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VelhoEddie

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Tudo que VelhoEddie postou

  1. Traficante flagrado com 1.250 comprimidos de ecstasy na sexta já está solto RIO - Menos de 24 horas. Foi o tempo que Daniel Izaias dos Santos Correa, de 25 anos, flagrado com 1.250 comprimidos de ecstasy, na Barra, na última sexta-feira , ficou na cadeia. O juiz que estava no plantão noturno da Comarca da Capital no dia 29, Marcos Augusto Ramos Peixoto, concedeu a liberdade provisória ao traficante por entender que não cabia converter para preventiva a prisão dele, feita em flagrante. Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo....p#ixzz1UBaJ38Cj
  2. Fala BAS..(!!!) Que sonho hein meu velho. Acho que você deve ficar muito orgulhoso do seu trabalho e da sua persistência. Com certeza uma grande recompensa por todos esses anos. Na verdade, todos do GR estão de parabéns.... Afinal, Growroom é feito de "todo mundo". Estou com a revista aqui, e achei a matéria muito bem feita (e puxou bem a sardinha). Só faltou o tal do "dirijo" (hehe)... Concordo com o que o Willian Bonner disse. Isso aqui vai bombar de gente. Na verdade, foi a primeira coisa que pensei quando vi a matéria... Caraleo, o Growroom vai entupir. Se não for de malaco, tá beleza, é claro. Mas vendo os comentários aqui, já vi que a Gallera tá com o pé no chão (como sempre) e espero, munida de paciência, pois eu acho que ainda tem muito "reacionário" por aí que vai querer pertubar a paz dos outros. Vai ter sempre uns pélas do contra ... querendo avacalhar ... o lance é ficar de olho mesmo. Legal eu ter nascido nesta época, vendo a revolução digital, a revolução dos meios de comunicação e, agora, de tão perto, uma revolução comportamental (assim espero). Mais uma vez parabéns pelo teu trabalho meu velho.... a recompensa pelo bom serviço, tarda mas não falha... Agora desejo toda a sorte do mundo com a revista. Serei, sem dúvida, um dos primeiros assinantes. Queria mandar meu abraço pro Alma e pro Renato Cinco, que tão mandando bem aí direto. Botar a cara assim, tem que ser macho pra caralho. Meus respeitos. E a todos aí... incrível o que vocês fizeram. Agora é continuar plantando com tudo e ainda mais... (tínhamos é que arrumar um incentivo fiscal na conta de luz...heheheeh) fallloouu PS.: Pro dono da varandinha aí.....uuhuuuuu !!! Só podiam ter esperado o Cristo aparecer...huahauaau
  3. Fala Growroom ...(!!!) só uma passadinha pra concordar com o Alma (sempre fácil) no quote acima ...Growroom essencial para a cultura do cultivo caseiro ...e também para parabenizar tanto o Alma, o Cinco e o Bas.... tenho certeza que a pilha que vocês botaram lá na parada foi determinante... parabéns mesmo...(!!!) ...e claro ...essa rapaziada Growroom sempre na pilha forte.....uhuuuuuu !!!! PS: O fórum tá lindo hein... Abraços a todos,
  4. Fala SmokeOut...!! e também toda a Galera do fórum... Tenho que concordar com boa parte de suas palavras, especialmete quando você se refere à necessidade de os políticos que apóiem esta idéia terem apoio de seus pares, asim como concordo existirem problemas mais proeminentes em nosso País para serem resolvidos....realmente não há dúvidas quanto a isso...o que é uma pena né...já poderíamos estar na frente.... Porém, se formos pensar assim, nada jamais mudará (talvez). Todas as coisas têm um começo de alguma forma... É claro que o pessoal sabe que uma passeata não irá alterar, de modo substancial, o posicionamento legal existente, nem irá criar uma revolução pró canabis, ou coisa que o valha... Mas pelo menos vai se mostrar que existe uma parcela da sociedade insatisfeita com o tratamento legal dado aos usuários de marijuana...isso eu creio ser importante...mesmo que a televisão nos veja como produto a ser vendido...mas que falem da gente...e tomara que falem de algo que foi organizado, mas também extrovertido...agregador e, como gosto de dizer...de vanguarda.... Por isso acredito que a coisa deva ser tratada de modo um pouco mais sério, pois qualquer deslize, a opinião pública, que pode ser a nossa única aliada, vai simplesmente dizer: "ahh...um bando de maconheiro desocupado...", e nos ignorar. Bem, como ia dizendo, uma passeata realmente não irá alterar grande coisa, mas pelo menos nos faremos mais notados. Além disso, e aí vai minha opinião pessoal, a legislação somente irá realmente mudar, quando houver um modo de pensar diferente...ou seja, que a cultura nacional veja o consumo como algo natural, e acho que é aí a grande sacada...e o mais difícil de conseguir...o momento em que a sociedade brasileira, após anos de proibicionismo, ver na cultura da marijuana, algo completamente natural e sem qualquer perigo para a própria sociedade e, até mesmo, como algo que deseje incorporar em seu dia a dia. Utópico ?...talvez...o amanhã, pertence ao amanhã....nunca se sabe né ? A passeata, na verdade, é só um primeiro passo..é só uma manifestação...que se for "bem levada"...pode criar uma simpatia junto ao público...que acho ser o objetivo principal (opinião minha)...e é nesta simpatia que temos que extrair nossa força... Depois da sociedade ter mudado seu modo de pensar, aí as coisas ficam mais fáceis... Bem, a passeata é só o primeiro passo de um caminho com obstáculos gigantescos que somente irão ser derrubados, quando a maioria da sociedade quiser (e a nossa função é convencer)....e aí, neste ponto, todos os políticos virão para o nosso lado, ainda mais quando perceberem que a marijuana pode gerra uma quantidade fantástica de dinheiro...tendo em vista suas inúmeras possibilidades de uso... Depois de tanto falar besteira, entendo que temos que mostrar à sociedade que a marijuana não é um demônio, mas sim algo preferível a ser incorporado sua cultura, e mostrar aos políticos e empresários a quantidade de dinheiro que se pode ganhar com isso,e ainda ajudando a sociedade (alimentção, medicamentos, fibra, combustível e todo o resto) O negócio é chegar nesse ponto......minha opinião. Abração Galera V.Eddie
  5. Bem,..entrei lá no site da editora e no link "Fale conosco", consegui enviar uma mensagem...não sei se vai ter retorno...se tiver...só semana que vem...sexta às 18:30..nem tem mais gente lá...hheheheh Foi isso aí... Prezados Senhores, Tendo tomado conhecimento do conteúdo da última edição da Revista Conhecer Fantástico, tratava sobre o assunto Cannabis Sativa, fui às bancas de jornal na tentativa de adquirir um exemplar. Contudo, qual não foi minha surpresa, ao saber que a mesma estava sendo recolhida (informação prestada por diversos jornaleiros e, também, incrível, por um policial que se encontrava ao lado de uma destas bancas), e não mais podia ser vendida ao público. Deste modo, na qualidade de consumidor da publicação, gostaria de saber, se possível, se houveram motivos da própria empresa para seu recolhimento, ou houve alguma determinação por parte as autoridades, pois, assim como eu, diversos outros leitores, ávidos por mais informação, ficaram "a ver navios". Finalmente, e na hipótese de determinação legal, me solidarizo com esta Editora, tendo e vista o constitucional direito de liberdade de expressão, assim como o direito da livre exposição de idéias e fatos, muitas vezes sonegados à nossa sociedade. Atenciosamente, (a historinha aí é lenda, foi +- o que alguém aí em cima falou) Agora vamos ver se os caras respondem...quem sabe Fiquei curioso pra caralho Valeu Galera
  6. Onde será que se busca a informação do porque do recolhimeto da revista ?.... Será se na revista não tem um e-mail da editora, para podermos perguntar ?
  7. Cartaz falso é caso de polícia...Se foi providenciado pelo Garotinho (e porque não - impossível acho que não é - acho até provável)......pelamordedeus... Não que eu ache alguma coisa de boa nesse Lindberg....mas cartaz falso é o cúmulo da baixaria... Política, e os políticos, muitas vezes, são nojentos...parece que a ânsia de poder inibe a evolução do ser humano..e ambição desenfreada tolda os verdadeiros objetivos...pelo menos, parece. Que lepra.. Não dá nem pra ser otimista..~ Tá todo mundo fufu
  8. Realmente, é praticamente impossível discordar que os governantes eleitos são uma grande M mesmo (minha opinião). Também é uma pena a Justiça Eleitoral não dar uma "chamada" no Garotinho, por esta espécie de discurso (nele e em tantos outros). O que se vê aí, pelo menos o que me parece, é que só o problema de educação do povo já não resolveria toda a problemática envolvendo o processo eleitoral (aliás, existe uma reforma política visando também isso). Creio, que uma melhor observação das regras eleitorais, por parte dos canditados, tem que ser um tópico a ser discutido, com julgamentos mais céleres e confiáveis de tais condutas, e com punições que afetem a imagem do canditado junto ao público vontante, ainda durante o processo eleitoral. Pode ser até mais ou menos o que acontece. Mas ainda é mais ou menos. Deste modo, a "queimação de filme" fica a cargo da imprensa, o que também não é uma boa solução (minha opinião), já que a mídia, por sua vez, pode ser extremamente tendenciosa (o que não foi o caso do Garotinho aí relatado, pelo menos na minha opinião), o que pode gerar ainda mais injustiças e manipulações. Assim, acredito que além de termos a obrigação de melhorar a educação e cultura do nosso povo, precisamos ter um processo eleitoral (digo no sentido de regras eleitorais), mais preciso, com instituições mais fortes e confiáveis e, especialmente independentes e longe de quaisquer manipulações, haja vista a quantidade de barbaridaes que são feitas pelos canditados mais poderos e ignorados pela justiça (não digo aquele negócio de colocar cartaz em local proibido e tal, apesar de incluir isto tb). O que temos, na maior parte da vezes, é a própria imprensa jogando a sujeira no ventilador, e muitas vezes sem qualquer providência tomada pela Justiça Eleitoral (como no caso do Lula, que foi pedir voto pra Marta - acho que não fizeram nada, digam aí ) É através do processo eleitoral que o político, ou o partido, chega ao poder. Portanto, não podemos admitir baixarias ou golpes baixos, até porque temos ciência da condição educacional do nosso povo, assim como também não podemos permitir que somente a imprensa faça o papel de "carrasco" do político "mal educado". Entendo que a justiça eleitoral deve se modernizar, ser mais clara, transparente e célere (uma vez que as eleição é um processo rápido) e, também, prestar constas de sua atuação ao povo, sujeito final do processo eleitoral. Acredito, que muito da atitude do Garotinho se dá em virtude da inoperância da Justiça Eleitoral que, se o punir, ou mesmo fizer alguma coisa, pouca diferença fará, considerando o término das eleições. Ou seja, inócuo.
  9. Bem, a posição da Veja foi legal, pena que atinge poucas pessoas...e nem de longe os ouvintes do Garotinho
  10. Pois é..."não tem ninguém bonzinho não", como se diz por aí....Concordo tb. E realmente já que o espaço está se abrindo, melhor aproveitar, mas sempre com cuidado, pois às vezes pode ser publicado algo que não reprsente o verdadeiro espírito do Grow e, assim, vir a prejudicar nossa imagem e tal... De qualquer forma, acho que o negócio, como andei conversando há um tempo atrás, só tende a crescer, e ainda saindo matéria em revista......tá arriscado a bombar... Por isso, creio que temos que ficar cada vez mais zelosos com a qualidade do usuário do fórum. A Trip, na minha opinião de pouco conhecedor da revista, tem um nível maneiro, o que nos trás usuários, acho eu, tb conscientes (se bem que tem maluco pra tudo né ?). Doido se sair matérias em outras publicações, sem o consentimento e informando paradas equivocadas..aí fica chato...e cada vez mais visado... Pelo menos, o que tá transcrito tá legal. Valeu o link Luc. Abraços
  11. Pois é, mas cá estou de volta... Tô escrevendo só pra dizer que estou vivo... Infelizmente as coisas se passam um pouco devagar mesmo...Infelizmente não dá pra ser "full time" na parada... De qualquer forma, talvez assim seja melhor...um pouco de rreflexão e uma trilha já bem feita, para que talvez outros abram, de fato, a estrada.... Espero ter novidades na próxima semana...Afinal, conjugar idéias e tal é bom, mas não é uma coisa tão simples......Ainda bem que todos vcs deixam o caminho menos árduo.. Ae Galera, o tópico permanece aberto pra todas as sugestões hein.... Abraços a todos V.Eddie
  12. Aí Galera....!!! Mandaram bem.....!!!! Perfeita essa turbinada.
  13. bem, se vcs tão levando a sério essa parada mesmo....Acho que legal seria antes marcar uma reunião com a galera.....sem nada...em local público....pra nego se conhecer e já ir pegando uma certa intimidade e ver qualé......sugestão..
  14. IRADA....!!!! Tava no Freezer ?...huahuahahua Valeu
  15. Só mais um adendo: Não é porque é de Sampa ou qualquer outro lugar, que não pode ajudar. Todo mundo pode ajudar, idéias e sugestões relativas ao tópico são mais do que bem-vindas. Este tópico é aberto para todos...!!!! Bola pra frente agora...!!! Abraços
  16. Apenas para complementar o que o Luc falou. Situação: Pego em flagrante com 1 baseado. Jamais corra. Como todos sabemos, a nossa polícia recebe um treinamento mínimo, e sua seleção não é das mais eficazes. Uma arma na mão de quem possui "autoridade", pode se transformar em perigo sem igual. Aliás, cansamos de ver na televisão. Não adianta engolir na frente dele. O policial tem o que se costuma chamar de "fé pública". Ou seja, a palavra dele tem peso. Neste sentido, de uma forma ou de outra, ele pode te levar pra delegacia, por ter sido pego cometendo flagrante ilícito (mesmo com o baseado na barriga...). Não tente enrolar o policial (minha opinião). Ele não é um estúpido. Fazendo isso, você pode estar deflagrando toda ira dele, e a situação ode se agravar muito (nunca se sabe o que realmente eles podem fazer...não é ?) Deixe ele falar o quanto quiser, não o interrompa. Você vai ter sua chance de poder falar e, neste momento, conte a verdade, pois, já que você está em uma situação de pressão, está arriscado a cometer enganos em sua mentira, e isso só vai piorar sua situação. Nossa polícia, em geral, é corrupta, infelizmente (as leis é que tinham que ser outras). Mas nem todos são corruptos. Preste atenção no que ele está falando, pois provavelmente ele te indicará ser possível ou não te liberar com uma certa quantia em $$. Atenção: suborno é crime. Não sendo possível "desenrolar" com o policial, e você se ver em plena delegacia de polícia, não se desespere. Entre em contato com seus familiares, explique a situação conforme ocorreu - diga toda a verdade - eles te apoiarão - são sua família. Entre em contato com um advogado. Às vezes ele pode resolver a situação na própria delegacia. Se não for possível, é provável (pois depende de uma série de outras coisas, mas tomando por base que todo mundo aqui é bom garoto...heheheh) que o processo termine apenas com uma pena alternativa, e o comparecimento mensal junto ao juiz, durante alguns meses. Não é morte.....é chato, mas não é a morte.
  17. É apenas uma sugestão hein gente..... Aqueles que possuem textos, ou qualquer outro material relativo à cannabis, que possa ser utilizado pelos usuários que procuram se organizar em qualquer epécie de movimento ou manifestação, poderiam abrir tópicos específicos ao assunto, para que todos os users possam se informar e discutir. Assim, deixaríamos o mais limpo possível este tópico, para acompanhamento do que o pessoal anda discutindo e fazendo no que se refere à organização do movimento proposto. Lógico, que nesse debate, todas as sugestões e idéias são bem vindas, mas relativas à organização do movimento e modos de implementá-lo, pois caso contrário, corre o risco de se transformar em um amontoado de idéias desconexas e, consequentemente, improdutivas. Como disse, todos os textos ou qualquer outro material é super bem-vindo e pode ser utilizado, de uma forma ou de outra, mas acho interessante que se abram tópicos para se cuidar destes textos, uma vez que nem todos se envolvem com organização e movimentos, mas ainda podem se informar e discutir um assunto interessante, deixando este aqui, específico ao problema de organização, cujas idéias de todos, lógico, se fazem necessárias. É uma sugestão Galera, em prol da organização das idéias deste tópico. Abraços a todos, V.Eddie
  18. Estratégias de Redução de Danos. Entende-se por estratégias de redução de danos as medidas que podemos implantar para conseguirmos minimizar os danos à saúde relacionados ao uso de drogas. Para que estas fiquem mais claras, vamos separá-las por itens. Antes, porém, vale a pena esclarecer que a maioria delas foi delineada para trabalhar com usuários de drogas injetáveis, uma vez que a redução de danos fortaleceu-se como tal após o aparecimento da epidemia da Aids e a grande necessidade de reduzir a transmissão do vírus do HIV que ocorria nesta população em conseqüência do compartilhamento de agulhas e seringas contaminadas. Queremos com isto dizer que, apesar da redução de danos no Brasil estar muito identificada com a questão do HIV e uso de droga injetável, ela pode e deve ser aplicada na diminuição dos riscos ocasionados por outras drogas não injetáveis, guardando-se as devidas diferenças dos meios de administração, efeitos das substâncias e conseqüências para a saúde. Dito isto, porém, voltamos a frisar que as estratégias de redução de danos continuam a ser fundamentais no combate à epidemia do HIV entre usuários de droga injetável. 1. Terapias de substituição: Esta é uma estratégia altamente utilizada em países aonde existe o consumo de heroína entre usuários de droga injetável. A substituição é feita com metadona, um componente que ameniza os problemas ocasionados pela heroína e possibilita que a pessoa volte a ter suas funções sociais, como trabalhar, estudar, etc... Além disto, é prescrita, o que pode evitar o abuso. O aconselhamento sobre riscos à saúde, DST, HIV, hepatites B e C fazem parte dos tratamentos de substituição. Não existem ainda componentes de substituição para cocaína. Isto faz com que esta estratégia seja pouco explorada no Brasil. Existe, porém, um trabalho desenvolvido no PROAD, da Faculdade Paulista de Medicina, pelo Dr. Eliseu Labigalini aonde acompanhou-se usuários de crack em tratamento, investigando-se a substituição desta última droga por maconha para diminuir os efeitos da fissura e atingir a abstinência do crack e, posteriormente, da própria maconha. A experiência, a princípio, foi bem sucedida e precisa ser replicada para conseguirmos estabelecer isto como uma terapia de substituição de crack. Independente deste fato, a sugestão da substituição do consumo de drogas “mais pesadas” para o consumo de drogas “mais leves” é, também, uma estratégia de Redução de Danos. 2. Mudança de via de administração: Na falta de uma terapia de substituição para cocaína, os usuários de droga injetável podem ser estimulados a mudar a via de administração para aspirada, por exemplo, eliminando a chance de se contaminarem pelo HIV através do compartilhamento de agulhas e seringas. Cabe destacar aqui, que há risco existente para hepatite C no compartilhamento de canudos, em caso de contato com sangue. Os usuários devem ser orientados sobre isto e estimulados a usarem seus próprios canudos. 3. Usuário como parceiro: Este item resume-se em entender que o usuário de droga éum importante ator nas estratégias de Redução de Danos, tanto no papel que pode assumir de redutor de danos, desempenhando as funções descritas abaixo (ver Projetos de Troca de Seringa em campo), como na própria definição das estratégias a serem utilizadas em sua comunidade. Faz parte da Redução de Danos o resgate da cidadania do usuário, muitas vezes marginalizado pela sociedade. O resgate da cidadania traz o resgate da auto-estima, o cuidado com a saúde, a reabilitação social, etc... Na verdade, podemos considerar que o contrário também é válido, criando um ciclo de recuperação de identidade. Isto pode ser conseguido através de várias estratégias, como incluindo o usuário no projeto ou criando-se Associações específicas para o resgate da cidadania nesta população. O básico aqui é compreender que o usuário não é o inimigo ou o incapaz que não sabe nada sobre si próprio e que não tem nada a colaborar com a sociedade. Ele se coloca neste papel em função de preconceito e estigma e devemos procurar quebrar esta imagem. 4. Programas/Projetos de Troca de Seringa (PTS) em serviços e/ou em campo: Visam reduzir a transmissão do HIV, hepatite C e outras doenças de transmissão parenteral entre usuários de droga injetável. Também orienta sobre outros riscos para a saúde, como endocardites, overdose, tromboses de veias, abcessos, transtornos mentais, dependência, etc... Consiste em disponibilizar para a população usuária de droga injetável, o Kit para uso seguro de drogas a fim de evitar o compartilhamento de agulhas e seringas e qualquer outro apetrecho para preparo da droga. O Kit contém agulhas e seringas descartáveis, lenços umedecidos para assepsia do local de injeção, água destilada, colheres ou copinhos plásticos para diluição, garrote, folhetos informativos. O trabalho não deve ser feito sem orientação sobre os riscos à saúde e sobre o uso do kit. O fornecimento de preservativos também faz parte desta abordagem. Os PTSs podem ser instalados em quaisquer unidades de saúde, desde que haja pessoal treinado para os tipos de orientações necessárias. Os PTSs também podem ser desenvolvidos em campo, ou seja, nas comunidades aonde se encontram os usuários de droga injetável. Neste caso, porém, a estratégia de abordagem muda. É introduzida a figura do “redutor de danos”. Esta pessoa geralmente é alguém que conhece a comunidade e conhece os usuários de droga. Ele mesmo pode ser um usuário, um exusuário, uma parceira de usuário, enfim, alguém que é líder na área. O redutor sempre passa por treinamento especializado para fazer o trabalho, tornado-se um agente de saúde, responsável pela troca de seringas e pelas informações sobre saúde. Geralmente são remunerados para tal.É comum um PTS de campo atingir usuários de drogas não injetáveis. Nestes casos, as orientações sobre saúde mudam de acordo com a droga usada. 5. Redução de Danos em Farmácias: Esta estratégia consiste em estabelecer parcerias com farmácias a fim de atingir os usuários de droga injetável neste meio, através de Programas de Troca de Seringa, supondo-se que eles comprem seringas nestes locais. Do mesmo modo que as equipes de serviço e de campo são treinadas para o trabalho, aqui as equipes de farmácia passam por treinamento e se habilitam para acolher o usuário de droga injetável e fazer a troca do Kit. É importante mencionar que parcerias com estabelecimentos comerciais diversos (bares, postos de gasolina) para troca de seringas é uma prática comum em programas/projetos de redução de danos, desde que se encontre nestes estabelecimentos um ambiente propício e seguro para tal, que a equipe seja treinada e entenda a importância da proposta. 6. Redução de Danos em Presídios: Esta estratégia tem sido estimulada pelos atores da Redução de Danos uma vez que se sabe da existência de usuários de droga injetável em cadeias, penitenciárias, presídios. Estes usuários tem um alto risco para compartilhamento de agulhas e seringas devido ao próprio meio em que vivem e a dificuldade de acesso a materiais descartáveis. Porém, esta é uma discussão mais delicada e que precisa ser introduzida com cuidado, caso seja preciso executá-la. Ela envolve vários setores (Saúde, Justiça, Segurança) dificultando sua implantação. Consiste em disponibilizar o Kit para os usuários de droga injetável, não se esquecendo do aconselhamento em saúde, preservativos, etc. Outro trabalho que pode ser realizado neste meio é a orientação para tatuagem com materiais esterilizados ou descartáveis. 7. Redução de Danos com travestis: A aplicação de silicone traz riscos à saúde que podem ser evitados com as devidas orientações. Alguns projetos/ programas também atingem esta população com aconselhamento para práticas seguras de aplicação de silicone, higiene, material esterilizado, uso de silicone de qualidade, orientação sobre locais de injeção e orientação sobre o que fazer em casos de complicações. As próprias travestis tem sido importantes parcerias para este trabalho. 8. Parcerias Nenhum programa/projeto de redução de danos consegue se firmar sem parcerias. Estas podem ser de diversos tipos, alguns já citados no decorrer do texto. As parcerias podem ser estabelecidas com núcleos comunitários, instituições de saúde, farmácias, estabelecimentos comerciais, saúde mental, sistemas jurídico e judiciário, polícias, igreja, organizações da sociedade civil, etc.... Para se estabelecer parcerias, precisamos ter claro quais são os objetivos das mesmas, o que precisamos de cada parceiro e procurar convencê-los da importância de nossas propostas. Esta é uma estratégia fundamental para qualquer atuação na área de saúde. 9. Vacinação para hepatite B: Este dado deve ser mencionado uma vez que o Ministério da Saúde preconiza vacinação para hepatite B em populações específicas. Usuários de droga fazem parte desta categoria portanto, faz parte encaminhá-los para que possam tomar a vacina, caso não tenham tido contato com o vírus da hepatite B ( isto pode ser descoberto através de testes de sangue) ou não tenham sido imunizados. Pode-se também fazer um aconselhamento sobre hepatites para reforçar a importância da prevenção.
  19. Mas afinal, Redução de Danos serve para quê ? A humanidade sempre usou substâncias psicoativas das mais diversas com um grande leque de finalidades, indo do seu emprego lúdico, com fins estritamente prazerosos, até o desencadeamento de estados de êxtase místico/religioso. Seu uso para fins curativos sempre foi da maior importância, seja ocorrendo no bojo de práticas religiosas tradicionais, seja no contexto médico-científico da atualidade. Embora em alguns momentos esses usos tenham sido vistos como ameaçadores à ordem moral ou religiosa, em geral eles se deram dentro de um marco cultural que lhes atribuía características socialmente integradoras. Em nossa sociedade, convivemos hoje com exemplos dessa prática que vão do consumo de charutos em rituais afrobrasileiros até o champanha servido em festas de casamento, sem esquecer do indefectível cafezinho presente em tantos locais de trabalho. A escolha das substâncias psicoativas relegadas à ilicitude obedeceu mais a critérios de ordem histórica ou moral do que propriamente farmacológicos. Assim, em diferentes momentos e lugares, diversas substâncias como tabaco, álcool, café, cannabis e folhas de coca foram ora homenageadas, ora perseguidas. Em tempos modernos, a criminalização de substâncias como opiáceos, cocaína e cannabis, na prática só começa a adquirir dimensões internacionais a partir do final da Primeira Guerra Mundial. Essa política, apesar de adotar como justificativa a preservação da saúde pública, continua a dar importância secundária às reais atuações farmacológicas das substâncias, atendendo mais a critérios de ordem política e econômica. Exemplos disso são as maneiras tolerantes com que se trata o consumo de bebidas alcoólicas e do tabaco ao mesmo tempo em que se proíbe a produção, distribuição e uso da maconha, substância que muitos consideram causar menos dano que aquelas. Essa criminalização desempenha inúmeras funções que variam no tempo e no espaço. Podem ser de natureza econômica, protegendo determinados produtos contra a concorrência de outros, fomentando a alta do seu custo e, conseqüentemente, dos lucros decorrentes do seu comércio. Também podem ser de ordem política, promovendo, por exemplo, o reforço de aparatos de repressão e a ingerência de certos países hegemônicos, como os EUA, na política interna de outros, criando a ficção de um inimigo comum contra o qual a sociedade deve deixar de lado suas contradições internas para realizar o combate; ou justificando o controle e a repressão de setores da população vistos como ameaças ao status quo. No Brasil, em diferentes momentos, a legislação que reprime o comércio e o uso dessas substâncias tem sido alterada para melhor adequá-la a esses vários propósitos. Assim, na década de 1930, a maconha foi incluída no rol das substâncias a serem perseguidas, justamente quando a população negra, que formava a maioria de seus consumidores, era vista como “classes perigosas”. Com esse novo artifício legal, qualquer negro era automaticamente suspeito de ser “maconheiro”, podendo ser abordado, interrogado ou preso para averiguação. Na década de 1970, a Lei 6368, ainda em vigor, foi sancionada para tornar o combate às drogas mais aplicável ao controle da juventude de classe média. Devemos lembrar que, nessa época, os jovens ainda eram identificados com a luta armada contra a ditadura e com os movimentos de contestação cultural. Atualmente, com a superlotação do sistema prisional e o amplo questionamento da política de encarceramento de usuários, desenvolve-se o sistema pretensamente carregado de preocupações humanitárias, chamado de Justiça Terapêutica, segundo o qual um juiz pode exigir que um usuário de substâncias psicoativas se submeta a tratamento contra a dependência química. Críticos alegam que isso visa promover um controle clínico/policial mais eficaz sobre um amplo setor social, vítima das conseqüências excludentes das atuais políticas econômicas neoliberais. Atender-se-iam também às pressões estadunidenses, visando à difusão continental de seu modelo de “guerra às drogas”, uma vez que esta é uma estratégia que vem sendo largamente aplicada naquele país. Umas das dificuldades apresentadas por esta proposta de tratamento compulsório é a de confundir duas lógicas mutuamente excludentes: aquela própria de processos terapêuticos que devem se ajustar às necessidades específicas e individuais de cada cliente, e aquela da punição, segundo a qual todos são iguais perante a lei e devem receber o mesmo tratamento. Assim, essa proposta corre o risco de levar à desmoralização simultânea tanto das normas da justiça quanto da clínica. Hoje se constata que o atual sistema, baseado essencialmente na repressão a qualquer uso das substâncias proibidas, levou efetivamente a um estado de total descontrole sobre a sua circulação e qualidade em todos os lugares. Em resposta aos problemas surgidos, especialmente a epidemia de HIV entre usuários de drogas injetáveis, paises de todos os continentes começam a implementar estratégias de redução de danos em suas políticas de prevenção à infecção pelo HIV, entre os usuários de drogas injetáveis. Estas, além de se mostrarem mais eficazes na prevenção à aids e outras doenças transmissíveis por fluidos corporais, favorecem ao resgate da auto estima e da cidadania de usuários de drogas ilícitas e induzem à criação de novas formas de conceber o uso de drogas e suas implicações para o individuo e a sociedade. Por isso é que entendemos que a Redução de Danos, em lugar da repressão pura e simples do ato de usar substâncias psicoativas, compõe um conjunto de estratégias mais eficazes para a inclusão social do usuário de drogas, para o respeito aos direitos de todo cidadão, usuário de drogas ou não, e, principalmente, para a composição de uma proposta responsável de enfrentamento do "fenômeno drogas", em toda a sua extensão.
  20. A HISTÓRIA DA REDUÇÃO DE DANOS As estratégias de Redução de Danos tiveram início no começo do século passado. Em 1926, Sir Humphrey Rolleston, Ministro da Saúde britânico, defendeu, pela primeira vez, o uso da própria heroína para o tratamento da dependência daquela substância química. Disse ele que “a administração indefinida de morfina ou heroína deveria ser permitida para aqueles a quem uma completa retirada da droga produzisse sérios sintomas que não pudessem ser tratados satisfatoriamente sob condições das práticas conhecidas, assim como para aqueles que são capazes de conduzir uma vida normal e útil para a sociedade, desde que usassem uma certa quantidade, geralmente pequena, de sua droga de dependência”. Naquela época, o mundo se encontrava sob um regime que pode ser definido como “modelo fiscal” do uso de substâncias psicoativas, quando o consumo não era considerado crime e os atos elacionados ao comportamento do uso de drogas eram considerados transgressores somente no contexto aduaneiro e as drogas eram consideradas mercadorias tanto do ponto de vista comercial quanto fiscal. Após este período, no entanto, o uso de substâncias psicoativas passou a ser entendido de uma outra forma, com respaldo da Organização das Nações Unidas (ONU), que em 1961 aprovou a Convenção Única sobre Estupefacientes, restringindo em muito as situações onde era considerado lícito o uso de drogas. As práticas que vislumbravam a diminuição dos danos causados pelo uso de substâncias psicoativas sofreram um arrefecimento por conta de vários tratados internacionais anteriores, e aquele comportamento passou a ser considerado do ponto de vista legal, definindo um modelo claramente jurídico, representado por crimes e penas, com início da guerra americana às drogas, que culminou na política do “Just Say No” (Diga Não ás Drogas), ainda presente em muitos países, e de certa forma também no Brasil. Ainda assim, o uso de drogas não diminuiu em nenhum lugar do mundo, especialmente nos EUA, assumindo, ao contrário, novo perfil mais preocupante, uma vez que ao próprio uso, somaram-se problemas relacionados à ilegalidade do comércio e do uso, fortalecendo o mercado negro; à clandestinidade a que foram obrigados os usuários, e a conseqüente exclusão social; à criminalidade relacionada àquela prática e aos problemas de saúde decorrentes da falta de controle de qualidade das substâncias comercializadas. A partir de então, a questão do uso de drogas passou a ter um outro perfil, introduzindo-se no campo médico. Uma população considerável encontrava-se comprometida pelo abuso de substâncias psicoativas e a própria OMS – Organização Mundial de Saúde, reconhece o problema como sendo de saúde pública, aliviando a carga jurídica que até então pesava sobre o tema. Nos anos 70, outras instituições internacionais como o Conselho Europeu reconhecem a necessidade de abordagens mais flexíveis, realistas e pragmáticas no trato do uso e abuso de substâncias psicoativas, iniciando um movimento sistemático de questionamento dos modelos hegemônicos, vigentes até então. O Brasil não tarda a reconhecer a importância do novo enfoque, e o Ministério da Saúde já faz seus primeiros pronunciamentos a favor de uma outra abordagem para o problema ainda na década de 80. Nesta mesma década, em vários lugares do mundo, começa um movimento em favor de uma abordagem bio-psico-social de entendimento desta questão, pelo reconhecimento da ineficácia do modelo jurídico-médico vigente. A abordagem biopsico-social é a que temos privilegiado até hoje, e é aqui que se coloca a Redução de Danos (RD). A RD, da maneira que conhecemos hoje, teve início na Holanda e Inglaterra, no início dos anos 80, como uma resposta de saúde pública para contenção da disseminação, inicialmente, do vírus da hepatite B e, posteriormente, da Aids entre usuários de drogas injetáveis (UDIs). Identificado, por uma organização de usuários de drogas holandeses, que a infecção se alastrava mais rapidamente e significativamente entre usuários de drogas injetáveis, a primeira estratégia de RD foi, conseqüentemente, a disponibilização de seringas e agulhas esterilizadas. No Brasil, a primeira tentativa de troca de seringas aconteceu em Santos – SP, em 1989, enfrentando vários problemas e dificuldades com o Ministério Público, que considerava aquela uma forma de estimular o uso de substâncias psicoativas. Por mais incrível que pareça, após todos estes anos e todas as pesquisas que verificam a eficácia desta estratégia, ainda existem pessoas desinformadas e mal intencionadas que continuam a divulgar este preconceito. Na década de 90, as universidades, através dos Centros de Referência Nacionais para Drogas e Aids, assumiram algumas tarefas referentes a nova proposta. Em 1992, o primeiro programa universitário de troca de agulhas se deu na Bahia, sob responsabilidade do CETAD, da Universidade Federal da BA. Em 1995, a Coordenação Nacional de DST/Aids entrou no movimento de RD, através do apoio intenso aos Programas de Troca de Agulha e Seringas (PRDs), como estratégia de contenção do vírus HIV. Diante de tamanha movimentação, o Brasil passou a ocupar um lugar de destaque, transformando-se no carro chefe deste movimento dentro da América Latina. Por conta disso, em 1998, Dr. Fábio Mesquita, responsável pelo início das atividades em Santos a mais de uma década atrás, foi também o responsável pela realização da 9a. Conferência Internacional de RD (conferência anualmente organizada pela Associação Internacional de RD), em São Paulo, com a participação de 55 países e mais de mil pessoas, garantindo a primeira realização de uma Conferência Internacional em um país em desenvolvimento. Naquele mesmo ano, várias associações e redes foram fundadas como forma de garantir a manutenção e ampliação do movimento, com propostas estratégicas diferenciadas. Tivemos a fundação da ABORDA – Associação Brasileira de Redutores de Danos (uma associação de usuários e ex-usuários de drogas), a criação da RELARD – Rede Latino Americana de RD, e a criação da Reduc – Rede Brasileira de Redução de Danos. Hoje, somos, seguramente, o país onde o movimento de RD se encontra mais desenvolvido na América Latina, e com participação ativa no movimento internacional, através de pesquisas, divulgação e defesa desta proposta, publicação de trabalhos, engajamento de organizações governamentais e não governamentais, além da garantia da legalidade destas ações em nível federal, em alguns estados e municípios. Para garantir a continuidade do movimento, temos trabalhado para que o maior número possível de estados e municípios brasileiros abracem e executem esta modalidade de intervenção.
  21. O QUE É REDUÇÃO DE DANOS Pare, olhe e pense: o que você imagina quando lê as palavras “Redução de Danos” ? Não precisa deixar sua imaginação ir muito longe. Qual sua primeira impressão? Você pode imaginar que reduzir danos é tentar diminuir ou minimizar algo que não é bom, que está causando um prejuízo. Mas não vamos entrar muito a fundo no significado das palavras, pois isto exigiria dicionários, semântica, etc... Isto já é o suficiente para entender aonde queremos chegar, no conceito básico do que esta abordagem significa. Chegando a esta conclusão, você já pode entender o que queremos dizer quando falamos de Redução de Danos no uso de drogas. Não é nada mais nem nada menos que isto mesmo: Bem, parece fácil de entender, mas nem sempre fácil de aceitar. Podemos, para esclarecer mais ainda, pegar cada pedaço desta frase e tentar mostrar a que cada um deles nos remete em termos de saúde, na esperança de que ao final deste texto você possa compreender esta idéia. Podemos começar com: “ Redução de Danos é uma política de saúde...” Todos nós sabemos que saúde é um conceito bastante amplo, principalmente se nos remetermos à este conceito segundo as diretrizes do SUS. Não é apenas cuidarmos do corpo, evitando o adoecimento, irmos ao médico, fazermos exames, etc... Saúde engloba toda uma condição de vida, que vai desde evitar adoecer até a “saúde” do meio em que vivemos, das condições de trabalho e de moradia, etc... Passamos aí por diversas áreas do cotidiano de cada pessoa: casas com saneamento básico, condição financeira para alimentar-se bem, satisfação com a vida, bem estar no ambiente de trabalho. Não só parece complexo, com realmente o é. Para termos toda estas coisas, precisamos de políticas públicas que nos ajudem a alcançar esses objetivos, entendendo-se com isto que nem tudo depende do próprio indivíduo para que sua saúde permaneça boa. As políticas (aquelas coisas que às vezes nos parecem tão abstratas) procuram ser traçadas por pessoas para favorecer a vida de outras pessoas. São as diretrizes que norteiam governos na arte de conduzir os interesses da sociedade. Bem, para resumir, quando falamos em Redução de Danos como política de saúde queremos dizer que estamos interessados em traçar diretrizes para melhorar a vida e a saúde de pessoas que utilizam substâncias químicas no presente momento, sejam elas legais ou ilegais. É uma tentativa de não excluir uma camada da sociedade, os usuários de droga, no seu direito à saúde em seu sentido mais amplo, traçando estratégias para alcançar este objetivo. Mas vamos em frente, observando agora o sentido de: “...se propõe a reduzir os prejuízos de natureza biológica, social e econômica do uso de drogas...”. Esta deve ser a parte mais fácil de entender. Todos nós sabemos ou já ouvimos falar dos prejuízos que as substâncias nomeadas “drogas” causam ao organismo, à sociedade e à economia. Enumerá-las seria fácil: • Natureza biológica: dependendo do tipo de substância e da freqüência de uso e quantidade usada, as drogas podem causar overdose, problemas respiratórios, problemas cardíacos, problemas neurológicos. No caso específico da via de administração, o principal problema é no uso de drogas injetáveis, aonde a pessoa estará sujeita a uma série de infecções que podem ser transmitidas através do compartilhamento de agulhas e seringas pelo contato com o sangue de outro como: HIV, hepatites, sífilis. O uso de material infectado ou água para diluição contaminada pode ocasionar endocardites, abcessos, trombose de veias, dentre outras coisas. Como podemos perceber, a saúde física da pessoa que usa está a mercê de vários riscos/danos que se completam com outros que serão descritos no verso. • Social: neste nível, para o indivíduo que se utiliza das substâncias ilegais, por exemplo, os prejuízos sociais podem chegar a total exclusão do convívio em família, comunidade, escola, trabalho. Entre o convívio e o ponto de exclusão, existem vários níveis de prejuízos sociais que podem atingir apenas algumas das áreas, como só o trabalho ou só o rendimento escolar, mas que de alguma maneira acabarão por refletir-se na vida do usuário, principalmente, pelo não entendimento e o preconceito da sociedade em relação a este. Mas sem dúvida, o maior prejuízo é a violência, tanto no âmbito pessoal como no âmbito da comunidade. A violência aqui pode ser entendida como psicológica, física e do meio ambiente. Toda sociedade perde com a violência relacionada às drogas, além de criar uma questão polêmica: como combater isto? Acabar e repreender o tráfico acabaria com o consumo, repreender e/ou prender o usuário acabaria com o tráfico: quem vem primeiro, o ovo ou a galinha? • Econômicos: bem, economicamente falando, muitos ganham. É uma das principais economias do mundo, mesmo sendo ilegal. Enquanto alguns (...muitos...) enriquecem, usuários morrem por conta de dívidas com o tráfico, pessoas são coagidas e subornadas. O lado mais fraco da corda continua a se romper. Relacionados todos estes prejuízos, reduzi-los não parece uma tarefa fácil. Eliminá-los, então, parece quase impossível. Como resolver isto então? Encarando de frente o problema. Na política de Redução de Danos, medidas pragmáticas e realistas são propostas para lidar com a questão das drogas. Não queremos soluções mágicas para nenhuma destas áreas. A atuação de Redução de Danos é na área da saúde (ver estratégias de redução de danos). Às vezes, porém, para lidarmos com a questão da saúde, precisamos de parceiros para intervir na área jurídica ou precisamos intervir na comunidade. Portanto, faz parte de se traçar políticas públicas de Redução de Danos pensar todos os prejuízos nos níveis individual, social e econômico e tentar minimizá-los. Última parte: “...pautada no respeito ao indivíduo no seu direito de consumir drogas.” Muita calma nesta hora. Respeito ao indivíduo é fácil de entender. Respeito é bom e eu gosto, já diz o velho ditado. Direito em consumir drogas resumi-se em entender/aceitar que tem pessoas que não querem parar de usar ou não podem parar em determinada circunstância da vida. Isto é o fato, isto é lidar com a realidade do consumo de substâncias químicas. Todos nós já podemos ter vivenciado circunstâncias parecidas, aonde nos víamos compelidos a agir de uma determinada maneira ou fazer algo que não conseguíamos deixar ou não queríamos deixar de fazer, apesar de sabermos não ser o melhor. No momento, era o melhor, no momento era assim que podíamos fazer, no momento não pensamos em fazer diferente. É isto a que nos referimos, temos este direito de fazer nossas escolhas e sermos respeitados por elas. Por que no uso de drogas isto seria diferente? Por que é ruim? E quem disse que o usuário acha ruim? Enfim, esta discussão dá pano para manga. Mas não vamos nos aprofundar nisto neste momento, é apenas uma provocação para suscitar um pensamento diferente que fará você se aproximar mais da redução de danos. Vamos encarar este usuário como ele é e vamos tratá-lo segundo seu momento de vida, não vamos esperar que ele pare de usar droga para podermos aí pensar em como cuidar de sua saúde. Ele tem direito á saúde, apesar, ou melhor, junto com seu uso. É disto que se trata reduzir danos, capacitá-lo a cuidar-se melhor. Além disto, temos que ajudá-lo a melhorar sua auto-estima e lutar por sua cidadania. Nossa, agora complicou...ou não. Voltando ao conceito de saúde como um todo, se não ajudarmos o usuário a se valorizar ainda no seu uso, estaremos buscando apenas uma parte do que podemos considerar importante para que ele se mantenha bem, apesar de todo contexto adverso que pode se criar com o uso da droga. Enfim, definimos a idéia de Redução de Danos. É sobre isto que estamos falando, sobre pensar, buscar, sugerir e traçar medidas que efetivamente minimizem os prejuízos das drogas, encarando o problema de maneira pragmática, não moralista, envolvendo vários setores da sociedade e pensando em termos de saúde pública. Esperamos que agora você possa melhor entender nosso ponto de vista e que se sinta a vontade para considerar-se nosso parceiro nesta luta.
  22. O FilhoDiJah, no tópico Consciência Alternativa, postou um link da www.reduc.org.br, relativo ao programa de Redução de Danos, que é bem interessante. Assim, segue abaixo alguns dos textos que compõem aquele site, e que delineiam o assunto, tratando-se, por óbvio, de manifesto, de política e entendimento daquela entidade, constando aqui no Growroom apenas como uma facilidade de acesso ao assunto, e referência para debates de todos aqueles que se interessem no assunto. Para os interessados, já que o tema merece, de fato, atenção da sociedade, mais informações, além de contatos, podem ser obtidos nos links abaixo: http://www.reduc.org.br/missao.php http://www.reduc.org.br/fasciculos.php
  23. Ae Semente ---> Sim, sem dúvida. Eu estava apenas me referindo ao post do Filho, onde questionava não existir entidade para se cadastrar.
  24. Estava dando uma olhada no tal do questinário, e o problema maior me parece que não se trata de ser ou não uma entidade, até porque, pelo que andei vendo, no campo respectivo para o preenchimento desta informação, consta a opção "Outros" e a opção "Grupo ou organização popular/Organização comunitária", então.... O problema maior, a meu ver, para quem quiser participar, é o fato de ter que dar endereço, nome e telefone, uma vez que devido a inexistência de sede, teria que ser o endereço particular de alguém... Gostaria de saber, de quem já partipou de algum FSM, se existe a possibilidade de apresentar algo sem ser realmente inscrito. Digo isto, pois trabalhei na ECO 92, e existiam entidades que ali puderam dar o seu recado, sem estar "devidamente cadastradas" junto à organização...e viviam cheias. Também seria legal que o pessoal interessado, se manifestasse sobre quais temas devam ser apresentados e de que forma se daria esta apresentação, uma vez que o tempo urge Galera.... Bem Galera, isto são apenas idéias para quem quiser participar ativamente.....porque o pessoal pode querer só dar um rolé e tal...natural...mas que ia ser bacana se conseguissem participar de um negócio desses, isso ia. Abraço a todos, Velho Eddie
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