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CanhamoMAN

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Tudo que CanhamoMAN postou

  1. ESSAS UNHAS INSPIRADAS NA CANNABIS SÃO A NOVA MODA DA PRIMAVERA E elas vão muito além do esmalte verde atualizado em 28 de setembro de 2015, 20:41 http://elastica.abril.com.br/essas-unhas-inspiradas-na-cannabis-sao-a-nova-moda-da-primavera por Felipe Cotrim Há quem goste de pintar as unhas com cores convencionais, outras gostam de cores mais chamativas e há quem goste de algo um pouco mais incrementado, como desenhos e texturas. Se você se encaixa no último caso, separamos alguma imagens do Instagram, para você ousar nesta primavera. Não é preciso que alguém fume maconha para ter um estilo inspirado na erva. Veja algumas unhas com motivos canábicos, para estimular sua criatividade.
  2. O consumo de drogas deve ser descriminalizado?Por mundolusiada | 28 setembro, 2015 as 9:50 am http://www.mundolusiada.com.br/colunas/sociedade-brasileira/o-consumo-de-drogas-deve-ser-descriminalizado/ Há nítida diferença entre o consumidor de drogas, levado ao vício pelo traficante, e este. O primeiro inicia-se no vício atraído por novas emoções ou por não querer, quando muito jovem, ser discriminado no grupo a que pertence, ou, ainda, acreditando que poderá abandonar o deletério hábito quando quiser. O segundo, não. Vive do narcotráfico, quase sempre vinculado a quadrilhas de criminosos, que se enriquecem em todo o mundo, à custa dos viciados que geram. Alargar a lista de dependentes é aumentar o lucro do sórdido negócio, e, às vezes, é tanto o dinheiro arrecadado, que conseguem, através do mercado de ações, a lavar os recursos para investimentos sérios. No meu livro “Uma visão do mundo contemporâneo” (Ed. Pioneira, 1996), mostro como, à época, em todas as Bolsas de Valores do Mundo, havia dinheiro do narcotráfico, de alguma forma lavados por sucessivas transações não detectadas. Hoje, todavia, isso é mais difícil, pela luta empreendida pelos governos contra tais expedientes. As leis contra a corrupção e dinheiro resultante de terrorismo e drogas, habilitando polícias sempre mais preparadas para combater essas atividades, à luz da globalização e da quebra de sigilo bancário mundial, estão criando, felizmente, reais obstáculos para as ações de tais delinquentes. Cada vez é mais complicado operar, no mercado de capitais e no sistema financeiro, com recursos escusos. A Lei 11.343/00, todavia, pune ambos, como forma de combater o lucrativo ramo do crime organizado. Tenho para mim, que a descriminalização das drogas seria um passo equivocado, pois, à título de desmontar a máquina do crime, estaria alimentando o consumo ilimitado, o que, efetivamente, ocorreu na Holanda, onde há movimentos para o retorno à criminalização do uso. Há necessidade, pois, de punir o narcotraficante e coibir o uso, para que o seu consumo não se torne um hábito “não salutar”. Parece-me, todavia, que, para o consumidor que se vicia, a pena não deveria ser detenção em estabelecimento penal, onde irá conviver, pela falência de nosso sistema carcerário, com facínoras experimentados, sendo hoje o regime penitenciário brasileiro uma escola do crime. No meu artigo “O Estado delinquente” defendi que, só no momento em que o Estado for responsabilizado financeiramente, haverá melhoria no regime.A detenção do dependente deveria ser em clínica de recuperação, com o que a pena representaria, de rigor, uma solução consideravelmente melhor para a pessoa e para o país. A liberação das drogas implicaria, quase certamente, a expansão do consumo de entorpecentes, terminando por gerar um número maior de dependentes, com custos públicos crescentes para o sistema de saúde.Sou contra, portanto, a liberação geral, sendo favorável à punição do criminoso, e ao recolhimento de usuário, que se viciou, em estabelecimentos clínicos de recuperação. Por outro lado, a posse de pequena quantidade de entorpecente, em limites razoáveis (5 gramas de maconha ou 0,5 grama de cocaína), não deveria ser punida. Não se poderia, todavia, jamais chegar à solução espanhola, de 20 gramas de maconha e 7,5 gramas de cocaína, como teto impunível. A maioria dos países não criminaliza a guarda por um usuário de pequenas quantidades de alucinógenos. Sou, portanto, favorável à aplicação da Lei 11.343/06, em seu artigo 28, com tais temperos, pelo Judiciário, levando-se em consideração, também, a habitualidade, o passado do usuário em outros crimes e sua influência no meio em que atua, para se saber se é vítima ou mercador. Descriminalização nunca, ponderação na aplicação da pena, sim! Dr. Ives Gandra MartinsProfessor Emérito das Universidades Mackenzie, UNIFMU, UNIFIEO, UNIP e das Escolas de Comando e Estado Maior do Exército-ECEME e Superior de Serra-ESG, Presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio e do Centro de Extensão Universitária – CEU – ceu@ceu.org.br e escreve quinzenalmente para o Jornal Mundo Lusíada.
  3. 23/09/2015 13h25 - Atualizado em 23/09/2015 13h27 Universidade uruguaia vai criar laboratório para estudo da maconhaCentro de pesquisa será construído em instituição de ensino pública.Governo quer avançar no uso da cannabis medicinal.http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/09/universidade-uruguaia-vai-criar-laboratorio-para-estudo-da-maconha.html Do G1, em São Paulo com informações da AFP A Universidade da República do Uruguai (Udelar), na capital Montevidéu, vai ganhar um laboratório especializado para o estudo das propriedades da maconha, segundo a agência de notícias AFP. A construção da unidade de pesquisa é mais um marco da lei, aprovada em 2013, que regula a produção, comercialização e consumo da erva no país. "A universidade destinou fundos para que comecem a construção de uma laboratório de pesquisas avançadas sobre a cannabis, que ficará no Instituto de Higiene", anunciou Luis Yarzábal, presidente do comitê científico criado pelo governo uruguaio para monitorar a nova lei. A declaração foi dada ao jornal local "El Observador". Um dos principais focos da iniciativa é justamente o avanço na área da maconha medicinal. De acordo com o periódico, o comitê científico deve entregar, até o final do ano, um relatório sobre os usos medicinais da erva e seus derivados à Junta Nacional de Drogas - órgão responsável pelas políticas relacionadas a entorpecentes. "O relatório vai fornecer as bases do conhecimento e vamos levantar sugestões de tipos de pesquisa que podem ser desenvolvidas no país", completou Yarzábal. Cannabis nas farmáciasO instituto uruguaio de regulamentação e controle da cannabis vai selecionar, nos próximos dias, as empresas que ficarão responsáveis por cultivar a maconha que será vendida nas farmácias do país, conforme estipula o plano nacional. Ao todo, 11 companhias se candidataram ao cultivo que vai abastecer as drogarias.A lei da "marihuana", aprovada pelo parlamento em dezembro de 2013, estabelece categorias da erva para uso recreativo, industrial e medicinal. Entre outros pontos, também determina que os consumidores registrados podem adquirir até 10 gramas por semana nas farmácias ao custo de 90 centavos de dólar, ou R$ 3,70 na cotação atual, por grama.
  4. verdade, temos pouco tempo. Em Brasilia quem pode coloca-las? Mas ainda acho que ser pouco chato no telefone do STF, consiga falar com alguém. Não somos bandidos e queremos reconhecimento de nossos direitos. Incluindo todos os produtos da planta. da fibra ao óleo.
  5. Pessoal, devemos ligar e pedir para falar com os ministros incluir o Growroom. Hora de ativismo. Envie o fax e confirme. (61) 3217-3000Supremo Tribunal Federal, TelefoneAtendimento STF:Formulário de Atendimento ao Advogado(61) 3217-4465 Faxes para recebimento de Petições:(61) 3321-6194(61) 3321-6707(61) 3217-4519 Confirmação de recebimento dos faxes das 8h às 20h: (61) 3217 3623 OBS: As petições originais devem ser endereçadas Seção de Atendimento Presencial do Supremo Tribunal Federal - Praça dos Três Poderes - Brasília/DF - CEP 70175-900. ALGUÉM PODE AJUDAR A CAUSA AGORA?
  6. Can Salvia Help Beat Addiction to Other Drugs? By Luke Walker 01/18/12 Researchers claim the psychoactive plant salvia divinorum contains anti-addictive properties. salvia-divinorum.jpg Salvia Divinorum, "Diviner's Sage". Photo via Addicted to meth? Cocaine? Researchers say tripping on the psychoactive plant salvia divinorum may help wean you off it. Although the precise nature of salvia's effects on the brain are unknown, University of Kansas scientists speculate that a probable antagonist component in the plant could be an addiction treatment breakthrough. The study was undertaken at Victoria University in New Zealand and involved 167 participants. According to senior lecturer Dr. Bronwyn Kivell, the research yielded several new compounds with anti-addictive properties—and without many side-effects. Salvia—which induces an intense hallucinogenic high similar to that of magic mushrooms or LSD—was described as "unpleasant" by a quarter of the study group, while 45% enjoyed the experience. Researchers hope to develop a clinical form of the drug, perhaps as a skin patch. "Banning every mind-altering drug is not going to work so we need to find therapies to help people with their addiction. It is a very complex field and there is a lot yet to understand about why some people who take drugs get addicted and others don't," says Dr. Kivell. Please read our comment policy. - The Fix http://www.thefix.com/content/salvia-cure-addiction9499
  7. OS caras tem liberar todas as plantas "etnogênicas". a proibição é ruim para as pesquisas...olha a salvia "Heroin, morphine, oxycontin, the traditional pain killers all hit the mu opioid," said Johnson. "But salvinorin A selectively hits the kappa receptors and it hits them more cleanly than any drugs have before." The kappa receptors are associated with a strong analgesic response, but not the pleasure response that can cause addiction. "It is the opposite of the addictive effect," he said. "Most animal models make it look like more of a punisher than a reinforcer." In the study, humans, too, report that the drug is "too intense," according to Johnson. "It's bizarre, people say they just don't want to do it again." The study was small and in a controlled medical environment. It involved four volunteers, two men and two women, who had experience with hallucinogens. The participants, who were allowed to drop out of the study at any time, smoked the drug in 20 sessions over two to three months, inhaling a range of doses of the drug in its pure form and rating its strength. ____________________ foi criminalizada porque outros paises o fizeram... a resposta da anvisa é essa... deveria ser a mesma para a cannabis... na america do sul só tem 3 paises que criminalizam a cannabis... deveriam seguir as tendencias por essa resposta escrota
  8. 09/09/2015 - 08:30 Lei veta empresa de pedir teste de drogas para trabalhador, mesmo se Supremo liberar porte R7 http://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?noticia=Lei_veta_empresa_de_pedir_teste_de_drogas_para_trabalhador_mesmo_se_Supremo_liberar_porte&edt=36&id=406143 Foto: Getty Images O STF (Supremo Tribunal Federal) vai retomar nesta quarta-feira (9) o julgamento da ação que pode descriminalizar o porte de pequenas quantidades de drogas. Diante dessa possível mudança na lei, como fica a relação entre empresa e colaborador? Uma firma pode pedir um teste de drogas para um funcionário? Ser usuário de drogas poderá ser um critério na contratação? Os exames toxicológicos, que têm a capacidade de detectar a presença de drogas no organismo humano, são considerados discriminatórios pela legislação brasileira e só podem ser solicitados para trabalhadores ou candidatos a vagas para motoristas ou para profissões de risco. Solicitar o exame para profissões tradicionais fere a Lei 9.029, de 1995, que classifica o pedido como uma prática discriminatória, seja no momento da contratação ou durante a relação de trabalho com a empresa, conforme explica a advogada trabalhista e empresarial Karina Kawabe. Como regra geral, não se pode impedir o acesso do profissional ao trabalho por nenhum modo de discriminação, tais como questões toxicológicas, de gênero sexual, gravidez ou religião. [...] Isso atinge a intimidade do empregado e é totalmente reprovado. Segundo Mauricio Corrêa da Veiga, advogado membro do IAB (Instituto dos Advogados Brasileiros), exigir a realização de um teste vai contra as regras básicas do ambiente corporativo. [Ao exigir um exame toxicológico] você vai ferir os princípios de dignidade e da liberdade daquele empregado. Exceções Apesar da proibição imposta por lei, existem duas exceções que permitem a verificação da existência de drogas no organismo dos trabalhadores. Para Karina, a decisão de solicitar o exame toxicológico pode ser tomada no caso dos motoristas, que exercem uma profissão que envolve a vida de uma coletividade. Por envolver uma questão de segurança, tanto para o empregado, quanto para o trabalhador, a empresa [de transporte] pode, e deve, pedir esse exame toxicológico no momento da admissão. A advogada explica que a outra exceção não está prevista em lei, mas mira profissões que a própria atividade coloca em risco o profissional e a coletividade -- caso de operadores de empilhadeira e limpadores de janelas prediais, por exemplo. A posição da advogada é partilhada também por Veiga. Ele, no entanto, afirma que a realização dos exames nesses casos específicos não pode ferir a dignidade do trabalhador. O que não se pode ser feito é uma coisa marcada. Você tem que fazer para todos os funcionários, sem que haja uma descriminação. Organismo O diretor médico do Centro de Assistência Toxicológica do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, Antony Wong, esclarece que o exame toxicológico é feito para detectar qualquer substância que faça mal à saúde presente no organismo. Segundo Wong, o resultado final da análise feita em um indivíduo com algum tipo de substância no sangue vai depender da frequência do uso, da pureza da droga e da sua vida regressa. Uma pessoa que usa maconha três vezes por semana vai ficar com a substância por um mês no sangue. [...] Agora, se essa pessoa fumou maconha uma vez na semana, ela vai ficar no corpo dele não mais do que sete ou dez dias. O diretor explica ainda que, além do exame, o processo utilizado para a verificação das drogas no organismo também é capaz de interferir no resultado. A análise pelo cabelo, por exemplo, detecta as substâncias de modo mais sensível do que o teste realizado pela urina.
  9. Uma única rede de head shops, como são conhecidas as tabacarias contemporâneas, movimenta mais de R$ 2 milhões por ano http://oglobo.globo.com/rio/bairros/lucrativo-mercado-legal-de-produtos-para-maconha-se-expande-no-rio-17380901 por Gabriel Menezes / Natasha Mazzacaro 03/09/2015 9:28 / Atualizado 03/09/2015 12:51 Onde há fumaça, há negócios. Enquanto, do alto de suas togas, os figurões do Supremo Tribunal Federal (STF) discutem se descriminalizam ou não o porte de drogas para uso pessoal, um mercado legal de produtos para o consumo de maconha cresce a olhos vistos. Com alvará da prefeitura para funcionar, lojas especializadas vendem acessórios com nota fiscal, aprovados pela Anvisa, e chegam a faturar R$ 2 milhões por ano. O GLOBO percorreu alguns desses estabelecimentos e conta, nesse especial, como eles funcionam. Já no judiciário, o tema está em ebulição: na segunda-feira, o ministro do STF Edson Fachin, que havia pedido para rever o processo, finalizou seu voto. Agora, cabe ao presidente do tribunal, Ricardo Lewandowski, marcar data para a retomada do julgamento. Lucrativo mercado legal de produtos para maconha se expande no Rio Negócios bem bolados Exemplares da revistas sobre o tema de diversos países, como Argentina, Brasil e Chile - Guilherme Leporace / Agência O Globo Alfredo (que não se chama Alfredo) é um sujeito que, por convenção, vamos enquadrar na categoria careta. Formado em Administração, casado, com 30 e poucos anos, ele não fuma tabaco, não usa drogas ilícitas, nem tem vícios relevantes. Pois bem, um belo dia, folheando os classificados do jornal, viu um anúncio que provocou um efeito de bigorna Acme em sua cabeça. Havia algum tempo que ele estava insatisfeito com o seu trabalho e procurava um negócio no qual pudesse investir suas economias. Pensou no ramo alimentício, mas a quantidade de lanchonetes da cidade o desanimou. O recorte era a resposta às suas inquietações: uma franquia de uma head shop (loja que vende artigos para fumar maconha), segmento que fatura até mesmo nos tempos mais negros de crise. Passou a mão no telefone. Quem o atendeu do lado de lá da linha foi um outro sujeito, que, por sua vez, não se enquadra na categoria careta. Olavo (que não se chama Olavo) foi passar uma temporada nos Estados Unidos há oito anos e voltou com a ideia de montar uma lojinha nos mesmos moldes das que tinha visto na terra do Tio Sam. Lá se vai tempo, e o seu negócio virou, guardadas as devidas proporções e a matéria-prima de consumo, uma espécie de McDonald’s da maconha. São 14 lojas, sendo dez franquias que incluem duas no longínquo Piauí e outra em Copacabana — cujo dono é o nosso amigo Alfredo, aquele que não fuma nem tabaco, mas que diz que os negócios vão bem, obrigado. UMA VISITA ÀS TABACARIAS Os dois personagens dessa mesma história — que preferem preservar as suas identidades — fazem parte de um grupo que cresce mais do que larica: o dos investidores do mercado legal voltado para consumo de maconha. Por se tratar de um segmento que trabalha dentro do guarda-chuva das tabacarias, é difícil mensurar o tamanho do business das head shops, mas adivinhar é um exercício de lógica simples. A última pesquisa anual feita pelo Ministério da Saúde indicou que o número de fumantes no Brasil caiu 30,7% em nove anos. Estranhamente, as tabacarias moderninhas continuam pipocando em diversos bairros da cidade. E mais: por causa da quantidade de pessoas que responderam que não queimam tabaco, mas fumam outros produtos, o Ministério da Saúde irá incluir, no levantamento de 2016, a categoria “narguilé”. Pelas contas informais do GLOBO, o Rio tem, pelo menos, oito lojas especializadas — a última delas, a Jacaré Azul, localizada em plena Rua Mem de Sá, na Lapa, foi aberta há apenas três meses. Pode parecer um contrassenso que tanta gente esteja quebrando seus porquinhos para investir num produto que é proibido no Brasil. E é aí que está o segredo do negócio. Mesmo estando há décadas na ilegalidade, a erva danada não deixa de ter seus consumidores: um público fiel que compra mesmo em tempos de crise, como diz Alfredo. Todas as lojas afirmam que têm alvará da prefeitura para funcionar e que vendem produtos taxados pelo governo, aprovados pela Anvisa e com nota fiscal regular. Nelas, se comercializa de tudo um pouco: desde caixas de fósforo, que custam centavos, até vaporizadores-boutique, que chegam a cifras de quatro dígitos — objetos feitos para tragar qualquer tipo de fumo, mas que, segundo os vendedores, são utilizados na maioria dos casos para o consumo da maconha. O primeiro sinal de fumaça Trituradores para fumo vendidos na loja King Smoke no Centro - Hermes de Paula / Agência O Globo O divisor de águas dessa história toda, no entanto, se deu bem antes, em 2011, como conta o advogado e ativista André Barros. Em 2002, seguindo o exemplo do que já vinha acontecendo em outros países, um grupo organizou a primeira edição da Marcha da Maconha carioca. Seis anos depois e numa crescente constante, a manifestação foi proibida e uma discussão sobre liberdade de expressão acabou indo parar no STF. Barros foi um dos autores da representação que viria a descaracterizar o encontro como uma apologia ao uso de drogas. Ele lembra de uma sessão histórica do Supremo, em 2011, quando o ministro Celso de Mello declarou “absurda” a alegação da acusação. POR DENTRO DAS LOJAS Juliano Santa Fé é um dos donos da Pampo Coffee Shop, em NiteróiFoto: Hermes de Paula / Agência O Globo Franquia em Copacabana de uma rede de tabacariasFoto: Guilherme Leporace / Agência O Globo A La Cucaracha funciona desde 2006 na Rua Teixeira de MelloFoto: Guilherme Leporace / Agência O Globo Iuri e Igor Paiva, da Jacaré Azul, e Francesco Ribeiro, da revista MaconhaFoto: Bárbara Lopes / Agência O Globo Jader Verissimo e Jader Pontes, da Smoke Shop: "dupla do bagulho"Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo A Smoke Shop funciona há um ano na TijucaFoto: Hermes de Paula / Agência O Globo A Loja King Smoke fica no Mercado Popular da Uruguaiana, no CentroFoto: Hermes de Paula / Agência O Globo Bongs decoram vitrines na La Cucaracha, em IpanemaFoto: Guilherme Leporace / Agência O Globo Matias Maxx abriu a primeira head shop do RioFoto: Guilherme Leporace / Agência O Globo Equipe da Jacaré Azul, tabacaria na LapaFoto: Bárbara Lopes / Agência O Globo Arco-íris de triturados e pipesFoto: Guilherme Leporace / Agência O Globo A sessão foi comemorada por quem fuma, por quem não fuma mas é a favor, e por quem estava doido para ganhar dinheiro com tudo isso. Matias Maxx, ativista de carteirinha e dono da La Cucaracha, em Ipanema, diz que isso foi o bastante para levar um monte de gente que sempre teve vontade de fazer da maconha um negócio a “sair do armário”. Ele mesmo, que vende acessórios para o uso da erva desde 2006, aproveitou o gancho para lançar a revista “Sem Semente”. — Antes disso, nossas referências quanto ao sucesso de produtos desse gênero eram as piores. Lembro quando a Osklen fez uma coleção de hemp e teve seu escritório invadido como se fosse boca de fumo. Todo mundo tinha uma paranoia, mas, depois dessa sessão do STF, pensamos: “agora a gente pode! Temos esse direito”. Foi uma explosão de tudo o que é cultura canábica: blogs, sites, bandas, marcas de camiseta, lojas. Quando o assunto está em voga, deixa de ser tabu — vaticina Maxx. Foi por isso mesmo que ele decidiu escancarar os bongs (aparelho para inalar à base de água), desberlotadores (para triturar o fumo) e sedinhas (papéis para enrolar) na vitrine. Ah, faz diferença dizer que a vitrine em questão fica na Rua Teixeira de Melo, na quadra da Praia de Ipanema. A maconha vira ícone pop Pacotes de sedas nas mãos de Jader Veríssimo, proprietário da Smoke Shop, que fica na Tijuca - Hermes de Paula / Agência O Globo Por conta da demanda, a própria indústria sofreu uma evolução. Maxx conta que, no começo, os produtos eram muito rudimentares, mas começaram a se diversificar e sofrer alterações de tempos em tempos. Um fenômeno parecido com o que acontece no mundo da moda com aquela blusa rosa choque que todo mundo está usando hoje e que, daqui a seis meses, é condenada à categoria de coisas cafonas. O Tritubarão colorido, um triturador de fumo com um desenho de um tubarãozinho, é um desses artigos. Outro que foi febre com “F” maiúsculo entre a turma do baseado foram as sedas transparentes da Aleda. Essa história é, no mínimo, pitoresca: há dez anos, um paulistano inventou um papel para fumar feito 100% com celulose. Maxx, o primeiro a vender a seda por valiosos R$ 10 da época, conta que a onda era chegar na boate e mostrar a novidade para os amigos. Tinha gente que comprava caixas inteiras até, é claro, a moda passar e os pacotinhos começarem a pegar poeira nas prateleiras. Hoje, a empresa aposta em garotos-propaganda como Marcelo D2 e Mr. Catra, que estampam suas embalagens. Acessórios camuflados para o uso da maconha 1 de 5 Pipe da Coffee Shop Pampo Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo Extintor de incêndio A palavra "dichavar" é usada como sinônimo para "triturar" a maconha, mas ela também pode ter outro significado: "disfarçar" ou "esconder". Quase todos os objetos desta lista se enquadram nas duas categorias. O extintor de incêndio, por exemplo, não apaga fogo nenhum: é um triturador com um pipe (cachimbo). As coisas, ao que tudo indica, estão andando mesmo em ritmo frenético. A última novidade no libertário Colorado, nos Estados Unidos, é o Dab, que é um óleo concentrado de maconha que evapora com o calor. Por lá, dizem as línguas verdes, todo mundo usa o produto com um adaptador para bong, em vez de fumar a maconha da maneira tradicional. O fato mais surpreendente é que o acessório, novíssimo lá fora, já tem uma procura enorme no Brasil, onde imagina-se que seja difícil até de conseguir o tal óleo de maconha. Jader Pontes, da Smoke Shop, na Tijuca, aposta que o ritual, hoje em dia, vai muito além do simples ato de fumar. — Outras coisas estão envolvidas, como acessórios com design e materiais diferentes. Tem papéis que queimam mais devagar, com sabores, feito de arroz, de cânhamo, com embalagens transadas... Já existe uma indústria de consumo que rende dinheiro, gera emprego, tem consumidor. É um caminho sem volta. Em décadas de proibição, sempre teve demanda e sempre teve fornecimento — analisa ele. O promotor de vendas Ramon Martins é prova viva disso. Ele costuma comprar na La Cucaracha camisetas, shorts e meias com as folhinhas da maconha. Ramon fuma, mas seu irmão e sua cunhada não. Mesmo assim, os dois vivem pegando as camisetas emprestadas, por acharem a “estampa bonitinha”. — Virou um símbolo pop. As pessoas estão mais abertas agora — palpita ele, achando graça. Lucros de R$ 200 mil por mês Narguilés na Smoke Shop, na Tijuca - Hermes de Paula / Agência O Globo Enquanto uns concordam e outros discordam, a fumaça continua rolando solta, enchendo os bolsos de quem investiu no negócio da cannabis. Olavo, aquele empreendedor do começo da reportagem, viu sua vida mudar do dia para a noite. Depois de tentar a sorte como enfermeiro e funcionário da prefeitura de Volta Redonda, convenceu um amigo a trocar a venda de pastéis e caldos de cana pela dos “cachimbos da paz”. O resultado, oito anos depois, foram as tais 14 lojas espalhadas pelo país, que rendem lucro de incríveis R$ 200 mil mensais. — Não tem crise. Pelo contrário: quando o cara está estressado, acaba fumando até mais. Nas filiais, os donos têm uma média de retorno de 90% a 100%, enquanto o lucro de outros ramos gira em torno de 30%. O de bebidas quentes, como o uísque, por exemplo, chega a 40%, e o da cerveja, que é alto, a 80% — enumera. A bonança fez com que ele bolasse um plano (não um baseado) ainda mais ousado. Olavo acabou de voltar dos Estados Unidos, onde fez um curso de manufatura de peças de vidro sopradas. Agora, quer abrir uma fábrica de bongs: uma iniciativa que promete balançar o mercado, dominado pelas peças compradas majoritariamente da China. Jader Pontes e Jader Veríssimo também querem uma fatia mais gorda desse mercado. A "dupla do bagulho" abriu a Smoke Shop há um ano, na Tijuca, e já pensa em uma segunda loja, também na Zona Norte do Rio. A head shop funciona dentro de uma banca de jornal, num cenário alucinógeno e antagônico, que mistura livros para colorir, romance do Padre Marcelo Rossi e dezenas de bongs coloridos e psicodélicos. — Como estamos de cara para a rua, já aconteceu de uma velhinha bonitinha entrar aqui e dizer: "nossa, que abajur lindo". Só que era um bong...— relata Veríssimo, aos risos. — Outra situação é o cara que fuma maconha há 50 anos na seda entrar aqui e descobrir um mundo novo de acessórios. Na verdade, todas as bancas de jornal do Rio vendem triturador e até pipes. É que as pessoas não reparam. No dia 20 de agosto, dia em que o projeto da descriminalização estava sendo votado, a TV da loja ficou sintonizada no canal da Justiça e atraiu um burburinho de gente, que lembrou aglomeração de final da Copa do Mundo. Vez por outra, passava alguém gritando: "Vai descriminalizar". Novidade na praça Iuri Paiva, dono da tabacaria contemporânea Jacaré Azul, na Lapa - Bárbara Lopes / Agência O Globo O empreendimento dedicado ao universo da maconha mais recente da cidade abriu há três meses na Avenida Mem de Sá, uma das mais movimentadas da Lapa: a Tabacaria Contemporânea Jacaré Azul. Se alguém pensa que a loja optaria pela discrição para evitar polêmicas, basta dar uma olhada rápida na vitrine e essa ideia vai logo por água abaixo. Entre os produtos em destaque, estão bongs e peças de roupa com estampas da folha da erva. — Já passou da hora de sairmos (lojas do segmento) do fundo das galerias para mostrar a cara na rua. Esse é o nosso objetivo ao abrir uma loja num dos pontos mais movimentados da Lapa. Queremos contribuir na discussão da legalização. Inclusive, esse é um assunto que está ficando velho no mundo, mas, como historicamente acontece no Brasil com diversas questões, ainda estamos atrasados — diz Iuri Paiva, proprietário da Jacaré Azul ao lado do irmão, Igor. Segundo ele, 90% dos produtos da loja podem ser usados também para consumir qualquer tipo de fumo, mas, sem dúvidas, grande parte dos clientes é mesmo formada por usuários de maconha. — Skatistas e pessoas com dreads (estilo de cabelo) são a base do nosso negócio, mas também atendemos engravatados e muitos idosos. Chegou a hora de deixarmos para trás o estigma de “Cheech e Chong” e mostrar que o usuário de cannabis trabalha todos os dias e honra com os seus compromissos como qualquer pessoa — opina, fazendo referência à dupla de maconheiros engraçados, que protagonizou um filme homônimo nos anos 80, e que, segundo ele, foram importantes por tornar mais leve um assunto que era tratado de forma marginalizada. Nas prateleiras da loja, é possível encontrar uma grande variedade de cachimbos, isqueiros, sedas, bongs e trituradores de erva. Ao fundo, ainda há uma área destinada para cervejas artesanais, jogos e gibis — “para aqueles que preferem outros vícios”, brinca Iuri. No segundo andar, funciona a Curtume Camisaria, marca de roupas da tabacaria em parceria com a artista plástica Gabriela Sá Earp. As roupas fazem sucesso por um bolsinho secreto localizado na etiqueta, onde é possível esconder pequenos artigos. — É preciso superar a hipocrisia e discutir a questão sem preconceitos — prega o empresário. Mesmo com o grande potencial, ele pondera que, no Rio de Janeiro, ao contrário de São Paulo, o segmento ainda é embrionário, o que faz com que não exista um clima de concorrência entre as lojas, mas sim de cooperação. Seu irmão ressalta que o retorno do público com a tabacaria tem sido bastante positivo, sem casos graves de rejeição. — O máximo que aconteceu foi alguém passar na frente e falar “olha, uma loja de maconheiro”. Mas, esse é aquele mesmo tipo de pessoa que passa em frente a uma loja de artigos de umbanda e diz que é “local de macumbeiro”. Não vamos esquentar a cabeça com isso — argumenta Igor. Um 'Walter White' do bem Francesco Ribeiro, editor da Revista Maconha Brasil, publicação que é distribuída gratuitamente no Rio e em São Paulo - Bárbara Lopes / Agência O Globo E não é só ele que defende o abandono dos estereótipos. Na série “Breaking Bad”, o professor de química Walter White, numa busca desesperada por dinheiro, utiliza os seus conhecimentos científicos para produzir drogas, o que muda a sua vida completamente. Num primeiro momento, a trajetória do carioca Francesco Ribeiro pode lembrar a do personagem. Mas, ao contrário da ficção, este ex-professor de química da vida real não enveredou para o crime. Muito pelo contrário. Ele é um conhecido ativista pela legalização da maconha e pelo cultivo caseiro da erva, ato que descreve como um “dever cívico do usuário”. — Participo de fóruns sobre cultivo caseiro há mais de dez anos. Até que apareci num programa na TV aberta falando sobre o assunto e fui demitido da escola em que dava aulas. Aquele foi um momento divisor de águas na minha vida. Depois de ficar um tempo sem saber o que fazer, percebi que era hora de abraçar a causa de vez. Por conta do ativismo, ele acabou formando uma rede de contatos com pessoas ligadas ao universo da maconha no país inteiro. Sem emprego, teve a ideia de criar uma revista voltada exclusivamente para abordar o tema. Na hora de escolher o nome, quis ser o mais direto possível: “Revista Maconha Brasil”. — Não é a primeira revista do tipo no país, mas é a primeira que deu certo. Temos anunciantes de todas as partes. Ela é bimestral e está na quinta edição, sendo que nunca atrasamos na publicação. A tiragem é de oito mil exemplares e as edições são distribuídas gratuitamente em lojas e eventos — explica Ribeiro. Segundo ele, o objetivo da publicação é acompanhar as transformações mundiais referentes ao assunto e colocar empresas e consumidores em contato. 'Pot in Rio' Chinelo com o rosto de Chico Buarque enfatiza a hora que é conhecida como o momento oficial de consumir maconha: 16h20m - Hermes de Paula / Agência O Globo Assim como outros empresários da cannabis, Francesco Ribeiro diversificou os seus negócios. Além da revista “Maconha Brasil”, ele aproveitou sua rede de relações para criar uma feira anual temática chamada “Pot in Rio”. A terceira edição aconteceu em junho na Glória e, pela primeira vez, teve o potencial econômico da maconha como tema. A primeira abordou o uso medicinal da erva e a segunda, a sua história no Rio de Janeiro. — A maconha tem vertentes medicinais e sociais muito importantes, mas não é só isso. Ela é também um gigantesco mercado em potencial. É esse, inclusive, o motivo pelo qual muitos países estão optando pela legalização — frisa. A edição de 2015 da feira foi produzida pelo carioca Diego Mosquera, que é também o responsável pela área comercial da revista. O evento teve participação de 45 empresas de todo país, dos segmentos de vestuário, gastronomia, head shops, fertilizantes e de itens para cultivo caseiro. O público ficou em torno de 450 pessoas. — A verdade é que esperávamos mais, mas a feira aconteceu no mesmo dia de um evento gratuito contra a redução da maioridade penal na Praça Quinze, que reuniu cinco mil pessoas. De qualquer forma, já tivemos um número de cem frequentadores a mais do que em 2014 — conta Mosquera. Ele acrescenta que muitas empresas estrangeiras especializadas na produção de sementes se interessaram em patrocinar a feira: — Como no momento a maconha é proibida no Brasil, tivemos que negar esse apoio, mesmo que os produtos não fossem vendidos. Fizemos isso para não comprometer as empresas participantes, todas dentro das leis daqui — diz o produtor, ressaltando que existe a possibilidade de a feira acontecer também na capital paulista. — O Rio está à frente de São Paulo quando o assunto é o ativismo em prol da maconha, mas, quando falamos em mercado, o paulistano está muito mais desenvolvido. Cannabis para vestir O carioca Rafael Kaczala montou a grife Legastore, que vende camisas feitas de cânhamo - Bárbara Lopes / Agência O Globo Outro setor em que a planta da maconha vem ganhando espaço é o do vestuário. São as mais variadas peças de roupas feitas de cânhamo, tecido produzido a partir da fibra da cannnabis. Além do ativismo pela legalização da erva no país, parte das empresas que trabalham com o material carrega consigo outra bandeira: a sustentabilidade. — Só nos últimos 30 anos, o ser humano consumiu um terço dos recursos naturais da Terra. E, de certa forma, a indústria da moda contribuiu para isso, já que consome água em excesso, necessita de toneladas de produtos químicos e, para piorar, em alguns casos explora o trabalho humano. O cânhamo veio como uma resposta direta a tudo isso porque sua cadeia produtiva é altamente sustentável — diz Renan Miguel, sócio da Kânhamus, marca de roupas de cânhamo criada em 2014 com vendas pela internet. As vantagens do material sobre o algodão ele afirma que são inúmeras, começando pelo seu extenso potencial de uso. Além da produção de roupas, o cânhamo pode ser usado para a fabricação de cosméticos, alimentos, plásticos, papéis, biocombustíveis e até na construção civil. Outra propriedade que garante muito mais conforto para quem usa uma roupa de cânhamo, garante o empresário, é a termodinâmica que se adapta ao calor do corpo, deixando a roupa mais fresca no verão e quente no inverno. — Mas, uma das coisas mais importantes para nós é o impacto ambiental do algodão, se comparado ao cânhamo. O primeiro ocupa cerca de 25% do uso mundial de agrotóxicos. O cânhamo, pelas suas características, não depende de pesticidas, herbicidas ou qualquer tipo de agrotóxico para crescer. Ele pode ser cultivado de forma inteiramente orgânica. Fora isso, o cânhamo utiliza até três vezes menos água em sua produção se comparado ao algodão — acrescenta Miguel. — Ele ainda abastece o solo com nutrientes e é um bom conversor de CO2 em oxigênio. Sem contar que gera até 250% mais fibras na mesma quantidade de terra em comparação com o algodão. O cânhamo também é a aposta da grife carioca Lega, como mostrou a reportagem publicada no GLOBO-Zona Sul no dia 20 de agosto. Segundo um dos sócios, o publicitário Rafael Kaczala, morador do Catete, as vendas são feitas pelo site, que está em inglês, pois, o objetivo é que a marca, criada em abril, seja mundial. O preço médio de uma camisa é de U$ 40. — Estamos enfrentando algumas barreiras, como o alto preço dos Correios e a demora para a entrega no exterior. Além disso, é irônico o fato de podermos importar o tecido de cânhamo de forma legal, mas, ao mesmo tempo, não termos permissão para produzi-lo por aqui. São discussões que pretendemos levantar — afirma Kaczala. Comércio divide opiniões Jader Veríssimo mostra o uso do triturador com tabaco que ele vende na Smoke Shop - Hermes de Paula / Agência O Globo Diante deste cenário, muita gente pode estar se perguntando se a venda ou uso de produtos relacionados ao consumo da maconha podem ser classificados como apologia ao crime, já que a erva é ilegal. De acordo com o advogado e ativista da causa André Barros, a resposta é não: — Os produtos estão amparados pelo direito de manifestação do pensamento e de informação. Como as pessoas vão debater o tema se não têm acesso à informação e se é proibida a divulgação do pensamento? — indaga. Ele conta que se envolveu com a questão depois que soube que pessoas haviam sido presas simplesmente por estarem divulgando a Marcha da Maconha. — Vi que aquela galera precisava de um apoio jurídico e fiquei indignado com as claras violações às liberdades de informação, pensamento e reunião — afirma. O simples fato de portar acessórios para o fumo da erva também não configura crime, afirma o delegado Orlando Zaccone. De acordo com ele, o porte desse tipo de objeto não pode ser criminalizado, já que não é possível afirmar com 100% de certeza que esse aparelho será utilizado para o uso de cannabis. — Num estado de direito democrático vigora o princípio do direito à perversidade: todo mundo pode ter desejo de matar alguém, mas ninguém pode ser criminalizado apenas pelo desejo. O que a lei proíbe é o ato da execução. A maconha é proibida, mas cerca de 500 outros fumos são permitidos. O porte de uma seda ou de qualquer apetrecho para consumo de drogas não pode ser criminalizado. Um bom exemplo é o narguilé. Usado originalmente no Oriente para o consumo de substâncias autorizadas, muito tempo depois passou a ser usado também para o consumo de maconha. Hoje, ele está muito presente nos restaurantes árabes, o que de forma alguma configura crime — diz Zaccone. Se por um lado, a causa tem ativistas inflamados, há quem considere que este não é o momento mais apropriado para a legalização da maconha. O psiquiatra Jorge Jaber, por exemplo, acredita que o surgimento de novas lojas pode impulsionar o consumo da erva. — Dentro de um sistema capitalista, quanto maior a oferta de produtos que facilitem o consumo, maior tenderá a ser o mercado consumidor. O simples fato de abrirem mais lojas, significa que se espera aumentar o número de consumidores. A liberação de produtos como cachimbos e sedas é uma espécie de legalização secundária da cannabis, pois estes apetrechos são usados basicamente para o consumo da maconha. Caminhamos para a legalização, porém, extraoficialmente, a própria criação deste comércio de objetos para o uso da cannabis já é uma forma de facilitação. E isto é contrário à proibição — pondera ele. (Colaborou Gabriel Rosa) Read more: http://oglobo.globo....1#ixzz3kmtXnHXo
  10. Especialistas mineiros discutem prós e contras da descriminalização da maconha Pronta para voltar à pauta após análise do novo ministro do STF, ação esquenta debate sobre descriminalização das drogas. Na balança, benefícios para o sistema prisional e riscos à saúde http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2015/09/03/interna_gerais,684633/especialistas-mineiros-discutem-pros-e-contras-da-descriminalizacao-da.shtml postado em 03/09/2015 06:00 / atualizado em 03/09/2015 07:13 Sandra Kiefer A quantidade é pouca, mas a polêmica é enorme. Três gramas de maconha, o equivalente a dois cigarros, movimentam um processo com repercussão geral que chegou à mais alta corte do país e desperta dúvidas, controvérsia e temores entre promotores de Justiça, familiares de usuários e dirigentes de comunidades terapêuticas que lidam diretamente com dependentes químicos no dia a dia. O ponto central da discussão é a possibilidade de descriminalização das drogas para consumo pessoal no Brasil, prestes a ser decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Depois de pedir vista no processo, o novo ministro do STF, Edson Facchin, começou ontem a ouvir autoridades da área médica e jurídica, como o jurista Luís Filipe Maksoud Greco, especialista em direito penal, com mestrado e doutorado em direito pela Ludwig Maximilians Universität, de Munique, na Alemanha. Fachin devolveu o processo ao plenário em 31 de agosto. Agora, a votação da matéria depende apenas de sua inclusão na pauta. Antes, o relator da ação, ministro Gilmar Mendes, votou pela inconstitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006), que tipifica como crime o porte de drogas para consumo próprio. Ele foi o único entre os 11 ministros da Corte a se manifestar até agora sobre o processo que pretende derrubar a condenação de um homem detido com os tais três gramas de maconha. “Não há como descriminalizar as drogas no Brasil, considerando que não temos estrutura de médicos, psiquiatras e hospitais públicos para tratar dos dependentes químicos que estão atualmente nas ruas. O setor público de saúde já é insuficiente como está”, afirma Ana Godoy, presidente da Pastoral da Sobriedade, que congrega 1,6 mil grupos de autoajuda e 60 comunidades terapêuticas. No entendimento de especialistas em adicção de substâncias químicas, é uma tendência o Brasil se ajustar ao modelo dos países mais desenvolvidos, que, aos poucos, estão deixando de enquadrar como traficantes os pequenos usuários de drogas como a maconha, que já é utilizada quase livremente por jovens em praças das grandes cidades brasileiras “Com a descriminalização, a tendência é, num primeiro momento, de aumentar o número de usuários abusivos de drogas. Consigo ver isso na prática”, afirma Frederico Garcia, coordenador do Centro de Referência em Drogas da Universidade Federal de Minas Gerais (CRR-UFMG). Dados preliminares de uma pesquisa a ser divulgada indicam que a proibição do consumo de bebidas alcoólicas nos estádios contribuiu para reduzir a violência nas arenas, que, em 2006, teve aumento de 45,45% em relação a 2005. Após a medida do Ministério Público, em 2007, houve apenas três ocorrências. “Prefiro que meu paciente fume 10 ou 20 cigarros de maconha a que experimente uma pedrinha de crack. Mas, da primeira vez em que disse isso, há cerca de 20 anos, quase fui preso”, diz o psiquiatra Arnaldo Madruga, especializado no tratamento de dependentes químicos. Ele alerta que, em menos de três dias, a pedra extraída a partir da fabricação da cocaína é capaz de provocar dependência química. “Na minha opinião, o proibido é mais cobiçado. Seria necessário estudar as ervas pelo aspecto científico, e não com base em preconceitos. Na realidade, defendo sempre o que acho menos danoso aos meus pacientes. Prefiro descriminalizar uma droga como a maconha, que deixa a pessoa mais tranquila e não altera o sistema nervoso, como ocorre com a cocaína e o álcool”, compara o especialista. SEM ANTECEDENTES “Precisamos desobstruir o sistema penitenciário brasileiro, realocando a verba para o setor de saúde”, defende o secretário de Direitos Humanos de Minas, Nilmário Miranda. Segundo o secretário, havia em Minas 9 mil presos por porte de drogas em 2008. Sete anos depois da mudança na Lei das Drogas, já são 69 mil pessoas na cadeia. No que diz respeito aos direitos humanos, a questão central a ser debatida não deve ser o inchaço do sistema de saúde pública brasileira, mas sim o fato de que o país precisa avançar cada vez mais em distinguir a figura do traficante daquela do usuário de drogas. “É preciso entender que a guerra às drogas fracassou no mundo. Até mesmo os Estados Unidos e a Colômbia, que encabeçaram o movimento no passado, recuaram do encarceramento em massa e do endurecimento penal com usuários de drogas. Essa estratégia está fracassada”, afirma o secretário. Nilmário Miranda tende a acatar a tese de que a prisão fere a liberdade individual dos cidadãos e que é preciso encontrar uma maneira de discernir o cerne da questão: o critério a ser usado para definir quem é o traficante e quem é o usuário. “Na minha opinião, mesmo que alguém acumule certa quantidade de maconha para uso próprio ou para distribuir para amigos, não deveria ser preso caso não tenha ficha na polícia nem antecedentes como traficante. Na última manifestação contra o aumento das passagens de ônibus fui acionado para liberar 62 jovens manifestantes da cadeia. Os policiais insistiram para deixar um deles passar a noite na cadeia, pego com uma trouxinha de maconha. Tive de ficar até a madrugada. Em seguida, soltaram o grupo e depois liberaram a pessoa de forma isolada, como pressão.” Efeitos da votação O resultado da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o processo que envolve o porte de drogas para uso pessoal terá efeito sobre mais de 4 mil processos relacionados ao artigo 28 da Lei de Drogas em tramitação no Juizado Especial de Belo Horizonte, segundo dados do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Se a descriminalização for aprovada, esses autos podem ser extintos. Entretanto, alguns juízes consideram que seriam necessárias maiores explicações do STF para definir o futuro dos processos. A apreciação do STF sobre o tema foi motivada por um recurso da Defensoria Pública de São Paulo, que chegou à Suprema Corte em 2011. O órgão representa um presidiário flagrado em 2009 com 3 gramas de maconha e condenado pelo uso de drogas a prestar serviços comunitários enquanto já cumpria pena por assalto a mão armada, receptação e contrabando. O advogado de Francisco de Souza alegou que ninguém pode ser punido por ser usuário de substâncias ilícitas, já que esta seria uma questão de foro íntimo. O ministro Gilmar Mendes, relator do caso no Supremo deu provimento ao recurso. Ponto crítico Você a é favor da descriminalização do porte de drogas? SIM Nikolas Stefany Katopodis de Macedo, assessor institucional da Defensoria Pública de Minas Gerais “A Defensoria Pública de Minas apoia a tese jurídica apresentada pela Defensoria Pública de São Paulo no Recurso Extraordinário 635.659, que pretende que seja declarado inconstitucional o crime de porte de drogas para uso próprio. Isso porque a proibição, contida no artigo 28 da Lei 11.343/2006, ofende o princípio da intimidade e da vida privada, direito expressamente previsto no artigo 5º da Constituição Federal. Além disso, pode-se afirmar que o porte de drogas para uso próprio não afronta a ‘saúde pública’, que é o objeto jurídico do delito de tráfico de drogas, mas tão somente a saúde pessoal do próprio usuário. Por isso mesmo, o enfrentamento ao crescimento do consumo de drogas não dever ser estabelecido por meio da criminalização, ou seja, como tema de direito penal e com o recrudescimento de penas, mas sim com políticas sociais e de saúde pública.” NÃO Bruno Alexander Vieira Soares, promotor de Defesa da Saúde/BH e coordenador da Coordenadoria de Pessoas com Transtorno Mental de MG “O momento não é adequado para a descriminalização do uso de drogas para consumo pessoal, considerando que alguns países, como Portugal e Holanda, estão regredindo nas suas políticas. Em um país grande como o Brasil, em que a realidade do Norte é completamente diferente da do Sul, é loucura descriminalizar as drogas. Inicialmente, pessoas que sentiam vontade de usar droga, mas evitavam experimentar por receio de ser presos com substância ilegal, vão passar a consumir. É provável que cresça o número de dependentes químicos, o que vai impactar no sistema de saúde. Outros dizem que vai cair o número de traficantes no país, mas todas essas opiniões estão sendo feitas com base no achismo. O mais prudente é que não se alterem as normas até que sejam feitos estudos conclusivos sobre os efeitos das substâncias químicas no organismo. O critério deve ser técnico, e não político ou econômico.”
  11. Nicotina muda o efeito da maconha no cérebro, diz estudo http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/nicotina-muda-o-efeito-da-maconha-no-cerebro-diz-estudo 19/08/2015 Maconha: indicavam que usuários da droga têm um hipocampo menor Marina Demartini Marina Demartini, de EXAME.com São Paulo – Um estudo norte-americano pode revolucionar tudo que se sabe sobre o efeito da maconha e da nicotina no cérebro. Cientistas da Universidade do Texas, na cidade de Dallas, descobriram que há uma relação bizarra entre a memória e o uso destas substâncias. A memória e o aprendizado são regulados por uma região do cérebro chamada hipocampo. Geralmente, pessoas que têm essa área cerebral menor, também apresentam um mau funcionamento da memória. Estudos anteriores indicavam que pessoas que usam maconha têm hipocampo menor e, consequentemente, uma memória pior. No entanto, segundo a pesquisa norte-americana, quando os usuários combinam a nicotina com a cannabis, esta relação é diferente. Mesmo com a diminuição do hipocampo, a memória de quem usa as duas drogas não sofre piora. Além disso, os pesquisadores também descobriram que quanto maior for o número de cigarros de maconha e nicotina fumados por dia, menor o volume do hipocampo e melhor o desempenho da memória. De acordo com a pesquisa, não houve associação significativa entre o tamanho do hipocampo e a melhora da memória em pessoas que só usam nicotina ou fumam apenas a cannabis. Os participantes foram divididos em quatro grupos: pessoas que não usaram maconha ou nicotina nos últimos três meses; usuários que fumam maconha pelo menos quatro vezes por semana; indivíduos que usam nicotina dez ou mais vezes por dia; e usuários que fumam cannabis quatro vezes por semana e também nicotina dez vezes por dia. Para realizar a pesquisa, os cientistas fizeram ressonâncias magnéticas nos cérebros dos participantes. Eles completaram uma avaliação sobre histórico de uso de drogas e testes neuropsicológicos três dias antes do exame. De acordo com Francesca Filbey, líder do estudo, ela decidiu fazer esta pesquisa pois 70% das pessoas que usam maconha também são usuários de nicotina. “A maioria dos estudos sobre a cannabis não analisam o uso da nicotina”, disse a pesquisadora ao site da universidade. “Nós precisamos compreender como o uso combinado destas substâncias altera o funcionamento do cérebro para realmente entender seus efeitos na memória e no comportamento”, finalizou Filbey. O estudo foi publicado no jornal "Behavioural Brain Research".
  12. Depois de Fachin, votam, nesta ordem, os ministros Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. Ministro Luís Roberto Barroso: “Acredito que não se deve prender preventivamente ninguém por tráfico de quantidades insignificantes de drogas” - Eugenio Novaes / Agência O Globo em http://oglobo.globo.com/sociedade/insistir-no-que-nao-funciona-nao-faz-sentido-diz-luis-roberto-barroso-sobre-politica-de-drogas-16177279#ixzz3kb1da9wy alguém tem uma preliminar do pensamento da galera ai mencionada?
  13. "Não será unânime", diz Fux sobre votação da descriminalização do porte de drogas 1 de setembro de 2015, 20h22 http://www.conjur.com.br/2015-set-01/nao-unanime-fux-decisao-acerca-descriminalizacao Por Giselle Souza A decisão do Supremo Tribunal Federal no processo que trata da descriminalização do porte de drogas para consumo próprio não será unânime, afirmou o ministro Luiz Fux, que integra a corte. A declaração foi feita a jornalistas na noite desta terça-feira (1º/9), no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Na ocasião, o ministro lançou o livro Novo Código de Processo Civil Temático. O ministro do Supremo Luiz Fux e o desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, presidente do TJ-RJ Luís Henrique Vicente/TJ-RJ A expectativa é que o julgamento do processo, interrompido por um pedido de vista do ministro Edson Fachin, seja retomado nesta quarta-feira (2/9). A questão é tratada em uma ação que questiona a constitucionalidade do artigo 28 da Lei 11.343/2006 — a chamada nova lei de drogas. Pelo dispositivo, é crime a posse de entorpecentes, mesmo que para consumo pessoal, e a pena para o porte ilegal envolve o tratamento de saúde obrigatório, advertência verbal e prestação de serviços à comunidade. A ação começou a ser julgada pelo Supremo no último dia 20 de agosto. O único a votar até o momento foi o relator do caso, ministro Gilmar Mendes. Ele se posicionou pela inconstitucionalidade do artigo por entender que "fere o direito ao livre desenvolvimento da personalidade, em suas diversas manifestações". Questionado sobre o julgamento, Fux disse que não poderia adiantar o ponto de vista dele, mas afirmou que o Supremo, dificilmente, irá proferir uma decisão unânime sobre o tema. "Como há na sociedade um desacordo moral sobre a descriminalização, isso acabará se retratando no Plenário. Cada integrante [do STF] tem sua percepção e seus valores. Não acredito em uma votação unanime em nenhum sentido", afirmou. Para o ministro, a sociedade está muito dividida sobre a descriminalização. "Em alguns países, se a sociedade não está madura para receber uma decisão sobre um tema deste, o tribunal tem o direito de não julgar, mas no Brasil, por uma regra constitucional, uma vez provocado, o tribunal tem que dar sua palavra", destacou. Novo CPC Fux esteve no Rio para lançar, pela Editora Mackenzie, a obra Novo Código do Processo Civil Temático. O ministro presidiu a comissão de juristas instituída pelo Congresso para elaborar o anteprojeto de lei que reformou o CPC. A nova legislação foi promulgada em março e está prevista para entrar em vigor no mesmo mês do ano que vem. O ministro destacou que o mérito do novo código está em prestigiar os precedentes judiciais e eliminar recursos que protelam a decisão definitiva do Judiciário. Na avaliação dele, a lei atenderá a promessa constitucional da duração razoável do processo. Fux explicou que procurou detalhar no livro, por meio de um índice temático, os indicativos interpretativos de cada dispositivo do novo CPC. “A ideia do código temático é identificar, em cada artigo e parágrafo, o tema tratado, de sorte que os professores de Direito, estudantes, advogados e escritores que tiverem interesse no tema saibam onde encontrar a caracterização jurídica do novo CPC”, afirmou.
  14. Estudantes trocam cigarro diário por maconha, segundo estudo Enquanto 5% se identificaram como fumantes pesados, pouco menos de 6% disseram usar maconha todos os dias 1 SET 2015 http://noticias.terra.com.br/educacao/estudantes-trocam-cigarro-diario-por-maconha-segundo-estudo,ab533fc091f32cfb97808a2456eac525450wRCRD.html Mais universitários americanos estão tornando o consumo de maconha um hábito, ultrapassando o número daqueles que fumam cigarro, de acordo com um estudo divulgado nesta terça-feira (1) pela Universidade de Michigan. As informações são da Fox News . . Número de estudantes que fumam maconha ultrapassa o de fumantes Foto: iStock Em contrapartida, 5% dos estudantes se identificaram como fumantes pesados, aqueles que fumam mais de dois maços de cigarro por dia, um grande declínio da taxa de 19% de 1999. Essas descobertas sugerem que adolescentes e jovens adultos absorveram as informações sobre os riscos do cigarro, porém, cada vez mais optam pela maconha por acharem que ela traz menos riscos, apontou o investigador Lloyd Johnston. “É claro que pelos últimos sete ou oito anos houve um aumento no consumo de maconha entre os estudantes universitários”, disse Johnston. “E isso é um paralelo com o aumento do consumo de maconha entre os estudantes do último ano do ensino médio”. O Instituto de Pesquisa Social da Universidade de Michigan tem estudado uma parcela representativa de universitários de todo o território americano sobre seus hábitos de consumo de drogas e bebidas alcoólicas desde 1980. Em 2014, a porcentagem de usuários que utilizam maconha todos ou quase todos os dias bateu um recorde, além de ser a primeira vez que esse número ultrapassa o de fumantes. Outros dados apontam que 21% dos participantes disseram ter usado maconha pelo menos uma vez no mês anterior à pesquisa e 34% disseram ter usado no ano anterior. O estudo também mostrou que menos estudantes estão abusando de bebidas alcoólicas. Apenas 5% disseram ingerir uma grande quantidade de álcool – pesquisadores definem como alta quantidade entre 15 ou mais drinks de uma vez só pelo menos uma vez nas últimas duas semanas. Já o número de estudantes que disseram ter usado cocaína no ano anterior à pesquisa aumentou de 2,7%, em 2013, para 4,4%, em 2014. Johnston afirmou que o aumento é significante, mas ainda é cedo para afirmar que a droga está retornando com tudo aos campi universitários. Apesar desses números, pesquisadores garantem às mães e aos pais que não precisam se preocupar. Segundo Johnston, metade dos alunos que responderam à pesquisa disse não ter utilizado nenhuma droga no ano anterior.
  15. ESQUERDA AJUDOU A APROVAR LEIS QUE CONTRIBUEM PARA A PRISÃO EM MASSA DE POBRES http://www.brasil247.com/pt/247/favela247/195094/Esquerda-ajudou-a-aprovar-leis-que-contribuem-para-a-pris%C3%A3o-em-massa-de-pobres.htm 1 DE SETEMBRO DE 2015 ÀS 09:29 O advogado e doutorando em Direito Patrick Mariano escreveu artigo para o Página 13 analisando a participação da esquerda para os avanços das forças conservadoras no campo jurídico brasileiro, tendo como resultado um punitivismo desmedido com a retirada dos direitos e garantias fundamentais, sendo a operação Lava Jato sua parte mais visível. "Lei dos Crimes Hediondos, nova Lei de Drogas, Lei das Organizações Criminosas, Lei do Terrorismo são alguns dos exemplos que contribuíram para o encarceramento em massa de pobres e para o caos penitenciário brasileiro. Importante registrar que essas leis foram votadas com o apoio, inclusive, de partidos de esquerda", afirma Por *Patrick Mariano Os equívocos da esquerda no campo jurídico A operação lava-jato é a parte mais visível dos resultados nefastos do avanço das forças conservadoras no campo jurídico brasileiro e de um pensamento ideológico hoje praticamente hegemônico, firmado no punitivismo desmedido e na retirada dos direitos e garantias fundamentais, sob as mais variadas justificativas. O “combate à corrupção”, “combate ao crime organizado”, “combate à impunidade” são os subterfúgios retóricos de uma ação política de ampliação dos poderes de alguns órgãos como Ministério Público e Polícia Federal. Esse discurso é baseado no maniqueísmo de “ficha limpa” versus “ficha suja”, termos como “homens de bem”, corruptos, traficantes e outros instrumentos discursos que dividem a sociedade entre uns e outros, sendo que “os outros” devem ser extirpados do seio social. “Morreu um traficante”, “morreu um bandido”, quem se importa em saber seu nome verdadeiro e as causas da morte? Não sem razão, o discurso de certos juízes é de que “devemos passar o Brasil a limpo”. Esse discurso de limpeza é semelhante ao de representantes do jornalismo mundo-cão em programas como Cidade Alerta e coisas do gênero. Alguns procuradores da república tratam processos judiciais sob o viés da medicina, sendo que o acusado, de sujeito de direitos passa a ser um câncer para as autoridades jurídicas. Não sem razão, o Procurador que chefia a operação lava-jato foi convidado a participar do 31º Congresso Brasileiro de Cirurgia, vestiu um jaleco branco, posou para fotos e foi aplaudido ao buscar na medicina a justificativa para sua atuação institucional. Esta é uma expressão do positivismo italiano, da época pré-fascista, que dizia que um Estado não poderia prescindir do direito penal porque este constituiria um remédio a manter vivo seu organismo. É a velha invocação do Estado como organismo biológico vivo. Pura estultice autoritária. A esquerda, salvo raríssimas e imprescindíveis exceções, aceitou o jogo punitivo. PT, PSOL e outros partidos não se deram conta das armadilhas punitivas que pisaram e apostaram no discurso punitivo com a intenção de combater o “crime organizado”, seja lá o que raios isso signifique. O termo “colocar a Rota na rua”, embora claro seus objetivos de extermínio da população pobre e negra que representa foi colocado no discurso de candidatos petistas para tentar agradar parte de um eleitorado que sempre o rejeitou. O PT, ao assumir a presidência não teve um projeto de poder no sentido de se alterar as instituições, arejá-las aos ventos democráticos, retirar leis penais que sustentaram a ditadura e fazer a disputa política no campo jurídico que deveria ser feita. Descuidou por desídia ou às vezes até por sintonia ideológica. O erro e a irresponsabilidade política como força hegemônica na esquerda ao relegar transformações no campo jurídico, não aprofundar reformas legais sob o viés da Constituição de 1988 e não indicar juristas comprometidos com uma visão libertária de mundo para cargos importantes do sistema de justiça foi fatal. A esquerda descuidou do seu papel de formação de uma consciência jurídica crítica e agora assistimos, estarrecidos, ao uso do poder punitivo sem qualquer controle. Lei dos Crimes Hediondos, nova Lei de Drogas, Lei das Organizações Criminosas, Lei do Terrorismo são alguns dos exemplos que contribuíram para o encarceramento em massa de pobres e para o caos penitenciário brasileiro. Importante registrar que essas leis foram votadas com o apoio, inclusive, de partidos de esquerda. Válido, neste ponto, lembrar o discurso do então deputado do PT, Plínio de Arruda Sampaio, quando da votação da Lei dos Crimes Hediondos: “(…) Por uma questão de consciência, fico um pouco preocupado em dar meu voto a uma legislação que não pude examinar. (…) Tenho todo o interesse em votar a proposição, mas não quero fazê-lo sob a ameaça de, hoje à noite, na TV Globo, ser acusado de estar a favor do sequestro. Isso certamente acontecerá se eu pedir adiamento da votação.” – Deputado Plínio de Arruda Sampaio (PT)”. É preciso, portanto, além de analisar criticamente as arbitrariedades cometidas na operação lava-jato, compreender as razões que levaram o sistema de justiça penal a tamanho retrocesso e o quanto dele se deu com o apoio ou complacência do próprio campo da esquerda. Duas ações do Poder Executivo são emblemáticas da persistência nesses equívocos. A negociação no tema da maioridade penal, quando o governo topou aumentar o prazo de internação de crianças e adolescentes no Senado com a justificativa de receber apoio da bancada do PSDB para barrar a votação da PEC da maioridade na Câmara é sintomática. Ainda que o apoio dos tucanos pudesse ocorrer, o que não se viu na prática, um governo de esquerda jamais poderia aceitar aumento do prazo de internação porque ademais de ineficaz para os fins pretendidos é uma tremenda contradição com uma visão de mundo de um partido ou governo de esquerda. Ao aceitar o jogo punitivo, a ação do governo acabou soprando a favor dos ventos punitivos que vinham da Câmara. Outro equívoco inexplicável foi o envio da proposta que tipifica o crime de terrorismo. Já bastante esmiuçada as razões da sua desnecessidade por juristas sérios, no entanto, em um contexto de completo avanço das forças punitivas, o envio de projeto que criminaliza de forma aberta condutas só pode ser vista como disparate. De modo que ao não ter claro um projeto de poder para o sistema de justiça, sequer uma visão unificada quanto as armadilhas que a ampliação do poder punitivo representa para as classes menos favorecidas, o PT perdeu uma histórica oportunidade de reformar as instituições e o aparato legislativo com vistas a compatibilizá-lo com a Constituição da República de 1988 e fundamentalmente com a ideologia de um partido de esquerda. Fazer uma reflexão sobre a relação entre esquerda e poder punitivo é questão fundamental nos dias de hoje. Embora talvez seja um pouco tarde, refletir pode servir, ao menos, para se evitar a insistência no erro. *Patrick Mariano é doutorando em Direito na Universidade de Coimbra, Portugal; mestre em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília; e integrante da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares-RENAP.
  16. Política de drogas da América do Sul quer focar em pessoas antes da repressão http://noticias.terra.com.br/mundo/politica-de-drogas-da-america-do-sul-quer-focar-em-pessoas-antes-da-repressao,3064a5121a9e4bcc607581e9c935383co82aRCRD.html 31 AGO 2015 23h41 A União de Nações Sul-Americanas (Unasul) aprovou nesta segunda-feira em Montevidéu um documento no qual propõe um novo enfoque na abordagem da problemática das drogas que se afasta do meramente punitivo e que se centrará no ser humano, seu bem-estar e sua saúde. "(O encontro) foi histórico porque a América do Sul foi uma das mais afetadas pela luta contra o narcotráfico. Eu digo isso pela experiência em meu próprio país", disse à imprensa Ernesto Samper, secretário-geral da Unasul e ex-presidente da Colômbia (1994-1998). O texto pactuado hoje entre os 12 países que compõem a Unasul consta de 25 pontos e será repassado à Sessão Especial da Assembleia das Nações Unidas sobre Drogas (Ungass) que acontecerá em abril de 2016 na sede da ONU em Nova York. "Passamos de um enfoque exclusivamente punitivo que veio sendo manejado na América Latina e no mundo para um enfoque muito mais integral (...). Queremos pôr no centro da política de drogas o ser humano, seu bem-estar e sua saúde acima de todos os demais critérios de intervenção", declarou à Agência Efe o diretor de Política de Drogas do Ministério da Justiça da Colômbia, Javier Flores. Por sua parte, Samper assinalou que, "apesar de todos os esforços da política proibicionista atual, hoje em dia há mais de 300 milhões de consumidores de drogas que ainda as seguem consumindo". Nesta linha, destacou o "evidente fracasso" da guerra contra as drogas e fez insistência na "autoridade" que a América do Sul tem para propor uma mudança rumo a um olhar humano sobre o tema devido à "quantidade de pessoas e de recursos econômicos e institucionais" que se sacrificaram para isso na região. Flores, que integra a delegação colombiana nesta reunião da Unasul em Montevidéu, lembrou que na região é onde se "produz quase 100%" da cocaína mundial e onde se registram os maiores índices de violência associados ao problema das drogas. "Portanto, temos toda a legitimidade e possibilidade de levar uma mensagem muito forte a Ungass 2016 e ao mundo inteiro lhes dizendo que a América Latina pode contribuir muito para uma abordagem diferente ao fenômeno das drogas", ressaltou Flores. Esta assembleia da ONU é vista como uma "oportunidade muito importante" para que a região proponha novos enfoques "que devem ser contempladas como outra forma de enfrentar o problema das drogas e não como uma guerra como foi até agora", afirmou Elena Lagomarsino, integrante da Junta Nacional de Drogas do Uruguai. Um dos objetivos fixados para a reunião de abril de 2016 é a adoção de posições comuns nas quais se incluam as diversas realidades e problemáticas dos países da região para poder ter mais peso na hora de propor este novo paradigma. Uma amostra da heterogeneidade da região foi a exposta por Samper, que mencionou algumas posições alternativas às soluções proibicionistas, como a do consumo da folha de coca na Bolívia, a iniciativa chilena para descriminalizar o cultivo doméstico e o uso medicinal de cannabis ou o indulto aos "microtraficantes" no Equador. Além disso, mencionou a legislação uruguaia, que em 2013 aprovou a lei que regula a produção e a comercialização da maconha sob o controle do Estado, impulsionada pelo ex-presidente José Mujica (2010-2015), como uma estratégia para enfrentar o narcotráfico, o que tornou o país em um pioneiro neste tipo de abordagem. Para Samper, não se trata de querer "exportar o modelo uruguaio" porque "ninguém tem a receita para todos", mas de trabalhar em uma política alternativa que surja das distintas experiências sul-americanas. Por sua parte, o representante da delegação argentina nesta reunião na capital uruguaia, Gabriel Lerner, assinalou que não acredita que ocorrerão mudanças de forma imediata, mas avaliou que o "processo de debate e de mudanças em níveis locais e regionais é imparável". "Vemos a Ungass como um momento, não como a finalização, de um processo de democratização e redefinição dos problemas em torno das drogas no mundo inteiro", opinou Lerner sobre as expectativas para a apresentação perante a ONU do documento aprovado pelos países-membros de Unasul. Os 12 países que integram a Unasul são Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.
  17. A descriminalização do “usuário” vai impedir a explosão das prisões? 31/08/2015 15:09 http://www.alagoas24horas.com.br/917972/descriminalizacao-usuario-vai-impedir-explosao-das-prisoes/ Luiz Flávio Gomes* Não, pelo seguinte: continua o problema da distinção entre “usuário” e “traficante”. Em 2006 o legislador brasileiro tomou a decisão (Lei 11.343/06) de implantar uma política diferenciada para o “usuário de drogas”, quem porta drogas para uso pessoal. Teoricamente separou o “traficante” do “usuário”. Para o primeiro agravou as penas carcerárias; para o segundo eliminou a pena de prisão. Isso se chama despenalização (o fato continuou sendo crime, mas sem a pena de prisão). Pretendia-se (discursivamente) evitar a explosão das prisões. Para isso a lei chegou a prever pena diminuída para “pequenos traficantes”. Mas não ofereceu critérios objetivos para se distinguir as três categorias: (a) “usuário”, “pequeno traficante” e “grande traficante”. Considerando que os critérios distintivos entre “usuário”, “pequeno traficante” e “traficante contumaz” são subjetivos ou valorativos (natureza da droga, quantidade, local da prisão, condições do agente etc.), tudo ficou por conta da praxis (com grande margem de arbítrio ou de discricionariedade aos aplicadores da lei). O propósito declarado (prisões somente quando necessárias) resultou frustrado. Houve aumento de 309% nessa população carcerária (de 2007 a 2014). Hoje 27% do sistema é de “traficantes”. São quase 180 mil presos (a um custo mensal per capita de R$ 2 mil). Bilhões são gastos com eles anualmente. Como bilhões de dólares gastaram os EUA com sua política repressiva (sem dar solução para o problema). Agora eles estão mudando (5 Estados já legalizaram a maconha; 21 para fins medicinais). A teoria, na prática, como se vê, é outra coisa. As massas de todas as classes sociais demonizam todos os envolvidos com drogas. Seguem a política de demonização pregada pelos EUA desde as décadas de 60/70 (Nixon, em 1971, declarou “guerra às drogas”). Não se pode ignorar a força política das massas nas oclocracias (mesmo que porventura sustentem teses irracionais, algumas vezes). Dos aplicadores da lei, 60% dos juízes são a favor da criminalização (crime, em regra, com pena de prisão - Estadão 21/8/15: A16). Na prática, sobretudo se se trata de réu jovem, negro ou pardo, pobre, não proprietário de bens nem de “status” e, de sobra, desempregado e fora da escola, a grande maioria acaba caindo na vala comum (traficante). Muitos presos, embora primários, trabalhadores e portadores de quantidades não expressivas de drogas, passaram a ser enquadrados como “traficantes”. Se se repetir o que ocorreu a partir de 2006 (quando veio a nova Lei de Drogas – 11.343/06), é evidente que a descriminalização do “usuário” sustentada pelo min. Gilmar Mendes (STF, RE 635.659-SP) não vai evitar o aumento da explosão carcerária. Claro, até que se chegue o dia da “implosão” do total do sistema completamente falido. Com base no Estado de Direito vigente (princípios e regras previstos nas leis, Constituição e tratados internacionais) o min. Gilmar Mendes votou pela inconstitucionalidade do art. 28 da Lei de Drogas (Lei 11.343/06). Mas isso não significa legalização das drogas (como fez o Uruguai e 5 Estados dos EUA). Ocorre que o Estado de Direito não se confunde com o Poder Punitivo Estatal nem tampouco com o Estado Policialesco. Há muita distância entre o que está programado pelas normas do Estado de Direito e o que acontece na prática por força do Estado Policialesco (que significa a aplicação desproporcional ou desarrazoada do direito vigente). Não existe Estado de Direito puro (Zaffaroni). Todos são perturbados pelos Estados Policialescos. Ambos, no entanto, são regidos por “constituições” completamente distintas. O Estado de Direito segue a Constituição de 1988 (foi com base nela que o ministro Gilmar Mendes descriminalizou o porte de drogas para uso pessoal). O Estado Policialesco, por seu turno, está ancorado no Malleus Maleficarum, elaborado em 1497 por dois padres (Krämer e Sprenger), que é o código (manual) central da Inquisição. A forma mentis inquisitiva nunca morreu. No exercício do Poder Punitivo Estatal frequentemente se pratica abusos, excessos, desproporcionalidades (todos são reconduzíveis à letra ou ao espírito do Malleus Maleficarum). * Jurista e presidente do Instituto Avante Brasil
  18. http://www.theguardian.com/society/shortcuts/2015/aug/31/dabbing-cannabis-crack-concentrated-oil 31-ago-2015 Dabbing: the ‘cannabis crack’ that makes skunk seem weak If smoking a joint is like drinking a pint of beer, doing a dab of concentrated cannabis oil is like necking a quarter pint of vodka. Time for the inevitable tabloid panic? Dabbing, or smoking cannabis oil through a glass pipe. Photograph: DJ Colonel Corn Monday 31 August 2015 15.11 BST As soon as they find out what it is, the tabloids are going to freak out about dabbing. This new technique for getting stoned involves young people heating a pinhead’s worth of super-concentrated cannabis oil with a blowtorch, then inhaling it through a glass pipe. For detractors, it’s known as “cannabis crack”. “Imagine a joint is equivalent to a pint of lager,” says Sam (not his real name) from the London Cannabis Club. “Doing a dab is like downing a quarter pint of vodka.” Even seasoned smokers are surprised by the strength. Street cannabis has around a 15% concentration of tetrahydrocannabinol (THC), the primary psychoactive ingredient. A dab has up to 90%. Those scare stories about skunk are going to look dated very quickly. But like most tabloid scares, it will be misguided. Dabbing is just an extreme aspect of a complex technological and cultural change, at the heart of which is the growing popularity of cannabis oil – a substance produced by putting hash through a process of butane or CO2 extraction. You can use oil for dabbing or, at a much lower concentration, in e-cigarette pens, allowing users to get stoned in public without the police knowing. Or you can apply it to the skin or gums for a milder high. You can even turn it into a cannabis suppository, if that’s your thing. “Dabbing is a very extreme example of concentrated cannabis ingestion,” says Amanda Reiman, the marijuana law and policy manager at the Drug Policy Alliance. “But it’s just a small part of what can be done with cannabis oil.” Cannabis oil being used for its medicinal effects. Photograph: Joe Amon/Denver Post via Getty Images Oil finally offers the opportunity to deliver the medicinal effects of cannabis without the trippy ones. The same process that allows producers to create super-concentrated cannabis for dabbing also lets them cater for people who need cannabis for severe pain but don’t want to be stoned all the time. The versatility of cannabis oil rests on the relative levels of cannabidiols, which deliver many of the medical benefits of the plant but aren’t psychoactive, and THC, which also has medical benefits but is very psychoactive indeed. Growers used to affect the levels by breeding certain strains together, but it’s a messy process. Oil allows far greater control. “We can now take the plant, extract the active ingredients and evenly distribute them in a standardised manner,” Reiman says. “We can turn this unreliable raw material into something that is going to be the same every time.” In that sense, dabbing and medicinal oils are products of the commoditisation of weed after legalisation in certain US states. Producers are tailoring aspects of what the plant does for different consumers: hard psychedelics for young people, and pain relief for those who just want the medicinal benefits. And what started in the US is quickly making its way to the UK. Watch this space: the big tabloid dabbing scare is coming. ____ google tradutor ADAPTAÇÃO CANHAMOMAN(PARTES) Dabbing: o crack da cannabis 'que faz skunk parecer fraco Se fumar um BASEADO é como beber um copo de cerveja, fazendo um pouco de óleo de cannabis concentrado(DAB) é como uma DOSE de vodka. Panico para jornais sensacionalistas!!! Fumando o Óleo da cannabis através de um tubo de vidro. Fotografia: DJ coronel Milho Ian Dunt Segunda-feira 31 de agosto de 2015 10.11 EDT Assim que descobrir o que é, os tablóides vão surtar sobre enxugando. Esta nova técnica para ficar chapado envolve jovens aquecendo o refratário do pipe com um maçarico, com uma barra metalica o óleo de cannabis super-concentrado é colocado, em seguida, inalá-lo através de um tubo de vidro. Para os difamadores e proibicionistas, ele é conhecido como "crack da cannabis". "Imagine um conjunto é equivalente a um pint de cerveja", diz Sam (não é seu nome real) a partir da Cannabis Clube de Londres. "Fazer uma pitada é como virar uma dose de vodka." Mesmo fumantes experientes são surpreendidos pela força. Rua cannabis tem em torno de uma concentração de 15%(só se for lá fora, eles desconhece a paia suja, porca e nojenta que o povo brasileiro esta fumando, até fuminho bom tem uns bichos, um pouco de algodão com não seio o que...) de tetra-hidrocanabinol (THC), a principal ingrediente psico. Um dab tem até 90%. Essas histórias assustadoras sobre skunk vai olhar datado muito rapidamente. Mas como a maioria dos sustos tablóides, ele será equivocada. Tateamento é apenas um aspecto extremo de uma mudança tecnológica e cultural complexo, no coração do que é a popularidade crescente de óleo de cannabis - uma substância produzida colocando de hash através de um processo de butano ou de extração de CO2.(entre outros métodos) Você pode usar óleo para pontuar ou, numa concentração muito mais baixa, em canetas e-cigarro, permitindo aos utilizadores obter apedrejado em público sem a polícia saber. Ou você pode aplicá-lo à pele ou gengivas para uma alta mais suave. Você pode até mesmo transformá-lo em um supositório cannabis, se isso é coisa sua. "Tateamento é um exemplo muito extremo da ingestão de cannabis concentrado", diz Amanda Reiman, a legislação sobre a maconha e gerente de políticas a Drug Policy Alliance. "Mas é apenas uma pequena parte do que pode ser feito com óleo de cannabis". Óleo de cannabis a ser usado para seus efeitos medicinais Óleo de cannabis a ser usado pelos seus efeitos medicinais. Foto: Joe Amon / Denver Post via Getty Images Oil finalmente oferece a oportunidade de entregar os efeitos medicinais da cannabis sem os trippy. O mesmo processo que permite aos produtores para criar cannabis super-concentrada para enxugando também lhes permite atender a pessoas que precisam de maconha para a dor severa, mas não querem ser apedrejado o tempo todo. A versatilidade do óleo de cannabis repousa sobre os níveis relativos de canabidióis, que fornecem muitos dos benefícios médicos da planta, mas não são psicoativas, e THC, que também tem benefícios médicos, mas é muito psicoactiva, de fato. Growers usado para afetar os níveis de reprodução certas estirpes juntos, mas é um processo confuso. Óleo permite um controle muito maior. "Nós podemos agora tomar a planta, extrair os ingredientes ativos e uniformemente distribuí-los de forma padronizada", diz Reiman. "Nós podemos transformar esta matéria-prima não confiável em algo que vai ser o mesmo o tempo todo." Nesse sentido, enxugando e medicinais óleos são produtos da mercantilização de plantas daninhas após a legalização em alguns estados norte-americanos. Os produtores estão adequando aspectos do que a planta faz para diferentes consumidores: psicodélicos duras para os jovens, e alívio da dor para aqueles que querem apenas os benefícios medicinais. E o que começou em os EUA está fazendo rapidamente o seu caminho para o Reino Unido. O Dabbing está chegando
  19. 28 AGO 2015 JUÍZA RELAXA PRISÃO EM FLAGRANTE DE TRAFICANTES MEDIANTE PAGAMENTO DE FIANÇA EM AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA MPCE http://direitoce.com.br/?p=285927 O Ministério Público do Estado do Ceará, interpôs, na quarta-feira (26) passada, os recursos necessários contra a determinação de alvará de soltura, combinado com o Termo de Ciência de Medidas Cautelares, que beneficiaram os acusados do crime de tráfico ilícito de entorpecentes Gardênia Silva Lima e José Wilson Oliveira Gonçalves. A decisão foi expedida no dia 26 pela juíza de Direito da Vara de Audiências de Custódia (17ª Vara Criminal), Marlúcia de Araújo Bezerra. Depois dos encaminhamentos ocorridos durante a audiência de custódia, o processo nº 0184706-54.2015.8.06.0001 foi remetido para a 1ª Vara de Crimes de Drogas. Ao acompanhar os desdobramentos processuais, o Ministério Público com ofício na 1ª Promotoria de Justiça sobre Crimes de Drogas ajuizou, nesta quinta-feira (27), o pedido de prisão preventiva, o que foi acatado pelo Juízo competente. Conforme o inquérito, a polícia havia recebido a informação de que a casa onde mora a acusada Gardênia Silva Lima seria um ponto de venda de drogas. A partir da investigação, a dupla foi presa em flagrante delito, no último dia 20, com vultuosa quantidade de droga, no bairro Parque Castelão pela equipe da Coordenadoria de Inteligência (COIN) da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), enquadrados nos artigos 33 e 35 da Lei nº 11.343/2006 e presos na Delegacia de Narcóticos (Denarc). Em poder dos traficantes, os policiais apreenderam mais de seis quilos de cocaína em tabletes prensados, um quilo de crack, três balanças de precisão, seis potes de bicarbonato de sódio a serem misturados às drogas, cinco aparelhos celulares e R$ 368 em cédulas de valores diversos. De acordo com os promotores de Justiça, o valor de revenda (no varejo) da grande quantidade de drogas apreendidas pode chegar a valer mais de R$ 300 mil. Devido à falta de estrutura no âmbito da Segurança Pública, a audiência de custódia foi realizada seis dias depois da prisão em flagrante. Quando os acusados foram apresentados para o comparecimento à audiência de custódia, a juíza Marlúcia Bezerra relaxou a prisão em flagrante, concedendo liberdade provisória a ambos mediante pagamento de fiança no valor de R$ 7.880,00 e outras medidas cautelares, inclusive com a fixação de tornozeleira. No entanto, a Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso XLIII, considera o tráfico de entorpecentes e drogas afins como crime inafiançável. Este fato causou espanto e provocou a imediata interposição dos recursos judiciais necessários pelo Ministério Público com ofício junto àquela Vara de Audiências de Custódia, visto que não existia nenhuma nulidade na prisão em flagrante, o crime de tráfico de drogas é inafiançável e que a grande quantidade de entorpecentes apreendida chamava a atenção para a necessidade de decretação da prisão preventiva da dupla pela presença dos requisitos da lei. Diante da situação exposta, houve um trabalho ordenado da Secretaria Executiva das Promotorias Criminais, junto com o titular da 1ª Promotoria de Delitos de Drogas, para reverter a soltura irregular junto à Vara Especializada e proteger a sociedade, haja vista a grande quantidade de drogas apreendidas, bem como a periculosidade dos acusados. Embora os representantes do Ministério Público, por diversas vezes, tivessem advertido do risco que as audiências de custódia poderiam causar nos termos como estão sendo realizadas, o que era prenúncio começa a ser constatado. Mais informações com os promotores de Justiça Nelson Gesteira: (85) 99997.3836 ou David Oliveira: (85) 99697.5649. Assessoria de Imprensa PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA / MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ Site: www.mpce.mp.br Fone: 85-3452.3769/3452.3781 Cel.: 85-9997.9431 twitter: MPCE_oficial facebook.com/mpce.oficial
  20. Blitz de trânsito no Brasil vai passar a ter teste de uso de drogas em 2016 http://br.sputniknews.com/brasil/20150826/1966229.html 26.08.2015 A partir do ano que vem, o Brasil vai contar com testes de uso de drogas durante as fiscalizações de trânsito, assim como já acontece na verificação de consumo de álcool, através dos bafômetros. Durante audiência pública na Comissão de Viação de Transportes, da Câmara dos Deputados, em Brasília, o assessor do Denatran Departamento Nacional de Trânsito, Daniel Cândido, explicou que os agentes já foram apresentados ao novo kit de detecção de drogas e alguns são capazes de registrar dezenas de drogas através da saliva. "Olha, deu entrada, na verdade, pra gente avaliar, um equipamento, um produto que mede, na verdade, a questão de substâncias psicoativas. A relação delas é enorme, de 30 a 40, que é feito pelo exame de saliva". Pelo teste será possível verificar drogas como maconha, cocaína e opiáceos, que são obtidos pelo uso de ópio. Dados do Ministério Público, coletados a partir de boletins de ocorrências policiais, laudos de perícia e exames de corpo de delito, revelam que 12% das vítimas fatais de acidentes de trânsito tinham consumido drogas ilícitas. Deste total, 71% usaram cocaína ou crack. O chefe da divisão de Planejamento Operacional da Polícia Rodoviária Federal, Edson Nunes de Souza, explica que a falta de kits para detectar o uso de drogas faz com que os policiais usem a intuição na hora da fiscalização no trânsito, pois os bafômetros não são capazes de detectar o entorpecente. "Se ele apresenta algum comportamento que dá indícios de ter consumido algum tipo de substância e deu negativo no teste de etilômetro, a gente acredita que ele pode estar sob uso de alguma substância ativa. A gente pode encaminhá-lo à polícia judiciária para que esta faça os procedimentos e testes para analisar se realmente ele está sob efeito de alguma droga". A audiência na Câmara foi sugerida pelo deputado Hugo Leal, do Pros do Rio de Janeiro, pois o assunto é tema de debate hoje em todo o mundo. Atualmente, o Brasil conta com a lei 13.103/15, que estabelece a realização de exame para analisar o consumo de drogas em motoristas que tirem ou renovem carteiras de habilitação para caminhão, ônibus e veículos com dois reboques. Leia mais: http://br.sputniknews.com/brasil/20150826/1966229.html#ixzz3k6ZKW4KA
  21. “O debate sobre o canabidiol deu a entender que ele é algo diferente de maconha” O advogado Fernando Silva, o Profeta Verde, fala sobre os desafios da cannabis após regulamentação de um dos seus compostos e do congresso on-line de maconha que começa na segunda Monique Oliveira - Editora-assistente Saúde!Brasileiros 21/08/2015 14:50, atualizada às 21/08/2015 20:36 http://brasileiros.com.br/2015/08/o-debate-sobre-o-canabidiol-deu-entender-que-ele-e-algo-diferente-de-maconha/ Muita coisa aconteceu desde as primeiras edições da Marcha da Maconha, uma das mais importantes manifestações públicas em defesa da legalização da cannabis. Em 2002, quando a marcha despontava por aqui, seus organizadores mal podiam imaginar que um dos compostos da maconha seria retirado da lista de substâncias proibidas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O feito aconteceu o ano passado com o canabidiol (CBD), um dos 80 princípios ativos da erva. O gatilho da história foi o pedido na Justiça de Anny Fischer, 7, para usar o composto. Ela é portadora da síndrome CDKL5, condição que chega a provocar inúmeras convulsões em um único dia. Anny não só conseguiu o direito de usar a substância como deflagrou intenso debate que culminou na mudança do status do CBD na Anvisa. Agora, apesar das boas notícias para o movimento canábico, como a expectativa de uma decisão favorável no Supremo Tribunal Federal para a tão sonhada descriminalização do uso, muitos ainda acham que há muito o que dizer. E, para isso, os idealizadores da Marcha da Maconha preparamo CONNABIS 2015, o primeiro Congresso On-line da Maconha que começa nesta segunda (24) e vai até o dia 30. O CONNABIS não está vinculado à uma instituição ou universidade. Sem financiamento, ele é uma cria da Marcha da Maconha. O acesso ao congresso é para todos e as inscrições estão abertas aqui. O evento vai trazer nomes como Dartiu Xavier e Elisaldo Carlini, psiquiatras da Unifesp, Sidarta Ribeiro, neurocientista da UFRN, Henrique Carneiro, professor de História da USP, entre antropólogos, usuários e ativistas para falar sobre maconha na internet. São especialistas de peso. O psiquiatra Dartiu Xavier já fez estudos diversos nessa ceara. O mais polêmico sugeria o uso da maconha para o tratamento de viciados em crack. Já Elisaldo Carlini, é um dos arautos da maconha medicinal no Brasil. Ele foi um dos primeiros a atestar os efeitos anticonvulsivos da droga -e foi justamente esse efeito que mudou a visão sobre o canabidiol. Mesmo com as conquistas e nomes importantes ligados ao ativismo, o organizador do CONNABIS, Fernando Silva, 30, no entanto, diz que o debate sobre a maconha continua estigmatizado porque a mídia dava a entender que o CBD era algo diferente da cannabis (o composto corresponde a uma importante fatia da erva, junto com o THC, mas é conhecido por não ter efeitos psicoativos). Em entrevista, o advogado fala à Saúde!Brasileiros sobre o CONNABIS 2015 e sobre os desafios do movimento canábico. O Fernando é um personagem curioso e talvez você o conheça mais como Profeta Verde, uma figura que usa uma fantasia verde nas marchas e em ações em defesa da erva. Saúde!Brasileiros: Como se tornou o profeta verde? Fernando Silva: A minha história com a Marcha da Maconha começou quando estudava direito e fui percebendo que uma política de drogas orientada pela repressão ao uso e ao comércio destas substâncias era um verdadeiro equívoco. Além de não impedir o uso destas drogas (ao contrário, os usos aumentaram neste período de guerra às drogas) os efeitos colaterais da proibição foram enormes: fortalecimento do crime organizado, aumento da corrupção de agentes estatais, lavagem de dinheiro, encarceramento em massa de caráter seletivo que atingia especialmente os pobres. Enfim, uma série de danos que se mostravam muito mais graves que os danos específicos do uso das drogas à saúde dos usuários. A partir de 2009, eu passei a me envolver com a marcha da maconha e me aprofundar no debate pela legalização, da maconha e de todas as demais drogas. Entendi que legalizar não era liberar geral, como pensa muita gente, mas criar uma regulamentação sensata, que difere em níveis de controle e acesso conforme os variados níveis de periculosidade da substância. Ao meu ver, tanto a maconha quanto a cocaína devem ser legalizadas, claro que com normas relativas à produção e distribuição de cada uma delas. Em 2011, quando a Marcha da Maconha ainda era proibida, eu decidi usar essa fantasia verde para minimizar o peso do estigma de se participar de uma manifestação tão polêmica. A estética daquela roupa agradou tanto os presentes que decidi criar este personagem que propagaria uma nova era pra maconha: Profeta Verde. 1 / 5 Após ser considerada proibida por apologia às drogas e até formação de quadrilha, ativistas ainda vão para as ruas na histórica Marcha da Maconha de 2011 em São Paulo. Foto: Divulgação/Marcha Esse é o primeiro Congresso que fazem. O que acreditam que precisa ser informado. O que é mais importante hoje nesse debate? Ao concebermos o congresso, queríamos criar mais um canal para a potencialização das vozes da cultura cannábica. O grande objetivo deste encontro é mostrar que os usos da maconha vão muito além daquilo que é mostrado nos noticiários, que quase sempre relacionam o uso ao crime. Também é importante pra gente municiar aqueles que já sentem que algo precisa ser mudado. Oferecemos informações para qualificar o debate que fazem diariamente com seus pares. Mostramos em nossas entrevistas que não é nada absurda a realidade da maconha. Pelo contrário, é muito mais normal e corriqueira do que se imagina. Quais estratégias pensam para que o debate da maconha consiga alcançar outros nichos da população? Precisamos ir abrindo nossos espaços dentro dessa massa informacional gerada pelas veículos de comunicação. O uso da internet para driblar a censura velada feita pela mídia hegemônica é uma de nossas principais estratégias. Eventos de rua como marchas e atos de protesto é outro recurso que adotamos em conjunto com a panfletagem presencial em eventos que atraiam públicos que queiramos atingir. Isso tudo é importante porque as pessoas que não são inicialmente simpáticas ao debate podem até rejeitar nossa mensagem, mas não podem fingir que não existimos. Elas começam, então, a se acostumar com a nossa presença nos espaços públicos. O advogado Fernando Silva, Profeta Verde, em audiência pública no Senado. Foto: Arquivo Pessoal Acreditam que a discussão sobre o uso medicinal da maconha pode ser uma porta de entrada para um debate mais profundo? Sim. Embora seja preciso deixar claro que esta discussão o ano passado [sobre o canabidiol] foi feita de forma eufemista pela mídia hegemônica, que evitava falar de maconha medicinal e dava a entender que o CBD era algo diferente da maconha. A ideia que se passava era que aquele poderia ser regulamentado enquanto esta poderia continuar proscrita, o que se torna um contrassenso, assim como a descriminalização, porque entende-se ser possível o uso sem que ninguém cultive ou comercialize a planta. Independentemente disso, o debate sobre o óleo de maconha rico em CBD foi importante para trazer, pela primeira vez no país, uma visão positiva da maconha que há décadas vinha sendo associada a usos negativos. Agora, estamos tentando aproveitar essa brecha aberta no imaginário público para alargamos a aceitação dos demais usos da maconha. O que acharam do debate em torno do canabidiol o ano passado? A retirada da lista de substâncias proibidas da Anvisa foi um avanço? Além de um tanto falacioso, o debate sobre o canabidiol, ao nosso ver, revelou mais uma vez a força dos interesses econômicos por trás das políticas adotadas. Uma pena que sigamos restringindo a exploração do potencial terapêutico da maconha in naturapara favorecer os interesses da indústria farmacêutica, interessada em patentear e lucrar com os componentes purificados da planta. De toda forma, a mudança da classificação do canabidiol na Anvisa já é uma pequena vitória para uma pequena parcela dos usuários medicinais de maconha que agora podem, em algumas doenças e casos bem específicos, fazerem um uso regulamentar da maconha. Vocês têm um plano de ação para que isso seja uma conquista estendida a todos os componentes da Cannabis? Nosso plano de ação é que a maconha seja legalizada da forma mais ampla possível. Assim, todos os usos medicinais seriam possíveis, mas não só: também os usos religiosos, industriais e até mesmo recreativo, como acontece hoje no Colorado ou no Uruguai. No debate sobre o canabidiol, algo bem frisado foi o fato da substância não ter efeitos psicoativos, ao contrário do THC. O que achou desse enfoque? Essa é uma abordagem reducionista que não leva em consideração o efeito comitiva da maconha, a sinergia entre os mais de 80 canabinoides e centenas de tempernoides capazes de trabalhar no nosso sistema endocanabinoide e regular uma série de funções vitais do organismo. CBD e THC são parceiros que atuam em nosso organismo de forma orquestrada com os demais canabinoides, propiciando os diversos efeitos terapêuticos indicados para diferentes sintomas patológicos. As pessoas procuram vocês para saber sobre o uso medicinal da erva? Esse debate cresceu? Algumas pessoas já nos procuravam pedindo ajuda para obter o acesso à maconha, fosse para o uso medicinal ou recreativo. Após o boom do CBD na mídia em 2014, essa procura aumentou em relação ao óleo de CBD, com muitas pessoas nos procurando para saber como obter o óleo. Hoje, infelizmente, não damos conta de ajudar estas pessoas porque ficamos atados com a proibição que prevalece sobre a regulamentação para a maioria dos casos que chegam até nós. O que diriam para as pessoas que estão tentando usar a erva como medicamento pela primeira vez e têm medo dos seus efeitos? Que procurem outras pessoas que fazem o uso medicinal da maconha e vejam o que relatam de melhora ou piora em seus quadros sintomáticos.
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