-
Total de itens
7978 -
Registro em
-
Última visita
-
Days Won
209
Tipo de Conteúdo
Perfis
Fóruns
Galeria
Tudo que sano postou
-
Eles editaram a pesquisa!!! Bando de safado!!! Antes tinha duas opções, associado e não associado!
-
Sobre a legalização das drogas no Brasil A ABEAD preocupada com o debate muitas vezes equivocado sobre a legalização de drogas vem contribuir para o aprofundamento da questão. O fenômeno “uso de drogas” ontem A Humanidade e sua interface com as drogas é um fenômeno antigo, data da pré-história. O uso de drogas sempre esteve presente nas diversas etapas da evolução da espécie, um uso aculturado e de acordo com sua geopolítica. Isto é, o homem no seu ambiente experimenta as drogas, mais acessíveis e disponíveis, aprende sobre sua ação, contextualiza seu uso para diferentes fins, produz, prescreve e proscreve, diante dos efeitos adversos e não desejados. Agrega seu uso como parte de eventos festivos, ou mesmo em encontros sociais, o uso “recreacional” ou a inclui como objeto intermediário de rituais religiosos e, ou de cura – um medicamento para alma ou para o corpo – cujos registros datam da Antiguidade. Assim o uso das drogas era entendido, como parte da cultura de cada grupo social. O fenômeno “uso de drogas” hoje O homem evoluiu e aprendeu que as drogas, hoje classificadas como psicotrópicas ou de abuso, não são produtos tão simples como se pensava antigamente. Sabe-se que são capazes de alterar a configuração química neuronal, seja de forma aguda ou crônica, com diferentes graus de impacto, modificando para alguns, definitivamente, o sistema nervoso central, desenvolvendo uma grave doença no cérebro, com repercussões muitas vezes fatais. Outro aspecto relevante que foi aprendido sobre o fenômeno, é que seu uso agudo ou crônico, modifica uma das áreas cerebrais de funcionamento muito sofisticado, o qual garante a sobrevivência da espécie: o auto-controle, a motivação, o juízo crítico da realidade, a resiliência. Desta área complexa vem o equilíbrio cognitivo e comportamental, já descritos por meio de observação simples, pelos povos antigos em eventos diversos de consumo de drogas. E mais, comprovadamente hoje, observa-se que as consequências, no curto, médio e longo prazo, vão além do indivíduo, atingem toda a sociedade. Trata-se de um fenômeno complexo, que exige um conjunto de medidas para seu manejo. Soluções simples não protegerão o brasileiro, pois a situação atual apresentada nos levantamentos nacionais e internacionais é muito preocupante: o uso de todas as drogas vem aumentando no Brasil. De outro lado, a política nacional de drogas é ainda muito imatura, incipiente. Considerando que uma política para manejar o fenômeno do uso de droga é composta por medidas preventivas, de tratamento e de controle da oferta, tema que deveria ser o alvo do debate, e não sobre a legalização da maconha; Considerando que, no âmbito governamental e social, observa-se um verdadeiro lobby, muito bem organizado, difundindo a ideia de que a melhor solução seria legalizar todas as drogas, começando pela maconha, estratégia conhecida mundialmente, isto é, primeiro se descriminaliza o uso, depois o “pequeno tráfico”, em seguida se legaliza a droga para uso “medicinal” e recreativo, para finalmente legalizar todas as drogas (ver Editorial da Folha de São Paulo de 29/06/2011, e o caso do estado do Colorado, EUA); Considerando que a tanto a descriminalização como a legalização de drogas nos países desenvolvidos não é vista como uma política de sucesso, ao contrário, a maioria deles tem adotado medidas mais restritivas; Considerando que a legalização de drogas produz uma baixa percepção de seu risco, que produz um aumento agudo do consumo, principalmente entre crianças e adolescentes, cujo risco de evoluir para uma dependência aumenta muito, quanto mais precoce inicia; Considerando que não existe uma política para crianças e adolescentes brasileiros, que lhe garanta o direito de proteção para que não usem drogas e nem sofram suas consequências; Considerando que a sociedade não aprendeu com as drogas já legalizadas como o álcool e o tabaco, cujo impacto no aparecimento de doenças crônicas e incapacitantes é há muito tempo já definido, além de causar morte precoce e que portanto, o debate deveria acontecer na mesma direção daquela adotada pelos países desenvolvidos, como adotar medidas restritivas para as drogas legais, hoje já considerado uma doença pediátrica; Considerando que no âmbito familiar, segundo dados recentemente divulgados pela Universidade Federal de São Paulo (LENAD, 2012), para cada dependente de drogas ilícitas existem, em média, mais quatro pessoas são afetadas de forma devastadora, comprometendo, em inúmeras dimensões, uma população de quase 30 milhões de brasileiros; Considerando que a maconha hoje não é a mesma de antigamente, e que a planta fumada ou na forma alimento não é recomendada como medicamento pelas instituições que protegem a saúde da Humanidade, pois os estudos precisam ser replicados, já que que alguns componentes produzem efeitos adversos agudos e crônicos que colocam o ser humano em risco; Considerando que no âmbito social o consumo está ligado às diferentes formas de violência, e que o consumo vem aumentando no Brasil nos últimos vinte anos, segundo o Conselho Internacional de Controle de Narcóticos, ligada à ONU, que emitiu relatório informando que em apenas seis anos, entre 2005 e 2011, o consumo de maconha no Brasil, avançou de 2,0% para 7,0% da população na faixa etária entre 15 e 65 anos. Finalmente, considerando que a maconha é utilizada por pelo menos 11 milhões de brasileiros (LENAD, 2012), prevalência que vem aumentando, a ABEAD recomenda que se utilizem os princípios éticos, filosóficos e científicos fundamentais necessários para a elaboração de qualquer política moderna para ajustar a política de drogas no Brasil: 1º – Os Direitos Humanos devem ser garantidos, isto é, o direito de não usar drogas: os cidadãos, em especial as crianças, têm o direito de viver num ambiente seguro e livre de drogas, quer em sua família, quer na comunidade. 2º – A prevenção urge e o tratamento é imprescindível, baseado em boas práticas advindas das evidências científicas, para aqueles já dependentes, assim como a reinserção social deve estar integrada nestas medidas. 3º – A redução do consumo de drogas é uma parte relevante da política e deve ser garantido, pois reduz os danos. Tráfico é crime e as penas devem ser revisadas, principalmente aquelas destinadas aos pequenos traficantes. 4º – Todos devem participar do debate e assumir sua parte da responsabilidade para resolver a questão. Será que é preciso debater sobre a legalização da maconha? A ABEAD e sua missão Informar a todos sobre as evidências científicas relacionadas ao tema; Promover um fórum de debates sobre o tema para todos os seguimentos populacionais; Promover pesquisas ligadas aos centros de referência (universidades) sobre o potencial terapêutico de componentes da maconha, que após os estudos serão as prescritoras (para as exceções, inicialmente). Apoiar medidas que protejam a todos: não legalizar outras drogas, pois não existe uma política madura para manejar o fenômeno, e as consequências serão potencialmente ruins. Diante de todas essas informações, você é a favor ou contra as recomendações da ABEAD? http://www.abead.com.br/site/?p=2125 Vota lá!
-
Recreativo ou não para fins estritamente terapêuticos? Sabe como se o judiciário vai concordar? Tentando! Um amigo esta fundando uma associação dessa em SP, outros amigos estão falam em fundar no Rio.
-
Não sei quem é pior, a polícia ou a mídia! Sacanagem essa reportagem!
-
Apenas quis dizer que não piorou nada, é mais do mesmo! Legislativo brasileiro, com raras excessões, é um bando de bunda mole mama teta! Morrem de medo de tomar as medidas corretas com medo de perder votos. Maldito kapital político. O Legislativo sempre foi e sempre será uma merda para esse tipo de mudança! Pode ver que o próprio Osmar Terra ta ralando para aprovar seu projeto de Lei que piora a lei de drogas, que já esta sendo alterado pelo Senado e precisará ser votado de novo na câmara. As mudanças via legislativo demoram anos. No Brasil só temos duas saídas, Executivo e Judiciário. Eu fico com a segunda opção. Por mim forma uma Associação, pede autorização de cultivo para anvisa, ela nega, e então judicializa a questão. Mas quem tem peito? Advogado não falta!
-
Sabe de nada, inocente!!!
-
Talvez O Stf Tenha Tomado Alguma Decisão A Respeito Do Cbd
topic respondeu ao ErvaIsraelense de sano em Ativismo - Cannabis Livre
Você viu foi isso aqui: -
Qual o encaminhamento das propostas de debate de audiência pública no Senado: A proposta permanecerá publicada no portal do e-Cidadania por até três meses para receber o apoio de outros cidadãos. A que receber 10.000 (dez mil) assinaturas durante seu prazo de publicação será encaminhada para a Comissão Parlamentar correspondente, que, avaliando a pertinência da proposta, deliberará sobre a conveniência e oportunidade de sua realização. É importante destacar que se trata de proposta de discussão. A efetiva realização da Audiência Pública dependerá de aprovação pelo plenário da Comissão respectiva. Também ficará a juízo dos senadores e senadoras a designação de data para sua realização, bem como dos especialistas que serão convidados a participar. Se, no decorrer dos 3 meses, a proposta de debate não alcançar a quantidade de assinaturas necessárias, será automaticamente encerrada para apoio, ficando disponível para consulta em área específica do sítio.
- 56 replies
-
- 3
-
- e-cidadania
- portal
-
(e %d mais)
Tags:
-
Plant scientist, manda um sos contando todo o ocorrido e de onde você que estou aqui na escuta. Edit: Localizei o email no SOS.
-
As 7 Datas Mais Importantes Para A Cannabis Livre
topic respondeu ao BenderPenguino de sano em Ativismo - Cannabis Livre
Galera, precisamos nos mobilizar! Dia 13 será o tema "Atores Sociais contra a Regulação da Maconha!". Se as pessoas que defendem o cultivo não estiverem na platéia, será um massacre! Os religiosos, os donos de clinicas, os dependentes químicos estarão presentes em massa de novo! Se a galera aqui não comparecer não vai ter como dar o suporte que o Senador precisa. Ontem foi pressão, muitos estresse, muitas discussões, muito difícil o diálogo. Por isso, é fundamental que os cultivadores ocupem os espaços e dispute esse debate com os proibicionistas!- 202 replies
-
- 6
-
- legalizacao
- cristovam
- (e %d mais)
-
21/09 um dia muito especial para mim. Nessa data, em 2008, fiz me cadastro no Growroom.net. 6 anos atras eu era um advogado civilista medíocre, e hoje sou referência nas questões jurídicas sobre a maconha. Quando o criador do GR me chamou para ajudar, eu não podia imaginar as emoções que eu iria passar e o quão vivo eu iria me sentir dali em diante. Graças ao GR pude fazer o que mais gosto que é ajudar e ser útil ao próximo. Em 6 ano...
- Mostrar comentários anteriores %s mais
-
Caramba parabéns cara. Já ouvi bastante de você e sua ajuda ao nosso amor e causa. Em nome de todos os maconheiros que tão aqui em casa fumando comigo, obrigado!
-
Sim, essa será a próxima empreitada jurídica! Cultivar a própria medicina é um direito ancestral do Homem. Uma tecnologia arcaica que deve ser novamente utilizada! Temos um amigo com prognóstico muito ruim dos médicos, e que faremos de tudo para ele entrar para os livros de medicina como um caso inovador com uso da cannabis medicinal.
-
3.6! E já posso falar que vim, vi e to vencendo!
-
Atualizado: 27/08/2014 18:48 | Por LÍGIA FORMENTI, estadao.com.br Justiça manda liberar remédio com componente da maconha A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou por meio da assessoria de imprensa não ter sido notificada... Compartilhar1 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou por meio da assessoria de imprensa não ter sido notificada sobre a decisão da Justiça de Minas que determinava a liberação de medicamento que leva em sua fórmula o principal componente da maconha, o Tetraidrocanabinol (THC). A agencia afirma que quando for oficialmente comunicada encaminhará uma notificação para a liberação do produto importado pela paciente. Esta é a primeira vez que a Justiça determina que a Anvisa libere um remédio a base de THC, uma substância proibida no Brasil. Este ano, decisões semelhantes foram proferidas pela Justiça para permitir a liberação do canabidiol, outra substância derivada da maconha, que igualmente figura na lista de proscritos, mas sem efeito psicoativo. Até agora, a Anvisa já autorizou 50 pedidos de importação dos medicamentos a base de canabidiol. As solicitações começaram a ser feitas em abril, quando mães e familiares de crianças que sofrem de crises convulsivas passaram a recorrer ao produto, considerado suplemento em outros países, como alternativa de tratamento. Dos pedidos de canabidiol, dois são fruto de ações judiciais. O remédio com THC, alvo da decisão judicial é o sativex. O medicamento já é registrado em outros países. No Brasil, no entanto, não há pedido para registro. A Anvisa esclareceu que pacientes com recomendações médicas têm alternativa de encaminhar diretamente para a agência um pedido para liberação de importação de medicamentos que não tem registro no País, sem necessidade de recorrer à Justiça. Para isso, é preciso apresentar um pedido excepcional de importação para uso pessoal. Esse pedido deve vir acompanhado de prescrição médica, laudo e termo de responsabilidade. O prazo médio para análise dos documentos e definição sobre liberação é de uma semana. http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/justiça-manda-liberar-remédio-com-componente-da-maconha
-
Deixando claro que essa é mais uma vitoria dessa casa aqui. #CJGR
- 47 replies
-
- 27
-
Anvisa libera remédio com substância da maconha após decisão da Justiça 27/08/2014 02h00 Uma moradora de Belo Horizonte pode ser a primeira paciente do Brasil a conseguir importar medicamento à base de THC, principal componente ativo da maconha. O tetraidrocanabinol faz parte da lista de substâncias proibidas no país pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A compra de remédios com canabidiol, outro componente da erva, já tem sido autorizada. PROIBIDO 2 A estudante Juliana de Paolinelli Novaes, 35, obteve decisão do Tribunal de Justiça de Minas que obriga a Anvisa a autorizar a compra do Sativex. O remédio, aprovado em 11 países, será para tratar dores crônicas e espasmos causados por um problema na coluna. A mineira aparece no documentário "Dor", dirigido por Tarso Araujo e Raphael Erichsen e disponível no YouTube. PROIBIDO 3 A Anvisa informa que não foi notificada da ação e que esse é o primeiro caso de pedido de importação de THC. Segundo o órgão, a solicitação pode ser feita sem medida judicial, como também ocorre com o canabidiol. "É difícil na prática. Empresas se recusam a importar, alegando a proibição do composto", diz a estudante. http://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2014/08/1506128-anvisa-libera-remedio-com-substancia-da-maconha-apos-decisao-da-justica.shtml
- 47 replies
-
- 26
-
Com apoio de um pequeno grupo de usuários do Growroom - e com a coragem transformadora de dois pacientes -, conseguimos inserir a questão do cultivo caseiro na discussão da regulamentação da maconha que acontece no Senado Federal. O debate começou em fevereiro deste ano, quando a proposta de iniciativa popular (SUG8/2014), que sugere a legalização da erva, chegou à Casa através de uma petição com 20 mil assinaturas. Maria Antonia e...
-
Atualizando: Você é a favor da legalização da maconha? Sim, tanto para uso medicinal como recreativo 49,64% Não, em nenhuma ocasião 39,32% Sim, mas apenas para uso medicinal 11,04% 2.384 votos
-
Resultado atualizado! Você é a favor da legalização da maconha? Sim, tanto para uso medicinal como recreativo 47,54% Não, em nenhuma ocasião 41,07% Sim, mas apenas para uso medicinal 11,39% 2.275 votos
-
O problema que vivemos num oligopólio da alienação. O Estado pode alienar, a religião pode alienar, os meios de comunicação podem alienar, a internet pode alienar, os esportes pode alienar, algumas drogas consideradas lícitas podem alienar... Mas basta defender a reforma da política de drogas para um idiota vir falar que legalizar a maconha é criar uma nova industria do vício. É claro que ele esta defendendo conservar esse mercado das industrias do vício que já existem. Não quer uma nova concorrente, uma concorrente que (paradoxalmente) não vicia, que não mata, que cura, que pode ser cultivada em casa... Vamos criar uma nova economia, sem repetir os erros das verdadeiras industrias do vício (álcool e tabaco) e que se prepare esse estabilishment senão vai virar desestabilishment!
-
-
Galera, ta rolando uma enquente no site e estamos perdendo! Vota lá! http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2014/08/23/legalizar-a-maconha-e-criar-industria-do-vicio-diz-conselheiro-do-obama.htm
-
Legalizar maconha é criar nova indústria do vício, diz conselheiro de Obama Legalizar o uso da maconha cria mais uma "indústria do vício" e, ainda, não ajuda a acabar com o tráfico, afirma Kevin Sabet, 35, especialista norte-americano que integrou a equipe de controle de drogas do governo de Barack Obama. Para ele, a politização do "tema da moda" mascara o impacto da droga na saúde pública, cujo consumo cresce entre adolescentes. Em entrevista exclusiva ao UOL, Sabet mostrou dados de uma pesquisa recente que apresentará na palestra "Impacto da legalização das drogas", organizada pela SPDM - Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina. O evento ocorre neste sábado (23) em São Paulo. Um dos casos analisados por Sabet é o do Colorado, que permite tanto o uso da "maconha medicinal" (desde 2001) como recreativa (a partir deste ano). No Estado, a venda da droga é proibida para menores de 21 anos. Mesmo assim, sete em cada dez adolescentes em tratamento contra dependência química admitiram ter usado maconha medicinal de outra pessoa –e, em média, isso ocorreu 50 vezes. Ainda no Colorado, Sabet afirma que o número de jovens entre 12 e 17 anos que usaram maconha cresceu de 8,15% (em 2009) para 10,47% (em 2011), bem acima da média nacional, que é de 7,55%. No caso de adultos no Estado, dobrou o número de motoristas que, sob o efeito de maconha, se envolveram em acidentes de carro com morte. O índice passou de 5% em 2009 para 10% em 2011. Nos 19 Estados norte-americanos que permitem o uso de maconha em tratamentos médicos, Sabet diz que três em cada cinco estudantes do último ano do ensino médio conseguem drogas com "amigos". Só 25% compram drogas de traficantes ou estranhos. A margem de erro não foi informada. Arte/UOL Mapa da legalização da maconha nos EUA Uso medicinal e recreativo legalizado Colorado e Washington Uso medicinal legalizado Arizona, Califórnia, Connecticut, Delaware, Distrito de Columbia, Havaí, Illinois, Maine, Maryland, Massachussets, Michigan, Montana, Nevada, New Hampshire, New Jersey, Novo México, Oregon, Rhode Island, Vermont Legalização em análise Flórida e Alaska O sociólogo, que estuda há 18 anos políticas em relação a drogas e atualmente é conselheiro sênior do Instituto de Pesquisa de Crimes e Justiça da ONU (Organização das Nações Unidas), diz que os números são alarmantes. "É a inauguração de uma nova indústria que quer apenas aumentar o vício das pessoas." Até mesmo o uso da maconha para tratamento médico é desaprovado por Sabet. "Nós não chamamos a morfina de 'heroína medicinal'. Usar o termo 'maconha medicinal' só confunde as pessoas e vem acompanhado da crença de que você tem de fumar para obter os benefícios", critica. Atualmente, ele se dedica ao Projeto SAM – Smart Approaches to Marijuana(Abordagens Inteligentes para a Maconha). A organização sem fins lucrativos tem como missão diminuir o uso de maconha no mundo, "sem demonizar, nem legalizar" a droga. Confira abaixo a íntegra da entrevista: UOL – O senhor concorda com a legalização da maconha para fins medicinais e para recreativos? Kevin Sabet – Muitas vezes o debate é pintado em branco e preto, como se você tivesse de ser ou a favor dos altos gastos com criminosos ou a favor da legalização. Eu não concordo com isso. Acho que existem muitas políticas mais inteligentes que não caem nessa polarização. O que estamos vendo em Estados como Colorado e Washington [onde o uso medicinal e recreacional da maconha é permitido] é a inauguração de uma nova indústria que quer apenas aumentar o vício das pessoas. O tipo de legalização que me preocupa é a que está acontecendo nos Estados Unidos e que tende a acontecer no restante do mundo: a industrialização e promoção de outra indústria viciante. Em termos de efeitos, também temos de pensar, seja em relação à maconha e outras drogas como cigarro e até mesmo álcool, no futuro da nossa força de trabalho. Que tipo de trabalhadores e estudantes queremos? É claro que não queremos promover o uso de cigarros para nossos estudantes, mas se você vai para a escola e é fumante, a sua cognição não é diminuída, você ainda consegue aprender. Você não vai ter câncer de pulmão amanhã. Mas no caso da maconha é diferente. Ela prejudica a pessoa em termos de aprendizado, memorização, atenção, motivação. Já vivemos um desastre em relação à indústria do tabaco e do álcool, e acho que não queremos elevar a maconha a esse nível. UOL – Há diversos estudos, citados inclusive sobre a maconha ajudar pacientes com câncer, desde conter o crescimento de tumores, estimular o apetite, diminuir a náusea e aliviar a dor. Diante de tantos benefícios, é possível defender a proibição total da droga? Sabet – Ter medicamentos que usam substâncias derivadas da maconha é algo promissor. Mas nós não fumamos ópio para ter os efeitos da morfina. Nós não chamamos a morfina de "heroína medicinal". Usar o termo "maconha medicinal" só confunde as pessoas e vem acompanhado da crença de que você tem de fumar para obter os benefícios. Nos Estados Unidos, os chamados "usuários" dessa maconha medicinal são em 98% dos casos homens entre 30 e 40 anos sem câncer terminal. Eles também não são soropositivos para HIV, não têm esclerose múltipla nem esclerose lateral amiotrófica. Basicamente, eles têm dor na região lombar. Lógico que devemos tratar a dor deles, mas há outras saídas. A impressão das pessoas é que a maconha é boa porque há pacientes morrendo de câncer que precisam dela. Mas, francamente, se você está morrendo de câncer, com seis meses de vida, eu não ligo para o que você vai usar [para dor]. Além disso, as leis estão sendo escritas de forma muito ampla e, em muitos Estados americanos, a legislação é defeituosa. O Colorado começou a vender a droga em 2008. Tudo o que você precisa é ser maior de 18 anos e ter dor de cabeça para conseguir maconha. Você é a favor da legalização da maconha? Não, em nenhuma ocasião 46,82% Sim, tanto para uso medicinal como recreativo 40,83% Sim, mas apenas para uso medicinal 12,35% 1.985 votos UOL – O que devemos fazer então para ajudar pacientes que precisam da "maconha medicinal"? Sabet – Temos de realizar programas especiais de pesquisa que deem acesso aos pacientes a medicamentos experimentais. Não devemos vender maconha na esquina, em uma loja, e dizer que é remédio, porque esse não é a forma de atuar da medicina. Eu não gosto dessa politização da medicina, a medicina deveria estar no campo científico. Se cientistas no Brasil disserem amanhã que precisamos fumar maconha para obter os efeitos [benéficos], temos de entender o porquê disso e aprender. Mas não acho que é o caso atual. Vamos estudar os componentes da planta. Eu sei que pode ser muito bom para um político dizer que é a favor da maconha medicinal. Mas, sinceramente, não devemos confiar em políticos falando sobre questões científicas [risos]. Vamos ouvir os cientistas. E eles não estão dizendo para você fumar um baseado para se livrar do seu câncer. UOL – No começo do ano, Obama disse que fumar maconha não é mais perigoso do que beber álcool, mas frisou que, de qualquer modo, é "uma ideia ruim". O senhor concorda com ele? Sabet – Primeiro, não acho saudável que haja essa equivalência de dizer que uma coisa é melhor que outra, porque são diferentes. O álcool afeta o seu fígado, a maconha afeta os seus pulmões. O álcool afeta certas partes do seu cérebro, a maconha, outras. No caso do álcool, nós temos uma aceitação cultural. O álcool não é legalizado porque é um sucesso para a saúde pública. Ele é legalizado porque vem sendo usado há milhares de anos na cultura ocidental, essa é a única razão. No caso da maconha, ela não é usada há milhares de anos pela maioria da população ocidental e não queremos repetir a experiência [como a do álcool] de novo. Eu conheço muito mais pessoas que bebem uma taça de vinho sem intenção de ficarem bêbadas. Não conheço quem fume um baseado sem o intuito de "ter um barato". A razão para fumar um baseado é se drogar. Eu não bebo, então não teria como explicar propriamente, mas não estou justificando fazer uma coisa e não outra. Há uma diferença cultural em relação ao álcool que torna a comparação com a maconha falsa. UOL – Nosso ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, é um dos defensores da legalização da maconha. O que o senhor acha de políticos como ele? Sabet – É muito curioso que tenhamos políticos que já não ocupam mais cargos executivos a favor da legalização. É a última moda, faz com que eles voltem ao noticiário e os torna mais relevantes. Não sei no Brasil, mas nos Estados Unidos, quando você se torna ex-presidente, você já não é mais relevante [risos]. Ninguém mais fala de George W. Bush, nem mesmo do Bill Clinton. É uma abordagem muito simplista. Visitem as favelas. Você acha que mais drogas vão ajudar essas comunidades? Isso oferece alguma esperança a eles? Não é uma visão esperançosa. Ampliar Veja mitos e verdades sobre drogas24 fotos 23 / 24 Maconha queima neurônio? PARCIALMENTE VERDADE: estudos comprovam que fumar maconha antes dos 15 anos de idade diminui o QI, mas essas mesmas pesquisas mostram que, após os 20 anos, a maconha não traz problemas cognitivos. "Essa diferença tem a ver com a maturação do cérebro, porque na adolescência ele ainda está terminando de se formar. Entre os 15 e os 20 anos é uma faixa nebulosa, onde não foi possível comprovar qual o impacto. Ainda assim, consideramos uma idade de risco", explica Thiago Marques Fidalgo, psiquiatra do Hospital A.C.Camargo Leia mais Getty Images UOL – Se você fosse candidato à presidente do Brasil e em um debate fosse perguntado se é a favor ou contra a legalização da droga, o que falaria? Sabet – Eu defenderia uma abordagem ligada à saúde em relação às drogas em geral. Isso significa aumentar o acesso a tratamento, com intervenção precoce, com treinamento dos médicos para identificar os sinais do vício. Tratar todos os problemas bem cedo, sem esperar que alguém dê entrada no hospital porque está usando crack ou cocaína há quatro anos. Quero que descubram o vício já no primeiro mês de uso para evitar o agravamento da doença. E eu certamente não iria querer começar uma nova indústria como a do tabaco ou do álcool, vendendo a droga. E eu também olharia para as questões fundamentais. Por que as pessoas estão usando crack? O que acontece na comunidade onde vivem? São questões muito mais difíceis, mas são muito mais importantes do que dizer se devemos legalizar uma droga ou não. UOL – Os dados colhidos pelo senhor sobre o Colorado mostram que a legalização da droga teve consequências ruins, principalmente para adolescentes. Sabet – Isso acontece porque a legalização não elimina o mercado negro, o tráfico. E essa é a promessa, de que vamos nos livrar das gangues. As gangues estão muito felizes agora porque eles têm preços mais baixos. No Colorado, custa US$ 300 (R$ 684) para se comprar 35 gramas de maconha legalizada. Com traficantes, o preço é US$ 150 (R$ 342) para a mesma quantia da droga. Você não vai à loja de maconha recreacional para pagar o dobro do preço? Além disso, a venda é proibida para menores de idade. Se quiserem maconha, onde vão comprar? Com traficantes. Todas essas promessas de que o tráfico iria acabar e o recolhimento de impostos aumentar não estão se concretizando. O governador do Colorado, pela quinta vez consecutiva, diminuiu a estimativa de recolhimento de impostos com esse comércio. UOL – Então, como acabar com o tráfico da droga? Sabet – A única maneira que haveria para acabar com o tráfico é vender a droga a custo de produção. Em outras palavras, seria como tentar se livrar do tráfico de crack ou cocaína vendendo a droga por centavos para cada dose. Do ponto de vista da saúde pública, você não quer isso. Você quer justamente aumentar os impostos do cigarro, você tenta aumentar os custos porque quanto mais caro, menos pessoas vão querer aquilo. Você talvez consiga se livrar de alguns dos malefícios e reduzir um pouco o tráfico, mas não eliminá-lo. A saída, mais uma vez, é diminuir o número de viciados com tratamento e campanhas de conscientização. UOL – No caso dos adultos, o senhor mostra que dobrou o número de acidentes com mortes envolvendo motoristas sob efeito da maconha no Colorado. Sabet – Defensores da legalização poderiam até argumentar que os motoristas "não estavam sob efeito da droga", mas como eram acidentes fatais, testes nas vítimas mostraram altos níveis das substâncias derivadas da maconha nos organismos. Claro que nem todo acidente causado por um motorista bêbado ocorre devido à ingestão do álcool. É o mais provável, podia ter ocorrido porque ele enviava um SMS no momento. Mas é um grande fator de risco. Muitos adolescentes pensam que dirigir sob influência da maconha é seguro. Mas costumo dizer que é perigoso dirigir, em uma via cujo limite é 70 km/h, tanto a 30 km/h como a 100 km/h. Mesmo que a maconha torne você mais lento, isso também é perigoso. Ela também afeta o seu senso de profundidade e seu tempo de reação. UOL – Não deveria haver leis mais severas no Colorado contra esses motoristas? Sabet – O problema da legalização é que você cria espaço para um grupo político completamente novo, que fará de tudo para tornar o acesso à droga o mais fácil possível. Então, durante as campanhas de legalização eles dizem: "não se preocupe, nós vamos fiscalizar e regulamentar". No minuto seguinte, eles se esquivam. No poder, eles detêm o dinheiro, vão influenciar o conselho das cidades pequenas, dar dinheiro aos políticos para criar 20 lojas vendendo maconha em uma comunidade local. Ou seja, você tem esses defensores que vão tentar minimizar todos os malefícios de dirigir sob influência da droga. A mensagem deles para as crianças, por exemplo, é que fumar maconha é mais seguro que beber álcool. UOL – Se legalizar não é uma opção, quais seriam então as propostas para reduzir o consumo da droga? Sabet – A questão é: o que você acha pior? Um mercado legal que atingirá 25 a 50% da população, porque vai aumentar o uso da droga, ou um mercado ilegal que chega a 7%? As duas coisas são ruins, mas eu optaria pelo segundo cenário e trabalharia para reduzir essa taxa. Precisamos de campanhas de prevenção e conscientização melhores, principalmente para adolescentes. Nos últimos dez anos, as pesquisas científicas avançaram tremendamente no que diz respeito aos efeitos da droga no cérebro dos adolescentes mas, ao mesmo tempo, a percepção desses jovens dos malefícios da maconha está diminuindo. Isso se deve muito às discussões sobre legalização. Muitas pessoas acham que a maconha não vicia, mas vicia sim. E também está associada a doenças mentais graves. Precisamos de mais campanhas, mais pesquisas, mais tratamento. No caso do tráfico, precisamos dar mais alternativas aos jovens, para que a venda da droga não se mostre mais lucrativa que um trabalho legítimo. É necessário resolver os problemas sociais. UOL – O Uruguai recentemente legalizou a venda da droga do país, que deveria começar em novembro, mas foi postergada para 2015. Isso justamente porque o governo ainda estuda métodos eficientes para identificar quem compra. Na ocasião, José Mujica criticou o modo como a droga vem sendo legalizada nos EUA, "de qualquer jeito" e "com irresponsabilidade que assusta". O senhor concorda com Mujica? Sabet – Ele é muito inteligente ao dizer que não quer copiar a situação do Colorado e de Washington, porque isso seria um desastre total. Não ficaria surpreso se a venda da maconha no Uruguai nem mesmo comece ou, ainda, nunca aconteça. Não é uma medida popular, o governo gastou alguns milhões em campanhas tentando convencer as pessoas de que isso é algo bom, e mesmo assim 70% são contra. O argumento racional é "vamos acabar com o tráfico", mas, de novo, a menos que você dê a droga, dê maconha para crianças de 10 anos, ainda vão existir traficantes. E não é isso que você quer. O próprio presidente [Mujica] disse que não gosta da maconha, não é a favor dela, só quer controlá-la. Essa é uma abordagem muito melhor que a dos Estados americanos. Ele é muito mais honesto que alguns caras nos EUA. Mas ainda assim não acho que os uruguaios tenham um programa viável. Eles estão percebendo que é muito mais complicado do que acharam que seria. Então, boa sorte para eles. Sou muito cético. UOL – Para os Estados Unidos, é preocupante que um país latino-americano legalize a maconha? Sabet – Não sei se seria um problema, mas é estranho para os Estados Unidos. O país não quer a legalização, mas está acontecendo no âmbito estadual. O governo norte-americano simplesmente vai ignorar a questão. Para ser sincero, só vemos eles [uruguai e Mujica] mencionados no jornal quando o tema é maconha. Eles [Obama e Mujica] nem conversaram sobre isso quando se encontraram. Então, não é uma preocupação para os Estados Unidos. UOL – Recentemente, tivemos aqui no Brasil o caso de uma menina de cinco anos com epilepsia grave que causava mais de 60 convulsões diárias. Após ocanabidiol, ela teve sensível melhora no estado de saúde. Porém, os pais estavam "contrabandeando" a substância, e não estavam satisfeitos com isso. Como é essa questão nos EUA? Sabet – Também temos esse problema nos Estados Unidos. Mais de 400 crianças estão recebendo canabidiol na forma líquida legalmente pelo governo. No entanto, você não tem dados que mostrem a eficácia da substância. Se um pai está de acordo de que a substância é experimental, sem comprovação, então por mim tudo bem. Não vou dizer a um pai de uma criança que sofre centenas de convulsões por dia para não usar algo que vai ajudar. Mas traficar ou plantar a maconha no quintal não resolve o problema. É preciso regulamentar o uso do canabidiol pelas áreas farmacêuticas e de saúde. http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2014/08/23/legalizar-a-maconha-e-criar-industria-do-vicio-diz-conselheiro-do-obama.htm