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CanhamoMAN

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Tudo que CanhamoMAN postou

  1. 14/07/09 - 12:51 > JUSTIÇA Repressão às drogas tem sido maior que a prevenção Fonte DCI BRASÍLIA - Em debate na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Luciana Boiteaux, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, questionou as prioridades do poder público no combate às drogas no país. Para ela, estaria havendo um desequilíbrio entre os esforços para repressão às drogas e para a prevenção, especialmente entre crianças e jovens. "Vemos um armamento cada vez maior da polícia e a intervenção social sendo deixada de lado", disse. De acordo com a pesquisadora, é crescente a participação de mulheres no tráfico de drogas, que já representam 35% dos presos por envolvimento com drogas no Rio de Janeiro. Luciana Boiteaux defendeu penas alternativas para delitos de pequeno porte e políticas mais efetivas de recuperação de jovens delinquentes.
  2. CanhamoMAN

    O Inimigo Implacável

    O Inimigo Implacável (14/07/2009 07:28) Fonte:Primeira Edicao O INIMIGO IMPLACÁVEL Apavorada e impotente, a sociedade assiste à incessante disseminação das drogas, fazendo vítimas em escala geométrica, empurrando jovens e adolescentes para o abismo sem volta. Houve um tempo em que droga era “coisa de marginal”. LSD e cocaína eram consumidos nos subterrâneos da sociedade. Anonimato absoluto. Viciado conhecido era o maconheiro – segregado, escorraçado, repelido como os gays de então. Com o passar dos anos, impôs-se a modernidade, que foi confundida com liberalidade e logo degenerou em libertinagem. Hoje, no universo das drogas, não existe essa ou aquela camada. O tráfico desnudou a todos, virou mercado aberto sem fronteiras. O mais grave, nesse cenário pavoroso, é que a própria elite social banca o mercado das drogas. Enquanto a periferia consome maconha e crack, a classe alta se refestela com o pó refinado, caríssimo. E cresce, em ritmo assustador, o coro dos que defendem o comércio livre de tudo quanto é entorpecente. Em algumas capitais já se realiza, sem restrição, a chamada “marcha da maconha”. No Congresso Nacional, vozes se erguem pregando a legalização das “drogas leves”. A maconha, por exemplo... Se tudo isso preocupa, por um lado, por outro angustia saber que a Polícia não derrota o tráfico. Não só aqui, mas em toda parte. Tenta, investe, confronta, mas não enquadra os narcotraficantes. O embate já soa como luta inglória. Talvez tenham razão os que já definem o narcotráfico como um “poder paralelo” dentro do estado. Um problema de tamanha gravidade, pelo seu efeito devastador no meio social, pelas suas implicações (ele corrompe e corrói o próprio sistema policial) exige que se instale um foro permanente de discussões em busca de saídas. O que está aí, dizimando a juventude, não é uma simples nuvem negra passageira. É algo monstruoso, abominável, que cresceu e se arraigou. Fincou pé. Se não for possível, como sustentam os mais pessimistas, abolir as drogas, que se tente ao menos conter o seu avanço. É o mínimo que se pode e deve fazer, hoje, em defesa das gerações que estão surgindo. É a luta do todos por um e um por todos. Não dá mais para esperar que a Polícia, sozinha, opere um milagre. O problema é de todos, do conjunto da sociedade, e não só do aparato policial. É assim que deve ser visto. E é, em suma, como deve ser tratado.
  3. COMISSÕES / Constituição e Justiça 13/07/2009 - 18h56 Especialistas analisam a Política Nacional sobre Drogas Fonte Senado Os avanços obtidos a partir da implantação da Política Nacional sobre Drogas estão sendo discutidos na manhã desta terça-feira em audiência pública na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Criada em 2005, a política reúne objetivos amplos, que envolvem desde a conscientização da sociedade sobre os prejuízos sociais causados pelas drogas, até a implementação de redes de assistência para acompanhamento de dependentes e o combate ao tráfico de entorpecentes. Implantada no âmbito do Conselho Nacional Antidrogas, ligado ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, a Política Nacional sobre Drogas prevê uma estratégia de execução descentralizada, por meio de incentivos à criação de conselhos municipais de combate às drogas e do envolvimento de organizações da sociedade civil. Entre os convidados para o debate na CCJ estão Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte, secretária-adjunta da Secretaria Nacional de Política sobre Drogas, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, e Ronaldo Teixeira, secretário-executivo do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). Também participam: - Raquel Barros, coordenadora do Projeto Lua Nova, de Sorocaba (SP); - Luciana Boiteaux, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro; - Antonio Nery Filho, professor da Universidade Federal da Bahia; - Wálter Fanganiello Maierovitch, ex-Secretário Nacional Anti-drogas; - Oscar Rodrigues, coronel da Polícia Militar e comandante de Policiamento Metropolitano de Campo Grande; - e Vilson Groh, padre e presidente do Centro Cultural Escrava Anastácia de Florianópolis.
  4. Polícia encontra plantação de maconha em casa de Água Clara 14/07/2009 08:38 Fonte Midia Max Por meio de uma denúncia anônima, policiais civis descobriram na manhã de ontem (13), uma plantação de “Maconha” em uma residência em Água Clara, a 187 quilômetros de Campo Grande. Os policiais foram até a residência onde estaria a droga. No local, eles foram atendidos pela esposa do rapaz denunciado, lá foram encontrados dois pés de maconha. A esposa informou aos policiais, que seu esposo é viciado e que plantou os pés de maconha para consumo próprio. Então a equipe da polícia foi até o local de trabalho do rapaz e o conduziu até sua residência, onde mostrou uma gaveta onde havia uma pequena quantidade de maconha pronta para o consumo. O autor confirmou que tinha plantado a droga e que teria comprado as sementes junto da droga. O caso foi registrado como cultivar ou colher plantas destinadas a preparação ou colheita de pequenas quantidades de substâncias ou produtos que causem dependência química ou psíquica. A pena segundo a Lei de Drogas, nº 11343/2006 é a mesma para que é flagrado com pequena quantidade de drogas para consumo, como advertência sobre o uso de entorpecentes, prestação de serviços à comunidade ou outra medida educativa.
  5. Redes sociais favorecem comercialização de Cannabis nos EUA sexta-feira, 10 de Julho de 2009 | 11:33 Fonte Diario Digital Alguns dos melhores comerciantes da planta Cannabis da Califórnia, EUA, estão a assistir a um aumento considerável nas vendas este Verão. Na base estarão as redes sociais como o MySpace, Facebook e Twitter, que estão a permitir a negociação legal da droga através da Internet. Um tweet da organização não-governamental (ONG) de uso medicinal da planta Cannabis, Artists Collective, dizia «Exactamente! Baby Crunch, Spy Diesel e Critical Mass! Compre um quarto, leve uma grama». Esta ONG tem uma «ampla» presença online, com páginas no Facebook, MySpace e Twitter, além de um endereço próprio, segundo o site da Fox News. Outras organizações também têm páginas em redes, como a Green Cross (Cruz Verde), com presença no MySpace. Mas apenas a Artists Collective tem um endereço próprio. «Estamos aberto por seis meses, e fizemos este projecto por 18 [meses]. Apenas numa semana, com uma conta no Twitter, todos voltaram as suas atenções para nós», disse Danm Halem, director da Artists Collective, segundo a Folha Online. A proposição 215 do Estado da Califórnia e a Lei 420 do Senado dos EUA permitem a produção, cultivo e venda de ervas com fins medicinais. A administração Bush tinha aferido a substituição da Lei Federal – uma decisão endossada pelo Supremo Tribunal dos EUA, com o intuito de fazer mais apreensões. No entanto, em Março, a administração Obama anunciou que isso não influenciaria em acusações nas situações em que a lei do Estado entra em conflito com a lei federal. Para obter erva da Artist Collective, que a fornece a escritores, músicos, performers e outros artistas, é necessário apresentar um certificado médico que comprove que o uso da planta tem um fim medicinal.
  6. Comercial por taxação de maconha causa polêmica nos EUA Algumas emissoras recusaram veicular anúncio, protagonizado por usuária de 58 anos Fonte Estadão sexta-feira, 10 de julho de 2009, 07:06 WASHINGTON - Um anúncio encomendado por uma organização que defende a legalização e taxação da maconha está causando polêmica nos Estados Unidos. O comercial, protagonizado por uma usuária de meia-idade, defende a solução da taxação de impostos sobre maconha como forma de ajudar a combalida economia do Estado da Califórnia. Algumas das principais emissoras do país aceitaram veicular o comercial, outras recusaram. No anúncio, a funcionária pública Nadene Herndon, de 58 anos, que vive em Fair Oaks, na Califórnia, afirma que as autoridades locais "estão ignorando milhões de californianos que querem pagar impostos". "Somos usuários de maconha. Em vez de sermos tratados como criminosos por consumir uma substância mais segura do que o álcool, nós queremos pagar nossa quantia justa", afirma Herndon. Produzida pelo grupo Marijuana Policy Project (MPP), a propaganda tem 30 segundos e começou a ser transmitida na quarta-feira. O objetivo da campanha é reforçar o lobby pela aprovação de um projeto-lei apresentado em fevereiro por um deputado estadual da Califórnia, que prevê a legalização da maconha e cobra impostos sobre sua venda, em uma tentativa de ajudar a reduzir o alto déficit do Estado americano. O comercial começou a ser exibido em seis emissoras de televisão norte-americanas nesta semana. Entre os canais que concordaram em transmitir o anúncio estão a CNN, CNN Headline News, MSNBC, CNBC, CBS e KLON. Algumas emissoras, no entanto, se recusaram a exibir o comercial pago em sua grade de programação. De acordo com a diretoria do MPP, algumas delas afirmaram que os padrões da emissora rejeitaram o comercial, enquanto outras disseram que não "se sentiam confortáveis" em exibir o anúncio. "Estamos surpresos. Esse é um debate que o governador da Califórnia já disse que o Estado precisa ter", afirmou Bruce Mirken, diretor de comunicações do MPP. O projeto do representante democrata de San Francisco, Tom Ammiano, legalizaria o cultivo, a posse e a venda de maconha para maiores de 21 anos. A utilização medicinal da maconha já é legal na Califórnia, mas a nova legislação iria além disto, permitindo o uso da substância para consumidores comuns. Cultivadores da erva e atacadistas pagariam uma taxa inicial de franquia de US$ 5 mil, além de um imposto anual de US$ 2,5 mil. Já os revendedores pagariam US$ 50 por cada onça (28 gramas) do produto. De acordo com o MPP, estimativas baseadas em estatísticas do governo federal indicam que a erva é o produto agrícola mais rentável da Califórnia, gerando rendimentos de cerca de US$ 14 bilhões em 2006, praticamente o dobro do valor dos produtos que estão em segundo e terceiro lugar na lista (verduras e uvas, respectivamente). Crise Durante o comercial, Herndon ainda ressalta os planos de cortes de gastos em escolas, serviços policiais e parques estaduais por conta da crise no orçamento do Estado da Califórnia. Em fevereiro, o governador, Arnold Schwarzenegger, aprovou um orçamento de US$ 130 bilhões que elevou os impostos sobre rendimentos e fez cortes profundos nos gastos. Desde a crise global econômica, vários Estados americanos enfrentam déficits históricos provocados por queda na arrecadação de impostos de imóveis e pelo aumento de gastos com seguro-desemprego e assistência médica. "Os 2 milhões de californianos que usam maconha devem ser ouvidos †e suas contribuições em impostos devem ajudar a solucionar a emergência fiscal que ameaça nossas escolas, polícia e parques", afirmou Aaron Smith, diretor do MPP. A propaganda encerra com a usuária afirmando que o dinheiro de impostos arrecadados com a indústria da maconha na Califórnia poderia pagar o salário de 20 mil professores. "Já não é tempo?", questiona.
  7. PUC do Rio vai fotografar usuários de maconha Fonte AE - Agencia Estado SÃO PAULO - Os seguranças da Pontifícia Universidade Católica (PUC) no Rio foram autorizados a fotografar quem estiver fumando maconha no câmpus e não quiser se identificar. A medida foi tomada para evitar que pessoas estranhas entrem na instituição para usar droga e também para impedir que alunos flagrados burlem a fiscalização, dizendo que não estudam ali. A nova prática foi adotada um mês depois de a PUC-SP decidir aumentar a fiscalização em torno dos usuários de maconha. O vice-reitor de Assuntos Comunitários da PUC-Rio, Augusto Sampaio, explicou que a instituição tem um procedimento para casos de alunos flagrados com a droga - eles são encaminhados para a Vice-Reitoria de Assuntos Comunitários e orientados. Em caso de reincidência ou de reação mais agressiva, o estudante passa por uma comissão disciplinar e pode ser punido com suspensão. ?O problema é que muitos alunos começaram a dizer que não estudavam na PUC. Temos um câmpus aberto, que funciona das 6 da manhã às 11 da noite. Não podemos permitir que funcione como um ponto de uso de drogas. Se não é aluno, será fotografado e impedido de retornar à universidade. Se for aluno e estiver mentindo, o que descobriremos com a imagem, será punido duplamente?, afirmou. PUC-SP Após a direção da PUC-SP anunciar uma ofensiva contra os usuários de drogas no câmpus de Perdizes, na zona oeste da capital, o número de pessoas abordadas por fumarem maconha caiu até 80%. Antes do início da campanha, dez estudantes eram abordados diariamente pelos seguranças da universidade. Agora, a média é de duas pessoas por dia. ?Houve uma sensível redução de abordagem depois que passamos a conscientizar os alunos a não fumar maconha na universidade?, disse o pró-reitor de Cultura e Relações Comunitárias da PUC, Hélio Roberto Deliberador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
  8. O crime e o Estado 08/julho/09 Fonte Conjur Para jornalista da New Yorker, Rio é uma calamidade Desde maio, o jornalista e escritor americano Jon Lee Anderson está no Rio de Janeiro para tentar entender como atuam as organizações do tráfico de drogas. A reportagem será publicada até o final do mês, na prestigiada revista The New Yorker. O repórter André Miranda, do jornal O Globo, entrevistou o jornalista. Ao longo da conversa, o americano conta que conversou com traficantes e visitou favelas que há sete anos não recebem a visita de policiais. “A situação do tráfico não é vista como uma calamidade nacional. E, no meu ponto de vista, é o que o Rio é: uma calamidade nacional”, disse o jornalista ao Globo. "Há gangues fora de controle em muitos territórios. O que as diferencia das guerrilhas do passado é que antes havia ideal político. Há uma estranha acomodação e conveniência entre a criminalização da sociedade e o asfalto. Isso é uma perversão da normalidade. Depois de um tempo, você se adapta e se acostuma com essa deformação. Não é apenas no Rio. Eu já vi isso em outros lugares", afirmou. Sobre traficantes, ele entende que "se o Estado não lhes dá condições para deixar de ser criminosos, tudo o que podem fazer é continuar sendo criminosos e sobreviver. É uma escolha amoral de uma existência amoral". Leia a entrevista concedida ao jornal O Globo Por que fazer uma reportagem sobre os problemas do Rio? Jon Lee Anderson — Minha reportagem não será um texto de um americano dando respostas para os problemas brasileiros. Eu não tenho essa pretensão. O que acontece no Rio faz parte de uma história maior, que não é exclusiva do Brasil e que já aconteceu em outros lugares, em tempos diferentes. Se você observar a Chicago dos anos 1930, vai entender o que quero dizer: lá também havia corrupção e não havia Justiça. Vale a pena escrever sobre o Rio porque a cidade é um exemplo extremo do que acontece em outros lugares. O senhor entrou nas favelas sozinho ou acompanhado? Anderson — Acompanhado. Eu tive acesso a algumas favelas. Eu fui para o Alemão, por exemplo, e algumas outras. Mas prefiro não dar detalhes sobre isso antes de minha reportagem ser publicada. E o senhor falou com traficantes? Anderson — Sim. O que eles disseram? Anderson — Não existe um discurso único. O que eu achei mais interessante foi como eles se assumiram como criminosos, literalmente como criminosos. Não houve tentativas de fingir que têm outro papel. Mas eles tentaram se justificar de alguma forma, como se buscassem redenção, explicando que as pessoas dependem deles. Segundo suas descrições, é uma relação parecida com a estabelecida pelas máfias. Se as senhoras ficam sem gás, eles compram gás para elas, essas coisas. O interessante para mim é como isso é permitido, como a sociedade está acomodada com essa situação. Por que acomodada? Anderson — Eu fui a favelas em que não aparecia polícia desde 2003. Há mil favelas no Rio. Eu acho que a situação do tráfico não é vista como uma calamidade nacional. E, no meu ponto de vista, é o que o Rio é: uma calamidade nacional. Há gangues fora de controle em muitos territórios. O que as diferencia das guerrilhas do passado é que antes havia ideal político. Há uma estranha acomodação e conveniência entre a criminalização da sociedade e o asfalto. Isso é uma perversão da normalidade. Depois de um tempo, você se adapta e se acostuma com essa deformação. Não é apenas no Rio. Eu já vi isso em outros lugares. E não é apenas um problema brasileiro, é um problema que ocorre na América Latina. Resolvi buscar essa história aqui porque acho o Rio um lugar maravilhoso e problemático. Quando os traficantes tentaram se justificar, o senhor acreditou neles? Anderson — O que me impressionou foi ver que eles realmente fazem algumas coisas pela população. Acontece que apenas algumas poucas pessoas são completamente más. A maior parte delas, mesmo criminosas, não o é. Até os criminosos precisam criar alguma compensação moral, por mais distorcida que seja. Isso está relacionado a um tipo de ordem que não é fornecida pelo Estado. Dar gás para a senhora que está precisando é uma boa forma de propaganda. Mas também é uma necessidade, porque eles precisam do apoio dessas pessoas, de um jeito ou de outro. Um guerrilheiro me disse certa vez: “Pode-se ganhar uma guerra de duas maneiras, a boa e má, e as duas funcionam.” Só que também é possível usar as duas maneiras ao mesmo tempo. E, de fato, é o que acontece no Rio. Você pode intimidar toda uma população para que ela faça o que você ordenar. Para os traficantes, não importa tanto quem vai vencer. Isso é secundário. É mais uma questão de sobrevivência por um tempo. É sempre uma questão de sobrevivência. Se o Estado não lhes dá condições para deixar de ser criminosos, tudo o que podem fazer é continuar sendo criminosos e sobreviver. É uma escolha amoral de uma existência amoral. A culpa, então, é do Estado? Anderson — Não, não estou pondo toda a culpa no Estado. Mas também não acredito que ele seja uma vítima. Há uma perversão patológica que permite que a criminalização da sociedade continue. Isso é perturbador. No Rio, o comportamento criminoso visa sobretudo a ganhar dinheiro. É inteiramente materialista. É uma humilhação imensa para a existência humana. Eles não lutam ou arriscam suas vidas para mudar a sociedade. Eles arriscam suas vidas para vestir um Emporio Armani. E me assusta ver que o resto da sociedade, que também gosta de vestir um Emporio Armani, está feliz em deixá-los fazer isso. É claro que a sociedade vai dizer que não está feliz, mas sua inércia diz o contrário. E é claro que há uma relação entre eles, de fornecedores e consumidores, e também das redes corruptas do Estado que não ocupam aquele vácuo. O Estado se mostra disforme e corrupto quando aceita fazer contato com eles. A polícia se torna assassina ou vira milícia, o que também é um tipo de máfia. E os juízes, o que fazem? Por que os assassinos de Tim Lopes estão nas ruas? Os jornalistas hoje têm medo de entrar nas favelas porque eles são torturados e mortos. OK, se é errado torturar e matar, por que eles são soltos depois de dois ou três anos? Não estamos falando de um assaltante de banco que atirou em alguém acidentalmente, estamos falando de uma pessoa que torturou a outra até a morte por horas. O Estado não está funcionando, e os criminosos sabem disso. Os criminosos estão se tornando mais fortes, perderam todo o respeito pelas leis e pela sociedade. O senhor procurou alguém do governo? Anderson — Sim, eu conheci algumas pessoas interessantes. Algumas me pareceram excepcionais e parecem ainda tentar descobrir como consertar o problema. Também falei com alguns policiais e com pessoas envolvidas na segurança do estado. Existe um documentário brasileiro chamado “Notícias de uma guerra particular”, dirigido por João Moreira Salles. O senhor viu este filme? Anderson — Sim. Eu me encontrei com João logo que comecei a apurar a história. Ele me disse que se afastou do tema nos últimos anos. E disse que muitos dos jovens do filme já estão mortos. Vendo o filme, percebe-se que a situação do Rio já era emergencial há 12 anos. Só que, de 12 anos para cá, o número de mortos só cresceu. Eu fui ao enterro de um policial. Enquanto eu estava no Rio, cinco policiais foram mortos. Parece que atirar e matar policiais é um esporte. Isso deveria chocar as pessoas. Mas talvez as pessoas não se choquem porque elas também não enxergam os policiais como uma força de lei e ordem. É horrível pensar que a população pode enxergar os policiais como criminosos. O Estado não aplica a Justiça, então a polícia mata. E, em resposta, os criminosos matam de volta. O que acontece na América Latina parece aquela cidade distópica do Batman. Os criminosos são personagens que têm rostos, que se escondem e que entram em guerra contra a cidade. O Pinguim virou realidade. Não deveria ser assim, mas é, e as pessoas se acomodaram com essa situação. Quando João Moreira Salles lançou seu filme, ele foi criticado por ter mantido contato com traficantes. O senhor acha que o mesmo pode acontecer com sua reportagem? Anderson — Eu acho que sim. Na Colômbia, o presidente Uribe, que tem uma popularidade imensa, chama todos os guerrilheiros de terroristas. A população ficou apática e não quer saber o que acontece nas selvas, onde ficam esses guerrilheiros. Então, um grupo de jornalistas entrou nas selvas para se encontrar com os guerrilheiros e fazer um documentário. Aí o presidente passou a chamar esses jornalistas de terroristas também. Eu não sei exatamente o que aconteceu com João Moreira Salles aqui. Só li sobre o caso muitos anos depois e soube de várias versões diferentes. Mas me parece problemático quando o governo ataca verbal ou judicialmente jornalistas que cruzam a linha para informar à população o que acontece do outro lado. Espero que as pessoas não cometam esse erro comigo e me acusem de qualquer coisa só porque eu conversei com criminosos. Eu não criei esse problema. Foram as supostas autoridades que permitiram que isso ocorresse. As favelas às quais eu fui não veem autoridade há sete anos. E eu também entrei em favelas em que passei por pequenos postos policiais completamente nas mãos de grupos criminosos armados, vendendo cocaína abertamente, com armas na mão. Tudo em frente à polícia; também vi policiais lá. Eu conheci uma traficante muito simpática, que me contou que tinha sido estuprada por um grupo quando criança. Ela não estava justificando sua atividade. Ela é uma traficante. Não é porque eu vou escrever sobre ela, humanizar essa personagem, que isso significa que eu estou fazendo apologia ao crime. Não concordo. Não escrever sobre ela é não lidar com o problema. E escrever não é desculpar seu crime. Quando o senhor conversou com os traficantes, em algum momento eles trataram da relação que é criada entre eles, que são fornecedores, e os usuários de drogas? Anderson — Eles se justificam dizendo que só vendem porque há demanda. É um argumento antigo, mas não é desculpa. Você acaba deixando de lado o problema real. Você poderia dizer que, se não houvesse crianças, não haveria pedofilia. Passa pela psicologia do crime culpar a sociedade por seus atos. É dizer que a polícia é cruel, então tenho que matá-la; que os ricos nos exploram, usam drogas e são moralmente decadentes, então sou melhor do que eles, porque sou pobre e há virtude em ser pobre. Só que não há virtude em ser pobre, a pobreza não tem a ver com virtude. Da mesma forma que não há virtude em ser uma vítima. Eu me lembro que, no Iraque de Saddam, todos culpavam o Saddam. Só que a população era cúmplice. No fim, ela se tornou parte de sua repressão porque, com sua violência, ele fez com que todos aceitassem suas regras. Se você não lutar para consertar um problema logo, todos acabam vivendo juntos e todos são culpados juntos. No fim, a diferença entre bons e maus é pequena. Fica difícil identificar quem é culpado ou inocente. Na essência, qualquer crime organizado funciona assim. Se você deixá-lo continuar, você cria um ambiente deformado. O senhor acha possível fazer uma comparação do Rio com Bagdá? Anderson — É difícil estar com criminosos porque você não sabe o que eles podem fazer. São imprevisíveis. Eles não têm um ideal político. Nesse sentido, é sempre mais perigoso estar perto de criminosos. O senhor tem filhos? Anderson — Sim, três adolescentes. Se algum deles lhe dissesse que está pensando em tirar férias sozinho no Rio, o que o senhor diria? Anderson — Eu diria não. E ponto final? Anderson — Não, não seria ponto final. Eu tentaria arrumar uma garantia de que eles poderiam viajar com segurança. Tentaria marcar com amigos que conhecem o Rio, essas coisas. E explicaria a eles o porquê. Eu viajei pela África com 13 anos de idade sozinho, sem meus pais saberem. Nada de ruim aconteceu comigo. E meus filhos sabem disso. Meu filho agora tem 16 e quer fazer o que eu fiz, mas eu digo a ele que o mundo mudou. Eu tento não fazer com que eles tenham medo, mas também não quero que se machuquem. Como qualquer pai, eu tento permitir que eles façam coisas, mas em segurança. Estou com dois de meus filhos aqui em Paraty e vou levá-los ao Rio nos próximos dias.
  9. Política da Maconha com data marcada para mudar na Holanda. 7 de julho de 2009 às 13:43 Fonte Terra Magazine O governo do premier Jan Peter Balkenende tenta cumprir a promessa de alterar a política de drogas na Holanda, mas especificamente sobre a maconha. Na agenda do governo, o “dad-line” está previsto para o final próximo mês de setembro. Ou seja, pós verão, quando cai o movimento turístico. Jan Peter Balkenende é do partido democrático-cristão(CDA) e é mantido na chefia do governo holandês por uma grande coalizão, comprometida com mudanças. Pressionado pelos (1) conservadores que não aceitam a manutenção do que chamam de “falência da política permissiva sobre consumo de maconha” e (2) pelos moradores de cidades de fronteira com a Bélgica e a Alemanha, estes inconformados com o “bate e volta” para a compra da erva canábica, o primeiro ministro Jan Peter Balkenende ganha tempo. Para fazer o contra-ponto a um projeto “linha-dura” do ministério da Justiça, –a ser apresentado na na reunião do Conselho de Ministros agendada para setembro–, Jan Peter Blakenende encomendou um relatório a uma comissão de especialistas. O premier sente os efeitos da planetária crise econômica-financeira e sabe que a Holanda não pode perder receitas, em especial a da maconha. Por ano, o mercado da maconha movimenta, na Holanda, 10 bilhões de dólares. E até o governador da Califórnia (EUA) apóia projeto de lei para a “legalização controlada” do uso da maconha a fim de recolher tributos para salvar os cofres públicos. . Com efeito. Na Holanda fechar cafés autorizados a vender a maiores de idade maconha para consumo no próprio estabelecimento, ou cassar alvará de funcionamento de grow-shop (loja especializada na venda de instrumentos, sementes e toda sorte de produtos para cultivadores de maconha), implicará em queda de arrecadação. E o fechamento de cafés e lojas está no projeto do ministério da Justiça. Só para lembrar, por lei de 28 de novembro de 1968, a Holanda permitiu a venda de maconha em coffe-shop a maiores de idade e consumo no próprio local: o primeiro estabelecimento aberto para venda canábica (até ½ kg por dia) foi o Café Sarasani, situado na cidade universitária de Utrechet. A meta era afastar o usuário do traficante, sempre disposto a convencer o cliente a consumir uma droga mais potente, de efeitos danosos à saúde pública, como, por exemplo, a heroína: a heroína vicia e garante o freguês do traficante. O relatório da comissão de expertos nomeada pelo primeiro ministro recomendou “inversão de tendência política”, mas não muito. No relatório, a comissão de notáveis recomenda uma “linha mais restritiva” para os cafés: para se “tornarem-se pontos de venda para holandeses que morem nas proximidades dos estaelecimentos, tudo a ajudar a prevenir o uso de drogas pesadas”, disponibilizas por traficantes. Não deixa o relatório de observar que o fechamento dos cafés abriria caminho para o crime organizado desenvolver, rapidamente, a atividade substitutiva de venda. Político experiente, já premier por quatro vezes, Jan Peter Balkenende tenta salvar receitas. Para tanto, propõe que a vida canábica para os holandeses não seja alterada. Os 700 cafés, atualmente em funcionamento, continuariam a comercializar a maconha. A única restrição seria para venda a estrangeiros. Em outras palavras, só o holandês poderia comprar e consumir maconha num coffe-shop. PANO RÁPIDO. Se vingar a proposta do primeiro-ministro, não será mais vendida maconha para turistas. Só para holandeses, numa inconstitucionalidade “gritante”. . Por evidente, choverão ações judiciais propostas por estabelecimentos de venda de maconha, pois, na comunidade européia, o tratamento diferenciado, –a respeito desse tipo de oferta–, seria ilegítimo a um cidadão da mesma comunidade. E uma decisão judicial a reconhecer a paridade eximiria Balkenende da peja de descumpridor de promessas de campanha. Sem ter esfera de cristal, parece que, canabicamente, nada mudará na Holanda.
  10. Portugal faz balanço positivo de lei que descrimina drogas sexta-feira, 3 de julho de 2009, 15:36 | Online Fonte:Estadão Após oito anos, dados oficiais indicam queda do consumo; críticos questionam estatísticas. - Em uma barraca improvisada no bairro do Fim do Mundo, perto de Lisboa, Maria fuma heroína, cercada de seringas descartáveis abandonadas e manchas de sangue. Portugal é um dos poucos países do mundo em que ela não corre risco de ser presa por isso, já que o uso e o porte de drogas é legal. Pelo contrário, no Fim do Mundo, organizações de saúde e sociais ainda fornecem materiais limpos para o consumo das drogas. Há exatos oito anos, quando a lei que descriminou as drogas foi aprovada no país, muitos disseram que Portugal se transformaria em um centro para viciados da Europa. No entanto, estatísticas do governo português indicam que o consumo de drogas, em vez de aumentar, caiu 10%. Ainda assim, a heroína continua a ser um problema grave em Portugal, onde o consumo da droga está entre os maiores da Europa. Mas hoje, em vez de prender os usuários de drogas, o governo os encaminha para comissões que tentam convencer o indivíduo a abandonar o uso ou, no caso de viciados, iniciar um tratamento. O que não mudou foram as leis para tráfico, que continua a ser um delito grave. O governo português manifesta orgulho por sua política para as drogas. O primeiro-ministro José Sócrates destaca seu desempenho pessoal na introdução da lei, diz que os resultados são conclusivos e que a filosofia é popular. Resultados positivos De acordo com o repórter da BBC Mark Easton, cada vez mais pessoas iniciam tratamentos para abandonar o vício no país. Outro indicador de que a guinada política está dando resultados positivos é a queda no uso de drogas entre jovens desde a aprovação da lei, em 2001. Mesmo que alguns contestem a metodologia usada para chegar a essa conclusão, segundo Easton, não há qualquer indício de que o consumo tenha crescido desde a descriminação. Easton afirma ainda que as previsões pessimistas de que Portugal se transformaria em um paraíso de "sol, praias e drogas liberadas", como previu um político, não se confirmaram. Brendan Hughes, representante do Observatório Europeu de Drogas, com sede em Lisboa, afirma que não se pode saber qual a influência direta da lei nos números. "Não sabemos o que é que faz as pessoas pararem de consumir drogas", diz Hughes. "O que sabemos é que não houve uma explosão no consumo. O senso comum pode dizer uma coisa, mas todas as estatísticas afirmam o contrário." Menos mortes A conclusão é confirmada por um relatório do centro de estudos americano Cato. O grupo afirma que "não se cumpriu qualquer dos horrores que os opositores da descriminação em todo o mundo costumam invocar". "Em muitos casos, aconteceu exatamente o contrário, já que o consumo caiu em algumas categorias chave e as doenças relacionadas ao consumo de drogas estão muito mais contidas", diz o relatório. A impressão foi confirmada à BBC por Paula Vale de Andrade, integrante de uma das equipes sociais que prestam assistência aos viciados. Segundo ela, o número de infectados pelo vírus HIV e de mortes provocadas pelo consumo de drogas caiu drasticamente. "Quando se drogar era um crime, muitos tinham medo de se aproximar de nossas equipes, mas desde a descriminação, eles sabem que a polícia não vai se meter e vêm até nós. Esse foi um grande avanço", afirmou Andrade. Mas nem todos aplaudem a iniciativa. Nas ruas de Lisboa, alguns relativizam os resultados e questionam as estatísticas e a mudança de tratamento dos usuários, que passaram de criminosos a vítimas. Outros criticam o fato de um terço dos consumidores não se apresentarem às comissões. Até mesmo um viciado em heroína entrevistado pelo BBC disse estar cético diante da medida: "Se não é crime, vão continuar consumindo até morrer." Atualmente, a posse de pequenas quantidades de drogas não é considerada crime em dez países europeus.
  11. ONU defende descriminalizar consumo Fonte Blog do Noblat- 25.6.2009| 1h01m.Drogas: O Escritório de Drogas e Crime das Nações Unidas (UNODC, da sigla em inglês) divulgou na quarta-feira seu relatório anual sobre drogas comemorando a queda - ou um cenário de estabilidade - no consumo de cocaína, maconha e derivados do ópio e alertando para a alta no consumo de drogas sintéticas, especialmente nos países emergentes, como o Brasil. Além disso, o comércio de drogas já movimenta US$ 320 bilhões no mundo, o que faz das drogas uma das commodities mais valiosas do planeta. Mas o que chamou mesmo a atenção dos especialistas foi a mudança de postura da ONU no combate ao problema. Antonio Maria Costa, diretor do UNODC, defendeu a descriminalização do consumo de drogas e mais investimentos na ação policial e de inteligência contra a produção e o comércio, especialmente contra os cartéis de drogas espalhados pelo mundo. Segundo reportagem de Gilberto Scofield Jr. publicada na edição desta quinta-feira do jornal O Globo, trata-se de uma política fora de sintonia com a abordagem mais dura dos EUA e seu Escritório para Política de Controle de Drogas, cujo recém nomeado titular, Gil Kerlikowske, também participou do lançamento do relatório. Para especialista, medida enfrentará resistência.
  12. Holanda estuda limites ao consumo de haxixe Fonte Dn Globo 05 Julho 09 A tolerância no consumo desta droga arrasta muitos turistas a cidades holandesas como Amsterdão. No entanto, o cultivo ilegal no próprio país, está a preocupar o Governo e pode obrigar a medidas mais restritivas O Governo da Holanda vai levar para estudar nas férias um relatório que propõe novas regras ao consumo de haxixe no país, três décadas depois da lei que tolera o consumo desta droga leve em estabelecimentos especialmente autorizados para o efeito. Transformar os famosos coffeeshops em clubes privados que sirvam apenas clientes locais ou permitir uma quota de plantação legal que impeça os donos desses estabelecimentos de comprar mercadoria ilegal para depois a venderem como legal. Estas são algumas das sugestões apresentadas ao Governo de centro--esquerda por uma comissão encarregue de estudar a questão. Actualmente, refere a AFP, existem 700 coffeeshops no país, os quais estão autorizados a armazenar 500 gramas de cannabis de cada vez. A lei permite o consumo de até cinco gramas de haxixe por pessoa, desde que dentro destes estabelecimentos. A tolerância em relação ao consumo do haxixe atrai não só os holandeses, mas também os turistas estrangeiros. O cultivo, porém, é proibido. O que se tem verificado é que, com a tolerância existente, muitos dos estabelecimentos plantam o seu próprio cannabis. Isso é já considerado um problema, quando os cultivadores locais da planta que dá origem àquela droga já ganhavam dois mil milhões de euros anuais em 2008, refere hoje o El País. Existe mesmo um mercado de exportação de haxixe holandês. Tendo em conta que a indústria de flores, uma das mais conhecidas do país, gera cinco mil milhões de euros anualmente, os três partidos no Governo admitiram que é hora de “fazer ajustes à tolerância nesta matéria”.
  13. Drogas: meu bem, meu mal ‎30/06/2009‎ Fonte Abril A maconha, a cocaína e o LSD estão hoje no centro do crime organizado. Mas já foram recomendados por médicos e considerados sinônimo de elegância por Heitor Pitombo Há 21 anos, o pesqueiro panamenho Solana Star, perseguido pela Polícia Federal, despejou 22 toneladas de maconha no litoral brasileiro. Durante meses, as praias do Sul e Sudeste foram invadidas por gente que pescava enlouquecidamente um exemplar que fosse da droga, acondicionada em latas de alumínio. Assim como no período conhecido como "verão da lata", os primeiros carregamentos de Cannabis chegaram ao Brasil por mar. Embarcadas em caravelas portuguesas, em 1549, as mudas foram trazidas por escravos e marinheiros apresentados a elas na Índia. Agora, um século após o primeiro acordo internacional contra drogas, um encontro da ONU, em Viena, vai rever a lista de substâncias proibidas em todo o mundo. A maconha faz parte. Mas nem sempre foi assim. No Brasil do século 16, fumava-se o bangue. Esse cânhamo, subproduto da planta, servia para fazer tecidos de velas, um mercado aquecido na era das navegações e que despertou o interesse da coroa portuguesa pela Cannabis. E os colonos trataram de espalhar sementes da erva por todo o território. Em 1785, o vice-rei Luiz de Vasconcellos e Souza enviou a São Paulo um ofício (com 16 sacas de sementes e um manual de cultivo), pedindo encarecidamente aos agricultores que plantassem maconha. No século 19, ela vira remédio, como se vê na propaganda mais antiga de maconha, feita pela Grimault e Cia., de Paris, em 1885 (ao lado). Encontrada pelo pesquisador Guido Fonseca, apregoava efeitos terapêuticos dos cigarros índios, à base de Cannabis indica, uma variedade da erva. Cachimbo de pobre O uso entre ex-escravos estigmatizou o hábito entre os brancos Com a abolição da escravidão, em 1888, os negros ganharam autonomia, mas continuaram a sofrer com desqualificação social. A capoeira foi proibida no ano seguinte à Lei Áurea, e, em 1890, o governo da República criou a Seção de Entorpecentes Tóxicos e Mistificação, para impedir o denominado "baixo espiritismo". Ou seja, o uso da maconha em rituais de origem africana, como o candomblé. À medida que se enraizava nas tradições populares, entre ex-escravos, índios e repentistas do Nordeste, aumentava a repressão ao consumo. A primeira lei restritiva é de 1830, quando a "venda e o uso do pito de pango" (cachimbo de barro para maconha) foram proibidos no Rio de Janeiro - três dias de cadeia para o negro que pitasse. Textos de cunho racista, de 1916, passaram a defender a tese de que a Cannabis levava negros e nordestinos ao crime. Um dos propagadores dessa teoria foi o médico Rodrigues Dória: "Um indivíduo já propenso ao crime, pelo efeito exercido pela droga, privado de inibições e de controle normal, com o juízo deformado, leva à prática seus projetos criminosos". Vários médicos com ideias de pureza racial temiam que o uso da maconha contaminasse os cidadãos brancos. Assim, a partir de 1917, a receita médica passou a ser obrigatória para comprar a Cannabis. E, em 1932, ela entrou na lista de substâncias proscritas. O Estado Novo de Getúlio Vargas institucionalizou a repressão e estabeleceu pena de prisão para os usuários. O governo também negociou com os fiéis do candomblé a retirada da maconha dos cultos, em troca da legalização da religião. Pó de rico Ele veio com a modernização, na busca louca pela euforia Bem menos popular, a cocaína também passou de remédio à posição de droga criminalizada e antissocial, embora se saiba que o pó circula hoje ferozmente pela classe média brasileira. Ela surgiu como analgésico e começou a ser consumida no Brasil em meados dos anos de 1910. Laboratórios como o Grimault indicavam o vinho de coca para "pessoas fracas" e "jovens pálidas e delicadas". Há registros de consumo da folha de coca de mais de 1200 anos na América do Sul. E seu chá era vendido no século 19 na Europa e na América do Norte. Mas seu princípio ativo, a cocaína, só foi isolado em 1860, pelo químico alemão Albert Niemann. E, em pouco tempo, revelou efeitos colaterais, como arritmias cardíacas, problemas respiratórios e neurológicos. Por isso, lei de 1882 exigiu, no Brasil, receita médica na compra de pó. Mas o século 20 disseminou o consumo, recomendado até pelo pai da psicanálise, Sigmund Freud. Em 1914, o jornal O Estado de S. Paulo advertia: "Há hoje em nossa cidade muitos filhos de família, cujo grande prazer é tomar cocaína e deixar-se arrastar até aos declives mais perigosos deste vício. Quando atentam... é tarde demais para um recuo". Três anos depois, o Código Sanitário determinou o fechamento das farmácias (que eram, com os bordéis, os maiores distribuidores da droga) que vendessem cocaína sem receita. Para a pesquisadora Beatriz Rezende, organizadora do livro Cocaína: Literatura e Outros Companheiros de Ilusão, o Brasil respirava os ares da Primeira República, e "o entusiasmo pela modernização vai fazer com que a ideia de decadência de costumes frequentemente ligada ao ópio e ao haxixe seja substituída pela ambição da euforia encontrada no éter e na cocaína". Era usada por poetas e outras artistas. Na crônica A Favela (1922), Orestes Barbosa escreveu que, nos morros cariocas, traficantes vendiam a droga "malhada" (misturada a outras substâncias). E no samba A Cocaína (1923), de Sinhô, surgem sinais de alerta: "Mais que a flor purpurina é o vício arrogante de tomar cocaína. Quando estou cabisbaixa chorando sentida, bem entristecida, é que o vício da vida deixa a alma perdida. Sou capaz de roubar, mesmo estrangular, para o vício afogar." Até que, em 1938, decreto-lei proibiu nacionalmente a cocaína, mesmo para fins médicos. O dia da bicicleta Os anos 60 e 70 viveram o desbunde psicodélico e o fortalecimento do tráfico Nos anos 60, o movimento hippie e a contracultura deram às drogas status de experiência libertária. Acaba o estigma da maconha como "droga de pobre" e o LSD (dietilamina do ácido lisérgico) entra na moda. Ele foi sintetizado a partir de um fungo do centeio em 1938, pelo suíço Albert Hofmann, nos laboratórios Sandoz. Mas só em 1943 o cientista descobriu seus efeitos psicoativos, ao absorver na pele uma pequena quantidade da substância. Foi no dia 19 de abril, conhecido como o "dia da bicicleta", quando ele experimentou delírios caleidoscópicos ao pedalar até em casa. O LSD teria surgido das pesquisas da CIA para criar armas de controle mental e foi aplicado na psiquiatria. Mas ganhou fama entre os anos 60 e 70. O cantor Tim Maia, após viagem a Londres, nos anos 70, foi visitar a Philips (sua gravadora na época) para oferecer ácido a todos: "Isto aqui é um LSD, que vai abrir sua cabeça, melhorar a sua vida, fazer de você uma pessoa feliz", conta o jornalista Nelson Motta, no livro Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia. Também nessa época, o tráfico começou a se profissionalizar. No presídio da ilha Grande (RJ), militantes políticos e presos comuns trocaram experiências sobre táticas de luta, o que teria contribuído para a criação das atuais facções do narcotráfico. Desde então, o Brasil viu o avanço do ecstasy, a droga das raves da classe média, e do crack, a pedra dos meninos de rua de São Paulo. Mas a verdade é que, por razões existenciais, religiosas, de mercado ou de poder, a humanidade nunca deixou de conviver com as drogas. Combate internacional As medidas de controle começaram com o ópio, na China O primeiro acordo internacional sobre drogas é de 1909, após a Comissão do Ópio de Xangai, e proibiu o ópio, pivô da primeira e da segunda Guerra do Ópio (1839-1842 e 1850-1860), entre britânicos e chineses. Os ingleses haviam introduzido a droga ilegalmente na China para pressionar pela compra de produtos ocidentais. Mas a Convenção de Drogas e Narcóticos das Nações Unidas, de 1961, assinada hoje por todos os países da ONU, foi o primeiro consenso mundial de que substâncias psicoativas deveriam ser coibidas, por causar dependência e danos à saúde. Este mês, 100 anos depois do acordo do ópio, acontece a Reunião Especial sobre Drogas da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Viena. Saiba mais LIVROS Pequena Enciclopédia da História das Drogas e Bebidas: Histórias e Curiosidades sobre as Mais Variadas Drogas e Bebidas, Henrique Carneiro, Campus/Elsevier, 2005 Cerca de 140 verbetes sobre diferentes substâncias psicoativas, enfocando seu significado cultural e simbólico ao longo da História. Cocaína: Literatura e Outros Companheiros de Ilusão, Beatriz Rezende (org.), Casa da Palavra, 2006 Textos literários que mostram a evolução do pó da inspiração boêmia às páginas policiais. SITE www.neip.info/ Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos, reúne pesquisadores de vários centros universitários, teses e bibliografia sobre o tema.
  14. 20 de maio de 2009 EUA perto da legalização da maconha. Ativistas animados com pesquisa e estratégia George Soros Fonte Terra Magazine Maierovitch Tags:durg police alliance, george soros, legalização da maconha, pesquisa Abc-Wasghton Post - walterfm1 às 14:42 Vovó Canabis atenta, em Londres. Os ativistas da legalização da maconha nos EUA estão animados. Dentre eles, está George Soros, empresário e financista que, num único dia, faturou US$1,0 bilhão. Soros mantém 75 dos seus funcionários cuindando de estratégias pró-legalização em sete cidades norte-americanas. Nos últimos quatro meses progrediu-se mais do que em 20 anos, afirmou Ethan Nadelmann, 52 anos, presidente da mais importante organização não governamental para a legalização da cannabis. A conclusão de Nadelmann está apoiada em sondagem publicada na última edição do ABC-Washington Post. Pela sondagem, 46% dos pesquisados são favoráveis a legalizar a maconha, como ocorre com o tabaco e o álcool. São contrários 22%, porcentual em queda na comparação com anos anteriores. Nadelman preside a Drug Policy Allance. É bacharel em Direito e conquistou a laurea de doutor em concurso público. A mencionada Drug Policy Alliance e os apoiadores orientados por Soros adotam a mesma estratégia vitoriosa que a adoção da união gay em 5 estados e foi aprovada pelo presidente Obama. Grosso modo, é a estratégia do “abafa” num sistema federativo. Como explicou Nadelman, os estados-federados elaboram as leis e a União fica pressionada e “incapsulada”. Para os ativistas, os discursos conservadores não mais resistem. Por exemplo, não pega mais o discurso da venda de maconha com princípio ativo (thc) potente, alterado. Isto porque, explica Nadelman, competirá ao Estado regulamentar e fiscalizar, como faz com o álcool e o tabaco. E recebe tributos para isso. PANO RÁPIDO. Como já registrado em textos anteriores publicados neste blog Sem Fronteiras, em tempo de crise econômica-financeira os governantes buscam fontes novas de tributação. E o mercado das drogas proibidas nunca entrou em crise. –Wálter Fanganiello Maierovitch–
  15. Maconha: hora de legalizar? 2/6/09 Fonte: Portal Ms Por que um grupo cada vez maior de políticos e intelectuais - entre eles o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso - defende a legalização do consumo pessoal de maconha. Fumar maconha em casa e na rua deveria ser legal? Legal no sentido de lícito e aceito socialmente, como álcool e tabaco? O debate sobre a legalização do uso pessoal da maconha não é novo. Mas mudaram seus defensores. Agora, não são hippies nem pop stars. São três ex-presidentes latino-americanos, de cabelos brancos e ex-professores universitários, que encabeçam uma comissão de 17 especialistas e personalidades: o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, do Brasil, de 77 anos, e os economistas César Gaviria, da Colômbia, de 61 anos, e Ernesto Zedillo, do México, de 57 anos. Eles propõem que a política mundial de drogas seja revista. Começando pela maconha. Fumada em cigarros, conhecidos como "baseados", ou inalada com cachimbos ou narguilés, a maconha é um entorpecente produzido a partir das plantas da espécie Cannabis sativa, cuja substância psicoativa - aquela que, na gíria, "dá barato" - se chama cientificamente tetraidrocanabinol, ou THC. Na Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, reunida na semana passada no Rio de Janeiro, ninguém exalta as virtudes da erva, a não ser suas propriedades terapêuticas para uso medicinal. Os danos à saúde são reconhecidos. As conclusões da comissão seguem a lógica fria dos números e do mercado. Gastam-se bilhões de dólares por ano, mata-se, prende-se, mas o tráfico se sofistica, cria poderes paralelos e se infiltra na polícia e na política. O consumo aumenta em todas as classes sociais. Desde 1998, quando a ONU levantou sua bandeira de "um mundo livre de drogas" - hoje considerada ingenuidade ou equívoco -, mais que triplicou o consumo de maconha e cocaína na América Latina. Em março, uma reunião ministerial na Áustria discutirá a política de combate às drogas na última década. Espera-se que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, modifique a posição conservadora histórica dos Estados Unidos. A questão racial pode influir, já que, na população carcerária americana, há seis vezes mais negros que brancos. Os EUA gastam US$ 35 bilhões por ano na repressão e, em pouco mais de 30 anos, o número de presos por envolvimento com drogas decuplicou: de 50 mil, passou a meio milhão. A cada quatro prisões no país, uma tem relação com drogas. No site da Casa Branca, Obama se dispõe a apoiar a distribuição gratuita de seringas para proteger os viciados de contaminação por aids. Alguns países já adotam essa política de "redução de danos", mas, para os EUA, o cumprimento dessa promessa da campanha eleitoral representa uma mudança significativa. A Colômbia, sede de cartéis do narcotráfico, foi nos últimos anos um laboratório da política de repressão. O ex-presidente Gaviria afirmou, no Rio, que seu país fez de tudo, tentou tudo, até violou direitos humanos na busca de acabar com o tráfico. Mesmo com a extradição ou o extermínio de poderosos chefões, mesmo com o investimento de US$ 6 bilhões dos Estados Unidos no Plano Colômbia, a área de cultivo de coca na região andina permanece com 200 mil hectares. "Não houve efeito no tráfico para os EUA", diz Gaviria. Há 200 milhões de usuários regulares de drogas no mundo. Desses, 160 milhões fumam maconha. A erva é antiga - seus registros na China datam de 2723 a.C. -, mas apenas em 1960 a ONU recomendou sua proibição em todo o mundo. O mercado global de drogas ilegais é estimado em US$ 322 bilhões. Está nas mãos de cartéis ou de quadrilhas de bandidos. Outras drogas, como o tabaco e o álcool, matam bem mais que a maconha, mas são lícitas. Seus fabricantes pagam impostos altíssimos. O comércio é regulado e controla-se a qualidade. Crescem entre estudiosos duas convicções. Primeira: fracassou a política de proibição e repressão policial às drogas. Segunda: somente a autorregulação, com base em prevenção e campanhas de saúde pública, pode reduzir o consumo de substâncias que alteram a consciência. Liderada pelos ex-presidentes, a comissão defende a descriminalização do uso pessoal da maconha em todos os países. "Temos de começar por algum lugar", diz FHC. "A maconha, além de ser a droga menos danosa ao organismo, é a mais consumida. Seria leviano incluir drogas mais pesadas, como a cocaína, nessa proposta". Fonte Original Epoca
  16. Justiça volta a impedir Marcha da Maconha em São Paulo Fonte Tv Band Quarta-feira, 27 de maio de 2009 - 19h24 A Justiça voltou a impedir realização da Marcha da Maconha, prevista para acontecer no próximo domingo, dia 31 de maio, no Parque do Ibirapuera, zona sul de São Paulo. A passeata já havia sido proibida no dia 3 de maio. Em novo despacho, o desembargador da 11ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, Di Rissio Barbosa, diz que a alteração da data não anula a liminar anterior que define o impedimento da manifestação. No ano passado, o Ministério Público também impediu o evento por meio de recurso do Tribunal de Justiça de São Paulo. A passeata aconteceu, este ano, em cidades como Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre. O objetivo da Marcha da Maconha é a legalização da droga.
  17. Minc diz que explicará na Câmara participação na Marcha da Maconha Ministro do Meio Ambiente criticou política antidrogas em vigor no país Fonte: Zero Hora Política | 26/05/2009 | 16h08min Convidado a dar explicações na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados sobre sua participação na Marcha da Maconha, realizada há duas semanas no Rio de Janeiro, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, fez nesta terça-feira críticas à política antidrogas em vigor no país. Para o deputado Laerte Bessa (PMDB-DF), autor do requerimento aprovado pela comissão, o ministro fez apologia das drogas ao participar do evento. Em entrevista coletiva após participar de audiência pública na Comissão de Meio Ambiente do Senado, Minc disse que não vê problemas em comparecer à comissão da Câmara para prestar os esclarecimentos que os parlamentares julgarem necessários. Ele destacou, entretanto, que a marcha foi legal e autorizada pela Justiça. — As pessoas têm direito de expressar sua opinião e, no caso de autoridades públicas, eu diria mais: tem o dever, afirmou Minc. Eu e várias outras pessoas mais representativas do que eu - seis ministros de Estado, o governador [do Rio de Janeiro] Sérgio Cabral, o ex-presidente Fernando Henrique, o Obama [barack Obama, presidente dos Estados Unidos] - consideramos a atual política de drogas ineficaz — disse o ministro — Uma política eficaz teria que ser baseada, no caso dos consumidores, muito mais na informação, na prevenção, no tratamento como caso de saúde pública, e não entupindo-se as prisões com usuários. De acordo com Minc, a manutenção da atual política de drogas é defendida, inclusive, por traficantes que se beneficiam dela. — Alguns dos traficantes de maconha ficam muito bem contemplados com a atual política [de combate às drogas], que dá a eles o monopólio da venda dessa droga. Com isso, aumenta o poder militar e corruptor [dos traficantes] — ressaltou o ministro.
  18. Força Tática apreende pé de maconha (Fotos) Quinta, 28 de Maio de 2009 às 07:21 Fonte:Canal Rio Claro A planta e outros objetos usados no consumo da droga foram apreendidos em uma republica de estudantes localizada na Avenida 24-A, bairro Bela Vista. A.G.P.F. - Jaburu Redação Canal Rio Claro - Integrantes da Força Tática apreenderam as 17h30 de ontem, dois vasos com um pé de maconha cada, um cachimbo usado no consumo da droga, cerca de 7,3 gramas de maconha pronta para o consumo e várias sementes da droga. Duas pessoas foram detidas e levadas à presença do delegado. O local segundo a polícia funciona uma republica de estudantes. A polícia chegou ao local através de informações colhidas por policiais do Serviço Reservado da PM.
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