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cinco

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Tudo que cinco postou

  1. Aí, vou confessar uma coisa: fiquei até emocionado durante esta reunião. Pela primeira vez senti que nossa pauta conseguiu realmente penetrar os movimentos sociais cariocas. Tive que segurar a onda para não chorar na frente da galera. Pra vocês terem uma idéia, eu cheguei atrasado e quando entrei na sala tinha uma diretora do SEPE defendendo a legalização das drogas. Depois foram mais dois discursos, de uma cara da Central de Movimentos Populares e de um outro de uma entidade dos direitos humanos. Me inscrevi para falar e até deixaram eu extrapolar bastatante meus 3 minutos. Esta frase no manifesto: "Definitivamente, não é possível jogar com as vidas como faz o Estado contra os trabalhadores – em especial os pobres, os negros e os moradores de favela – utilizando-se como desculpa a chamada “guerra contra as drogas”." Deve ser a primeira vez que os movimentos sociais cariocas assumem a denúncia da guerra às drogas. A realidade, e a nossa propaganda, estão abrindo muitos olhos por este país.
  2. Bas, acho que este tópico pode ser deletado. Coloquei esta matéria como resposta do seu tópico sobre o manifesto. Se quiser deixar os dois separados, me avise que eu apago lá no outro. Abraços.
  3. Movimentos sociais reafirmam necessidade de lutar contra a criminalização da pobreza Aconteceu na última segunda-feira (26/10), na sede do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (SEPE-RJ) a segunda reunião dos movimentos sociais que lançaram o “Manifesto público contra o ‘revide’ da Segurança Pública do Rio de Janeiro”. Fazem parte do grupo diversas organizações que lutam por direitos humanos como o “Tortura Nunca Mais”, a Justiça Global, o Instituto dos Defensores de Direitos Humanos (IDDH) e o Mandato do deputado estadual Marcelo Freixo, que preside a Comissão de Direitos Humanos da Alerj, entre muitas outras. Nesta reunião cerca de 50 pessoas, representando entidades estudantis e sindicais, movimentos populares e organizações não governamentais, aprovaram um calendário de ações para dar visibilidade às denúncias do movimento contra a política de segurança pública do governo de Sérgio Cabral. Entre os principais encaminhamentos aprovados pelo grupo estão a produção de um vídeo curta-metragem sobre as operações policiais nas favelas, sob a ótica de seus moradores, e a realização de um ato público no dia 05/11 ao meio dia em frente a sede da secretaria de segurança pública, na Rua da Relação. Guerra ao tráfico ou aos pobres? Embora o motivo da convocação da reunião fosse a necessidade imediata de reação da sociedade civil aos acontecimentos de violência contra violência na cidade que sediará as Olimpíadas, não houve como não abordar questões mais complexas, que dizem respeito a origem do problema e a como solucioná-lo. Nesse sentido o organizador da versão carioca da Marcha da Maconha, Renato Cinco, foi enfático ao afirmar que “não existe guerra real contra as drogas, a guerra é sempre contra os pobres”. Para chegar a esta conclusão, que evidencia uma política de Estado semelhante ao nazi-facismo de limpeza étnica e social, ele fez um resgate histórico das tentativas de proibição e da luta pela legalização das drogas no mundo e concluiu convocando todos a participarem desse debate. “A esquerda brasileira deve colocar esse tema em debate e não apenas alguns poucos ‘malucos’”. Mídia de lá ou de cá? Um fato intrigante da reunião, porém não inédito, foi a presença de uma jornalista da chamada “grande mídia”, no caso, o jornal Folha de São Paulo, o mais lido do país. Hoje (27/10) a edição online do veículo deu espaço ao movimento ao citar o “Manifesto” e utilizar como fonte a coordenadora da ONG Justiça Global Camila Ribeiro, que também coordenou a reunião de ontem. Numa das declarações publicadas pela “Folha Online” Camila refere-se aos acontecimentos violentos da semana passada como a “consequência de uma política que vem sendo implementada no Rio há muito tempo, que nós caracterizamos como uma política que criminaliza a pobreza e que se pauta pela lógica do extermínio como uma lógica de eficiência." Fica uma dúvida. O que podemos esperar da grande mídia de fora do estado no que se refere à cobertura desse genocídio disfarçado de combate ao crime? Pois a grande mídia daqui parece já estar alistada no “exército” pacificador de Sérgio Cabral. Fonte: Agência Petroleira de Notícias http://www.apn.org.br/ Para assinar o manifesto: -- http://www.ipetitions.com/petition/manifestosegurancapublica
  4. Aconteceu na última segunda-feira (26/10), na sede do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (SEPE-RJ) a segunda reunião dos movimentos sociais que lançaram o “Manifesto público contra o ‘revide’ da Segurança Pública do Rio de Janeiro”. Fazem parte do grupo diversas organizações que lutam por direitos humanos como o “Tortura Nunca Mais”, a Justiça Global, o Instituto dos Defensores de Direitos Humanos (IDDH) e o Mandato do deputado estadual Marcelo Freixo, que preside a Comissão de Direitos Humanos da Alerj, entre muitas outras. Nesta reunião cerca de 50 pessoas, representando entidades estudantis e sindicais, movimentos populares e organizações não governamentais, aprovaram um calendário de ações para dar visibilidade às denúncias do movimento contra a política de segurança pública do governo de Sérgio Cabral. Entre os principais encaminhamentos aprovados pelo grupo estão a produção de um vídeo curta-metragem sobre as operações policiais nas favelas, sob a ótica de seus moradores, e a realização de um ato público no dia 05/11 ao meio dia em frente a sede da secretaria de segurança pública, na Rua da Relação. Guerra ao tráfico ou aos pobres? Embora o motivo da convocação da reunião fosse a necessidade imediata de reação da sociedade civil aos acontecimentos de violência contra violência na cidade que sediará as Olimpíadas, não houve como não abordar questões mais complexas, que dizem respeito a origem do problema e a como solucioná-lo. Nesse sentido o organizador da versão carioca da Marcha da Maconha, Renato Cinco, foi enfático ao afirmar que “não existe guerra real contra as drogas, a guerra é sempre contra os pobres”. Para chegar a esta conclusão, que evidencia uma política de Estado semelhante ao nazi-facismo de limpeza étnica e social, ele fez um resgate histórico das tentativas de proibição e da luta pela legalização das drogas no mundo e concluiu convocando todos a participarem desse debate. “A esquerda brasileira deve colocar esse tema em debate e não apenas alguns poucos ‘malucos’”. Mídia de lá ou de cá? Um fato intrigante da reunião, porém não inédito, foi a presença de uma jornalista da chamada “grande mídia”, no caso, o jornal Folha de São Paulo, o mais lido do país. Hoje (27/10) a edição online do veículo deu espaço ao movimento ao citar o “Manifesto” e utilizar como fonte a coordenadora da ONG Justiça Global Camila Ribeiro, que também coordenou a reunião de ontem. Numa das declarações publicadas pela “Folha Online” Camila refere-se aos acontecimentos violentos da semana passada como a “consequência de uma política que vem sendo implementada no Rio há muito tempo, que nós caracterizamos como uma política que criminaliza a pobreza e que se pauta pela lógica do extermínio como uma lógica de eficiência." Fica uma dúvida. O que podemos esperar da grande mídia de fora do estado no que se refere à cobertura desse genocídio disfarçado de combate ao crime? Pois a grande mídia daqui parece já estar alistada no “exército” pacificador de Sérgio Cabral. Leia abaixo o Manifesto: Manifesto público Contra o “revide” da Segurança Pública do Rio de Janeiro As operações policiais que estão sendo realizadas pela polícia do Rio de Janeiro desde o dia 17 de outubro, após a queda de um helicóptero no morro São João, no Engenho Novo, próximo ao Morro dos Macacos, já têm um saldo de mais de 40 pessoas mortas e um número desconhecido de feridos. É o resultado evidente de uma política de segurança pública baseada no extermínio e na criminalização da pobreza, que desconsidera a vida humana e coloca os agentes policiais em situação de extrema vulnerabilidade. A lamentável queda do helicóptero e a morte dos três policiais não pode servir como mais um pretexto para ações que, na prática, significam apenas mais violência para os moradores das comunidades atingidas e mais exposição à vida dos policiais. Ao se utilizar do terror causado pelo episódio para legitimar ações que violam a lei e os direitos humanos, o Estado se vale de um sentimento de vingança inaceitável. Em outras palavras, aproveitando-se da sensação de medo generalizada, o governo de Sérgio Cabral oculta mais facilmente as arbitrariedades e violações perpetradas nas favelas, como o fechamento do comércio, de postos de saúde e de escolas e creches – além, é claro, das pessoas feridas e das dezenas de mortos. A sociedade carioca não pode mais aceitar uma política de segurança pautada pelo processo de criminalização da pobreza e de desrespeito aos direitos humanos. Definitivamente, não é possível jogar com as vidas como faz o Estado contra os trabalhadores – em especial os pobres, os negros e os moradores de favela – utilizando-se como desculpa a chamada “guerra contra as drogas”. As organizações da sociedade civil, movimentos sociais, professores da rede pública e outros preocupados com a situação que há cerca de uma semana mobiliza o Rio de Janeiro se uniram para exigir o fim das incursões policiais baseadas na lógica do extermínio e a divulgação na íntegra da identidade dos mortos em conseqüência dessas ações. Até o fim da semana, o coletivo fará visitas às comunidades atingidas e se reunirá com moradores para ouvir relatos relacionados à violência dos últimos dias. Na quinta-feira, dia 5 de novembro, haverá um ato em frente à Secretaria de Segurança Pública, no Centro do Rio. Rio de Janeiro, 27 de outubro de 2009 Justiça Global CRP – Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro SEPE - Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação DDH - Defensores de Direitos Humanos Grupo Tortura Nunca Mais CDDH - Centro de defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis Central de Movimentos Populares Projeto Legal Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência Centro de Assessoria Jurídica Popular Mariana Criola PACS – Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul MNLM – Movimento Nacional de Luta pela Moradia Mandato do Deputado Estadual Marcelo Freixo Mandato do Deputado Federal Chico Alencar Mandato do Vereador Eliomar Coelho DPQ – Movimento Direito Pra Quem? Fazendo Média NPC – Núcleo Piratininga de Comunicação Agência Pulsar Brasil Revista Vírus Planetário ENECOS - Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social AMARC – Associação Mundial das Rádios Comunitárias APN – Agência Petroleira de Notícias O Cidadão – Jornal da Maré ANF – Agência de Notícias das Favelas Coletivo Lutarmada Hip-hop Conlutas Intersindical Círculo Palmarino Fórum 20 de Novembro Growroom.net ASSINE ESSE MANIFESTO EM -- http://www.ipetitions.com/petition/manifestosegurancapublica Fonte: Agência Petroleira de Notícias http://www.apn.org.br/apn/index.php?option=com_content&task=view&id=1359&Itemid=44
  5. Eu tinha colocado novembro, mas é outubro, ou seja, esta sexta.
  6. Debate na Rádio Bandeirantes AM 1360 Khz Legalização das Drogas: sim ou não? Programa Faixa-livre Sexta-feira, 30 de outubro, 8h30 (da manhã) ao vivo. Alguém pode gravar?
  7. cinco

    Fernando, O Riponga

    Os dicionários aceitam as duas formas, descriminar e descriminalizar. Acredito que descriminar deve ser mais antigo no Brasil, em oposição a encriminar. Criminalizar e descriminalizar me soam como aqueles anglicismos tipo "inicializar" em vez de "iniciar".
  8. cinco

    Fernando, O Riponga

    Ah, no site da revista tem como comentar a matéria. Quem puder, ajude a esquentar o debate!
  9. cinco

    Fernando, O Riponga

    O que eu mais gostei foi da lembrança do Gilberto Freyre e do Sérgio Buarque de Holanda. Como sociólogo fico orgulhoso!
  10. cinco

    Fernando, O Riponga

    http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=8&i=5372 Carta Capital por Cynara Menezes No final de 1985, todas as matérias de uma edição do extinto Planeta Diário terminavam com variações da frase: “Enquanto isso, o jovem Fernando Henrique Cardoso fumava um baseado e dizia: Não acredito em Deus”. Numa entrevista fictícia ao hilário tabloide criado por Hubert, Reinaldo e Cláudio Paiva, FHC dava outra variação sobre o tema: “Sou viciado em maconha e Deus é o ópio do povo”. Era, claro, gozação. Dias antes, o então senador do PMDB havia perdido a eleição para prefeito de São Paulo para Jânio Quadros por declarar algo semelhante em uma entrevista, real. Quase 25 anos e dois mandatos como presidente depois, não deixa de ser curioso pensar nas implicações freudianas do fato de FHC ter abraçado agora justamente a causa da descriminação da maconha. E como decisão global, não só no Brasil. Reverência ao jovem Fernando Henrique, ao querer passar à história não como liberal, mas como liberador? Necessidade de chamar a atenção para uma causa em que de fato acredita? Ou para si próprio? Ao lado dos também ex-presidentes Ernesto Zedillo (México) e César Gaviria (Colômbia), FHC criou em abril a ONG Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia. A partir daí, tem feito palestras, dado entrevistas e publicado artigos defendendo o tratamento em vez da repressão. No britânico The Guardian, em setembro, escreveu que “é tempo de admitir o óbvio. A guerra contra as drogas falhou”, aplaudindo a iniciativa de alguns países de descriminar a possessão de pequenas quantidades de maconha. Fernando Henrique será ainda um dos protagonistas do documentário sobre redução de danos dirigido por Fernando Grostein Andrade (o mesmo de Coração Vagabundo, sobre Caetano Veloso). Ao defender a descriminação do consumo pessoal, o documento elaborado pela ONG diz que “grande parte dos danos associados à maconha – da prisão e encarceramento indiscriminado de consumidores à violência e corrupção que afetam toda a sociedade – é o resultado das políticas proibicionistas vigentes”. A iniciativa é inegavelmente bem-vinda, mas trata-se, no mínimo, de uma reviravolta na relação recente de FHC, sênior, com as drogas. Com o tempo, ele passou a renegar a declaração de outrora e a dizer que não tinha sequer fumado, mas apenas sentido o cheiro “horroroso” de um cigarrinho de maconha que alguém acendeu a seu lado na longínqua, louca e fashion Nova York. Ou seja, Fernando Henrique cheirou maconha e detestou. Pior do que seu amigo Bill Clinton, que fumou mas não tragou. Durante oito anos na Presidência, tampouco mostrou-se interessado em pôr os dedos na chapa quente que é a discussão das drogas no Brasil. Ao contrário. O juiz Wálter Maierovitch (colunista de CartaCapital) deixou a Secretaria Nacional Anti-Drogas quando FHC resolveu seguir os passos de Clinton, adotando uma política repressiva. O tucano pediu ao então presidente do Congresso Aécio Neves que colocasse em regime de urgência um projeto de lei que tramitava havia dez anos na Casa. Mas o projeto era tão conservador que o próprio presidente FHC vetou alguns trechos prevendo restrições absurdas aos usuários. “O Brasil acabou ficando com uma colcha de retalhos. No final do governo, ele publicou uma política de drogas que é cópia carbono de quinta da política norte-americana”, acusa Maierovitch, que enxerga oportunismo na adesão à causa. “Ao ver o sucesso internacional do Lula, ele pegou um tema polêmico e subiu no palanque”, ironiza. “Parece o quadro do (pintor flamengo Pieter) Brueghel, o velho: um cego guiando os outros ao abismo.” Mais do que descriminar, o ex-secretário defende que o Brasil siga os passos de Portugal e transforme a posse de maconha para uso pessoal em infração administrativa, com pagamento de multa, como as de trânsito. Foi voto vencido no governo FHC. Os próprios companheiros de ONG do ex-presidente ficaram devendo o tema das drogas ao governar seus países. Um ponto para Fernando Henrique em levantar o tema é lembrar que o Brasil está bem atrasado na questão. Na Argentina, em agosto, foi aprovada a descriminação da maconha. No Chile, é permitido o uso privado e se discute despenalizar o uso coletivo em estabelecimentos particulares. Informalmente, como a venda das sementes é liberada, muitos chilenos cultivam a planta em casa, ante a vista grossa das autoridades. Há publicações especializadas à venda, como a revista Cañamo e o jornal de humor The Clinic, o Planeta Diário de lá, divulga livremente a celebração da colheita, conhecida no país como “abril, cogollos mil” ou “abril, camarões mil”, em referência à flor da planta, onde se concentra o princípio ativo. Para dar uma ideia do clima de tolerância que vive o ex-país de Pinochet sob Bachelet, durante a Marcha da Maconha de 2006 os ativistas soltaram balões cheios de sementes sobre o Palácio da Justiça. Na Colômbia de Álvaro Uribe, uma nova lei foi aprovada descriminalizando a posse de pequenas quantidades tanto de maconha quanto de cocaína. Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama deixou de perseguir os usuários de maconha para fins terapêuticos como fazia seu antecessor George Bush, o que muitos veem como um primeiro passo para a legalização do uso recreativo da droga. No Brasil, desde 2006 o uso da maconha foi despenalizado, o que significa que, se alguém for pego fumando um baseado ou com uma planta em casa não é mais preso. Pode, no máximo, ser condenado a prestar serviços à comunidade. Na descriminação, proposta por Fernando Henrique e outros, o simples ato de fumar maconha deixaria de ser crime. Os críticos da ideia argumentam que apenas a descriminação não resolveria o problema da violência, como diz FHC, porque deixaria a descoberto a venda e a produção. “Não adianta só descriminar. Onde a pessoa vai poder comprar? É o tráfico que traz a violência. O ideal seria legalizar, porque permitiria o comércio e o plantio”, diz o sociólogo Renato Cinco, um dos líderes da Marcha da Maconha no País. A marcha, que acontece em maio no mundo inteiro, foi proibida em várias capitais brasileiras, à exceção do Rio, Porto Alegre, Recife e Florianópolis. Em Salvador, acontece excepcionalmente em dezembro graças a um habeas corpus. Os organizadores estão recorrendo ao Supremo Tribunal Federal (STF) para poder realizar marchas futuras em toda parte. Politicamente, poucos têm comprado a briga pela descriminação das drogas. Fernando Gabeira já foi porta-voz dessa bandeira, mas, ao se candidatar ao governo do Rio, no ano passado, recuou. “Neste momento, eu não seria a favor da legalização. Foi uma discussão um pouco inútil, perdi energia”, declarou Gabeira, meio à maneira de FHC quando disse “esqueçam o que escrevi”. Em artigo de 1998, o hoje deputado federal criticava o candidato à reeleição Fernando Henrique por, “contrariando sua dimensão intelectual”, assumir a “paranoia americana”. Segundo o Gabeira de onze anos atrás, o FHC presidente seguia “seu caminho conservador e cínico (porque não acredita nele), sabendo que agrada simultaneamente aos norte-americanos e à maioria dos eleitores”. O próprio Fernando Henrique tem dito que sua defesa da maconha não é em relação ao uso, que considera ter “um impacto negativo sobre a saúde”, nem mesmo é política, mas intelectual. É uma abordagem interessante, porque, se tem sido evitado pela classe política, por medo, o tema sofre o desinteresse dos pensadores. Sabe-se que pelo menos dois grandes nomes das Ciências Sociais no Brasil experimentaram, tragaram e gostaram de maconha. Nas notas para Casa-Grande e Senzala, Gilberto Freyre narra as sensações após fumar um baseado. “Já fumamos a macumba ou diamba. Produz realmente visões e como um cansaço suave; a impressão de quem volta cansado dum baile, mas com a música ainda nos ouvidos”, depõe. No livro Minhas Mulheres, Meus Homens, o escritor Mário Prata revela que Sérgio Buarque de Holanda, o autor de Visão do Paraíso (não confundir com Paraísos Artificiais, escrito sob influência do haxixe por Charles Baudelaire), fumou maconha até a velhice. Prata conta que na sala dos Buarque de Holanda, lá pelos idos de 1973, havia um pequeno elefante de prata com furinhos nas costas onde a irmã de Chico, Miúcha, deixava uns baseados prontos. Um dia, antes de irem a um show, Prata foi fumar um com Miúcha e cinco cigarrinhos ficaram no elefante, na banqueta ao lado do velho historiador. “Depois do show, (...) passamos lá de novo para mais um tempinho de abertura de apetite. O professor havia fumado os cinco cigarros como se Minister fossem”, escreveu. Mais tarde, Miúcha diria a Prata: “Na verdade o papai não era maconheiro. Era exibicionista! Gostava de fumar maconha quando tinha visita”. Hoje, só quem tem dado a cara a tapa (literalmente) numa discussão mais intelectualizada sobre a maconha é a atriz Maria Alice Vergueiro, dublê de filósofa do baseado e estrela do documentário Tapa na Pantera. Maria Alice não vê convicção em FHC pela liberação da maconha. “Ele aderiu a uma discussão que já está ocorrendo no mundo, porque quando era presidente não fez nada”, opina a atriz, defensora do uso e do autoplantio, assim como da liberação do uso terapêutico para portadores de moléstias, como o glaucoma. “Tenho 74 anos e muitas moléstias”, brinca. Talvez o grande mérito de FHC nesta cruzada pela descriminação do seu quase xará, o THC (tetraidrocanabinol, o princípio ativo da maconha), esteja mesmo em atiçar os pensadores brasileiros, e não só juristas, médicos e políticos, para que se debrucem sobre o tema. Sem hipocrisia.
  11. Acho que o plano B é ainda mais difícil. Temos que continuar a fazer o que já fazemos, mas ficando mais de olho no congresso. Abraços.
  12. Com esse congresso tenho mais medo de retrocesso do que esperança de avanço. Espero que eu esteja errado.
  13. Acabei de receber este email da Marisa Felicíssimo "Caros amigos ativistas, recebemos esta mensagem que está sendo encaminhada a várias instituições. Neste momento imagino que isto não terá grande impacto, já q o Brasil não tem tradição de encher caixas postais de governantes para pedir ou protestar coisa alguma, e ainda achar que há mais pessoas da sociedade a favor da marcha do que os declaradamente contra, como este sujeito que está promovendo a campanha. Mas enfim, gostaria que soubessem disso o quanto antes, caso queiram organizar algum "contra-ataque". Abs, Marisa ---------- Mensagem encaminhada ---------- SOLICITO QUE SEJA DIVULGADA A NECESSIDADE DE QUE OS CIDADÃOS QUE NÃO QUEREM A PROPAGAÇÃO DAS DROGAS, se dirijam, por e-mail, à Central do Cidadão do STF, pedindo ao Ministro Celso de Mello que não libere a Marcha da Maconha (ele é relator da ADPF 187, que pede a liberação), em consideração, principalmente, aos direitos prescritos pelo ECA, de que crianças e adolescentes não sejam expostos à propaganda do vício através de uma manifestação em que os participantes cantam que "Sou maconheiro com muito orgulho, com muito amor!" •Como pai e como Serventuário da Justiça, atuando na área infantojuvenil, tenho visto as desgraças provocadas pela drogadição precoce, onde sobressai, como estímulo, a tolerância cada vez maior com as chamadas "drogas leves". Dentre tantos outros malefícios, a maconha é passo inicial para outras drogas. Escrevi um livro e tenho um blog sobre o assunto, ambos com o mesmo nome "ASSIM CAMINHA A INSENSATEZ - A maconha, suas marchas, contrramarchas e marchas à ré". O texto integral do livro está disponível para dowmload. O endereço é http://assimcaminhaainsensatez.blogspot.com/ Grato."
  14. Cara, acabei de saber. Estava procurando o projeto do Paulo. Pelo que entendi, o projeto do Itagiba foi apresentado em setembro e ainda não recebeu parecer de nenhuma Comissão. Por enquanto está aguradando parecer da comissão de segurança, aquela que aprovou convocar o Minc para se explicar. Na verdade, não faço idéia da correlação no Congresso. Quando perguntei ao Paulo Teixeira no Viva Rio como ele avaliava o clima no Congresso ele não me respondeu. Eu queria saber sobre a possibilidade de aprovação do Projeto do Laerte Bessa que quer voltar a prender os usuários. Na verdade não acompanhamos o congresso como deveríamos.
  15. Não achei o projeto do Paulo Teixeira, parece que ele ainda não apresentou. Alguém aqui já teve acesso ao projeto? Sem ler a íntegra fica difícil avaliar de verdade. A matéria que introduz este tópico é muito boa, mas pode não ter captado todos os aspectos. Com certeza o Paulo Teixeira e o Pedro Abramovay (Ministério da Justiça) estão de parabéns pela coragem de enfrentar esta polêmica. Com certeza vai ser mais uma ajuda para levantar o debate e a discussão. As questões do White são importantes porque criar critérios que possam enquadrar usuários como traficantes pode ser perigoso. Ainda mais se considerarmos que processo por tráfico no Brasil se responde preso e que para o crime de associação para o tráfico só precisam de duas pessoas associadas. Por isso é muito importantes lermos o mais rápido possível este projeto na íntegra. E submetermos à crítica da galera. Este tópico realmente levantou questões que devem ser levadas em consideração. Só mais uma coisa. Apesar de todo o mérito, a proposta parece ser limitada a uma reforma do sistema proibicionista. Aponta no caminho certo, mas ainda está longe do que considero o objetivo máximo: a legalização e regulamentação das drogas e o fim da "guerra às drogas". Drogas, jogo e prostituição proibidas interessam apenas aos grandes barões dos crimes. Usuários de drogas, traficantes de rua, jogadores, crupiês, prostitutas e clientes, bem como os policiais são engrenagens de um jogo escroto, organizado pelas leis proibicionistas cujos únicos vencedores estão nas altas esferas. Que seja bem vinda esta iniciativa. Temos que estudar a proposta, dar as nossas contribuições mas sem esquecer da luta pela legalização.
  16. Vejam só o que eu achei enquanto procurava a proposta do Paulo Teixeira: "Aguardando Designação de Relator Autor: Marcelo Itagiba - PMDB/RJ. Data de apresentação: 17/9/2009 Ementa: Altera a Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, que Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad. Explicação: Classifica as drogas e substâncias que causam dependência física ou psíquica; cria o RENADI - Registro Nacional de Dependentes de Drogas Ilícitas; fixa o tratamento especializado compulsório para quem adquire drogas para consumo pessoal, podendo o juiz declarar o agente temporariamente incapaz para cumprimento da medida judicial. Despacho: Às Comissões de Seguridade Social e Família; Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e Constituição e Justiça e de Cidadania (Mérito e Art. 54, RICD) Proposição Sujeita à Apreciação do Plenário Regime de Tramitação: Ordinária" http://www.camara.gov.br/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=451085
  17. Solução mesmo também não vejo no Estado. Nem na iniciativa privada. Sou socialista libertário, defendo que as coisas sejam públicas, nem estatais, nem privadas. No século XIX, as correntes políticas nascidas das classes trabalhadoras se dividiram em três grandes grupos: anarquistas, comunistas e sociais-democratas. Eu não me encaixo em nenhum destes compartimentos. Tenho concordâncias e discordâncias com ambas as correntes. O que eu tenho certeza é: a dinâmica do capitalismo gera concentração de renda. A necessidade de aumentar sempre as taxas de lucro produz uma atitude predatória das empresas. Que destróem inclusive o planeta. Por outro lado, uma sociedade controlada pelo estado leva sempre a restauração do capitalismo ou coisa pior (desconfio seriamente que a China seja coisa pior). Acredito na democracia direta e na autogestão das empresas (pode chamar de cooperativismo).
  18. Já fiz Rio até Porto Alegre de carro três vezes, dá muito medo mesmo!
  19. O único problema é como chegar lá. Nosso único porta-aviões, o São Paulo, não funciona há meses, e até onde eu sei, não temos aviões para colocar nele. Imagina mandar nossa Gloriosa Esquadra, cheia de garbosos fuzileiros navais, sem apoio de força aérea? Seriam massacrados... Talvez a solução seja mandar a Raça Rubro-negra de ônibus. Cara, com todo o respeito aos meus amigos petistas, tenho muitos, mas vocês ainda não sacaram que desde o Collor todos os presidentes procuram a estabilidade da economia e do país? Então, estabilizamos na merda! Não temos saúde, tanto a pública quanto os planos de saúde são uma porcaria. Só 11% dos brasileiros vão a universidade e 15% são analfabetos. Quase todas as escolas públicas são muito precárias, e a "boa" educação das particulares já virou decoreba para passar no vestibular há muito tempo. Em média 40 mil brasileiros são assassinados todos os anos e 35 mil morrem de (PASMEM) acidentes de trânsito. Nossa polícia é a que mais mata no mundo. Em 15 anos nossa população carcerária passou de 70 mil para mais de 440 mil. 65% dos traficantes presos eram réus primários, desarmados, presos sozinhos, por acaso e não por investigação e portando MACONHA. Vou parar por aqui se não vai ficar maior do que todas as minhas postagens anteriores juntas. Porém, para salvar a nação vem aí a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016!!!
  20. Não sei se o PT ou o PSDB vão querer se arriscar neste campo durante a campanha, no máximo vão falar que aceitam o debate ou a redução de danos. Também acho que nenhum outro partido toparia, não para presidente pelo menos. E para deputado galera? No Rio e em São Paulo parece que teremos no mínimo apoiadores da causa se candidatando, mas e nos outros estados? Alguém se habilita?
  21. Não sei bem o que pensar ainda, mas a princípio penso que a estratégia será descriminalizar o uso, para tirar a classe média da luta pela legalização, e muita repressão aos traficantes e favelados em geral. Se a política brasileira não mudar nas próximas eleições, acho que a cidade será praticamente colocada em estado de sítio durante os jogos. E o pior, não vejo nenhum cenário de mudanças pela frente. Porém, nem sempre o futuro cumpre as expectativas.
  22. Viram o CQC ontem? Disseram exatamente o que eu venho dizendo: as Olimpíadas são bem vindas, mas não podemos repetir o PAN. Hoje está no Glob uma matéria falando que um dos membros da Comissão Brasileira dos Jogos foi condenado pelo TCU por desvios de verba no PAN. A única coisa que pode acontecer e impedir que as oportunidades que uma Olimpíada oferece não saiam pelo ladrão é uma mudança de atitute da população. Acompanhando e fiscalizando tudo desde o início.
  23. Acho que o objetivo do FHC é limitar a legalização ao uso, ao mesmo tempo que apoia o aumento a repressão ao tráfico. Eu acho que a guerra só diminui de fato quando todo o ciclo das drogas for regulamentado. Legalizar a maconha é um excelente começo, mas apenas descriminalizar o uso da maconha é um avanço pequeno.
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