou eh outro circuito?!

  14. Alguém sabe dizer oq foi aquela movimentação no processo? Alguém de Minas Gerais pediu pra cancelar o RE, ou se bem entendi, deixar esse caso ser julgado novamente em instâncias menores para depois voltar para o STF? Sei lá.... me perdi todo agora! Algum notável da casa para nos dar uma luz? Abrax
  15. Simplesmente lindo! Me enche os olhos de lágrimas e faz perceber que a luta não é em vão. Quando comecei o ativismo, tomei muitos tapas na cara. Amigos, família, mídia... Hoje não os olho com angústia ou raiva, mas com um sorriso pois vejo a mudança que o ativismo está fazendo, e como muitas pessoas estão se beneficiando com a luta. Entrei no ativismo no primeiro momento que descobri que a cannabis havia reduzido tumores cerebrais em ratos, numa pesquisa espanhola. Topei com a pesquisa enquanto fuçava a web para convencer minha namorada que a cannabis não era aquele demônio que era pintado pela mídia. Quando li sobre a pesquisa, entrei em choque. Colou as placas do cérebro. Minha mãe havia falecido questão de 2 anos antes justamente da doença que estavam pesquisando em ratos. Glioblastoma multiforme. Uma espécie de câncer cerebral, terminal e no máximo chega a 2 anos de luta. Lutamos até o fim e tentamos de tudo, mas na época, não sonhava dos efeitos da cannabis sobre o câncer. E lá estava eu, olhando para uma pesquisa que poderia ter dado uma melhor qualidade de vida ou quem sabe, ter permitido passar mais tempo com minha mentora. (segue um link aqui para consulta http://www.newscientist.com/article/dn6283-cannabis-extract-shrinks-brain-tumours.html#.UzWQI6hdXIY) Os anos passaram e muita coisa aconteceu. Muita coisa mudou. A mudança ainda vai continuar até o dia que nos veremos livres da proibição. Na minha opinião, uma mudança para um mundo um pouco melhor de se viver. Parabéns a todos os ativistas que ao longo dos anos vêm galgando terreno. Obrigado GR por ter sido um das minhas maiores fontes de conhecimento sobre o tema e o melhor espaço para discuti-los.
  16. HAHAHAHAHAHA. A melhor. "o cu dele deve ter inveja da boca, pela quantidade de merda que por ai sai..."
  17. ficou lindo. Parabéns GR. Orgulho de ser filho dessa casa. O advogado Emílio só tá precisando de um pouquinho de sol. Muito trabalho o fez esquecer de dar um pulo à praia Máximo respeito. Vai GR!!!!!!
  18. "Se quem fuma maconha financia o tráfico, VOCÊ que paga imposto, financia a corrupção. O raciocínio é o mesmo, o que atrapalha a percepção é a hipocrisia." Ainda não tinha ouvido essa. clap clap clap

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    2. SelvaEncantada
    3. HST

      HST

      O perrela não pagava o combustível do helicóptero dos fretes dele com fundo parlamentar? Então quem paga imposto também financia o tráfico oras. Quem apóia a proibição apóia o tráfico.

    4. Fabrício BrasilC (olho)

      Fabrício BrasilC (olho)

      as mortes advindas das drogas não chegam nem perto do que faz o trânsito, o alcool, a indústria do amianto e a poluição. sem contar a dengue, problemas do coração e diabetes e tabagistas. milhares de vidas ceifadas. e a maconha? zero.

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