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William Bonner

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Tudo que William Bonner postou

  1. Gil Kerlikowske, na semana passada, teve o nome confirmado pelo parlamento para assumir, por indicação do presidente Barack Obama, o cargo de responsável pelas políticas de drogas dos EUA. Conforme informamos nesse blog, o czar da Casa Branca, que já foi chefe de polícia de Seatle , manifestou-se, no seu primeiro pronunciamento, contra a política de Guerra às Drogas, que acaba sendo, na visão da população, algo de repressão contra as pessoas. Hoje, Gil Kerlikowske endossou a tese sustentada por progressistas especialistas europeus. No aeroporto de Seatle, e enquanto aguardava um vôo para Washington, o czar afirmou que o “problema das drogas é de saúde pública e não do Judiciário”, numa alusão clara ao consumo. Mais ainda, o czar disse que a polícia conhece bem os juízes e os procuradores, mas não trabalha próximo às comunidades e aos centros envolvidos na recuperação do usuário. Em outras palavras, não conhece e não sabe lidar com o usuário. Para rematar, o czar afirmou, com base em dados extraídos de várias pesquisas, que nos EUA morrem mais pessoas por consumo irregular de medicamentos e de drogas proibidas do que em razão de disparos por armas de fogo. PANO RÁPIDO. Em dois pronunciamentos, o czar da Casa Branca mostrou intenção de propor ao presidente Obama uma radical mudança no trato com o fenômeno das drogas. Até agora, Obama se mantém em silêncio. –Wálter Fanganiello Maierovitch– http://maierovitch.blog.terra.com.br/2009/...o-de-tribunais/
  2. Eu tô ligado qual a intenção. Mas é que, se o exame for mesmo na intenção de verificar o uso de drogas, quem for analisar a urina perceberá que a urina está extremamente diluida. Tem um negócio que se chama densidade, na urina humana normal tem uma densidade (chute meu)de 1,040. Uma urina concentrada (amarela, sinalizando desidratação) tem densidade de 1,050, Uma urina de alguém que bebe muita água tem densidade de 1,030. Se você bebe uma quantidade x de água por dia, e uns dias antes (esses testes são sempre de surpresa) toma 10 x, sua urina vai para próximo de 1,000. Que é a densidade da água. Provavelmente ai o técnico que irá fazer seu exame pegará o seu sangue. E sangue não fica diluido. E esses testes são altamente sensíveis. Não dá certo, eu digo isso porque eu tenho conhecimento na área. E teste de cabelo é outro conceito, que também não dá para burlar. Mas eu não sei se o concurso do haxa exige teste de drogas. Só policia e empresas privadas tem disso. Em todo caso é só ele ler o edital, é obrigatório eles citarem teste de drogas quando é exigido. Eu só vi isso nos concursos de policia. Nunca em concursos para outras áreas.
  3. O Angeli (cartunista da Folha de São Paulo), citou a Marcha da Maconha em sua tirinha da ilustrada hoje.
  4. Galera... Não confiem muito em informações da NET. Teste de urina e sangue: usuários esporádicos em alguns dias não tem mais os metabólitos na urina (se não tem na urina não tem mais no sangue); Usuários crônicos (que fumam todos os dias): 30 dias para ficar limpos. Teste de cabelo ou unhas: Até 6 meses. Maconha é lipossolúvel, ela fica armazenada nos seus tecidos adiposos (gordura). Ela vai se liberando aos poucos, não adianta tomar 10 litros de água.
  5. É a melhor coisa. Eu tinha pensado também na gente escrever tipo um texto, sem citar o gr (salvo se a moderação quiser), para que os usuários do forum possam mandar via e-mail para quem eles conhecem. E ai pedir os destinatário para enviar a carta para quem ele conhece. Fazer tipo uma corrente, se dá certo com boatos pode dar certo com a gente. Sei-lá, se interessar a gente poderia fazer rápido, falta um mês para a marcha. Abraços
  6. Haverá reunião no dia 6 de abril, domingo, às 15:00 no MASP. Eu irei chegar atrasado pois estarei fazendo uma prova em um município 4 horas distante de sampa. Quem mais vai?
  7. Assim que houver reunião confirmada eu coloco a data e o local aqui. Tão importante quanto ir à marcha é ajudar a organiza-la. Abraços a todos
  8. Valeu a presença aqui dankai. Se der para você agitar uma galera ai no Vale seria ótimo. Abraços Pelo visto a marcha sp não vai morrer não. Valeu a força Wise. A gente se encontra no Ibira. Façam como eu: Fumem antes de irem. Depois da marcha a gente mata a larica com uma pizza. Concordo plenamente. Mas são pequenas ações que podem mudar as coisas. Logicamente que a legalização da maconha não será a solução dos problemas brasileiros, mas é um passo. E a marcha é um passo para a maratona da legalização. Nos vemos lá Big.
  9. Aê Wise-up. Se você de cadeira de rodas vai à marcha, já dá para ter esperanças. Se der, tente agitar uma galera do Vale do Paraiba. Abraços e melhoras.
  10. Fala barraca. Tomara que você vá. Se possível, mande um e-mail ou converse pessoalmente com o pessoal da sua cidade, e organize uma caravana para a passeata. Tente fazer uma divulgação da passeata por ai. Abraços
  11. Atenção paulistanos. Este tópico esta sendo aberto para funcionar como um meio de organizar os usuários growroom paulistanos, a irem ao parque do Ibirapuera para a Marcha da Maconha. Aqui a intenção é: 1. Ver todos os que vão para a marcha. 2. Descobrir interessados em participar das reuniões. 3. Descobrir interessados em fazer divulgação da marcha. 4. Expor idéias e sugestões à Marcha. 5. Divulgação do andamento da Marcha. Se por algum acaso, alguem não quiser se expor, mas quiser ajudar mandem-me uma MP. Falta um pouco mais de um mês para a marcha. SÃO PAULO ESTÁ AMEAÇADO DE NO DIA, SÓ VER OUTRAS CIDADES PARTICIPAREM. Vamos acabar com essa ameaça. Abraços para todos.
  12. Eu pensei a mesma coisa cabelo. Eu tenho não um agronegócio, mas um cultivo de subsistência orgânico. Esse cara para mim, depois desta entrevista, passou de um global imbecil para uma pessoa diferenciada. Não apenas nas partes relativas a legalização, mas todo o resto foi de uma lucidez difícil de se encontrar hoje.
  13. Cacete... Fiquei bem para caramba com a camisa do GR.
  14. Quatro pessoas foram presas e um menor apreendido, nesta quinta-feira, no município de São Gonçalo do Rio Abaixo, na região metropolitana de Belo Horizonte, após a polícia apreender mais de 800 pés de maconha. De acordo com a Polícia Militar, além das mudas, estufas, balanças, sistemas de irrigação e prensas foram apreendidos. A plantação de maconha ficava dentro de uma mata fechada, às margens da BR-381. http://www.otempo.com.br/emtempo/noticias/?IdNoticia=23539
  15. Proibir as drogas gera violência" O deputado verde conhecido pelas idéias polêmicas responde às perguntas dos leitores de ÉPOCA Na trajetória que começou na luta armada contra a ditadura, nos anos 60, e culminou em três mandatos de deputado federal pelo Partido Verde, as idéias de Fernando Gabeira evoluíram. Defensor de teses polêmicas, como a legalização da maconha e da prostituição, ele também assume posições radicalmente contrárias à de sua juventude. Integrante do grupo que seqüestrou o embaixador americano Charles Elbrick, em 1969, hoje ele diz que o seqüestro é “abominável”. Respondendo aos leitores de ÉPOCA, ele também falou do papel do usuário de drogas no financiamento do tráfico. VIDA Nascido em 1941, em Juiz de Fora, Minas Gerais, mudou-se para o Rio de Janeiro aos 22 anos. É casado e tem duas filhas CARREIRA Jornalista, participou da luta armada durante a ditadura. Elegeu-se deputado federal em 1994 e foi reeleito em 1998 e 2002 OBRA No livro O Que É Isso, Companheiro?, de 1979, conta o seqüestro do embaixador americano no Brasil Charles Elbrick O senhor já fumou maconha? O que tem a dizer a respeito das drogas? Samuel do Valle, Divinópolis (MG) Fernando Gabeira – Já. As drogas sempre existiram na história da humanidade, seja para reduzir a dor, aumentar o prazer ou ampliar a consciência. Mas elas se tornaram agora um grande problema mundial, por serem a principal atividade de grupos criminosos que mobilizam, segundo cálculos extra-oficiais, US$ 500 bilhões. A liberação do uso de drogas, nos mesmos moldes do que acontece com o álcool, diminuiria a violência causada pelo tráfico? Otto Simon da Silveira, Olinda (PE) Gabeira – Potencialmente, sim. A experiência da liberação do álcool, depois da Lei Seca, contribuiu para reduzir a violência nos Estados Unidos. No entanto, para que seja bem-sucedida, uma experiência de liberação pressupõe polícia bem equipada e capaz e instituições sociais capazes de abordar, rapidamente, conseqüências indesejadas e, às vezes, imprevistas. O filme Tropa de Elite atribui parte da responsabilidade pelo caos do narcotráfico aos usuários. O senhor concorda com isso? Eduardo Gomes, São José dos Campos (SP) Gabeira – Sim. Se você é contra a compra de produtos de empresas que destroem o meio ambiente ou usam trabalho escravo ou infantil, por que não ser contra a compra de produtos que contribuem com a violência? Essa questão ética foi inicialmente levantada pelos próprios usuários. No caso dos que usam maconha, houve até campanhas para que se plantasse em casa. Lembro que a plantação em casa também é proibida. Acho que parte da responsabilidade deveria ser estendida também aos adeptos da proibição, pois essa política contribui com a violência. Quando não há uma autoridade externa para regular um comércio, os atores tendem a se matar. Se alguém compra 10 quilos de droga e recebe apenas 8, não pode reclamar na polícia. Se alguém quer um ponto-de-venda, não pergunta ao rival se ele tem alvará, mas o mata. O senhor se arrepende da participação no seqüestro do embaixador americano Charles Elbrick? Mateus Alexandre Castanho, Brasília (DF) Gabeira – Considero o seqüestro uma forma de luta abominável. Hoje vejo o seqüestro com os olhos de Ingrid Betancourt, que está há cinco anos nas mãos dos guerrilheiros das Farc, definhando, sem poder ler um livro. O seqüestro, mesmo apesar de sua retórica social, é uma violação de direitos do indivíduo, de sua família e amigos. O senhor se arrepende de ter trocado o embaixador americano pelo ex-deputado José Dirceu, então preso pela ditadura militar? Raul Pinheiro, Belo Horizonte (MG) Gabeira – Não participei da confecção da lista. Na verdade, não conhecia as pessoas que estavam sendo liberadas, com exceção dos líderes estudantis do Rio de Janeiro. Qual é sua opinião sobre um terceiro mandato presidencial? José Maria de Sousa, Brasília (DF) Gabeira – Sou contra, e penso que a maioria do povo brasileiro também o é. O resultado das pesquisas e a derrota de Chávez na Venezuela esfriaram um pouco esse tema. "Se você boicota empresas que usam trabalho escravo, por que comprar drogas de quem contribui com a violência?" O que o senhor tem a dizer das críticas referentes a seu projeto de lei que tentou legalizar a profissão das prostitutas, mas foi vetado pelo Congresso? Maria Luiza Perez Meira, Rio de Janeiro (RJ) Gabeira – Algumas críticas foram mais no campo moral. O projeto prevê a integração das profissionais na Previdência, com grandes vantagens para o Brasil. Somos um país onde o trabalho informal é muito grande e nem todos colaboram com a Previdência. O projeto poderia ajudar também no combate à prostituição infantil, pois conseguiríamos, como já o fizemos na campanha contra a aids, a participação das pessoas adultas que trabalham no setor. No entanto, há críticas que podem ser absorvidas, principalmente as que indicam a possibilidade de uma articulação maior do projeto com as diretrizes de combate à prostituição infantil e juvenil. Há, entre os jovens, uma clara aversão à política e aos políticos. Como fazer para motivá-los a participar da política? Ronaldo Conde Aguiar, Brasília (DF) Gabeira – As crises, como a da Venezuela, costumam contribuir para lançar os estudantes na luta. Quando sentem que as velhas gerações falharam ao tratar dos grandes problemas nacionais, normalmente entram em cena. Aqui os órgãos estudantis ainda estão aprisionados a uma lógica de esquerda e apóiam o governo. Passaram a ser um movimento chapa-branca, o que os torna, apesar da juventude, velhos e sem atrativos. Como nós, cidadãos comuns, poderíamos atuar mais diretamente no combate à corrupção na política e nas estatais? Sandra Fernandes de Oliveira, São Paulo (SP) Gabeira – O problema central é a transparência. Apoiar e exigir a transparência são bons exemplos. Monitorar os eleitos, exigir seriedade do governo, existe, enfim, uma lista de atitudes que ajudam a reduzir a corrupção. Acredito também que a mudança nas regras do jogo é muito importante. Apostar mais na redução das oportunidades de se corromper do que, propriamente, na capacidade de regeneração das pessoas. Por que o povo não se manifesta contra a corrupção? A que o senhor atribui o comodismo nas atuais questões políticas? Laíse Coelho, Belém (PA) Gabeira – A saída em massa às ruas depende de muitas condições. Na Espanha, com o uso do celular, foi possível organizar uma grande manifestação. Mas o país estava no calor da eleição e traumatizado por um atentado terrorista. As pessoas se movem, mas precisam de razões bem fortes. No momento, se você examinar as cartas de leitores de jornais, verá que há uma minoria bastante participativa. Também na internet existem inúmeras discussões. Existe, em muita gente, certa resignação com a corrupção e, afinal, nem sempre as pessoas ligam a si mesmas o dinheiro que é roubado, como se não fosse delas. É preciso mostrar com insistência o que deixa de ser feito de bom quando se desvia dinheiro público. Talvez, vendo o que perdem com isso, as pessoas se manifestem mais. http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoc...556-501,00.html
  16. Engajado, adepto da vida simples e paizão, Marcos Palmeira, 44 anos, também é um homem indignado. Durante uma tarde nos jardins do Parque Lage, no Rio de Janeiro, o ator que há três meses vivencia a experiência de ser pai de Julia, fruto de sua união com a diretora da Globo Amora Mautner, 32 anos, conversou com o EGO. Marcos que há 10 anos é dono da fazenda Vale das Palmeiras, na região serrana do Rio, dá poucas entrevistas. Neste raro desabafo o ator falou da experiência de ser pai de primeira viagem, do projeto orgânico com os pequenos produtores brasileiros e do que acha da violência carioca: “O Capitão Nascimento e o traficante são a mesma pessoa. Ele não é corrupto, mas tortura.” Para minimizar está violência nos morros ele é a favor da liberação das drogas: "Acho que sim. Diminuiria. Noventa por cento de quem trafica é por falta de perspectiva". Leia a seguir a entrevista de Marcos Palmeira ao EGO. Há 10 anos sua fazenda Vale das Palmeiras, na região serrana do Rio, se transformou num exemplo de agroecologia sustentável. Como é exatamente este projeto? Não tinha idéia de transformá-la em orgânica porque não fazia idéia do que era o orgânico. Resolvi investir nessa idéia quando descobri que os trabalhadores não consumiam o que produziam, foi aí que resolvi me informar como era esse processo orgânico. Descobri que pesticida é residual, cancerígeno. "Eu não conheço uma fazenda tradicional que seja viável economicamente. A minha orgânica é viável." Além das verduras e legumes livres de agrotóxico, como é a filosofia da agroecologia? Os animais são tratados com homeopatia, o que produz um esterco orgânico de qualidade. Os cavalos, as vacas, eles não tomam nenhum tipo de antibiótico. A resposta homeopática nos animais é muito positiva. Eles não têm problema de carrapato, de vermes, tudo é equilibrado. Um veterinário visita uma fazenda tradicional, sem ser orgânica, de 15 em 15 dias. Na minha, a veterinária vai de três em três meses. Porque está tudo equilibrado. O que a gente busca é isso: um equilíbrio. Para combater as moscas do curral, estão lá as teias de aranha, que comem o inseto. As galinhas ficam perto das vacas porque ciscam os carrapatos delas. A idéia é essa, um conceito bem rústico. Estimulo a rusticidade do alimento, da vida. É economicamente viável manter uma fazenda orgânica? Eu não conheço uma fazenda tradicional que seja viável economicamente. A minha orgânica é viável. A tradicional, se o dono não for um investidor na bolsa de valores, um milionário, duvido que ele esteja vivendo com o lucro da fazenda. O orgânico é viável. Há três anos você promove o PAIS (Produção Agroecológica Integrada Sustentável). Como é isso? Disseminamos a produção orgânica para os pequenos produtores do Brasil. Existem hoje mil núcelos PAIS instalados pelo Brasil. A gente chega lá no interior, monta uma estrutura de produção para aquele pequeno produtor. Eles estão tirando hoje R$ 800 livres. É uma mudança radical na realidade. Muito melhor do que fazer o Bolsa Família. "O bandido, o traficante, não é uma praga, ele é um desequilíbrio. Você tem que atacar o desequilíbrio. Na agricultura, a formiga não é uma praga. Se você tem uma roça e ela está destruindo o seu jardim, pára e observa. Ela é um indicador que tem alguma planta ali que está doente." O que a cultura orgânica te trouxe de lição? Na cultura orgânica você aprende que o fato do ‘Caveirão’ entrar na favela e atirar em todo mundo, não vai funcionar. O bandido, o traficante, não é uma praga, ele é um desequilíbrio. Você tem que atacar o desequilíbrio. Na agricultura, a formiga não é uma praga. Se você tem uma roça e ela está destruindo o seu jardim, pára e observa. Ela é um indicador que tem alguma planta ali que está doente. A formiga só se alimenta do fungo da planta. Se o jardim está doente, a formiga vai invadir. Se o seu jardim é fértil, ela sai dali e vai para o meio do mato. E a violência é a mesma coisa. É uma minoria que toma conta da violência. Não pode ser impossível de resolver. No fundo, está tudo no Congresso. Sou a favor da liberação das drogas já como princípio. Você é a favor da liberação de todas as drogas: maconha, cocaína e também das drogas sintéticas? Eu acho, eu acho. É uma dureza ter um filho viciado. Estou com uma filha pequena, pode ser que daqui a pouco esteja pagando, mas acho que é um desequilíbrio que existe na gente. O homem sempre buscou as drogas como um auto-conhecimento. Claro que virou um grande comércio, um grande business. Agora não acho que o cara que compra ali está alimentando o tráfico, não está. Então você discorda do que o Capitão Nascimento prega em ‘Tropa de Elite’, quando ele culpa o jovem da classe média pela violência nos morros? Aquilo é o imediatismo do cara. É a cobra mordendo o próprio rabo. O Capitão Nascimento e o traficante são a mesma pessoa. Ele não é corrupto, mas tortura. Não acredito nisso. Como disse Helio Luz (delegado e ex-chefe de Polícia Civil do Governo Marcello Alencar no Rio de Janeiro nos anos 90) 'não existe guerra civil, o que existe é guerra entre bandido e polícia'. A polícia é paga para manter o pobre e o bandido na favela. Ela não é paga para resolver o problema da gente. O que é uma pena. Você acredita que a liberação das drogas diminuiria a violência? Acho que sim. Diminuiria. Noventa por cento de quem trafica é por falta de perspectiva. "Queria que o Lula fosse para a televisão e falasse: ‘Gente, a barra é pesada! Ta difícil!’ Provoca! Quem sabe acontecendo uma revolução a coisa mude." Mas tem jovens da classe média que moram no asfalto, na zona sul carioca, que estão cada vez mais envolvidos com o tráfico. Porque dá muito dinheiro, é claro! O mercado de trabalho está difícil até para a classe média. Está todo mundo apertado. O exemplo vem lá de cima. O cara tem 22 anos, mora num apartamento quarto e sala em Copacabana: ele, a mãe e o pai. Liga a televisão e está lá o Renan Calheiros com aquela cara de pau falando. O outro vai, rouba, e diz que não roubou. Esse jovem pensa: ‘Cara, não vou me dar bem do jeito que está esse negócio. Então vou pegar um pacote de maconha e vou me dar bem’. Sei que não justifica, mas acho que alimentamos isso. Existe a indústria da violência que vende o carro blindado, o circuito interno de televisão, a grade. A favela está aqui, Pavão-Pavãozinho (favela da Zona Sul do Rio). Vamos fazer um trabalho social. Isso parece demagogia, mas não é, é o básico. Se entrar no morro e der cidadania para esse pessoal, acesso à escola, transporte; respeitá-lo por ser negro, por ser pobre, tudo muda. Queria que o Lula fosse para a televisão e falasse: ‘Gente, a barra é pesada! Ta difícil!’ Provoca! Quem sabe acontecendo uma revolução a coisa mude. E a Julia neste mundo? O que eu puder facilitar para ela sofrer menos com a dureza que a vida traz, eu farei. A vida nem sempre é tão boa assim. Mas acho que ela tem um bom exemplo. Sou tranqüilo, vou ser um pai bem ativo na criação. A Amora (diretora Amora Mautner) também vem de uma geração tropicalista, tem um lado mais ‘hiponga’, apesar de ser sofisticada. Mas ela vai esbarrar com a escola, com os amigos, os professores... Vai ter a rua... E a vida vai transformando. O importante na família é saber que você pode retornar àquele núcleo depois que você se desprende dele. Que depois de bater a cara lá fora, vai ser bem recebido, poder recuperar as energias, cicatrizar e voltar para fora de novo. Valeu a pena esperar tanto tempo para ser pai? Na realidade, esperei só nove meses. Não esperei nunca. Mas eu li que seu sonho era ser pai. Dizem muita coisa. Disseram que sou viciado em charuto... Nem fumo charuto! Devo ter dito em alguma entrevista que gostaria de ser pai. Sou bastante paternal. Fui casado com a Vanessa (a cantora Vanessa Barum). Numa época a gente perdeu um bebê, mas hoje acho que estou mais maduro, preparado em termos de temperamento. Não tenho tantas questões como quando tinha 20, 30 anos. Acho que a Julia ganha com isso. Espero ter energia bastante para brincar com ela. Não tinha ansiedade com a paternidade. Eu e Amora não programamos o filho. Mas conforme a relação foi amadurecendo, foi a hora boa. "O importante na família é saber que você pode retornar àquele núcleo depois que você se desprende dele. Que depois de bater a cara lá fora, vai ser bem recebido, poder recuperar as energias, cicatrizar e voltar para fora de novo." Você detecta mudanças dentro de você com a chegada da Julia? A gente se cobra um pouco mais. No sentido de abrir mais espaços dentro da gente. Temos uma tendência a sermos sempre muito egoístas. Já no casamento você já se divide bastante. Com filho então, não tem jeito. Já estou vivendo essa mudança. Mas eu, com toda a minha função de vida, da fazenda, o convívio com os animais, com os meus cachorros... Tenho a sensação de que sou preparado para isso, que estou mais aberto do que imaginava. Então você está preparado para se doar mais. Sim, exatamente. Agora tem uma coisa que preciso mudar. Eu faço muita coisa. Sou hiperativo: faço filme, peça, jogo futebol, tênis, pilates, corro, sou mestre de cerimônia, filmo Mandrake, estou sempre inventando coisas para fazer. E realmente com a Julia, terei que ter tempo para ela. Senão não é justo, né? Essa hiperatividade vai ter que ser melhor canalizada. Você cuida da Julia? Dou banho direto! De chuveiro comigo, de banheira, troco fralda. Isso para mim não tem problema nenhum. O mais difícil que acho é a dosagem do tempo. Agora vou tirar umas férias, 25 dias, a partir do dia 10 de dezembro. Há 10, 20 anos, você se imaginava assim, tão cheio de energia? Quando eu tinha trinta anos, não imaginava que chegaria assim aos 40. Acho que cheguei mais jovem do que imaginava. A mulher de 35 era balzaquiana, hoje é a de 50 que corresponde a essa categoria. Vê a Amora com 32. É balzaquiana aonde? É uma guria. Você se considera uma pessoa realizada? Acho que estou me realizando, estou dentro dessa busca. "A minha vida pessoal não interessa para ninguém, se interessar mais do que o meu trabalho, tem alguma coisa errada. Se não você passa a ser o personagem da sua própria vida." O que incomoda em ser famoso? A mentira, a exposição dessa mídia televisiva, todo esse jogo de mentira. Aquela coisa do cara ter me fotografado dentro da maternidade. Aquele fotógrafo foi de uma infelicidade absurda, tenho até medo de encontrar com esse cara. Foi como se ele tivesse pegado uma grua, tivesse invadido o meu quarto e tivesse filmado eu trepando com a minha mulher. Aquele ali era um momento íntimo meu com a minha família. A minha vida pessoal não interessa para ninguém, se interessar mais do que o meu trabalho, tem alguma coisa errada. Se não você passa a ser o personagem da sua própria vida. Nunca tive intenção de aparecer mais do que o meu trabalho. Tenho uma relação de vida de simplicidade. Fui mimado como menino, mas era um mimo de afeto e não para me tornar onipotente. Você hoje se definiria como um cidadão indignado? Eu sou um cidadão indignado. Eu tenho pouca paciência. E olha que faço um trabalho ligado a um órgão do governo. O Banco do Brasil em parceria com o Sebrae que patrocina o PAIS. Mas acho que a gente perdeu tempo. Esse país não andou nada! São 500 anos! Política tem que ser uma missão de vida do cidadão. O presidente do Brasil tem que transformar o país com as suas idéias. "Acho que é importante enxergar as pessoas de uma maneira mais simples, não julgar tanto, pois a natureza não permite muito julgamento." O que a experiência de 10 anos na fazenda, e a sua vivência com os índios do Xingu, trouxe para o Marcos Palmeira? Sou totalmente urbano também, mas isso tudo me mostrou que posso ter conforto onde quiser. Posso estar no Palácio de Buckingham, em Londres, ou numa maloca que vou me sentir do mesmo jeito. Acho que é importante enxergar as pessoas de uma maneira mais simples, não julgar tanto, pois a natureza não permite muito julgamento. É igual a uma gravidez. Não adianta querer que o bebê nasça antes, você tem que respeitar esse tempo e acaba se respeitando também. Os seus desejos, suas raivas, seus problemas. Não sou um cara sem problemas, eu faço análise, vivemos em busca de sofrer menos. Essa sua paixão pela natureza, pela terra, vem de cedo, né? Quanto eu tinha 17 anos fui morar com os Xavantes no Mato Grosso. Acho que a partir dali, aquela experiência me transformou. Fui criado na roça, no interior. Acho que a melhor expressão do brasileiro está lá, no interior. São os caras que têm o verdadeiro humor brasileiro. Parece que a felicidade está na simplicidade não? Acha que é fácil ser feliz nessas condições mais simplórias? A simplicidade é o mais difícil. Difícil é ser simples. A gente tem que acabar inventando problemas para justificar os nossos problemas. Você tem necessidade de ter que comprar presente no Natal? Tem nada! Eu dou um bejio para todo mundo, muito mais importante do que ter que ir a um shopping center. Está cada vez mais difícil se distanciar desse mercado que a gente vive, que nos dá uma urgência para a vida incrível. É um mundo de ansiedade. A gente acaba se distanciando da nossa pulsação. Vamos perdendo o sabor da vida. "Estou com um prazer hoje na minha profissão muito maior do que eu tinha há 10 anos." Você não faz novela desde “Celebridade”. Como está sua vida profissional? Ela está se transformando. O espetáculo que enceno com a Adriana Esteves, "Virgolino Ferreira e Maria de Déa- Auto de Angicos" é um trabalho totalmente diferente de tudo que eu já fiz. Um aprofundamento no trabalho do Amir Haddad que é um diretor essencialmente teatral, sem vaidade. Encontrei a Adriana numa parceira maravilhosa, explorando essa área obscura da nossa vida com a possibilidade de tirarmos algumas capas de cima da gente. Que capas foram tiradas? A coisa do entendimento do texto, da compreensão do que está sendo dito não da forma como deve ser dito. O entendimento que está ligado a um corpo. Você não precisa andar, aprender a respirar, tudo isso vem a partir de quando você entende o que esta contando profundamente. Esse trabalho do Haddad lida com a inteligência do ator. Não sou o Lampião, estou contando a história, o que é bem diferente. Muda o sentido. Você passa a fazer parte de um jogo muito mais interessante. Estou com um prazer hoje na minha profissão muito maior do que eu tinha há 10 anos. Filmar o “Mandrake” (exibido pela HBO) também me enriqueceu muito. Quando eu voltar para a televisão para fazer novela, estarei com o frescor que eu tinha no início da carreira e que fui perdendo por contingências da vida: excesso de trabalho, cansaço... Hoje eu entendo melhor o que eu queria quando comecei a trabalhar como ator. http://ego.globo.com/ENT/Noticia/Perfil/0,...INDIGNACAO.html
  17. Viviane Mallmann (CGN) O Grupo de Diligências Especiais (GDE) de Cascavel encontrou nesta tarde (03), em uma residência localizada no centro da cidade, um pé de maconha. No local foi detido Roberto Joaquim da Luz, 19 anos, responsável pela planta e usuário da droga. O rapaz já havia sido detido uma outra vez pela mesma situação. Ele será enquadrado novamente como usuário e responderá em liberdade. http://www.cgn.inf.br/cgi-bin/UltimasNotic...delo=completa_1
  18. Para cineasta, miséria não é a causa da violência no país Diretor afirma que seu filme não prega a violência policial, admite que já fumou maconha e defende a descriminalização das drogas JOSÉ ERNESTO CREDENDIO DA REPORTAGEM LOCAL O DIRETOR DE "Tropa de Elite", José Padilha, 40, disse ontem, em sabatina promovida pela Folha, não concordar que a miséria seja a causa da violência no país, pensamento que vê como "padrão" no Brasil. Segundo ele, cidades com índices sociais piores do que o Rio são menos violentas. "Então, existe no Brasil algum processo que converte miséria em violência." O cineasta criticou declarações do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), segundo o qual a legalização do aborto ajudaria a reduzir a criminalidade. Padilha, que foi sabatinado pelo editor de Cotidiano, Rogério Gentile, e pelos colunistas Marcelo Coelho, Barbara Gancia e Gilberto Dimenstein, contou que já fumou maconha e defendeu a descriminalização das drogas. Ele fará um filme que pretende retratar a corrupção política no país -"O Corruptólogo". O FILME PREGA QUE A VIOLÊNCIA POLICIAL É MAL NECESSÁRIO? Minha resposta é não. Tentei tirar do filme argumentos pró e contra a posição do narrador. Para as pessoas olharem aquilo e refletirem a respeito. A gente tem que se perguntar por que há policiais que pensam assim. HEROÍSMO É muito difícil imaginar que alguém considera o Nascimento um herói. [O filme mostra que] Com o nascimento do filho, ele descobre que a sua ideologia, a violência, não é compatível com a sociedade nem com a sua família. Não consegue verbalizar isso, mas passa o filme todo em crise existencial porque percebeu isso internamente. Isso é a premissa do personagem. Qual é o drama dele? "Quero sair daqui." O que me incomoda é que as pessoas não vejam isso e, em vez de se identificar com o personagem, se identificam com o discurso do personagem. MISÉRIA E VIOLÊNCIA A idéia era tentar descobrir como policiais vêem a violência. Existe um discurso-padrão que explica os altos índices de violência no Brasil pela miséria. O problema é que esse discurso não resiste aos fatos. Se você pegar dados da ONU e comparar índices sociais com os de violência, vai ver que tem países e cidades com índices sociais bem piores do que os do Rio, e os de violência, muito menores. Então, existe no Brasil algum processo, algum fenômeno, que converte miséria em violência em uma taxa alta. No filme "Ônibus 174" a idéia era mostrar como o Sandro ficou tão violento assim. E a tese subjacente era que o Estado produziu aquilo -a polícia matou os amigos do Sandro na Candelária, e o Sandro foi jogado em uma "Febem", onde crianças apanham e são tratadas como escória. Se você faz isso com pessoas por muito tempo, as transforma em violentas. Isso é uma das coisas que convertem miséria em violência. A outra é a polícia. O que leva a polícia a isso? "Tropa de Elite" diz isso: baixa remuneração, corporação corrompida por dentro... A contrapartida da honestidade na polícia brasileira gerou a violência, isso explica o discurso do Nascimento. SANDRO E CAPITÃO NASCIMENTO Os filmes ["Ônibus 174" e "Tropa de Elite"] têm o mesmo enfoque: quero explicar esse comportamento, não quero julgar. O processo que gera uma pessoa como o Sandro [Nascimento] é o mesmo que gera o capitão. Por isso eles têm o mesmo nome [Nascimento]. DROGAS Não me parece razoável o Estado dizer se devo consumir maconha ou não. Não há lei que impeça o acesso à droga. O que se deve discutir no mundo real é de que forma se dará o acesso. O próximo passo é lógico: tem de legalizar. O Estado não diz se você pode ou não fumar cigarro, no entanto, faz uma campanha maciça explicando o que o cigarro faz. E cobra um imposto elevadíssimo. Acontece que [com isso] caiu bruscamente o consumo de cigarro. No mundo ideal, sou favorável à legalização das drogas e a tratar a questão como de saúde pública. INGRESSO BARATO Neste fim de semana devemos ter mais de 2 milhões de espectadores, deveremos chegar a mais de 3 milhões. Mas o público caiu mais rápido do que o do "Carandiru" nos cinemas de classes C e D em razão da pirataria. Estamos propondo para os exibidores jogar o preço do cinema a R$ 5 para ver se esse público vai ao cinema. E não sei se não deveria existir incentivo fiscal para a compra de ingresso de filme brasileiro. Talvez aí não precisasse do incentivo para a produção ou [esse incentivo] seria menor. COMBATE À PIRATARIA Poderíamos fazer como o Radiohead [grupo de rock inglês], oferecer o download na internet e cobrar. Teve um cara do Sul do país que me mandou um e-mail dizendo que tinha visto o filme pirata, tinha gostado muito. Queria o número de minha conta para depositar o valor do ingresso. É uma solução genial, direto na minha conta [risos]. PRÓXIMO FILME [É] "O Corruptólogo", com a mesma maneira de filmar, [olhando o] que gera um certo político típico, como temos no Congresso. O político típico está lá por um motivo, tem a ver com as leis de financiamento de campanha. É uma idéia do Gabriel O Pensador. IMAGEM DE ONGS Tem ONGs seriíssimas, mas há também as que não são. Quando fiz "Ônibus 174", olhei a estatística de meninos de rua e ONGs no Rio. Eram 3.400 meninos de rua e 1.615 ONGs. Se cada uma pegasse dois, acabava o problema. As ONGs são importantes, mas desconfio da proliferação. O filme não é tese científica. Uma tese tem metodologia e lógica próprias, mas são simplificações também. No cinema, que não tem a lógica da pesquisa, mas a da dramaturgia, a simplificação é maior ainda. A ONG do filme está inspirada numa do morro Dona Marta. O cara da ONG quase terminou como o do filme. FUMA MACONHA? Não. Já fumei. ABORTO E VIOLÊNCIA O aborto é uma discussão muito complicada, que não tem só a ver com violência. É um argumento muito ruim [do governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro] dizer que legalizar o aborto diminuirá a violência. É muito complicado entender os fenômenos sociais. LUCIANO HUCK Céus...! O artigo dele existiu em um contexto. O Confúcio, vou apelar a ele, fala assim: "Em um país justo, a miséria é uma vergonha. Em um país injusto, a riqueza é uma vergonha". No Brasil existe crítica à riqueza e à ostentação. O que acho que ele quis dizer foi: "Posso usar um Rolex, porque não roubei esse Rolex". Eu não usaria um. Acho que faltou a ele parar para pensar no contexto. Mas discordo do tom do artigo. Dizer "chama o Capitão Nascimento" é uma reação emotiva, mas a idéia é errada, pois o Capitão Nascimento acredita na coisa errada. EFEITO EM CRIANÇAS Meu filho de quatro anos canta uma música do filme: "Morro do Dendê é ruim de invadir...". Não é proibindo música que vai reduzir violência. A idéia de que o filme é perigoso é ruim. O filme é para maiores de 16 anos, mas a cópia pirata não é proibida para ninguém. REAÇÃO NA PUC-RJ Em um debate na PUC, um cara perguntou o que eu achava que tinha feito com a imagem da PUC. Comecei a rir, e ele disse que eu não poderia rir. Usei lá como locação. Tinha uma pessoa da PUC me acompanhando na filmagem. Aí o aluno disse: "Quem foi essa pessoa?". Respondi: "Por que, você vai botar a pessoa no saco?". Veja vídeo da sabatina em www.folha.com.br/073031 http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff3110200735.htm Link apenas para assinantes uol ou da folha de São Paulo.
  19. NELSON MOTTA Sonho americano, pesadelo carioca RIO DE JANEIRO - O capitão Nascimento ficaria surpreso: o Departamento de Polícia de Nova York admite que, apesar de seus esforços, a cidade é a maior consumidora de drogas do mundo. Mas a criminalidade e a violência urbana -sob controle de uma força policial eficiente, honesta, bem paga e aparelhada- só diminuem. Sim, é possível. Apesar do poder do tráfico, que disputa o abastecimento de tão rico mercado, não há balas perdidas nem guerras de quadrilhas, nem infiltração no aparelho policial e judiciário, nem tortura e impunidade. Ninguém diz que, se os nova-iorquinos parassem de consumir drogas, a criminalidade acabaria. Eles viveram a experiência da Lei Seca, quando o crime se organizou a partir da indústria clandestina de bebidas. Desde a histórica campanha "Tolerância Zero", do prefeito Giuliani, nos anos 90, que começou com uma implacável limpeza na polícia, os índices de criminalidade violenta despencaram em Nova York, apesar do crescimento do tráfico de drogas. Mas os roubos, assaltos, homicídios, estupros e seqüestros caíram drasticamente, e Giuliani foi reeleito com apoio até da oposição. A polícia de Nova York persegue traficantes e consumidores, não aceita subornos, denuncia e pune com rigor seus desvios e violências, assume as suas responsabilidades e faz o que tem que ser feito, para o que são pagos: garantir segurança e liberdade aos cidadãos. Enquanto isso, no Rio, dizem que o tráfico é a origem de todos os males que assolam a população. Parece até que se ele acabasse a cidade voltaria a ser o paraíso tropical dos anos dourados. Mas, se o "movimento" acabasse, eles não venderiam doces: seriam legiões de bandidos desempregados e armados descendo sobre a cidade indefesa. Sofia não teria pior escolha. http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2610200705.htm Link apenas para assinantes uol. Publicado hoje na página 2 do Jornal Folha de São Paulo
  20. William Bonner

    As Narcoguerras

    KENNETH MAXWELL As narcoguerras GEORGE W. BUSH ama suas "guerras", e também ama o México, quando se lembra de que o país existe. Pouco depois de assumir, em 20 de janeiro de 2001, o primeiro ato oficial de Bush foi viajar ao México para uma visita ao então presidente Vicente Fox, em seu rancho em Guanajuato. Mas o México não se tornou prioridade para Bush -até esta semana, quando ele pediu que o Congresso dos Estados Unidos aprovasse uma verba de US$ 500 milhões para ajudar o novo presidente do México, Felipe Calderón, a combater as quadrilhas mexicanas de tráfico de drogas, cada vez mais violentas. Ironicamente, ao longo da maior parte dos dois mandatos de Bush, a "guerra contra as drogas" dos Estados Unidos tampouco vem sendo prioridade. A opinião dominante sobre o esforço é que ele foi um dispendioso fracasso. As velhas políticas continuam em vigor por inércia, e para satisfazer os interesses egoístas das burocracias federais e estaduais envolvidas, que despendem mais de US$ 50 bilhões ao ano no combate às drogas. E há também as severas conseqüências das normas jurídicas, que dispõem sentenças de prisão compulsória para a posse de drogas, o que criminaliza as vítimas e garante que sua marginalização social e dependência química se agravem. Muitos argumentam que toda a questão das drogas deveria ser tratada como doença, e não como guerra; e que é preciso envolver a ciência com o objetivo de identificar os fatores de risco que levam as pessoas a sucumbir ao vício, bem como para reconhecer a vulnerabilidade das pessoas à reincidência, em longo prazo, mesmo que passem por programas bem-sucedidos de desintoxicação. Essas são basicamente questões de medicina, e de compreender o funcionamento do cérebro. Os desafios são genéticos e do ambiente social, e não podem ser resolvidos somente por tropas de choque. Infelizmente, o novo "Plano México" de Bush se assemelha muito ao velho "Plano Colômbia", também considerado em larga medida como fracasso no que tange ao seu principal objetivo: reduzir o suprimento de cocaína pela destruição dos cartéis que controlam o tráfico e pelo uso de fumigação aérea para erradicar as plantações de coca. De fato, o narcotráfico se diversificou e se aliou a grupos paramilitares e a organizações criminosas internacionais. As rotas e o comércio se transferiram ao Brasil e à Europa. E, nas ruas, a cocaína é hoje mais barata, mais acessível e mais pura do que no passado. Mas, para os políticos, é mais fácil vender Rambo para a platéia -no Brasil não menos que em Washington. -------------------------------------------------------------------------------- KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna. Tradução de PAULO MIGLIACCI http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2510200706.htm O link só serve para quem é assinante uol. Não é que não existam pessoas que conseguem ver com clareza a questão das drogas. Uma pessoa que escreve na pagina 2 da Folha de São Paulo, com certeza, é uma formadora de opnião. Existe muita gente assim. Mas algo acontece que, mesmo quando um "formador de opnião", fala alguma coisa inteligente sobre o assunto, ele é ignorado. Quando se é uma pessoa comum, sem ser uma pessoa pública, não adianta nem tentar argumentar da forma mais lúcida, clara e didática possível, quem é contra tende a ridicularizar. Deixando no ar uma idéia de que ele está discutindo com um drogado, um coitado que usa drogas e não sabe o que faz. Nunca fala isso diretamente, mas de forma cínica e hipócrita. Os E.U.A gastam 50 bilhões de dolares/ano na guerra contra as drogas. Essa é mais uma guerra que os EUA tão se fudendo bonito. Gastando uma nota para porra nenhuma. Os traficantes tão ganhando com fácilidade. Quanto o Brasil gasta por ano contra as drogas? Não sei se vai gastar um décimo disto. E ainda vai gastar grana que poderia ser gasta de forma muito mais social. A grana que os eua gastaram só neste século, contra as drogas e nas guerras militares, dava para acaber com a miséria no mundo inteiro, Asia, Africa, America do Sul, Central e mais um monte de paises miseráveis que existem. Dava e ainda sobrava. Que mundo loco.
  21. William Bonner

    Tropa De Elite

    Por Carlos Alberto Soares O filme Tropa de Elite fez lembrar meus tempos no Rio de Janeiro, em que eu subia a Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, com uma Kombi, para vender café. Por muitas vezes, para subir, eu trocava 5kg de café por ½ dúzia de ovos. Eu precisava obedecer ao comando para trabalhar sem ser molestado. Ou ter minha carga roubada. A violência no Rio tem como algumas causas principais a falta de investimento em políticas públicas adequadas (incluindo a urbanização), em pessoal, no aparato policial, na educação pública. Causas que já se discutiram e que todos sabem. Entretanto, para se falar em causas, necessitamos falar dos seus efeitos (desastrosos). A corrupção de (alguns) policiais. A corrupção de (muitos) políticos – no Executivo e Legislativo. A morte dos menores na Candelária e de policiais. Pais de família que deixam órfãos seus filhos. E a sociedade que ele tentou proteger. Essa mesma sociedade que vê seus filhos consumindo drogas de todas as espécies e com certeza não percebe que elas exalam o cheiro do sangue de inocentes! Para a classe média, não faltam políticas, somente a conscientização! E mesmo assim ainda temos o BOPE (Batalhão de Operações Especiais). O filme faz justa homenagem à coragem, à entrega e à própria vida que é tirada daqueles policiais pela mesma sociedade que clama por justiça! Hoje ninguém mais quer o café que um dia transportei, nem tão pouco existem ovos para as trocas. O tempo é de maconha e cocaína por armamento. Pôxa! Meu tempo foi bom! Mas...qual é a maior causa dessa violência? Vamos contabilizar os desvios das verbas públicas, A fraude nas licitações, o roubo(pasmem!) de merenda escolar, o mensalão, o desvio do Bolsa-Família e...isso mais aquilo que todos, graças à mídia e ao jornalismo investigativo, já sabem e ainda irão saber. Para responder, eu diria: temos uma legislação antiga e falha, um governo que barganha em desgoverno e um Judiciário (que pena!) pecando em excesso. Eu queria que tivéssemos um BOPE combatendo a quadrilha de políticos que se habituou ao “sistema”. Digo o BOPE porque a Polícia Federal (com exceções) é boazinha demais. Ah! Não posso esquecer....fomos nós quem os colocamos no poder! Quem sabe na próxima eleição não sejamos a Tropa de Elite! http://www.brasilwiki.com.br/noticia.cfm?id_noticia=2535
  22. "A classe média, artistas, intelectuais e empresários tentaram liberar a maconha e outras drogas. Agora dizem ser contra, mas ainda continuam sustentando o tráfico. São eles, e não os pobres, é que oferecem perigo. - Foto: Internet Onze metrópoles podem ser beneficiadas com o Programa de Aceleração do Crescimento ( PAC) da Segurança, que leva em conta cidades com alto índice de vítimas de homicídios. No ano passado, a cidade do Rio de Janeiro registrou mais de 9 mil assassinatos, mas não foi a cidade com o maior índice de crimes deste tipo. Como já disse, todos os anos são registrados, em todo território nacional, mais de 80 mil assassinatos e mais de 70 mil desaparecidos. Somos o segundo País do mundo em consumo de cocaína e, queira Deus, que não consigamos chegar ao primeiro lugar. " No dia seguinte ao término dos Jogos Panamericanos do Rio, a guerra entre traficantes recomeçou. No Rio de Janeiro, continua tudo na mesma: a cidade dominada por um exército de traficantes que já perderam até o medo de se expor, tiram fotos e as divulgam na internet. O orkut (rede mundial de relacionamento) está cheio destas fotos, até mesmo os dez mandamentos dos traficantes foi divulgado lá. As freqüentes incursões policiais de combate ao tráfico em morros e favelas mostram que já há muito tempo o Brasil deixou de ser uma simples rota no caminho internacional das drogas e, hoje, constitui-se em um poderoso mercado consumidor dos entorpecentes, com um exército do mau muito bem armado, marcando território e dominando cidades e governos. O medo da população é grande, principalmente do Rio de Janeiro, que vem acompanhando com certa desesperança a incapacidade do Poder Público na repressão ao tráfico e ao crime organizado. Segundo foi publicado na mídia, em 2006, a aprovação da Lei 11.343/2006 foi mais uma tentativa governamental desesperada para lidar com a problemática das drogas sem recorrer aos habituais métodos coercitivos. A nova legislação pretende, através da criação do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad), organizar atividades para a prevenção do uso, além de isentar de prisão ao usuário que for flagrado com drogas para uso pessoal. Acontece que sem um trabalho sério de investigação, infiltração e todo tipo de ação inteligente policial, jamais o Poder Público vai poder agir. Aliás, o povo brasileiro sabe muito bem quem vem sustentando o tráfico. Afinal, o José morador na favela, que nasceu pobre, passa necessidades, cresce sem dinheiro, sem educação digna e saúde, sabe que a vida vai ser muito dura para ele. A polícia que arromba as portas das casas para entrar e revistar tudo, sem nem ao menos autorização judicial, só amedontra. Herói para a criança da favela e da periferia, são aqueles que estão na esquina, sem fazer absolutamente nada, segurando um fuzil, matando covardemente um morador por motivos banais. O herói para muitos que têm dinheiro morreu de overdose, mas o herói do pobre menino da favela, é aquele que se diz dono da favela, os marrentos da esquina onde ele passa com seu pai, depois de uma jornada dura de serviço, onde recebe salário de menos de R$ 300,00. A humilhação de um pai, de uma mãe de família é grande. Eles são obrigados a conviver com o cheiro forte da maconha entrando pela janela, com os gritos, motos passando voando, carros roubados em alta velocidade, o som do terror, do medo e das balas. Levantam cedo para trabalhar como se nada tivesse acontecido, afinal, eles moram numa favela. Nos minutos em que este texto foi escrito, pessoas foram executadas. Mas as coisas mudam e esta população de famintos, abandonados, viciados e todo tipo de gente desesperada, um dia pode se revoltar e se organizar e aí como o Estado vai fazer? O dólar, enquanto cai, pois vai cair mais ainda até o fim do ano, mostra que tudo muda. Que Deus nos ajude e ajude as crianças do Brasil e do mundo. http://www.brasilwiki.com.br/noticia.cfm?id_noticia=2364
  23. Cerca de 15 mudas de maconha foram encontradas por policiais do destacamento de Santa Rita do Ibitipoca, no quintal da residência de Pedro Paulo de Paula, 41 anos, e João Damasceno de Paula, 33 anos, residentes em Santa Rita do Ibitipoca. Os dois são irmãos e foram presos em flagrante, na última terça-feira (2), acusados de cultivarem plantas entorpecentes http://www.barbacenaonline.com.br/noticia/..._07/0410075.htm
  24. 01/10/2007 12h19-Nem o milho nem o trigo. Em valor comercial, o principal cultivo dos Estados Unidos é hoje a maconha, segundo um estudo apresentado por um acadêmico e ativista americano. Segundo levantamento feito por Jon Gettman, PhD em Política Pública da George Mason University, na Virgínia do Norte, e líder da Coalizão para Reclassificação da Cannabis, a produção do cultivo de maconha no país é estimada em US$ 36 bilhões anuais e o país está deixando de ser um consumidor da droga para se converter em um importante produtor. Apenas na Califórnia, o principal Estado produtor de maconha, o valor comercial das plantações erradicadas chegou a US$ 6,7 bilhões em 2006, segundo cifras passadas pelo Departamento de Justiça da Califórnia. Para ter uma idéia da importância comercial dos cultivos americanos da erva, basta destacar que um relatório do Serviço de Investigações do Congresso americano estimou que a contribuição do narcotráfico para a economia da Colômbia chega a 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) daquele país, ou cerca de US$ 2,5 bilhões – uma cifra equivalente a menos da metade do valor estimado da plantação californiana de maconha. Entretanto, o baixo valor monetário do narcotráfico colombiano se explica pelo fato de que a cocaína produzida na Colômbia adquire a maior parte de seu valor agregado após ser exportada. Até chegarem ao consumidor final americano, o valor comercial final das drogas produzidas na Colômbia será substancialmente maior. Mesmo assim, as cifras sugerem que os Estados Unidos são uma potência crescente em cultivos ilícitos, e que seu papel na indústria global do narcotráfico não se reduz ao de simples consumidor. Armado com um fuzil automático, o capitão Kevin Mayer não é o típico guarda florestal de aparência inofensiva e sorriso amável para os turistas que patrulha os parques naturais dos Estados Unidos. Mayer passa os seus dias percorrendo o Bosque Nacional da Serra, uma reserva natural de mais de um milhão de hectares a meio caminho entre as cidades de Los Angeles e San Francisco. Apenas na Califórnia, o número de plantas de maconha destruídas passou de 313.776 em 2001 para 1.675.681 no ano passado. O relatório anual antinarcórticos do Departamento de Estado afirmou que os Estados Unidos cultivavam 10 mil toneladas de maconha em 2005, frente a 5 mil importadas do México e do Canadá. "Creio que (as plantações de maconha) continuarão aumentando, se expandindo em direção ao leste e ao longo dos Estados Unidos, e ao norte em direção à fronteira com o Canadá", disse. "Há muitos lucros no negócio." O problema descrito por Mayer foi recentemente analisado pelo acadêmico americano Jon Gettman, para quem a maconha é, em termos de valor de sua colheita anual, o maior cultivo dos Estados Unidos, superando o milho e o trigo combinados. Conhecido estudioso e ativista a favor da reforma das leis antidrogas, Gettman utiliza o argumento econômico na principal campanha da Coalizão para Reclassificação da Cannabis, um grupo defensor do uso terapêutico da maconha. Uma parte do eleitorado do Estado tolera o cultivo, desde que em certas condições. Depois de um referendo em 1996, as autoridades californianas legalizaram o consumo e o cultivo da erva em pequenas quantidades para fins terapêuticos. Mas em outros setores da população, especialmente em comunidades rurais e conservadores, a oposição ao cultivo continua sendo radical. Um porta-voz da Agência Antidrogas dos EUA (DEA) disse que não poderia confirmar a escala da colheita nacional de maconha. Estima-se que apenas 10% dela sirva a propósitos medicinais. Como ocorre em países andinos, como Colômbia, Peru e Bolívia, um dos maiores focos do crescimento ilícito na Califórnia tem lugar em parques e reservas naturais, onde o isolamento físico e o caráter de espaço público dificultam a perseguição dos responsáveis. http://noticias.correioweb.com.br/materias...4&sub=Mundo
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