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Bas

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Tudo que Bas postou

  1. Contamos com a ajuda de todos na elaboração do texto que irá no corpo do e-mail. Focando principalmente na violência a Marcha num país que deveria presar pela democracia.
  2. Todos terão acesso a essa ferramenta Mas através dela só podem enviar o texto que ali estiver, o qual será escrito pelo Growroom.
  3. Poderemos usar essa ferramenta para varios fins no futuro!
  4. Estamos implementando essa ferramenta em carater de urgência Se alguem tiver sugestões, postem aqui. O email do texto precisamos redigir ainda. As autoridades que irão receber também ainda precisa ser decidido. É só mais a estrutura da ferramenta. Vamos com tudo! Valeu Galera!
  5. Video do Growroom - Melhores momentos da Marcha
  6. Uma marcha de familia Autor: Ivan Moraes Filho Disseram que ia começar às 14h e foi mais ou menos a hora que eu cheguei na Rua da Moeda, onde estava marcada a concentração para a Marcha da Maconha do Recife. Mas eu acho que já deveria saber que quando a galera fala “14h” é mais uma figura de linguagem que significa mais ou menos “naquela hora da tarde”. Pois nesse momento, chamavam mais a atenção os 40 policiais destacados para acompanhar a manifestação que o punhado de ativistas que conversavam sobre futebol-imprensa-PMpaulista-maconha-ministériopúblico-política. Aproveitei o atraso pra tomar um sorvete e fui sacando a galera que chegava pouco a pouco. Tinha artista, jornalista, advogada, estudante, ambulante, desempregado, médico, psicóloga, ongueiro, funcionário público. Claro que tinha uma túia de produtor cultural, afinal de contas, lembre-se que estamos no Recife. Tinha gente de cabelo rastafari, longo, curto, cacheado, preto, loiro e branco. Tinha até gente sem cabelo nenhum. Gente com a camisa do Sport e do Santa Cruz. Não vi ninguém com a camisa do Náutico, mas devia ter também. Muita garotada, muitos negros, muitas meninas. Algumas pessoas mais velhas.Um senhor nos seus cinquenta-e-poucos vinha vestido com roupa de missa, sem largar da mão de sua senhora que marchou de saia longa e saltinho. Jovens casais levando a filharada pra participar da caminhada. Crianças que estão aprendendo cedo que às vezes a gente se junta pra mostrar pra todo mundo que tem coisas que estão erradas, mas que podem ser diferentes. A turma da organização chegou e tratou logo de cumprimentar os policiais, reafirmando o compromisso firmado junto ao Ministério Público durante a semana. Sorrisos, apertos de mão, palavras cordiais de um lado e de outro. Gentileza, como devem ser as relações entre pessoas, trabalhando ou não. Até o tempo resolveu dar uma força. Nem a chuva cabulosa que incomodou durante a semana, nem o sol escaldante que incomoda o ano inteiro. E caminhamos. E na tarde de domingo, as ruas costumeiramente desartas do Recife Antigo ganharam cores e sons. No carro de som, vozes diferentes alternavam-se para falar sobre o que pretende a manifestação. Argumentos sóbrios procuravam esclarecer sobre o custo social e econômico da legislação atual; sobre o preconceito que sofre o usuário da erva; sobre a relação entre a proibição e o racismo; sobre as propriedades medicinais da planta; sobre a legitimidade de a sociedade unir-se pela mudança. Entidades diversas demonstraram seu apoio à marcha. Grupos culturais e da juventude, associações feministas, conselhos de classe, organizações não governamentais e partidos políticos de esquerda como o Psol e o PSTU. Como manda o “manual para protestos e demonstrações populares em geral”, as falas eram intercaladas por canções de Edson Gomes, como o clássico “vamos, amigo, lute”, hit nos auto-falantes de sindicatos e afins. “Óia, óia! Maconheiro é boia!” Nos ‘gritos de guerra’ entoados durante o percurso, pitadas de irreverências temperavam a marcha. “O latifúndio / é uma vergonha / queremos terra pra plantar maconha”, rimaram. Mais na frente, uma adaptação dos estádios virou “Um, dois, três/ quatro, cinco, mil / queremos que a maconha legalize no Brasil”. Tudo bem, a concordância não tá certa, mas você entende, então não empombe. Também teve vaia pra a Polícia Militar de São Paulo e aplausos para a PM pernambucana, que não registrou nenhuma ocorrência durante a marcha (olha, coronel, que eu também falo quando tem coisa boa!). Por onde passava, a massa de manifestantes chamava a atenção pela alegria. Na frente de uma igreja, a galera que se esperava a hora de um casamento correu pra ver, sorrir, aplaudir e fazer imagens da marcha. Numa passarela de estacionamento de um xópim center, um casal com os filhos aplaudia o movimento. Ao final, caminhamos quase duas horas. Foi devagarinho, nem deu pra suar. Mas deu pra encontrar muitos amigos queridos e conversar sobre a crescente politização da marcha e sobre as (boas) mudanças pelas quais nossa sociedade e nossas leis devem passar nos próximos anos. E sobre o prazer que é poder participar desse movimento todo. Obs. As fotos que ilustram este post foram gentilmente cedidas or João Carlos Mazella. Eu até apareço em uma, você é capaz de encontrar? Tem outras muito boas no site dele.
  7. Marcha da Maconha ocorre em Porto Alegre sem repressão da polícia Manifestação foi pacífica no Parque da Redenção, na capital gaúcha, após confrontos em São Paulo Um dia depois de a Polícia Militar de São Paulo ter reprimido a "Marcha da Maconha" realizada na capital paulista, os "maconheiros" de Porto Alegre realizaram sua manifestação neste domingo praticamente sem a presença da polícia. Apenas uma viatura com três policiais esteve no começo da concentração, que transcorreu bem humorada e sem transtornos até o final. "Dilma Roussef, fumar maconha alivia o estresse"; "arroz, feijão, maconha e educação"; "maconheiro sim, criminoso não", "o latifúndio é uma vergonha, reforma agrária para plantar maconha"; gritavam os manifestantes, entre sambas de Bezerra da Silva. Pelo menos 500 pessoas participaram da Marcha da Maconha em Porto Alegre, que foi realizada na tarde deste domingo no Parque da Redenção, tradicional ponto de encontro da cidade no final de semana. Ao contrário do que ocorreu em São Paulo, não houve proibição da Justiça. Segundo o advogado Leonardo Günter, 30 anos, integrante do coletivo "Princípio Ativo", um dos organizadores da marcha, as últimas três edições haviam acontecido com a concessão, pela Justiça, de um habeas corpus preventivo. Neste ano, nem o habeas foi necessário. Uma reunião com representantes do Ministério Público, da Polícia Militar e da Polícia Civil na última sexta colocou na "legalidade" a caminhada em defesa da legalização da maconha. "A livre manifestação é um direito, e não um crime", comentou Leonardo. "Estamos de parabéns", festejou, Belchior Amaral, 28 anos, também organizador do protesto. "Não estamos incentivando o consumo. A marcha é pela legalização da maconha, mas também pela liberdade de expressão. Foi uma vergonha o que aconteceu em São Paulo. Houve uma coação à liberdade de expressão", completou. A concentração dos manifestantes começou por volta das 14 horas, com um espetáculo de teatro de rua em frente ao Monumento ao Expedicionário, no Parque da Redenção. Aos poucos, os participantes da marcha, a maioria jovens, chegaram trazendo cartazes em defesa da legalização da maconha no Brasil. Cerca de 500 pessoas participaram da manifestação em Porto Alegre Com o auxílio de um megafone, os manifestantes faziam breves discursos contra a repressão aos usuários de maconha. "Aqui somos só pelo verde", argumentava um dos integrantes da marcha durante um "debate" com uma senhora que se dizia contra o incentivo ao uso de drogas. O engenheiro civil Fernando de Carvalho aproveitou a ocasião e entregou um "ensaio sobre a legalização da maconha" aos organizadores do protesto. Um grupo musical embalava outra parte da pequena multidão com uma paródia de uma canção do folclore gaúcho, transformada em "Ai bota aqui, ai bota ali um baseadinho". "Uma pequena parcela dos usuários da maconha têm problemas, e estes precisam ser atendidos pelo sistema de saúde. O que gera dano aos usuários é buscar a droga na ilegalidade. Se continuarmos deixando a maconha na ilegalidade, vai continuar havendo tráfico e corrupção", defendeu Belchior Amaral. A caminhada começou pouco depois das 16h, dando uma volta no próprio Parque da Redenção, sem o acompanhamento da Polícia Militar. Por alguns minutos, os manifestantes ocuparam a avenida João Pessoa, mas logo o trânsito foi liberado e não houve incidentes. A Marcha da Maconha terminou em outro ponto do parque, quando os manifestantes sentaram no gramado e continuaram com seus cantos bem-humorados.
  8. é mas na hora q eles vao pra cima, a filmagem corta e so aparece um manifestante sendo preso. COmo se ele que tivesse errado
  9. Mais um video muito bom! Em breve versão completa do legalize Canhamo
  10. Não somos conduzidos, conduzimos Bruno Torturra Nogueira Tá na Constituição. Mas o juiz e a PM não sabiam Sabem de uma coisa? Hoje eu fui na marcha da maconha e usei tóxicos. Usei mesmo! Eu e uma cambada que descia a Consolação. Ficamos com os olhos vermelhinhos, tossindo pra caramba. Como a gente descolou a parada? Ora, com a Polícia Militar de São Paulo, com quem mais? O tóxico, no caso, chama-se Clorobenzilidenemalononitrila, o gás CS, mais conhecido como gás lacrimogênio. É considerado uma “arma branca” pelas forças de segurança, e toda tropa de choque que se preza porta um belo estoque quando vai às ruas. Hoje tive a involuntária chance de tragar o gás em quatro oportunidades. A primeira foi na frente de um abandonado cinema Belas Artes. Uma bomba de efeito moral estourou bem ao meu lado, e meu ouvido zuniu pelo resto do dia. Corri, e tive a sabedoria de não olhar para trás quando escutei os tiros de escopetas com balas de borracha. Elas não matam, mas cegam facilmente quem as toma nos olhos. Estava seguindo em frente pelo canteiro do meio da Consolação, entre os desavisados cidadãos que esperavam um ônibus no ponto do corredor. Foi ali que o gás chegou primeiro em meus olhos e narinas. Bem como nas mucosas de crianças, jovens, adultos e idosos de ambos os sexos que esperavam uma condução apenas. A última inalada, e mais intensa, foi entre as esquinas da Consolação com Sergipe e Maria Antônia. Eu já não estava mais no miolo da manifestação, mas seguia pelo outro lado da rua, tirando fotos da tropa de choque e me juntando ao coro de manifestantes que, já meio dispersos, apontavam suas palavras contra a polícia. Foi quando duas bombas foram atiradas na pista oposta, sentido Paulista, onde não havia marcha, nem manifestantes em grande número. Apenas automóveis engarrafados, pedestres atravessando a rua e o comércio aberto. Segui em frente, protegendo minhas vias com um lenço verde (distribuído aos montes no começo da marcha como mordaça pela censura, tornou-se máscara). Vi dezenas de pessoas levando a mão ao rosto, vi senhoras correndo com dificuldade para fugir da fumaça, um pasteleiro sufocado, encurralado pelo gás dentro de seu trailler. Queima, quimicamente falando. A pior coisa que já respirei. Ainda pior do que o gás de pimenta que sorvi ano passado, na marcha da maconha de 2010, no Parque do Ibirapuera. Com o gás lacrimogênio, a pele e os olhos sentem uma agressão corrosiva, intolerável. Prendi a respiração e corri em frente. Tentando alcançar o resto do pessoal. Eu precisava estar lá para ver o desfecho. A foto é mais ou menos, mas mostra o momento em que o gás lacrimogênio foi atirado entre cidadãos desavisados A Consolação foi intoxicada porque a “lei” não tolera outra fumaça. Aliás, a “lei” não tolera quem fale sobre a tal fumaça sem condená-la. Pelo entendimento do Tribunal de Justiça de São Paulo, em uma decisão tomada menos de 24hs antes da realização da Marcha, é ilegal dizer que maconha não deveria ser ilegal. Proibido, o evento se concentrou no MASP, levantou cartazes e cantos, e acordou com o Capitão Benedito Del Vecchio, comandante da 1a companhia do 7o batalhão da PM, a realização da marcha pela liberdade de expressão, condenando a censura sofrida. A interpretação do Tenente ao texto do TJ, foi a seguinte: qualquer um que leve cartaz, camiseta, material ou slogans que incluam a palavras maconha, ou legalização, ou qualquer referência que induza à maconha, serão punidos. Cobriu-se a maioria dos cartazes com faixas ou tinta preta, e a polícia disse que apenas iria escoltar a marcha – e seria esse o saldo do dia. E quando o assunto é proibido? Eu arrisco dizer que havia duas mil pessoas marchando pela Paulista. A causa não era mais a legalização da maconha, exatamente. Era um protesto pelo direito de pedir a legalização da maconha. Uma planta de inequívocas propriedades medicinais, industriais e e dona de uma amistosa psicoatividade. Eis todo o problema. Psicoatividade. Que, para mim, mostra o que está por trás dessa tarde de sábado: consciência. E o que fazer para alterá-la. Aos fatos: Análises médicas do gás lacrimogênio indicam que ele causa danos graves ao fígado e ao coração. Também é indutor de anomalias genéticas em células mamárias (aka câncer de mama). Quando metabolizado, o gás CS deixa traços de cianureto no corpo humano… coisas assim. Fatos que duvido que conste nas cartilhas de formação de um PM como o Cap. Del Vecchio (no mesmo sábado, 93 novos soldados ganharam seus espadins, gaba-se o único tweet do dia do @pmesp). Ou nos calhamaços dos exmos. juízes do TJ. Duvido que a toxidade do gás lacrimogênio conste no repertório do médico Geraldo Alckmin, hoje governador de São Paulo. Mas foi essa a substância que a Força sobre seu comando atirou, em pleno sábado de sol, em gente indefesa, pelas costas, por discordar de uma lei – ou que apenas circulavam por São Paulo na hora errada. Tá aqui sua democracia. ass: Cap. Del Vecchio. (fonte AE) A troco de que? O parecer do desembargador Teodomiro Mendes é claro: “o evento que se quer coibir não trata de um debate de ideias, apenas, mas de uma manifestação de uso público coletivo de maconha, presentes indícios de práticas delitivas no ato questionado, especialmente porque, por fim, favorecem a fomentação do tráfico ilícito de drogas (crime equiparado aos hediondos)”. Sim, eu vi gente acendendo baseados na marcha. Imediatamente reprimidos pelos próprios participantes que, em grupo, falavam que “não era a hora”. Toda a argumentação que vi na Marcha é em torno de um debate de ideias que, invariavelmente, aponta para a extinção do tráfico (“equiparado aos crimes hediondos”) através do cultivo legal de canabis (equiparado à jardinagem). Sim, eu vi gente sendo presa na marcha. Ninguém por porte de drogas. Apenas por distribuir um jornal, e debater ideias, chamado “O Anti-proibicionista”, feito pelo coletivo DAR. A polícia não deu satisfações aos jornalistas que questionavam o motivo da prisão. Tive uma escopeta (com balas de borracha, suponho) apontada para mim quando tentei me aproximar para fotografar um dos membros do coletivo indo em cana. Marchei até o fim, e peguei um táxi para o 78 DP na Rua Estados Unidos, para tentar entrevistar o delegado e os presos na marcha. Saber qual era, enfim, o B.O. Cheguei no primeiro grupo de pessoas, e não pude, nem como repórter, falar com o delegado ou os presos. Foi de lá que mandei meu primeiro de muitos tweets do dia, e vi chegar mais tropa de choque, um helicóptero, e vi a rua Estados Unidos ser fechada para impedir a chegada dos manifestantes mais resolutos que subiram e desceram de novo a Augusta para pedir a soltura dos dois que ainda restavam presos no 78. E foi quando entendi que aquela não era mais uma marcha da maconha. Não era sequer uma marcha pela liberdade de expressão. Era um explícito enfrentamento da consciência coletiva consigo mesma. PMs da ROCAM sem idenficação para esculachar sem maiores problemas Consciência era o tema de hoje, eu preveni. E o que fazer para alterá-la. Nossa extrema e recente capacidade de obter informação e conexões redimiu os libertários. Temos a rede, os argumentos, a vontade de união. Mas como em um pesadelo Junguiano, esse despertar gera seu exato oposto… a sedimentação de preconceitos e discriminações que infla os intolerantes, os donos da verdade, os demagogos. As balas não eram contra nós, era contra nossos argumentos, contra nossa capacidade de demonstrar que o mundo que a ignorância oferece é pior do que o da tolerância. Com o twitter na mão, vi meus breves relatos sendo retransmitidos e espalhados para muitos milhares de pessoas em segundos. Assim como tantos por ali, meu telefone era só um uma sinapse de um cérebro maior, coletivo. Não, essa briga não é pela maconha. Assim como a luta por direitos LGBT, das mulheres, dos negros… nada disso é apologia de raça, sexo ou formas de amor. São gritos por tolerância, respeito, igualdade de direitos. E uma luta da consciência por mais consciência. E pela transformação dela em grupo, em rede, em sociedade. Repórter da Globo cobre a marcha atrás do Choque. Deu na lamentável matéria do JN Consciência! Eu insisto. E especulo aqui, com pouco medo de errar: PMs, juízes, governadores, legisladores… devem saber tanto sobre o males do gás lacrimogênio quanto sobre os da maconha. Nada. E não serei eu o infinitésimo mártir a enumerar fatos científicos e culturais sobre a planta que provam, sem controvérsia, que ela pode conviver entre nós como uma verdadeira aliada, em vez de uma falsa ameaça. Ameaça que se tornou violentamente real com a proibição. É um mercado bilionário que flui diretamente para os cofres do crime organizado e da inevitável corrupção policial. É a base da renda da enorme malha criminosa. Tudo por causa de uma planta quase sempre benigna. Consciência… e me lembro das pessoas não envolvidas com a marcha que viram a brutalidade da polícia, respiraram um gás trocentas vezes mais tóxico do que a mais vil das maconhas de bocada, e não se indignaram com a PM. Mas conosco, os maconheiros, os vagabundos que financiam o tráfico de drogas. “Porque vocês não vão trabalhar?”, me sugeriram no twitter enquanto eu reportava abusos da polícia. Não tiveram a chance, a boa-vontade (ou a inteligência?) de pensar um pouco além do que lhes oferece o mais ignóbil jornalismo televisivo. Ainda assim, fazem parte do mesmo cérebro coletivo em que pia meu twitter. Hoje, sentimos na pele o que é viver no meio de um nó cego de ignorância, ideias preconcebidas e uma sórdida conveniência comercial e política. Eis a receita invariável da qual a direira (a extrema direita, eu quero dizer) se alimenta. E provo o que digo com uma uma cena, a mais importante de todo o evento para mim. Durante a concentração no MASP, a maioria ainda nem havia chegado, uma turma de uns 20 neonazistas, facistas, ultra-nacionalitas, se colocou em fila para protestar contra a marcha. Diziam defender a família, o Brasil, o nacional-socialismo. A polícia não os molestou. Ao contrário, fez um cordão para os manter isolados das centenas de manifestantes que foram chegando. Quando as primeiras bombas voaram, o pequeno grupo nazi aplaudiu. Eu vi. Eu e muita gente viu. E você também pode ver se procurar na rede. Facistas batendo palmas para a polícia que reprimia com extrema violência um protesto pedindo liberdade de expressão. Neo-nazistas, ultra nacionalistas, contra a marcha. Protegidos pela polícia, aplaudiram a violência Essa é uma cena triste? Não ainda. Ela é um sintoma, apenas, dessa bipolaridade social que estamos vivendo. E a cena diz mais sobre quem não estava lá do que sobre a PM, os nazis, ou os maconheiros. Sobre as centenas de milhares de pessoas que sabiam da marcha, e preferiram não ir, por preguiça, por medo de ridículo, por medo da polícia ou por puro descaso. Sobre os incontáveis artistas e figuras públicas que adoram um baseado, mas se escondem na hora do debate. Um silêncio que dá força às balas de borracha, às liminares de última hora, a uma política cínica sobre drogas no país. Um silêncio que abafa o eco da bombas de gás e dá mais voz aos desinformadores de plantão. Eu saí indignado da marcha. Mas não saí triste. O protesto durou mais de seis horas. Andamos metade da Paulista, descemos toda a Consolação, voltamos até os jardins, sob porrada e abusos, para soltar nossos companheiros. Temos que nos orgulhar. A marcha de São Paulo nunca mais será a mesma. Mas viramos mais do que uma página na luta pela legalização e regulação do mercado de maconha no Brasil. Ficou evidente, em fotos, vídeos, relatos, cicatrizes e saudações integralistas que nossa democracia é tudo, menos madura. E se isso não é motivo para lotar a Paulista no sábado que vem, então, lamento informar, mas os facistas terão muitos motivos para aplaudir a PM de São Paulo. Na esquina da Augusta com a Estados Unidos foi decidido que um novo protesto, contra a violência policial, será feito no MASP, às 14hs do dia 28. É hora de mostrar para o governo Alckmin o significado do lema da bandeira da nossa cidade: Non ducor, duco. Em latim: não sou conduzido, conduzo. Os mais resistentes esperaram sentados a libertação dos dois presos no 78 DP. Ali, combinamos nova manifestação para sábado que vem Por isso, eu dedico esse texto a todos que fumam maconha e que não foram hoje à Marcha da Maconha. Peço, humildemente, que antes de enrolar o próximo baseado dêem uma olhada na sua erva. Tente imaginar por quais mãos ela passou. Para quem esse dinheiro foi. Pense em quantas pessoas morrem todo dia por conta desse mercado criminoso que a lei criou. E pense também nas duas mil (?) pessoas que foram às ruas por você. Para que sua maconha seja limpa, em carma e substância. E não se culpe pela ausência de hoje, digo isso com sinceridade. Apenas acenda o baseado, fume, e prometa a si mesmo que na próxima marcha você vai. E que vai levar gente consigo. E que vai fazer o impossível para aparecer sábado que vem, no MASP, às 14hs, para protestar na rua contra a violência do Estado de São Paulo. Eu vou. __________________________ Um breve comentário: há tempos que minha relação com a maconha anda em crise. Não tenho mais tanto prazer quando fumo um baseado. Ao longo dos anos os efeitos foram mudando em mim. Hoje posso ficar ansioso, confuso, anti-social, durmo pior… Raramente fumo, pois com frequência me arrependo. Mas semana passada ganhei uma pequena belota de uma maconha caseira, cultivada por um amigo do interior. Hoje, ao chegar da marcha, tomei um banho, vi a repercussão no twitter, e enrolei a erva. Perfumada, verde, saborosa. Fumei. Há anos não me sentia tão amigo da maconha. Sentei, chapado, para escrever meu relato, e meu desabafo. Com uma florzinha solta, colhida por amigo, eu a maconha fizemos as pazes. Vou dormir bem.
  11. Ia ser irado mesmo! ahauhauahUHAUHAUAUAHUAHUAHAUHA Ou então uma rosa!
  12. Esse video aqui é o mais absurdo que eu vi até agora
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